Capitulo II

Em seu rosto reinava a expressão de incredulidade.

-Bella? - ele perguntou como se quisesse ter certeza. Em resposta aumentei ainda mais o sorriso em minha face se isso fosse possível.

Senti seu grandes e fortes braços me envolverem, emanando calor. Ele me levantou e me rodou no ar me fazendo soltar uma gostosa gargalhada, coisa que a muito tempo não fazia.

Finalmente me pôs no chão e enterrou sua cabeça em meu pescoço, como quando éramos crianças.

-Eu achei que nunca mais te veria. - sussurrou contra meu cabelo.

-Me desculpe. - sussurrei de volta.

Ele me abraçou mais forte me trazendo para perto de seu peito.

Todos no estacionamento pararam para olhar, elevando meu nível de constrangimento.

-Eu preciso buscar o meu horário e você vai se atrasar para a aula.

-Eu não vou te soltar tão cedo.

Peguei sua mão e enlacei meus dedos com os seus.

-Eu estarei bem aqui. - ele me presenteou com um de seus lindos sorrisos.

Ele estava inquieto ao meu lado enquanto me mostrava a escola. Depois de algum tempo a curiosidade venceu.

-Ei. - estávamos do perto do campo de futebol.

-O que foi? - virou-se e me encarou.

-Quem deveria perguntar isso sou eu. - Parei e cruzei os braços na frente no corpo, esperando pacientemente por sua resposta.

Ele enlaçou a minha pequena cintura e me levou para perto de si.

-Você passou tanto tempo longe. Eu não recebia nenhuma noticia sua, eu não sabia o que estava acontecendo com você. Eu fiquei tão angustiado com isso, Bella. - rastros de dor cruzavam seu rosto, fazendo o ódio que eu sentia de mim mesma aumentar consideravelmente. - Você sumiu da minha vida, eu não sabia o que fazer. E então um dia, 3 anos depois você aparece no estacionamento da escola, sem nenhuma explicação, sem nenhum aviso. Eu não quero que você vá embora de novo, Bella. Eu queria poder dizer que você esta aqui por minha causa, mas eu sei que não é verdade, eu posso ver isso em você. Por que você está aqui, Bella? - eu escutei uma pontinha de dor na sua voz, mas decidi ignorar.

-Eu não podia mais ficar em Forks.

-Você estava morando em Forks? Com o seu pai? Desde quando? Você sempre odiou aquele lugar. E por que você não me contou Bella?

-Eu me mudei para lá depois que Renée se casou com Phill.

-Ela se casou com ele?

-Sim.

-Apesar de tudo acho que ainda te conheço o suficientemente bem para saber os seus motivos para se mudar para Forks, não queria atrapalhar sua mãe nessa nova etapa da sua vida, não é?

Eu assenti incapaz de falar algo.

-Então, você se cansou de Forks e veio para cá? - parecia que nem mesmo ele acreditava nisso.

Me soltei lentamente de seu abraço e me sentei na grama, encarando o nada, quando senti a dor latejante dentro de mim fazer lagrimas caírem de meus olhos.

-Meu Deus! - senti-me novamente atraída para a prisão de seus braços. Eu não havia percebido que ele tinha se sentado ao meu lado.

-O que aconteceu, pequena? - como uma criança pequena ele me embalava em seus braços.

-Ele me abandonou, Matt. Ele disse que eu não era boa o suficiente para ele. - eu chorava descontroladamente.

- Bells, ei, não chora. Calma. Quem te abandonou? - ele afagou delicadamente meus cabelos, afastando algumas mechas do meu rosto. Olhei para o seu rosto e seus olhos transbordavam preocupação, me xinguei mentalmente por faze-lo passar por isso, mas cedo ou mais tarde eu teria que contar a ele, mas eu ainda preferia o mais tarde.

- Matt... - tomei uma respiração longa e profunda. - é uma longa historia e nos já estamos atrasados. - fiz menção de levantar-me mas ele me impediu.

- Não, Bells, eu quero saber o que aconteceu. Nós já perdemos o primeiro tempo mesmo. Quem fez isso com você? Me conte, por favor. - a preocupação estava marcada em seu rosto e seu tom era quase implorativo.

Um suspiro resignado saiu pelos meus lábios. Vaguei na minha mente até o passado me lembrando.

- Era o meu primeiro dia de aula, eu era a novidade do momento. Estava sentada no refeitório do colégio com alguns colegas novos, quando eles entraram, eles tinham uma beleza sobre humana, eram tão... perfeitos. Eram cinco. Todos de pele branquíssima e olhos dourados, parecia ouro liquido. Mas, fora isso eram muito diferentes um dos outros. Apesar de chamarem bastante atenção, eles eram muito reservados, não se misturavam. - dei um sorriso amargo. - Os Cullens. - o nome raspou na minha garganta. - Alice, Jasper, Emmett, Rosalie e Ed..- minha garganta travou, respirei fundo, lagrimas vieram aos meus olhos e eu tentei mais uma vez. - Ed..ward, Edward Cullen, algo nele me atrai desde o primeiro momento, ele era magnifico. - uma pequena lagrima escorreu pelo canto do meu olho. Eu a ignorei e prossegui. - seus cabelos rebeldes em um tom estranho de bronze, seus olhos que sempre me aprisionavam, sua boca... absolutamente tudo nele me atraia. No começo não deu certo, por algum motivo no momento que ele pôs os olhos sobre mim ele me odiou. - era difícil contar a historia ocultando e modificando certas coisas, mas era necessário, o segredo dos Cullens não podia ser revelado. - ele sumiu por uns tempos depois disso, ficou vários dias sem aparecer na escola, eu tinha uma estranha sensação que era por minha causa, mas depois ele voltou e me tratou perfeitamente bem e eu acabei ignorando isso, depois de algum tempo nos começamos um estranha amizade, nesse ponto eu já me via totalmente viciada e dependente da sua presença, eu estava completa e irrevogavelmente apaixonada por ele. Em um dia ele se declarou para mim, e nos começamos a namorar. Estava tudo bem até, .…..até o meu aniversario de 18 anos, houve um pequeno acidente e depois nada foi igual. - os soluços começaram a ficar presos em minha garganta, mas eu continuei, eu devia isso ao Matt, - Alguns dias depois ele..... ele pediu para falar comigo, nos fomos....fomos dar um passeio na floresta. Ele,.....ele....- desatei num choro compulsivo. Matt, afagava as minhas costas tentando em vão tentar me acalmar, a essa altura eu já tinha estragado a sua camisa com as minhas lagrimas.

- O que ele fez, Bella? Ele te machucou, por que se foi isso, eu mato esse bastardo que ousou encostar a mão em você. - eu pude sentir a raiva atrás de suas palavras.

Balancei a cabeça freneticamente negando. Ele havia me machucado sim, mas não fisicamente, nenhuma dor física se compararia a que eu sentia no momento.

- Ele disse que eu não era boa o suficiente para ele, Matt. Ele me abandonou, lá, sozinha naquela floresta. Ele foi embora, Matt. Ele disse que tudo o que tínhamos vivido era mentira, que ele não me amava. - dizer essas palavras em voz alta só fez a dor no meu peito latejar mais ainda. Causando em mim outra crise de choro. Eu sabia que Matt nunca me abandonaria, por isso me permiti sentir-me reconfortada com a sua presença.

Ficamos mais algum tempo, ali sentados no gramado, depois de algum tempo meu choro diminuiu, até por fim cessar.

Se continuássemos daquele jeito perderíamos o segundo tempo também, e apesar de tentador, eu não mataria aula no primeiro dia de aula. Tentei por meu melhor sorriso no rosto e levantei-me em um salto e ofereci-lhe a minha mão.

- Vamos? Não quero perder a cara do meu querido priminho quando descobrir que eu voltei. - soltei, fazendo com que Matt desse um estrondosa e deliciosa gargalhada.