Mirrors And Shadows - Sequel To Ls escrita por Laradith


Capítulo 13
TREZE




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Eu me sentia como um peixe fora d’água. Minha boca abria e fechava enquanto eu processava a informação e tentava dizer algo coerente, mas era impossível.

- Você não entende, Rose? Jill morreu assim que levou aquele tiro. Eu vi os laudos, era impossível ela ter sobrevivido. Além disso, eu pude detectar algo diferente na aura dela, um pouco de escuridão. Eu senti que ela é uma shadow-kissed assim que a vi, bem antes de analisar sua aura.

- Então quer dizer que... Não... Possível – eu gaguejava, perdida nas palavras. Não consegui acreditar que Jill realmente tinha morrido e que Adrian a trouxera de volta. Que agora eles estavam ligados. Era surreal.

Ela tocou meu braço gentilmente. – Eu também não queria acreditar, mas essa é a verdade. Foi nossa culpa não ter percebido que eles iriam matá-la. Eu tinha certeza de que aquela carta estava apenas blefando.

- Eu também. – confessei e voltei a olhar Jill – E o que vamos fazer agora? Ela não está mais segura aqui depois disso. Eles vão caçá-la até matá-la para te tirarem do trono.

- Estava pensando sobre isso. Vamos ter que tirá-la daqui, para algum lugar onde ninguém tentará lhe fazer mal.

 - E eu estarei ajudando nessa remoção, vocês sabem.

Lissa e eu praticamente damos um pulo de susto. Parado na porta da sala, usando um terno preto com um lenço azul e jóias no pescoço e nas orelhas, estava o meu ilustre e mafioso pai.

- Você por um acaso virou um cão farejador de problemas ou o quê? – perguntei cruzando as mãos no peito. Abe sorriu.

- Eu tenho as minhas próprias fontes. E não é como se essa notícia demorasse a se espalhar. Provavelmente ela já começou a circular quando um Drozdov decidiu puxar o gatilho.

Enjôo passou por mim ao me lembrar dos tiros. Abe estreitou os olhos para onde Jill dormia profundamente.

- Como ela está?

- Encrencada – murmurei e ele me fitou com um ar de interrogação.

- O que quer dizer?

Eu lancei um rápido olhar para Lissa. – Eu não sei como te explicar isso, velho. Mas Jill nunca mais vai ser a mesma. Não depois desse acidente e da mágica de Adrian.

- O que Ivashkov tem haver nessa história? – perguntou curioso.

- Lembra daquele laço que eu tinha com Lissa até um tempinho atrás? – quando ele assentiu, eu decidi contar toda a história de como o laço surgiu e expliquei que a mesma coisa tinha acontecido com Jill e Adrian. Que o espírito de Adrian havia trazido Jill de volta dos mortos e que agora ela estava ligada com a morte. Não mencionei os efeitos da escuridão que ela iria eventualmente absorver de Adrian. Abe não precisava saber sobre esses detalhes, apenas quando chegasse a hora certa.

- Impressionante – ele murmurou depois de olhar seu Blackberry. Ele o guardou no bolso do terno. – E onde está Ivashkov depois disso tudo? Eu suponho que ele devesse está aqui, vigiando-a.

Eu também queria saber onde Adrian estava.

- Ele está descansando – Lissa disse. – Se usar magia para curar alguns ferimentos já cansa, trazer alguém do mundo dos mortos é como se você fosse dilacerado. Suga muita energia e poder, ás vezes, levando o usuário de espírito a loucura dependendo do quanto de escuridão ele possuía.

- Mas duvido muito que isso aconteça com ele. Já que ele faz sua própria dose de medicação. – falei.

Abe iria abrir a boca para dizer algo quando eu vi. Um simples movimento a princípio.

- Acho melhor irmos até lá – Lissa disse mantendo seus olhos em Jill assim como Abe e eu. Eu a segui até a cama de Jill.

- Onde eu estou? – foi a primeira pergunta que Jill fez assim que nos viu. Ela estava pálida, os grandes olhos verdes arregalados de medo. Ela parecia a menininha que era, indefesa, precisando de proteção. Aquela proteção que eu falhei em dar-lhe.

- Na enfermaria e cuidado – Lissa a impediu de sentar. – Você ainda está machucada. Eu não acho que isso seja uma boa ideia.

- O que aconteceu comigo? Por que estou no hospital? – seu olhar caiu em mim, desesperado. – Rose, por favor, me diga o que aconteceu. Por que eu estou aqui?

Quando ela tinha virado seu rosto para me encarar, eu acabei notando uma mancha de sangue seco perto da sua orelha. Engoli em seco.

- Você foi baleada no estômago.

Ela ofegou. – Como? Eu... eu não consigo me lembrar...

- Aconteceu tudo rápido demais. Você estava com Adrian quando um grupo de rebeldes atirou em você. Ninguém sabia de nada. – Lissa explicou.

- Mas eu não sinto nada! – exclamou Jill, tocando seu estômago. – Eu não sinto dor. Quero dizer, só no meu braço por causa das agulhas. Mas onde deveria estar o tiro, não sinto nada.

- Adrian curou você – respondi. Ela franziu o cenho.

- Adrian me curou? Eu não me lembro disso. – explicou.

Lissa e eu trocamos olhares mais uma vez. Eu respirei fundo e encarei Jill, séria. - Jill, do que você exatamente se lembra?

- Hm... Eu lembro que estava conversando com o Adrian, ele estava me contando que seu pai tinha cortado sua mesada, porque ele estava cansado de ver Adrian sem fazer nada da vida. Daí a gente parou quando todos os guardiões correram para onde vocês estavam. Eu vi um grupo de Moroi, mas não me lembro mais de nada quando um deles virou pra mim segurando uma pistola.

- Mas você não sentiu um puxão... algo que a estava te sugando pra fora do seu corpo?

Ela fez uma careta. – Eu me lembro da sensação de estar flutuando e depois eu senti um formigamento e um puxão. Era como se eu estivesse fora do meu corpo e depois sendo puxada de volta. – seus olhos piscaram e eu pude ver pequenas lágrimas descendo – eu... eu não quero soar louca nem nada, mas é que eu simplesmente senti isso. E agora, eu não sei. Minhas emoções estão confusas, como se elas estivessem misturadas com as de mais alguém.

- Oh Jill, eu sei exatamente como você se sente. – falei suavemente.

Porque fora exatamente isso que tinha acontecido entre Lissa e eu depois daquele acidente. Eu me estremecia só de lembrar daquela sensação da morte me levando para o mundo dos mortos quando um puxão me fez voltar a si e eu abrir os olhos para encontrar Lissa chorando sobre o meu corpo, chamando meu nome. E momentos depois, eu me sentia estranha, como se as emoções de Lissa também fossem as minhas. Era o laço se manifestando.

- Sério? – eu assenti e por fim, revelei a verdade a ela.

- Jill, eu não sei como te dizer isso de uma maneira mais delicada porque eu não sei qual vai ser a sua reação. – o olhar de Lissa me encorajou. – Mas, você morreu com aquele tiro.

Se Jill já era pálida por ser Moroi, ela ficou com a aparência mais branca do que de um papel assim que ouviu minha declaração. – Co- como assim?

Eu dei de ombros. – Bom, você apenas morreu quando foi baleada. E Adrian a trouxe de volta, exatamente como Lissa fez comigo no acidente. Você e Adrian agora estão ligados, exatamente como Lissa e eu estávamos até um tempo atrás.

Eu continuei contando pra ela como a ligação funcionava, tirando suas dúvidas. Mas, quando a doutora apareceu, ela pediu que nós a deixássemos descansar. Ela ainda teria que examinar Jill e ver se ela estava bem.

Lissa e eu saímos da enfermaria cercada de guardiões, e eu não vi mais Abe. Ele deveria estar com sua gente ou tratando de negócios, sua especialidade. Então eu não o encontraria tão cedo. E tinha outra pessoa que eu tinha que visitar...

- Você acha que Adrian está em casa? – Lissa franziu os lábios.

- Eu acho que sim. Ele deve estar se recuperando de tudo. Mas, eu não acho que seja uma boa ideia vê-lo agora.

Assenti solenemente, sabendo que já estava tarde da noite e Adrian provavelmente estava desmaiado na cama. E uma visita minha não iria ser tão... agradável naquele momento.

Eu teria que esperar para conversar com Adrian.

***

- De acordo com os mapas que os guardiões possuem e os dados exatos da população Moroi e dhampir nos EUA, a região onde fica Palm Springs é a menos populosa. – Stanton informou.

Eu olhei para todos que estavam na mesa de reunião, especialmente para Abe que estava com o rosto pensativo e Emily, que permanecia calada, sofrendo em silêncio pelo que tinha acontecido com sua filha dois dias atrás. Hans não pode vir, já que os protestos estavam só aumentando com o passar dos dias. Assim sendo, somente Stanton, Abe, Emily e eu estávamos discutindo para onde Jill poderia ser enviada. Quanto mais pessoas argumentando, mas difícil seria chegar a uma decisão, e tempo era a única coisa que não tínhamos.

- E também, é claro - Stanton continuou - vários testes foram feitos para sabermos se a região é segura e totalmente livre de Strigoi.

Ela virou o notebook para que pudéssemos ver com mais clareza os mapas, e as fotos de satélite. No geral, eu estava ok com a decisão dos guardiões, mas um fato em particular chamou minha atenção. – Olhe essas previsões do tempo - eu murmurei, apontando para uma coluna no lado direito da tela. – Jill vai fritar em Palm Springs. Nenhum Moroi sobreviveria em um lugar assim.

- E é por isso que o escolhemos, - Abe disse, erguendo uma sobrancelha e cruzando os braços. – Qual seriam os lugares que você iria para caçar um Moroi da realeza, se fosse um Strigoi? Ou um Moroi revoltado?

Embora a ideia de ser um Strigoi me desse arrepios – principalmente ao meu lembrar que quase fui transformada uma vez - respondi com calma. – Em lugares... frios. Com o clima menos rígido possível, e sem luz do sol constante. 

Todos na mesa só olharam para mim, e eu entendi o que queriam dizer. Os Strigoi não procurariam em Palm Springs, um dos lugares mais ensolarados da Califórnia. Era improvável que Jill fosse para lá, e era exatamente por isso que tinham escolhido essa cidade. Era uma boa estratégia, mas os Strigoi também poderiam participar desse jogo.

- É muito exagerado. E se eles pensarem a mesma coisa, chegarem à mesma conclusão? Eu mandaria procurarem tanto nos lugares prováveis quanto nos improváveis.

Houve um silêncio coletivo até Stanton murmurar, - Há outras cidades como Palm Springs. Além disso, nunca esteve no radar. É perfeito para esse tipo de coisa.

Eu ainda não estava muito convencida. – É seguro? Eu sei que vários testes foram feitos e a Corte tem Guardiões cuidadosos, mas... É seguro? – A voz de Emily soou insegura e maternal, e eu senti compaixão por ela.

- Acredite, eu sentiria pena de qualquer um que fosse atrás de Jill, - Abe murmurou. – Não só porque acabariam num beco sem saída, mas porque ela tem Guardiões que morreriam por ela.

Dei um olhar seco a Abe. Falar sobre quem acharia Jill não era uma boa ideia. Pigarreei, atraindo a atenção de Emily de volta para mim. – O que ele está querendo dizer é que Jill não vai ser encontrada. E mesmo se algum Strigoi chegar perto de achá-la, o que é improvável, Jill estará bem protegida.

Emily assentiu. – Eu quero alguém com ela o tempo todo.

- Um guarda-costas? – Stanton perguntou.

- Alguém da idade dela, capaz de identificar qualquer perigo que possa aparecer. – Emily disse. Mentalmente já comecei a pensar nas opções.

- Eddie seria uma boa opção - eu propus, e quando Stanton e Emily protestaram, ergui as duas mãos. – Ele é um ótimo Guardião e um amigo próximo. Acredite, ele faria qualquer coisa para proteger Jill.

O que eu não disse, mas ficou óbvio, era que Eddie precisava recuperar sua ficha limpa. Ele tinha matado um Moroi para proteger Lissa, e embora a situação fosse complicada e não oferecesse outra alternativa, os outros Guardiões o trataram com desprezo. Matar um Moroi era indesculpável, mas talvez com essa missão, Eddie pudesse ganhar mais respeito na Corte. Além disso, ele era como um irmão para mim. Se eu pudesse ajudá-lo, em qualquer coisa, não desperdiçaria a oportunidade.

- Ele matou um Moroi - Emily disse, quase um sussurro, confirmando meus pensamentos. – Eu não quero tal pessoa perto da minha filha.

- Ele é um homem honrado, e fez o que foi preciso para salvar a Rainha. Assim como ele fará o que for preciso para salvar Jill se a necessidade surgir.

Stanton interferiu - Rose, eu aprecio sua tentativa, mas não vamos mandá-lo para Palm Springs. É muito perigoso.

Esse preconceito com Eddie já estava me deixando no limite há um tempo, mas só hoje deixei minha irritação transparecer. – Tudo bem - eu disse - então eu vou.

Abe ergueu uma sobrancelha. – O que?

Até Emily pareceu surpresa. Me desencostei da mesa e cruzei os braços. – Se ele não é responsável o suficiente para esse tipo de trabalho, eu ficarei com Jill. Tenho muita moral na Corte e no mundo Moroi.

- Você seria facilmente reconhecida - Stanton disse.

- Mas isso não importa, não é mesmo? Pelo menos eu não matei um Moroi - eu disse.

Abe fechou os olhos brevemente. – Eu sei o que você quer dizer, e embora tenha orgulho da minha filha defender os incapacitados, não seria certo mandar o garoto, principalmente com tanta suspeita.

- Isso é ridículo - eu disse. – Ele pode ter seus problemas, mas descartá-lo só por causa de um incidente? Não é certo.

- O mundo é cheio de injustiças- Stanton disse. – Além disso, até Jill ficaria desconfortável com ele por perto.

Péssimo argumento,pensei. – Jill gosta de Eddie. Ele é simpático, corajoso, e um ótimo guardião. Dêem uma chance a ele.

A sala ficou em silêncio por um tempo, até a voz de Emily soar hesitante. – Se esse Guardião acompanhar Jill, então eu quero mais alguém com eles. Diga o que você quiser, Guardiã Hathaway - ela olhou para mim antes de voltar a observar a mesa - mas eu não confio nos que matam a minha raça. Então, por favor, providencie para que mais uma pessoa vá com eles.

- Estive pensando nisso - Stanton admitiu. – E cheguei à conclusão de que um Alquimista seria a melhor opção. Jovem e que não chame muito a atenção.

- Quem ficaria desconfortável nessa situação não seria Jill, eu garanto - eu disse. A simples ideia de um Alquimista, alguém treinado durante toda a vida para ter receio à vampiros, ficasse em contato por tanto tempo com um vampiro, era o suficiente para me fazer bufar. De experiência própria, eu sabia como eles tinham medo de nós, como achavam que nós éramos criaturas malignas da noite.

E os exemplos não eram difíceis de se encontrar. Um olhar para o outro lado da mesa, e a postura tensa de Stanton estava óbvia, e não era por causa da missão. Mesmo sendo respeitada e tendo experiência, ali estava a reação típica dos Alquimistas.

- E quem você tem em mente? – Abe perguntou, girando um dos anéis em seu dedo.

- Zoe Sage. – Stanton disse, e se eu tivesse um copo de suco na mão, teria se espalhado pela mesa. Sage?

- Algum parentesco com Sydney Sage?

Os olhos de Stanton se estreitaram uma fração, e eu percebi que ela reconheceu minha conexão com Sydney. Mas depois de um segundo de hesitação, ela acabou assentindo. – É a irmã mais nova dela.

Senti meus olhos se arregalando. Sydney não deveria estar feliz com isso. Mas bem... Talvez Zoe já fosse treinada e, se tivesse metade do bom senso que sua irmã possuía, então Jill estaria em boas mãos. – Alguém mais?

- Ainda estamos pensando nessa parte. Mas confie em mim quando digo que alguém inteiramente capaz será designado à proteção de Jill. Se algo acontecer a ela, uma guerra civil pode começar, e isso acabará com a humanidade. E meu objetivo, e o de todos os Alquimistas, é de cuidar da raça humana.

Pelo jeito que ela disse, soou como um mantra, algo que ela repetia por conforto. Ou, nesse caso, para nos lembrar de quem os Alquimistas realmente eram.

Abe ergueu uma sobrancelha. – Oh, eu não duvido da sua capacidade. Mas duas pessoas será o necessário para a proteção de Jill?

- Mais que isso vai chamar a atenção - Emily respondeu antes que as palavras saíssem da minha boca. Ela observava a reunião atentamente, absorvendo todos os detalhes possíveis sobre o futuro de sua filha.

- Eu sei que é errado eu ir junto com Jill, mas gostaria de acompanhá-los até lá - eu disse. – Me assegurar de que estejam a salvo.

Um olhar para o rosto de Emily e vi a gratidão estampada lá. Abe foi mais direto. – E se alguém te reconhecer em Palm Springs? Isso acabaria com a missão. Um olhar, e saberiam que você estaria lá por algum motivo.

Revirei meus olhos. – Não é como se eu fosse fazer compras lá, velho. Eu só vou acompanhá-los.

- Para um espião, entrar na cidade já é o bastante para chamar a atenção. Se te virem, saberão que você está tramando alguma, e aumentariam a segurança da cidade. Ficaria mais difícil para Jill se misturar.

Ponderei suas palavras por alguns segundos. – Mesmo assim. Eu não vou nem andar pela cidade. O máximo que vou fazer é entrar e sair do carro. É necessário para que Jill fique segura. Poderei reportar para Lissa a situação com muito mais detalhes.

Abe ainda não parecia de acordo, então Emily interferiu. – É o certo. Por favor.

Seu olhar materno e o pedido óbvio em suas palavras não diminuiu muito a insegurança de Abe, mas dissipou um pouco a tensão. O bastante para ele dizer: - Tudo bem.

Eu entendia a importância de Jill ir com um Guardião que não fosse facilmente identificado, mas de maneira alguma permitiria que Eddie, Jill e Zoe fossem à Palm Springs sem supervisão minha. Além disso, como tinha dito, Lissa merecia o máximo de informações possíveis. E ninguém melhor que sua amiga para isso.

A conversa foi exaustiva, mas vários detalhes foram decididos. O que faltava era confirmação da família que os receberia na cidade, e daria a cobertura necessária. Conhecendo os Alquimistas, tinha certeza de que inúmeros testes de segurança seriam feitos na área.

De certo modo, era necessário para a segurança de Jill. Ela era a base do governo de Lissa, e ainda mais agora, sendo shadow-kissed de Adrian, as coisas se complicariam mais. Ele também se tornaria um alvo para quem quisesse destruir Lissa, já que feri-lo seria como ferir Jill. Suspirei enquanto Stanton falava mais de Palm Springs, minha mente pensando em como tudo seria daqui pra frente. Era como se os problemas florescessem a cada segundo, sem parar.

Jill agora tinha uma fraqueza, algo que podia ser usada contra ela, e mesmo Adrian sendo um Ivashkov – e tendo bastante segurança – sua vida ficaria mil vezes mais em perigo. De agora em diante, me certificaria que Jill e Adrian ficassem seguros.

Não poderia falhar de novo, como havia feito no jantar. Minha presença não era muito desejada por Adrian – ele mal me olhava nos olhos – mas eu morreria para protegê-lo. Droga, eu faria qualquer coisa para proteger os Moroi, principalmente os que mais me eram queridos. Eles vem primeiro.

Repeti o mantra várias vezes mentalmente enquanto me concentrava novamente na conversa, que agora estava no fim. Emily queria conversar com Jill a sós, para explicar os detalhes da missão. Como achei que um tempo entre mãe e filha seria bem vindo, assenti, e com um “com licença” tímido, Emily saiu da sala com uma pasta de papeis embaixo do braço.

Com somente Abe, Stanton e eu na sala, tudo ficou silencioso de novo.

Foi Stanton que abriu a boca primeiro. – Você acha que isso vai dar certo? Mandá-los para uma cidade humana?

- Vai dar certo. – Respondi com total convicção. – Quero um código de emergência com eles o tempo todo. O mínimo sinal de perigo, e uma mensagem é mandada para a Corte, para que uma equipe seja mandada imediatamente para lá.

- E é claro, na equipe teríamos a ilustre Rose Hathaway - Abe murmurou, se aconchegando na cadeira.

- Você me conhece bem demais, velho.

- Infelizmente. Mas é uma boa proposta. Pode funcionar.

Stanton pensou sobre isso por alguns segundos. – Uma mensagem seria muito óbvio. Vou falar com um técnico, ver se tem como estabelecer um número que, quando digitado, mandará um aviso para um telefone fixo. Desse jeito, só pareceria uma ligação comum quando, na verdade, eles estão pedindo socorro.

Assenti. – Ótimo. Quero que meu celular seja um desses telefones fixos.

Abe revirou os olhos, mas eu o ignorei.

- Quando saímos? – perguntei.

- Daqui a alguns dias. Só falta a confirmação da família.

Alguns dias. Pareciam alguns anos, dado o perigo em que Adrian e Jill se encontravam a cada segundo que ficavam na Corte.


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Notas finais do capítulo

Oi, pessoal! o
É a Bia aqui ^-^ Desculpe a demora, mas agora que, tanto as minhas aulas quanto as da Feeh acabaram, teremos mais tempo para escrever o/
Comentem! o
Beijos!
Ps: Não há spoilers do próximo capítulo porque ainda estamos editando, ok? Quando acabarmos, vamos editar esse capitulo e postar os spoilers!