P.O.V Percy

 A noite passada tinha sido bem divertida. Logo quando todo mundo foi embora que fui falar com Sarah, mas ela já estava dormindo.

 No dia seguinte fui falar com Annabeth.

-Annie – eu disse. – Me desculpa por ontem. Eu tinha que falar a verdade.

-Você gostou mesmo da Rachel? – ela disse triste.

-Sim, mas agora não. A única pessoa que eu gosto e sempre vou gostar é você Annabeth.

Ela sorriu.

-Tem certeza?

-Absoluta.

-Você nem me disse bom dia.

-Bom dia – disse dando um beijo nela. – Vamos esquecer isso, ok?

-Ok!

Depois de conversar com Annie, fui até Sarah.

-Sarah!

-O que?

-Desde quando você já beijou um garoto.

-Desde que cheguei ao acampamento.

-E por que não me disse?

-Eu preciso contar tudo agora?

-Sim!

-O que você quer saber?

-Com quem foi.

-Com um filho de Apolo, o Lucca.

-Como foi?

-Percy!

-O que?

-Eu não vou ficar dizendo isso!

-Eu sou seu irmão!

-Por isso mesmo! Eu tenho 12 anos, quase 13!

-Por isso mesmo! Você é muito nova!

-Não sou! Jess, Connor, Nico e Taylor têm 13 e 14 anos.

-São mais velhos!

-1 e dois anos!

-Tudo bem – eu disse – eu esqueço isso. Mas toma cuidado.

-Tudo bem.

P.O.V Connor

 Eu estava maluco. Ontem tudo tinha sido incrível. Primeiro a Jess admite que gosta de mim e depois ela deixa eu beija-la. Tudo bem, nós já havíamos nos beijados antes, mas não em publico. E ela deixou. Foi incrível, tudo bem, foi um selinho, mas foi incrível.

 Eu gosto mesmo dela. Não sou mais que nem meu irmão que quer ficar com todas, agora eu só quero a Jess. Jess, Jess, Jess, esse nome não sai da minha cabeça.

 Fui até o chalé de Héstia, no dia seguinte, e Jess estava saindo do chalé, indo em direção ao refeitório.

-Jess! – gritei.

 Ela se virou e me viu, ela sorriu e me esperou. Quando cheguei perto dela ela sorriu de novo.

-Bom dia – eu disse.

-Bom dia.

 Ficamos em silencio. Um silêncio muito constrangedor. Ela me olhava esperando que eu dissesse alguma coisa, mas eu não tinha o que falar, só queria ficar na companhia dela.

-Só veio me dizer bom dia? – ela disse desconfiada.

Eu abri a boca para dizer que sim, mas logo me arrependi. Eu estava com ela, estávamos sozinhos, por que não aproveitar o momento?

-Não. – eu disse.

-O que é então?

-Aquilo que você disse ontem, sobre gostar de mim, era verdade?

-O jogo não era verdade ou desafio?

-Sim.

-Era verdade – ela disse e corou.

-Isso é... Legal... – eu não sabia o que dizer. – Bom, eu também gosto de você.

-Serio?

-Sim.

Ela sorriu ainda mais. Aquele sorriso... Era lindo. Seus lábios eram lindos e me deu uma grande vontade de tê-los colados aos meus. E foi isso mesmo que eu fiz. Ela pareceu surpresa no começo, como se não esperasse que eu a beijasse, mas logo ela retribuiu o beijo, e eu gostei.

 Foi um beijo calmo e rápido. Não queria exagerar para um dos nossos primeiros beijos. Quando nossos lábios se separaram eu queria colá-los de novo, aquela sensação era incrível, seu beijo era incrível, e eu já estava com vontade de beijá-la de novo.

-Jess, você quer namorar comigo? – eu perguntei.

 Eu sei que nós se conhecemos faz pouco tempo, duas semanas, mas eu gostava tanto dela, e ela gostava de mim. Sei que estou indo rápido, primeiro devíamos ficar e quando tudo estivesse certo eu a pedia em namoro, mas eu não conseguia, eu queria ter o prazer de tê-la como namorada, chama-la de minha namorada, beija-la todos os dias, e se ela aceitasse por que não pedi-la em namoro agora?

 A expressão de Jess estava confusa, feliz, alegre e mais confusa ao mesmo tempo. Será que eu fui rápido de mais?

-É... – ela disse – Você quer namorar comigo?

-Sim. – eu disse como se fosse obvio.

-Serio?

-Sim.

Ela sorriu.

-Tudo bem – ela disse.

-Isso é um sim?

-É.

Sorri. Fomos para o refeitório de mãos dadas. Eu estava gostando daquilo. Tentei não ligar para os olhares que nos cercavam, mas quando cheguei ao refeitório uma coisa me chamou a atenção.

 Estava tendo uma briga e quando vi quem era eu não acreditei.

P.O.V Taylor

 Acordei no dia seguinte toda feliz. Coloquei uma roupa qualquer, me certifiquei que estava com meu colar, que mesmo nunca tirando de meu pescoço podia cair, e coloquei a pulseira que Nico me deu. Eu amei aquela pulseira, é um presente perfeito, e eu fico muito feliz que foi dada por Nico.

 Fui até o refeitório, estava tudo normal, mas quando fui entrar no refeitório alguém me impediu.

-Onde pensa que vai? – era Rafaela.

Eu já disse que odeio aquela garota?

-Tomar café? – disse como se fosse obvio.

-Não vai não.

-Como assim?

Ela começou a andar, o que me obrigou a recuar. Ela parou onde todos os campistas são obrigados a passar para entrar no refeitório.

-O que você quer? – eu perguntei.

-Meu namorado.

-Você tem um namorado?

-O Nico.

Eu ri.

-Olha – eu disse – Nico nunca foi seu namorado, vocês ficaram.

-Mas ele me largou para ficar com você.

-Ele te largou, isso é verdade, mas não para ficar comigo. Ele apenas não agüentava você.

-Isso não é verdade.

-É sim.

-Eu sou filha de Afrodite, sei que ele gosta de você. Mas se você morrer ele vai ter que voltar para mim.

-Você acabou de admitir que o Nico prefira a mim a você. Que eu sou mais bonita? Legal? Inteligente? Tenho que admitir que você seja mais bonita do que eu, mas não ganha na inteligência.

-E na luta? – ela disse.

-O que?

 Ela pegou sua espada e me cortou no braço. Não deu tempo de raciocinar, ela foi rápida. Eu peguei minha espada, e comecei a lutar com ela. Foi fácil, em poucos minutos eu já havia desarmado ela. Olhei para os lados e vi que todos no acampamento estavam vendo a luta.

 Foi ai que senti uma dor enorme. A Rafaela tinha pegado à faca de sua irmã e enfiado com tudo em minha coxa. Eu caí com tudo no chão. Eu pensei que tinha ganhado.

-Parece que uma filha de Afrodite ganhou de uma filha de Nyx. – ela disse rindo.

Olhei para minha perna, ela sangrava muito, e meu braço também, tinha um corte do ombro até o cotovelo bem fundo.

-Eu pensei que eu já havia ganhado – eu disse.

-Só se ganha quando o oponente morre.

-Então você não ganhou.

Ela apontou a espada dela em minha garganta.

-Ah! Eu ganhei – ela disse.

-Não! – alguém gritou.

Olhei para o lado e vi Nico empurrando Rafaela no chão.

-Nunca mais – ele disse apontando o dedo no rosto dela – Nunca mais toque nela, entendeu?

-Você tem que ficar comigo. – ela disse.

-Nunca. Eu tenho nojo de você.

Rafaela começou a chorar e saiu correndo para seu chalé. Falar mal de uma filha de Afrodite dizendo que tem nojo dela deve ser bem ruim para elas. Suas irmãs foram atrás dela. Meu olhar estava em Nico, ele também olhava para mim.

-Campistas – ouvi Quiron dizer, ainda olhando para Nico – Voltem para suas atividades, Rafaela terá uma punição pelo que fez.

Ouvi os campistas se mexendo e voltando para suas atividades. Também ouvi Quiron indo em direção ao chalé de Afrodite. Ficamos só eu e Nico. Eu ainda estava no chão, sangrando.

 Ele veio para perto de mim e se agachou.

-Me desculpe – ele disse.

-Pelo que?

-Por isso.

-Não foi sua culpa.

-Seu eu não tivesse terminado com a Rafaela, ela não teria feito isso.

-Eu prefiro morrer a ver você com ela de novo. Você fez a coisa certa, ela que esta errada, querendo me matar para ter você de volta.

-Ela te machucou feio. – ele disse examinando meus cortes.

-Eu teria acabado com ela, mas ela enfiou a faca na minha perna quando eu já havia derrotado-a.

-E o braço?

-Logo quando ela chegou. Ela falou algumas coisas e me atacou de surpresa.

-Vamos para a enfermaria.

 Eu tentei me levantar, com a ajuda de Nico, mas eu não conseguia nem andar com aquele corte. Nico percebeu isso e me pegou no colo, no estilo princesa.

-Não precisa fazer isso – eu disse.

-Claro que sim, você não consegue andar.

-Mas eu não gosto que me pegue no colo, eu me sinto pesada.

-Acredite; você é bem leve.

 Ele me levou até a enfermaria, que não era muito longe e me colocou em uma maca. Parecia que o médico que era filho de Apolo, já estava sabendo e nem perguntou o que aconteceu.

 Ele me deu Ambrósia e cuidou de meu machucado. Nico ficou lá, do meu lado, não demorou muito e eu já estava me sentindo melhor, mas o filho de Apolo pediu para que eu ficasse de repouso a tarde inteira lá.

-Você esta melhor? – Nico perguntou, logo quando o medico saiu.

-Sim.

-Você quer que eu fique com você?

-Você quem sabe, é melhor você ir treinar.

-Treinar é o que eu menos preciso fazer.

-Se você treinar, você fica melhor.

-Mas do que eu já sou?

-Sim, seu exibido.

-Eu prefiro ficar aqui, fazendo companhia a você.

Eu sorri.

-Tudo bem então – eu disse.

-Eu fiquei preocupado com você.

-Só foi um corte.

-Dois cortes – ele me corrigiu – e profundos.

-Mas eu estou melhor.

-Eu ainda me sinto culpado.

-Não se sinta. Se você se sentir culpado pelo o que aconteceu comigo eu vou me sentir culpada.

-Você vai se sentir culpada que eu estou me sentindo culpado pelo que aconteceu com você?

Eu ri do nó que deu nas palavras. Ele estava sentado ao meu lado, na maca.

-Sim – eu disse.

-Não se sinta.

-Então não se sinta culpado.

-Tudo bem – ele disse. – Mas eu fiquei preocupado. Não gostaria de te perder, ou ver você machucada de novo.

-Não vai acontecer. Se você estiver perto de mim para me salvar.

-Eu sempre vou te salvar.

Ele começou a chegar cada vez mais perto, mais perto, e mais perto. Eu estava bem nervosa. A distancia entre nós já estava bem perigosa e pequena.

 Ouvi alguém pigarrear na nossa frente e me separei na hora. Era Jess. Sabe; eu amo a Jess, ela é minha melhor amiga, mas tinha que vir me visitar da minha quase-morte agora? Não podia ver se eu sobrevivi depois?

-É melhor eu ir embora – Nico disse.

-Não precisa – eu disse.

-É melhor você conversar com sua amiga e descasar. Depois nós conversamos. – ele se levantou.

-Tudo bem – eu disse.

-Tchau – ele disse e me deu um beijo na testa. E ele foi embora.

Jess estava com um sorriso imenso no rosto. E eu devia estar vermelha.