O Filho do Alquimista de Aço escrita por animesfanfic


Capítulo 32
A conversa franca entre Winry e Edward


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Vasculhando meus documentos, achei essa história de anos atrás. Escrevi muitos capítulos ainda e não postei. Começarei a repostá-la. Espero que ainda existam pessoas interessadas!

Obrigada e boa leitura!



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Edward saíra da tenda, desolado, perplexo e confuso. Sentara em uma pedra próximo ao local. Escorou as mãos no rosto, exausto. Aos poucos, vários pensamentos começaram a se juntar e muito da angústia dos últimos meses parecia fazer sentido.

“Então por isso ela se escondeu de mim hoje cedo na casa da Pinako.”

As palavras de Al no hotel pareciam se encaixar. O vínculo com este mundo que ele se referia era a criança. Desde quando o irmão sabia? Desde a manhã daquele dia? Desde o início? Winry contara sobre o caso que tiveram? Respirara fundo, tentando organizar os pensamentos.

“Mas por qual razão ela queria esconder isso de mim? Por quanto tempo isso perduraria se o dia prometido não tivesse nos unido? Ela esconderia a criança? Eu desconfiaria?”

Voltou à tenda, pensando nas possibilidades sem parar.

Pinako - Melhor?

Ed - Não.

Pinako - Vai melhorar. Eu vou buscar Riza, daqui a pouco Winry vai acordar. - O homem assentiu com a cabeça.

A idosa saiu com o passo apressado, enquanto o alquimista se aproximava da cama. A imagem da moça grávida ainda era difícil de assimilar. Jamais imaginaria que a noite no vagão lhe trariam frutos.

Ed - Por que isso aconteceu dessa forma? - Sentou-se na ponta da cama. A moça esboçou um resmungo, levantando ligeiramente uma das pernas.

Seu vestido curto de algodão branco subira, deixando sua calcinha branca e uma parte da barriga aparente. O loiro via a barriga subir e descer incessantemente. Permanecia com uma estranha repulsa sobre a ideia da paternidade, ao mesmo tempo que lamentava não ter a chance de ver a criança crescer em seu ventre.

Edward abaixou o vestido da moça e colocara um lençol por cima de seu corpo. Levantou-se, indo em direção a saída. Estava preocupado com Pinako que, naquela altura, já deveria estar com a sedação. Ouvira um grunhido de Winry e virara preocupado.

Ed - Está tudo bem? - Winry abria os olhos com dificuldades, tentando focar em algum objeto. Parecia acordar de um pesadelo torturante. Sentara-se, atordoada e avistara Edward ao pé da cama.

O coração da garota disparara. Não era possível que todo seu plano teria ido por água abaixo. Olhara sua barriga para verificar que tudo estava bem. Como iria explicar a situação. Deveria contar-lhe a verdade ou continuar o plano dos homunculus? Seria uma chance de salvar a si e seu filho?

Ed - Está mais calma? - Sua expressão era séria. Uma feição que Winry nunca havia visto no homem. Sua boca estava seca. O coração ainda pulsava forte. Suas mãos tremiam.

Ed - Podemos conversar sobre isso? - Desceu os olhos para a barriga da moça. Winry se sentia em um misto de emoções, gostaria de dizer muitas coisas, vomitar palavras, angústias, dores, mas nada saia de seus lábios.

Ed - Podemos ter essa conversa como adultos? - Fechou as mãos uma sobre a outra. Winry assentiu com a cabeça.

Ed - Essa criança é minha? - Winry congelou os olhos no lençol, mal tinha coragem de olhá-lo. Poderia mentir novamente, embora antes de sedá-la, havia dito a verdade. - Foi no dia do vagão que isso aconteceu?

A loira fechou os olhos, em um misto de tristeza e vergonha. Se ele soubesse que havia planejado aquele momento, jamais a perdoaria. Até mesmo duvidaria de sua sanidade. Jamais poderia contar.

Ed - Nós transamos sem nos proteger só naquele dia. Diga-me, por favor, foi nesse dia? - A loira assentiu com a cabeça. O alquimista respirou firme. - Certo. Nós dois temos culpa nisso, então. Fomos negligentes.

Winry - Culpa? - Sua interrogação fora tão grande, que a voz saíra em um rompante. - Isso é um erro para haver culpados?

Ed - É um erro, Winry. - Tirara as mãos das têmporas. - Um erro porque eu não estava planejando engravidar ninguém. E muito menos você queria carregar um filho meu. - A loira engoliu em seco. Ela sim planejava carregar um filho dele.

Winry - Não importa como você vê essa situação. Se eu contasse, quereria que eu tirasse a criança.

Ed - Eu não disse isso.

Winry- Então, o que faria? Voltaria da guerra para cuidar desse filho malquisto?

Ed - Malquisto? Como pode tirar essa conclusão se nem a oportunidade de saber você me deu?

Winry - Lembro muito bem, disse-me no vagão naquela noite que não queria ser pai.

Ed - E por isso resolveu esconder a existência dessa criança?

Winry - Também. Na sua vida não há espaço para uma família, Edward. - O loiro fechara o cenho, no fundo sabia que era verdade.

Ed - Até quando pretendia levar essa mentira? Eu tinha o direito de saber. Você não o fez sozinha.

Winry - Eu não tenho nada com você, Edward. Só foi uma noite e nada mais. Você não precisa se preocupar, não faz parte disso. - Pousara a mão na barriga.

Ed - Não foi uma noite, Winry. Foram várias vezes. Não vai admitir isso?

Winry - Foi algo momentâneo.

Ed - Achei que não seria algo sem importância, afinal você me conhece há muito tempo.

Winry - Eu estava frágil e carente. - Passara as mãos sobre o rosto.

Ed - Então tudo não passou de carência da sua parte?

Winry - Exatamente. - Ed a olhou levemente ofendido.

Ed - Então naquela noite você só queria fazer sexo? - A loira arfara.

Winry - Sim, eu só queria fazer sexo e você era alguém em quem eu confiava. Mas não devia ter me envolvido fisicamente com um amigo de infância. Foi um erro.

Ed - Então você me encheu de bebida para conseguir transar? - Piscou várias vezes.

Winry - Não importa por qual motivo deitei com você naquela noite.

Um silêncio pairou no ar. A loira olhou o alquimista sentado ao pé da cama, com a camisa dobrada até o antebraço. Suas veias saltavam protuberantes. Percebeu que o homem havia ficado ainda mais forte desde a última vez que o vira. Não podia negar a imensa atração que sentia por ele. Sacudiu a cabeça para não pensar bobagens, sabia que eram os hormônios da gravidez.

Ed - Eu achei que houvesse outra razão além de uma curiosidade adolescente. Já que você estava tão curiosa sobre fazer sexo, até que teve sorte de ser com alguém que conhece. Ao menos o pai do seu filho não é um completo desconhecido.

Winry - Não me ofenda, Edward. Eu confiei em você. - Ambos olharam para o nada, descontentes.

Ed - Não importa mais agora. Precisamos saber como iremos lidar com isso daqui em diante. - Respirou, em um misto de emoções conflitantes.

Winry lamentava por dentro. É óbvio que havia sido especial, mas o que ela poderia dizer naquele momento? Confirmar tais sentimentos? O que lhe restaria quando ele descobrisse a verdade? Não podia prolongar mais uma situação conflitante. Tomara coragem, não podia permitir se envolver.

Winry - Não quero voltar no passado. Confesso que fiquei envolvida, Edward. Foi a minha primeira vez, eu não vou esquecer. Eu estava curiosa e vi naquela noite uma oportunidade de experimentar. - Fechara os olhos, triste em mentir mais uma vez sobre tudo. - Mas as coisas mudaram, você foi embora e eu tive tempo para perceber que foi uma paixão boba. Esses sentimentos já foram embora. Não quero alimentar falsas esperanças. Nós deveríamos ter mantido a amizade desde o começo. - Fora dura demais com o homem, mas sabia que não poderia agir diferente.

Ed - Tudo bem, fico aliviado em ouvir suas palavras sinceras. - Levantara, inquieto. - Bom, ao menos podemos resolver isso de forma madura.

Winry - Sim.

Ed - Então, podemos falar sobre o que vamos enfrentar agora? - A loira ficara sem piscar. É óbvio que pensara no plano dos homunculus em tirar seu filho.

Winry - Do que está falando?

Ed - Dessa criança que geramos. - Apontara para a barriga da moça. - Precisamos resolver isso.

Winry - Eu não quero pensar nada agora. Estamos no meio de uma guerra. - Pensava em como planos poderiam ser inúteis se não havia certezas que sairia viva da situação.

Ed- Por isso mesmo, eu sou alquimista, Winry. Nunca sei o dia de amanhã.

Winry - Então qual a necessidade de pensarmos no futuro? - Levantara uma sobrancelha.

Ed - Por que estou com a sensação que você não quer pensar na vida dessa criança quando ela nascer?

Winry - É claro que não.

Ed - Já que seremos pais solteiros, vamos dividir a guarda.

Winry - Eu já disse, não quero ter essa conversa.

Ed - Quando poderemos?

Winry - Quando eu estiver com ele nos meus braços, até lá não quero contato com você, Edward.

Ed - Por que está agindo assim?

Winry - Porque eu quero esquecer que tudo isso aconteceu! - Falara, exasperada, cedendo a pressão de tantos questionamentos.

O alquimista silenciara. Fechara os olhos. Jamais imaginaria ter de passar por aquela situação no meio de uma guerra.

Ed - Eu sei que tudo isso é um erro, mas não tem mais volta. Nós teremos esse filho, eu sou o pai e preciso deixar as coisas claras. Se eu pudesse voltar atrás, nunca teria ido adiante naquela noite.

Winry olhara para os lados, atordoada. Quanto sofrimento teria de aguentar?

Winry - Eu não estou pedindo para você assumir nada. Por favor, entenda. Eu mesma cuidarei dele.

Ed - O que? - Olhara-a chocado. - Não se trata só de você mais.

Winry fitara o rosto do rapaz. O homem estava tão sério que a assustava.

Ed - Cansei de ser gentil. Vou respeitar a sua escolha por enquanto. Independente de você estar arrependida de passar a noite comigo sem pensar nas consequências, não importa. Vou me afastar por enquanto, como pediu. Mas assim que tudo isso acabar, vamos dividir os termos em cartório.

A protética havia conseguido o que queria, manter-se longe do pai de seu filho. No entanto, aquilo dilacerava sua alma. Ter de lidar com tudo sozinha, porque não sabia o que poderia acontecer.

Ed - Eu só tenho uma última pergunta. Por que escondeu de mim todo esse tempo? Pretendia me enganar até quando?

Winry - Não pretendia interromper sua vida por causa de um erro, como você mesmo disse. Eu não pretendo levar nada do que aconteceu adiante. Ia esconder o quanto pudesse.

O loiro cerrara os olhos.

Ed - Não considerou meu direito em nenhum momento? O que eu penso sobre tudo isso? Afinal, eu participei para gerar essa vida. - Arfara, desgostoso. - Estou decepcionado, Winry. Não esperava que seria tão aversiva essa ideia para você. Mas eu vou te respeitar, a escolha é sua.

O alquimista dera alguns passos para perto da tenda.

Winry - É aversivo tudo isso para mim. - Segurava as mãos nos lençóis, por dentro chorava com suas próprias palavras. - Eu confundi um carinho de irmão por você.

O loiro dera um meio sorriso, debochado. Estava pessoalmente ofendido.

“Quem passa uma noite daquelas com carinho de irmão?”

Ed - Irmão? Não era o que você dizia naquele dia.

Winry - Pare! Não torne tudo pior do que já está!

Ed - Vou me afastar, vamos manter apenas o contato necessário. - Seu rosto estava frio. Edward estava em modo alquimista, passando a tratá-la como um negócio a ser resolvido. - A partir de agora, o nosso contato será apenas para dividir a guarda da criança.

A mulher respirara entrecortado. Nunca havia sido tratada daquela forma tão fria pelo garoto. Sabia, a partir daquele momento, que os sentimentos nutridos por todos os anos de convívio seriam aniquilados pelo alquimista.

“Sei como Edward destrói sentimentos que o magoam. Sei que jamais terá volta!”

Ed - Não sei o que vai acontecer nessa guerra, Winry. Ao menos pude saber toda a verdade que você insistiu em me esconder. Não tenho tempo para lamentar, vou respeitar a sua escolha. Mantenha-se sedada até amanhã cedo, evite desgaste. Alphonse vai chegar com o médico. Foque só no parto desse bebê. Ele não tem culpa da nossa negligência.

A loira assentira com a cabeça.

Ed- Vá para um local seguro, por favor. Deixarei uma das quimeras com você. Também pedirei a Al para ficar de olho, se precisar de algo peça a ele. Tenho meu trabalho a cumprir. - Quando já saía da tenda, a loira o chamara.

Winry - Edward, por favor. - O loiro virara para ela. - Não conte a ninguém sobre essa criança, não quero que ninguém saiba. Se me perguntarem, direi que foi com um homem casualmente.

Ed - Por que quer tanto esconder isso?

Winry - É só o que eu lhe peço, por favor.

Ed- Muitas pessoas já sabem.

Winry - Preciso que isso seja mantido em segredo, por favor. - O loiro a olhou incrédulo. A situação parecia inapropriada e absurda.

Ed - Ok, se é isso que deseja. - Saíra em um rompante, deixando a protética sozinha no local.

Winry - Obrigada. - Fechara os olhos, languidamente. Ao menos nove pessoas sabiam que estava grávida de Edward. Precisava manter isso em sigilo, caso contrário qualquer um poderia desconfiar da verdade ou até mesmo chegar aos ouvidos dos homunculus.

Logo que Ed saíra, Pinako e Riza entraram na tenda.

Pinako - Melhor, minha neta?

Winry - Temos que esclarecer umas coisas, vovó. Você também, Riza. - - Riza e Pinako se olharam, desconfiadas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Esperem que ainda vem muito mais por aí!



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