The Last Time escrita por sankdeepinside


Capítulo 33
Holding an enemy across the line


Notas iniciais do capítulo

Olááá´´a eu demorei gente, eu reconheço que demorei e.e minha outra fanfic empacou e acabou atrasando essa aqui também, sem falar q tinha parente aqui em casa e eu troquei de PC então tava tudo uma bagunça. Massss enfim consegui escrever o capítulo e sinto dizer que *dessa vez é de verdade* estamos pertinho do fim. Não vou ficar contando capítulos, nem me afobando demais por causa do prazo do Nyah, mas se for necessário *e vcs quiserem* eu mudo a fanfic pra lá mesmo sem ter acabado.
AAAAAAHHHHHHHHHHHHHH *PULA SAI CHÃO ESSE É O BONDE DO DELSÃO* EEEEEEEEH Eu ganhei recomendação *uuuuuuuuu* Muito obrigada a Livia Caroline pela recomendação linda! Esse capítulo hoje é seu flor :3
Não vou mais enrolar, espero que gostem do capítulo, vou tentar não demorar com o próximo.
Boa leitura
Beeeijos *u*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/157966/chapter/33

Positivo. Os olhos escuros de Mike tremiam enquanto se forçavam a crer no que viam, já não fazia mais parte da sua vontade, era uma vida, uma vida com seu sangue, com seus genes, uma criança. O objeto que segurava em suas mãos escorregou pelos seus dedos e caiu no chão, estava sem ação até mesmo para notar isso. Anna estava cabisbaixa diante dele, mas tudo que ele sentia naquele momento era uma repulsa extrema, um ódio intenso que fazia até suas veias da testa saltarem, mas acima de tudo, estava odiando a si mesmo. A culpa ali não era de mais ninguém a não ser dele próprio.

Michael se sentou no sofá e apertou a cabeça entre as mãos, quando deu por si estava batendo repetidamente nas têmporas com os punhos e gritando de raiva enquanto as lágrimas desciam involuntárias por seu rosto.

– Mike... – A mão de Anna pousou suave em seu ombro, mas ele esquivou-se antes mesmo que ela pudesse afagá-lo.

– Não me toque! – A voz de Mike saía esganiçada e quase sem som, ele não fazia ideia do como agir, mas no fundo sabia que nem de perto aquela era a melhor reação de um homem ao descobrir que seria pai.

– Eu sinto muito Mike, mas não precisa ficar assim, nós podemos fazer com que isso funcione, você só tem que me deixar cuidar de você.

– CALA A BOCA!

Mike se levantou outra vez e caminhou nervosamente de uma extremidade à outra da sala, Anna apenas o observava com olhos aflitos.

– Você precisa se acalmar Mike.

– Essa criança... Eu não vou deixar nada faltar a ela, mas você... Eu preciso ligar pra polícia, eles vão saber o que fazer.

– NÃO! – Anna correu e se ajoelhou aos pés de Mike em um desespero exagerado. – Não pode deixar que eles que me levem, por favor! Eu não posso ter esse filho na cadeia, Mike, é o seu filho! – O olhar dele se encontrou com dela, havia fúria nos olhos achocolatados de Mike, fúria e desespero. Ele então a empurrou com um movimento rude e caminhou a passos largos para a porta – Aonde vai? – Anna disse quase aos prantos.

– Eu preciso de ar. – E o estrondo da porta sendo batida com agressividade foi a única coisa que se ouviu depois disso.

Anna deixou o próprio corpo se esticar no piso frio de cerâmica enquanto sentia os próprios batimentos pulsando loucos dentro do peito. Estava feito, sua carta mestra estava lançada na mesa e agora apenas o próprio Mike poderia detê-la, mas ela sabia que apesar do surto ele voltaria para casa e lhe pediria perdão, e mesmo que a polícia a encontrasse ali, Mike acionaria seus advogados para que a mãe do seu filho não ficasse uma única noite sequer na cadeia. O único problema agora seria como manter aquela mentira.


**


Kady havia descido para comprar o café da manhã quando Anita se levantou. Sentia dores fortes no pescoço por causa da posição em que dormira e passou alguns instantes tentando aliviar a dor, olhou-se no espelho e sentiu-se horrível, os olhos estavam inchados e rodeados por manchas escuras, o cabelo loiro parecia palha seca e emaranhada, sentia-se fraca e impotente. Por um instante a felicidade lhe parecera tão próxima, tão palpável, quase podia sentir o sabor doce dela em seus lábios quando lhe foi arrancada de uma única vez. O gosto doce foi substituído pelo puro fel e a dor lhe atingiu como um vagão de trem desgovernado, agora tudo era ruínas.

Jogou um pouco de água fria no rosto e gostou da sensação, o frescor pareceu aliviar-lhe momentaneamente as dores, pentear o cabelo foi uma tarefa que necessitou alguns longos minutos, o braço parecia até doer a cada movimento que fazia de cima a baixo com a escova, talvez de fato a tristeza tomasse a força das pessoas, as deixasse fracas mentalmente e fisicamente, as machucasse de verdade, não apenas na alma, mas no corpo. A tristeza drena corpo e alma, deixa apenas o resto, o que sobra, uma sombra de um ser humano.

Anita terminou sua higiene e antes de se trocar deixou o corpo cair sobre a cama novamente entoando um grunhido alto.

– Vaca maldita! – Praguejou entre as almofadas, sentia-se uma criança xingando Anna daquela forma, mas sabia que a culpa não cabia apenas a ela.

Virou-se de barriga para cima e fitou o teto soltando a respiração, não podia ficar entocada ali o dia inteiro, por mais tentadora que a ideia lhe parecesse, não podia fugir desse problema. Amava muito Mike pra deixá-lo a mercê de tudo isso, mas ainda assim, era difícil.

Colocou uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma camiseta branca, calçou um par de tênis e prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, em seguida deixou um bilhete para Kady e saiu, pegou um taxi e em alguns minutos estava diante da casa de Chester.

Tocou o interfone e ele pareceu extremamente surpreso ao ouvir a voz dela ali. O portão se destrancou imediatamente e antes que ela chegasse à porta um Tyler descalço correu ao seu encontro.

– Tiaaaaa! – Anita se abaixou para recebê-lo em um abraço e o pegou no colo.

– Oi meu amor, ai que saudade!

Chester apareceu logo em seguida, estava sem camisa e um pouco suado.

– Ann! Meu deus, que surpresa! – rapidamente ele olhou em volta checando se ela viera acompanhada. – Está sozinha?

Anita confirmou com a cabeça e esboçou um fio de sorriso que ela tinha certeza que soou mais como uma careta de dor do que um sorriso propriamente dito.

– Está tudo bem titia? Parece triste? – As mãozinhas de Tyler seguraram seu rosto e o choro foi inevitável.

– Está tudo bem sim meu amor.

– Não está não, você está chorando.

– Hey, Tyler, me deixe conversar com sua tia um pouco okay? Vá ver se Elle precisa de alguma coisa.

Anita colocou o garoto no chão e ele relutou um pouco em sair dali, mas logo entrou em casa. Rapidamente Chester a puxou para um abraço forte e ela pode chorar a plenos pulmões.

Chester a puxou pela mão e a guiou para dentro de casa, a casa estava uma verdadeira bagunça, havia brinquedos e papéis espalhados por todo canto.

– Parece que um monte de diversão aconteceu por aqui. – Anita disse com um sorriso suave nos lábios.

– Ah – Chester corou um pouco. – Eu tenho que mantê-los entretidos, além disso, Draven e Jaime também estão aqui, as coisas saem um pouco do controle. Eles estão lá na piscina, vão gostar de saber que está aqui...

– Eu falo com eles, mas preciso falar com você antes.

– Claro. Vamos lá para cima.

Subindo as escadas, uma nostalgia atingiu Anita, fazia quase dois anos que chegara ali naquela casa para dividi-la com Talinda, Chester e as demais crianças, tudo era tão diferente naquela época, até seus sentimentos.

Quando chegaram no corredor, Anita foi surpreendida com um rosto novo, uma garota ruiva caminhava com dificuldade de volta a um dos quartos, um dos braços estavam engessados e havia uma porção de roxos e pontos em outras partes de seu corpo.

– Oh, Anita, esta é Mirielle, uma ahm, amiga...

– Amiga?! Oh, ah, muito prazer. – Anita estendeu a mão para a garota e ela parecia estática, tão surpresa quanto ela.

– Ele me atropelou. – Disse meio nervosa e em seguida chacoalhou de maneira enérgica a mão de Anita, seu sotaque era forte e rouco. – Pode me chamar de Elle.

– Ele... OH MEU DEUS! Isso é verdade Chester?

– É.

– Como...?

– Falamos sobre depois okay? – Disse um pouco emburrado.

Elle tinha os olhos verdes bem abertos e olhava Anita com curiosidade, mas Chester a puxou pelo braço meio embaraçado.

– Volte para o quarto Elle, precisa descansar e você vem comigo. – Disse a última frase levando Anita consigo para longe dali. Mirielle não saiu do lugar, permaneceu fitando Anita com os enormes olhos verdes, até que Ann saiu do seu campo de visão.

– Você atropelou uma garota? Meu deus Chester! O que ela faz aqui? Não devia estar num hospital ou na própria casa?

– Ela está ilegal no país, o médico deixou que eu cuidasse dela aqui, quanto mais tempo ela passasse no hospital mais perigoso seria para a imigração descobrir sobre ela. Além disso é minha responsabilidade. – Anita viu um pesar enorme nos olhos do primo. – Eu não posso aguentar que outra mulher morra nos meus braços Ann. – Chester suspirou e puxou uma cadeira para que esta ficasse de frente para Anita, se sentou e arquejou cansado. – O que aconteceu com você?

Anita não sabia por onde começar.

– Eu e o Mike reatamos... – um sorriso um tanto forçado se abriu no rosto de Chester e então ela prosseguiu. – Ele me convenceu a passar o fim de semana aqui e quando chegamos, ela estava lá...

– Anna? – Anita confirmou com a cabeça e Chester apertou os punhos com força, a ponto de suas veias do antebraço saltarem. – Aquela cadela. – Disse entre dentes – A imagem de Talinda desfalecida em sua mente já não vinha mais sozinha, agora vinha acompanhada do rosto pálido de Anna e a ira que tomava conta de seu corpo era descomunal. – Mike está escondendo ela? Ele não sabe o que está fazendo...

– Ela está grávida. – Anita disse de uma única vez e a ruga na testa de Chester se esvaiu para dar lugar a um olhar confuso.

– Como?! Meu deus! Onde está o Mike?

– Assim que ela disse eu peguei minhas coisas e fui para casa da Kady, não fiquei pra ver o que aconteceu entre eles. Ele mentiu pra mim Chaz... ele disse que não houve nada entre eles dois.

Chester ficou em silêncio por um instante.

– Ele não deve ter mentido Ann, provavelmente foi só essa vez... ele nem gosta dela, ele ama você. – Anita soltou um suspiro pesado e Chester se inclinou um pouco para frente, segurando o rosto dela entre suas mãos, em seguida lhe depositou um beijo demorado em sua testa. – Perdoe-o, ele merece depois de ter perdoado nós dois tantas vezes.

Anita se abraçou a ele com força e ele retribuiu o abraço na mesma intensidade, a pele nua do peito dele exalava um calor aconchegante, um calor com sabor de casa.

– Eu tinha me esquecido do quanto você era gostoso. – Anita disse fazendo com que ele soltasse uma enorme gargalhada, mas era notável uma ponta de desconforto dele com aquela situação.

– Por favor, não caia em tentação, já temos arrependimentos demais não acha? – Disse com um sorriso brando nos lábios, mas Anita sabia que aquilo era sério.

– Eu vou me comportar.

De maneira inesperada os lábios de Chester tocaram os dela, um selinho suave e breve seguido de um dos mais belos sorrisos dele.

– Comporte-se!

Ele se levantou e fez sinal para que ela o acompanhasse, saíram do quarto, mas antes de descessem para o jardim, um som de uma voz feminina suave os fez parar no meio do corredor.

Chester abriu a porta com cuidado e se deparou com Elle sentada no chão cantando uma canção em francês do lado do berço das bebês, uma dormia e a outra já estava bem sonolenta, mas encarava a ruiva com o par de olhinhos escuros com atenção.

Anita observou a expressão de Chester, não sabia bem o que via ali, talvez um encantamento novo, mas ao mesmo tempo confuso, ele parecia encantado pela garota, que era talvez uns dez anos mais nova, mas ao mesmo tempo tentava ao máximo não demonstrar. Aquilo a incomodou um pouco, era algo que lhe pertencera por muito tempo e agora enfim se libertara, por mais que aquela pontinha de ciúme a incomodasse, ela sabia que passaria e era bom que Chester voltasse a se interessar por outras mulheres.

– Você canta bem. – Ela disse e pegou a garota de surpresa a ponto de fazê-la dar um leve espasmo de susto.

– Oh, vocês estavam aí. – Ela fez menção de se levantar rapidamente, mas uma careta de dor a impediu de continuar e rapidamente Chester a ajudou a se colocar de pé. – Eu ouvi ela choramingando e não quis interromper a conversa de vocês, achei que pudesse acalmá-la antes de acordar a outra.

– Obrigada. – Chester disse com um sorriso sincero.

A garota secou Chester com o olhar quase canibal ao perceber o tronco tatuado dele tão próximo ao seu, ao ver que Anita havia notado, ela corou imediatamente.

– Eu vou pro meu quarto. – Em seguida saiu a passos velozes dali.

Anita não pode conter o riso depois de vê-la sair.

– O que foi? – Chester também estava corado.

– Nada.

– Ela é bem bonita.

– Sim, mas era bem mais desbocada antes de descobrir que eu era o vocalista do Linkin Park. – Chester disse encolhendo os ombros.

– O peso no “Linkin Park” realmente é intimador meu querido. – Ela sorriu e se aproximou do berço. – Uau, elas estão enormes!

– E mais parecidas com a mãe a cada dia.

– Graças a deus, por que se puxassem para você estaria ferrado.

– Cala a boca, não cuspa no prato que comeu, sua feiosa! – Chaz a empurrou rindo. – Eu sou lindo okay?

– É claro que é!

– Anda, seus outros quinhentos sobrinhos querem te ver. Deixe minhas princesas dormindo, não quero que as contamine com sua feiura.

– Aham, quem está cuspindo no prato agora?

Os dois desceram as escadas trocando brincadeiras idiotas, de repente era como se tivessem treze anos outra vez.


**


– Eu não entendo Sr. Coleman, de que disse que era médico mesmo? – A secretária lhe fitou com um tanto de descrença, precisava ser convincente.

– Sou o novo psiquiatra da Srta. Anna Hillinger, eu acredito que ela possivelmente está com uma gravidez psicológica, estou tentando fazer os exames, mas ela se recusa, eu apenas gostaria de conversar com a antiga médica dela para ter algumas informações.

– Creio que isso seja antiprofissional senhor.

– Eu sei, mas eu realmente gostaria de um diagnóstico preciso, me deixe conversar com a doutora, só levará alguns instantes.

A secretária que era minúscula então se levantou e pediu que ele aguardasse um instante, ela entrou em uma sala a esquerda e Drew então observou a sala de espera do consultório, era pequena, a pintura se desbotava em alguns cantos e cartazes excessivamente coloridos de doenças estavam colados na parede. Provavelmente essa não era a melhor clínica de psiquiatras do mundo e isso poderia ser útil para convencer a médica a cooperar.

– Você tem cinco minutos senhor. – A voz da secretária o fez virar imediatamente com um sorriso enorme nos lábios.

– Obrigada.

Por dentro, o consultório da Dra. Levi era um pouco mais requintado do que a sala de espera, as paredes eram de um vermelho vívido e davam um ar caloroso ao ambiente, era uma médica de meia idade, com os cabelos ligeiramente grisalhos e aperto de mão firme.

– Então Doutor...

– Coleman. – Drew completou a frase. – Sebastian Coleman.

– Prazer em conhecê-lo, sou Angela Levi. Então, Dr. Coleman, está aqui para saber de uma paciente?

– Sim, Anna Hillinger, ela está se tratando comigo agora.

– Oh, sério? Ela não me avisou que mudaria de psiquiatra. – A doutora pareceu um pouco sentida por perder uma paciente. – Então, o que quer?

– Depois de nosso encontro há algumas semanas pude notar um estresse diferente nela, além disso, ela veio afirmando que estava grávida, mas pelo que ela me disse tenho medo de que seja uma gravidez psicológica.

– Você tentou levá-la a fazer os exames?

– Sim, mas ela se recusou.

– Olha senhor, não é do meu feitio compartilhar informações confidenciais de pacientes com estranhos, é contra a ética da nossa profissão.

– Eu sei disso doutora, mas estou preocupada com o que pode acontecer com a minha paciente, eu não a procuraria se não fosse de extrema importância.

– Me desculpe senhor, mas não posso.

– Não lhe pedirei nada demais, não quero que fale de suas entrevistas, só quero um pouco de informações sobre seu diagnóstico. Eu pago se for preciso.

O olhar da mulher se alterou, sim ela precisava de dinheiro, mas estaria disposta a aceitar?

– Assim me ofende senhor.

– Oh, me desculpe, não foi minha intenção, só gosto de ter favores bem recompensados.

– Quanto está disposto a pagar?

– Quanto você quer?

– Cinco mil, a vista.

Drew abriu um sorriso malicioso, aquela era mesmo a médica que há pouco falava de ética da profissão? Drew gargalhava por dentro.

– Okay. – Ele sacou rapidamente o talão de cheques e o preencheu com algumas centenas a mais do que a quantia pedida pela mulher, e o estendeu em seguida. A mulher o pegou e estranhou.

– Drew Rheon? Quem é Drew Rheon?

– É o nome que eu uso fora do consultório, não se preocupe, ele tem mais fundo do que o oceano.

A mulher o fitou com uma expressão estranha, mas logo começou a falar.

– Oh, bom, Anna é uma paciente muito emotiva e muito instável, nós fizemos exames anos atrás, mas ela se recusou a aceitá-los, achei que ela talvez acabasse compreendendo sozinha, mas pelo que me conta parece que isso não aconteceu.

– Posso ver esses exames?

– Oh eles estão fichados há muito tempo, levaria algumas horas para que eu os encontrasse, se quiser posso scaneá-los e mandar por e-mail para o senhor.

– Isto seria ótimo!

– Eu peço para que minha secretária os encontre e envie para o senhor ainda esta tarde.

– Claro, agradeço muito por isso, mas será que poderia me adiantar sobre o que há nestes exames?

– Bom Dr. Coleman. – Ela pronunciou o nome com um tom de incerteza. – Terá que ser muito cuidadoso ao falar isso a ela, como disse ela é uma paciente muito emotiva.

– Claro, claro, o que é?

– Anna é estéril, não pode ter filhos.


**


– Isso foi maravilhoso! Oh Robbie, você fica tão lindo tocando! – Julie bateu palmas animada depois que Rob, Dave e Brad acabaram de tocar a canção juntos. O sorriso que se abriu no rosto de Rob era acanhado.

– É, foi maravilhoso Robbie. – Dave disse perto do ouvido dele tirando um pouco de sarro.

Robert se levantou de supetão e olhou no relógio de pulso.

– Julie, acho que está quase na hora de abrir o restaurante.

– Eu sei, já estava indo me despedir de vocês. – A jovem deu um beijinho nas bochechas de Brad e Dave. – Adorei conhecê-los rapazes, espero conhecer o resto da banda um dia desses.

Ela soava tão infantil que Brad esbugalhava os olhos para Rob como se dissesse um “Que porra é essa” mudo.

– Nós adoramos te conhecer também Julie, você é linda. – Dave disse galante, mas não menos espantado com a garota do que Brad.

Julie caminhou até Rob e o enlaçou com os braços, dando-lhe um beijo demorado na boca.

– Tchau Robbie, te vejo mais tarde? – Disse fazendo um bico como se fosse uma criança.

– N-não vai dar Julie, eu vou, ahm – Rob olhou para os amigos em busca de uma desculpa, e então Brad pigarreou.

– Ele vai me ajudar com... com... o encanamento lá de casa, minha pia estourou hoje na hora do almoço, tem alface podre pra todo lado, uma nojeira, odiaria que se sujasse no meio dessa imundice Julie. Mas isso é coisa que nós machos podemos resolver.

Dave quase não conseguiu prender o riso, o rosto cheio de sardas já começava a ficar rosa e ele teve que baixar a cabeça para que Julie não notasse.

– É... Deve levar uma boa parte da noite, sabe como esses encanamentos são. – Rob riu sem graça.

– Oh, imagino, não sabia que consertava canos Robbie! Oh, você é tão talentoso! Não vou incomodar o programa de vocês, mas amanhã eu venho pra nós ficarmos juntos, Robbie lindo!

Depois disso Julie saiu sem pressa da casa e ao ver que ela já não podia ouvir mais nada, Dave soltou uma gargalhada estridente que ecoou por toda a casa.

– Para de rir, não tem graça. – Rob o empurrou para o lado, mas isto só serviu para que Dave risse ainda mais. – Eu me sinto mal mentindo para ela desse jeito.

– Vamos ser honestos Rob, isso não está funcionando. Ela é uma garota linda, mas além de ser muito nova, ela tem cérebro de um bebê.“Robbie”. – Phi disse enquanto pulava em um dos sofás e coçava barba ruiva e espessa. – Se fosse só coisa de uma noite eu nem me importaria, mas ela já tem até uma escova de dente no seu banheiro.

Rob suspirou e então Brad começou a falar.

– Ele tem razão Bourdon, essa garota nem de perto é a certa pra você.

– Eu sei... Caralho como eu sei. – Robert emaranhou os dez dedos das mãos nos cabelos castanhos. Senti-los tão grandes entre seus dedos também fazia com que se lembrasse de Cláudia. – E-eu fui na casa da Kady ontem...

– Você o quê? – Brad alterou a voz, mas tentou disfarçar a animação que aquela notícia lhe causava, finalmente o amigo parecia estar deixando de ser bobo e tentando consertar a besteira que fizera.

– Eu fui até a casa dela, o Mike pediu pra que eu checasse se Anita estava lá, ele ligou para o telefone do Dave, mas eu atendi...

– Pula essa parte, o que aconteceu quando estava lá? – Brad disse ansioso.

– Eu a beijei.

– Isso é bom! Não é bom Dave?

Dave respondeu com uma careta, Rob não parecia feliz.

– Não é bom Brad, ela me odeia e com um bom motivo.

– Ela te ama! – Bradford se levantou. – Você tem que reconquistá-la meu amigo.

– Brad...

– Não diga que não gosta mais dela que eu sei que é mentira, vamos lá Robert, liberte o tigre que existe em você!

– Não começa Brad.

– Sabe, acho que devíamos ir consertar mesmo alguns canos hoje a noite.

– O que anda fumando Delson? – Dave disse sorrindo, mas Brad já tinha uma ideia fumegando em sua cabeça.


**


Depois de passar algumas horas na casa de Chester, Anita enfim tomou coragem para ligar para Mike, estava dentro do taxi quando a voz dele soou do outro lado.

– Onde você está? – Foi a primeira coisa que ele disse.

– Acabei de sair da casa do Chaz, você está bem?

– Não, eu estou tendo um ataque. – Disse sem fazer graça e aquilo a preocupou – Eu estou na praia, será que pode vir até aqui?

– Claro.

Mike deu sua posição exata e logo Anita pediu ao motorista que mudasse a rota. Encontrou Mike sentado na areia da praia debaixo do sol quente e sozinho próximo à algumas pedras.

– Vai pegar uma insolação sentado aqui. – Ela disse atrás dele e rapidamente ele se virou para trás. Ao vê-la, Mike se levantou e a abraçou com um desespero enorme.

– Eu sinto muito Ann, eu sinto tanto, me desculpa, eu nunca devia...

– Está tudo bem Mike, não precisa pedir desculpas. – Os braços dele apertavam-na com força e ele tinha o rosto enterrado na curva do pescoço dela, só então Anita notou que ele soluçava. – Shhh, não precisa ficar assim meu amor, nós vamos dar um jeito okay?

– Eu sou um idiota!

– É claro que você é... Mas eu não deixei de te amar por isso. Você ainda é meu Mike, e se aquela bruxa encostar um dedo em você...

Mike então gargalhou em meio às lágrimas.

– Obrigada Ann, você é a melhor. Acho que tirou meia tonelada das minhas costas só com esse seu sorriso aí.

Anita sorriu e beijou os lábios dele.

– Eu te devia isso.

– Não...

– Não vamos remoer isso agora okay? Vamos pensar no que vai ser agora, o que pretende fazer?

– Eu não sei, eu ainda não consegui raciocinar direito.

– Precisa ligar pra polícia Mike, ela matou a Tali!

– Ela está grávida...

– Isso não muda o que ela fez! Ela matou, está entendendo? MATOU a Talinda! Se continuar escondendo ela na sua casa podem até te incriminar!

– Eu não sei Anita.

– Se você não ligar, eu ligo. Essa criança vai nascer e nós vamos cuidar dela, de preferência longe dessa maluca, mas ela não pode sair impune pelo que fez.

– Você tem razão. – Mike sacou o celular e ligou par Luke, sabia que se ele seria compreensivo e a trataria com um pouco de cuidado. – Está feito eles estão indo lá para casa, eles vão levá-la.

– As coisas vão ficar difíceis agora, Mike, o julgamento do Kevin é daqui há algumas semanas, esse lance da Anna... nós vamos ter que ser fortes.

– Eu sei... Pelo menos nós estamos juntos não é?

– Sim, eu ainda estou aqui, seu chinês orelhudo.

– Eu sou japonês okay? E minhas orelhas são apenas questão de perspectiva! – Anita o empurrou em meio à risadas e Mike rapidamente a puxou para si, lhe estalando um beijo nos lábios.

O celular de Mike então tocou, ele atendeu e um sorriso se abriu em seu rosto.

– Okay, chego aí num minuto. Não... Está tudo bem comigo sim, não se preocupe. Estou a caminho.

Anita fitava o rosto de Mike com curiosidade, assim que ele desligou, ela perguntou apressada:

– Quem era?

– Brad... Acho melhor você voltar pra casa da Kady, eu falo com você mais tarde, preciso ir até ele.

– O QUÊ? O que foi que ele queria?

– Você é curiosa demais Bennington.

– Sabe, uma relação não pode ser construída em cima de segredos, Shinoda.

– Eu vou te colocar em um taxi.

– MIKE!

– Não estou te ouvindo la la la la...


**


O jovem advogado se espreguiçou em sua cadeira e olhou no relógio de pulso, dez horas da noite, havia sido um dia longo e a quantidade de papéis que revisara maior do que sua capacidade podia contar. Levantou-se em meio a alguns resmungos, folgou um pouco o nó da gravata, tirou o paletó e caminhou preguiçosamente pela sua sala, assim que saiu, a secretária exibiu um sorriso presunçoso.

“Troquei dois beijos com ela e já acha que sou seu namorado, arg!”.

– Boa noite Lisa, vejo você amanhã.

– Gordon, espere! – Era sempre assim, no final do expediente ela perdia as formalidades e o chamava pelo primeiro nome, talvez fosse a hora de trocar de secretária.

– O que foi?

– Chegou isso pra você agora pouco. – Lisa estendeu-lhe uma pasta azulada e espessa, ele a pegou e a girou nas mãos.

– Não tem remetente?

– Não.

Gordon jogou o paletó sobre o braço de uma das poltronas da sala de espera e se sentou para abrir o envelope. Passou os olhos rapidamente pelo conteúdo e aos poucos um sorriso foi se alargando em seu rosto.

– MEU DEUS!

– O que foi? O que diz nesse envelope!

– Eu tenho toda a vitória do caso Bennington aqui em minhas mãos Lisa! Vou passar a noite lendo isso, pegue alguns cafés lá embaixo para mim, por favor. – Gordon se levantou animado, nada como novas e deliciosas evidências para restabelecer suas energias. Colocou a pasta debaixo do braço e virou-se para Lisa novamente. – Depois de trazer os cafés pode ir embora, mas a quero aqui amanhã cedo. Encarregue-se de ligar para Anita bem cedo, ela vai gostar das boas novas.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Anna vc está lost no echo kirirda
Kady baby come back pro Roberto ele é o cara que meio da noite te chama pra dizer que te ama esse cara é o Roberto (8)
*ai eu sei q vcs ja se acostumaram com as minhas idiotices então to nei ai*
Espero que tenham gostado
Beeijos ;)