Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 9
Capítulo 7 - A Verdadeira História de Isabella




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/156015/chapter/9

Capítulo 07 – A verdadeira história de Bella Swan.

Edward

- Edward. – Isabella falou, surpreendendo-se por me ver ali.
- Oi, Isabella. Trouxe o que você me pediu. – Eu lhe mostrei a pasta.
- E então?
- Bem, com o mesmo sobrenome existe uma família na Itália, em Volterra. Aqui tem uma lista com os nomes e telefones, e alguns endereços, comerciais e não comerciais. – Listei alguns nomes que eu sabia e comecei a espalhar as folhas por cima da mesa de meu pai. – Não foi muito difícil encontrar. Eles são famosos, pelo que ouvi dizer, e pelo que li na internet.
- Isso é ótimo! – Ela sorriu, animada em fazer o bem para a tal pessoa.
- Filho, já acertei com você, fico feliz que tenha se empenhado em ajudar. Preciso deixá-los a sós. Tenho que ir até o diagnóstico. A propósito, Bella. Você disse-me que conhece alguém que vai se especializar em diagnóstico? Meu amigo Richard está procurando um estagiário. – Meu pai lembrou-se, avisando-a sobre uma provável amiga de Bella. Ele saiu da sala, deixando-nos a sós.
- A trarei aqui amanhã.

Quando meu pai saiu, não pude evitar sentir algo novo em mim, talvez eu estivesse mudando ou talvez fosse apenas a agitação de ter encontrado algo que haviam me pedido, a agitação de um serviço bem feito. Mas bem lá no fundo eu sabia que havia mais.

- Está trabalhando com o que? – Ela perguntou, curiosa.
- Numa empresa de advocacia. Estou terminando direito.
- Por isso seu pai disse que você poderia ajudar. Obrigada. – Ela sorriu, exibindo os dentes brancos e um brilho no olhar.
- Posso vê-la? – Perguntei, não conseguindo resistir. – Eu... Eu quero ajudá-la, Bella. Eu preciso ajudá-la. – Desabafei.
- Por que, Edward? Por que agora está sendo gentil e caridoso? – Ela dissera, usando um tom de voz seco e pouco gentil. Isabella tinha razão, eu havia sido a pior pessoa que ela poderia querer conhecer e, agora, era a mim que ela pedia ajuda. Talvez eu devesse me vangloriar e ser, novamente, a pior pessoa do mundo com ela, mas eu não conseguia.

Suspirei.

- Meu irmão. Meu irmão era advogado e estava ajudando uma menina, mas ele morreu e eu nunca soube se ele conseguiu, ou não. – Respondi, lembrando-me do dia do acidente de Josh e de como havíamos recebido a notícia.
- Josh. Era seu irmão não era? – Ela perguntou, exibindo surpresa e, ao mesmo tempo, ela parecia querer desabar.
- Sim, Josh Cullen.

Quando as palavras saíram bem devagar dos meus lábios, Bella quebrou-se por inteiro. Seus olhos encheram de lágrimas e ela virou de costas, ficando de frente para a janela. Ela cruzou os braços e ficou olhando a rua dali do alto.

- Era meu irmão. – Sibilei, relembrando-me do dia em que ele fora enterrado. – Você. Você estava lá, não estava?

Ela encarou-me com o rosto vermelho.

- Você era o garoto que perdeu o irmão. Foi você quem estava no cemitério aquele dia. – Ela sibilou.
- Sim. Josh Cullen era meu irmão. Por que isso importa para você? Já tomou as dores do meu pai e da minha mãe, quer as minhas? – Perguntei, rude.
- Porque a garota que seu irmão estava ajudando morreu no mesmo dia que ele.
- O que? – Engasguei. – Como sabe?
- Era minha irmã a pessoa que ele ajudava. Minha irmã mais velha, Emma Swan.
- Josh morreu num acidente de carro, quando saia de Oxford.
- Emma tinha leucemia, mas a pessoa que se encontrava com ele era eu. Eu pedira a ele para me ajudar a ter minha emancipação médica, e ele ajudou. – Ela dizia entre lágrimas. – Emma queria morrer, sua leucemia estava atacando seu corpo todo e ela sabia que tirar um rim meu, não iria ajudar, só iria fazer com que eu piorasse e ficasse doente. Então pedi a ele. Ele me ajudou e na noite em que ela morreu, seu irmão sofreu um acidente.

“Meus pais não aceitaram e deixou-me lá no cemitério aquele dia. Desde então, eu tento me virar sozinha. O orfanato me aceitou, por causa do reverendo da capelinha. Eles me deram tudo o que eu mais precisava, mas eu não tinha Emma e não tinha meus pais.”

- Você conviveu com isso. E agora tenta se manter fazendo esse estágio, fazendo o trabalho de três pessoas para poder se sustentar e terminar a faculdade. – Suspirei, terminando a frase dela. No final, fiquei surpreso por ver até que ponto Isabella havia chegado em sua vida.

Não precisei perguntar a ela porque queria ajudar Jane, porque era claro. Bella tinha a idade de Jane quando sua irmã morrera e agora, ali no hospital, ela tinha a chance de fazer algo por alguém que precisava. Porém, meu superego e minha personalidade me impediram de sentir pena ou gratificação, ou qualquer outro sentimento bom.

Eu senti raiva.

- Foi por sua causa. – Murmurei.
- Não! Não! – Ela exclamou. – Eu não sei porque Josh saiu às pressas aquele dia, mas...
- Era por você que ele perdia noite de sono procurando uma forma de passar pela lei. Ele virava dias procurando uma brecha na lei que não existia.
- Ele tentava ajudar a minha irmã! – Ela gritou. – Ao contrário de você, - ela disse num tom mais baixo. – seu irmão fez aquilo que ninguém mais faria.
- Ajudar? Você matou sua irmã! – Tornei a exclamar, porém, estando lúcido o suficiente para manter meu tom de voz baixo.
- O que está acontecendo aqui? – Meu pai entrou em seu escritório.

Nesse instante, Isabella desatou a chorar. É claro que ela faria isso, ela era a vitima e eu era o vilão. Peguei minha pasta e deixei os papéis de Isabella sobre a mesa.

- Edward. Para casa. Agora. Não quero saber de você na rua hoje. Agora. – Meu pai sibilou, ligeiramente furioso.

Bella

Edward saiu do escritório quase que às pressas, bateu a porta quando saiu e o silêncio predominou. Eu pouco me importei se Carlisle estava li ou não, continuei chorando, derramando as lágrimas que estavam presas em minha garganta há muito tempo.

- Tome. – Carlisle deu-me um lenço. – O que houve?
- Josh. – Murmurei. – Lembra que eu lhe disse que minha irmã morreu de câncer?
- Sim, me lembro, disse-me no dia da entrevista. – Ele respondeu.
- Quando Emma era pequena, os médicos diagnosticaram a leucemia. Então, a única forma de fazer com que ela sobrevivesse, era com células perfeitas, com uma combinação perfeita. Eu nasci através de uma combinação genética, e, até os quinze anos, eu era a saúde de Emma. Até que...

Isabella, flashback, cinco anos e seis meses atrás. Oxford – Inglaterra.

Eu disse a minha mãe que ia passear com o Bob, nosso cachorro, mas na verdade, fui até o centro da cidade e fui procurar um advogado. Cheguei no lindo escritório dele, lembro-me só dos seus olhos verdes e do cabelo cor de caramelo. O rosto dele parecia um coração.

O lindo advogado perguntou no que podia me ajudar. Eu disse que queria minha emancipação médica, que queria cuidar do meu próprio corpo, pois meus pais não me davam, nunca, a opção, eu sempre tinha que ajudar Emma.

Fim do flashback.

- Desde então ele vinha me ajudando. Ele e seu cachorro. – Contei. – Nos dias do julgamento, Emma teve que ir para o hospital e minha mãe jurava que iam me abrir e tirar meu rim. Eu teria uma vida limitada, era isso o que eu dizia. E minha mãe dizia que eu ia matar Emma.

Carlisle escutava a tudo atentamente. Eu já havia parado de chorar, agora eu só desabafava.

- Levaram-na para o hospital e, alguns dias depois, ela saiu e foi para casa. Disse para meus pais que queria ir para as montanhas, no chalé, lá em cima, ver o mundo. Emma estava sempre triste, mas só eu sabia, porque Taylor havia morrido no hospital e ela viu. Acho que ela se sentia mais perto dele. – Lembrava-me dos dias em que um jovem, antes moreno, mas naquela época pálido e sem cabelos, teve um curto romance com minha irmã. Ele foi o amor da vida dela. – Quando Emma piorou, e até aí nós tínhamos uma vida perfeita, levaram-na de novo para o hospital. A juíza foi até o quarto falar com ela, mas Emma morreu naquela noite, abraçada a minha mãe. Dois dias depois o veredicto tinha saído e eu era dona de mim.

Fiz uma pausa e enxuguei uma lágrima.

- Josh morreu no mesmo dia que ela, eu só soube quando vi o túmulo no cemitério. Eu estava lá, quando meus pais me deixaram. Vi você e Esme irem para o carro e Edward havia me dito que era o irmão dele. – Parei. – Diga-me, Carlisle, por que ele morreu?
- Epilepsia. – Carlisle murmurou. – Josh tinha crises epiléticas e, ele teve uma crise quando voltava para Londres. Edward nunca soube disso.
- Por que?
- Porque ele não nos ouve, Bella. Você o vê assim, rude, mas isso é uma máscara. Você não imagina o quanto ele sofre. Josh era o espelho dele, o ídolo dele. Acho natural que ele acuse a você, mas não se deixe levar.
- Emma me pediu para fazer aquilo. – Contei. – Ela me pediu que fosse ao advogado. Ela me disse tudo, me deu o dinheiro, porque só eu iria conseguir fazer, porque a mamãe não a ouvia. Parece que eu a culpo, mas não. Emma era a minha vida também.
- Entendo. Olhe, vá para casa. Fale com Jane sobre a busca de Edward e depois vá embora, está dispensada. Por hoje, eles ficarão em observação.
- Obrigada Dr. Obrigada por me ouvir, por fazer algo que meus pais não fizeram. – Disse-lhe.
- Bella, se não nos ajudarmos, quem nos ajudará? – Ele sorriu e eu saí do escritório.

(...)

Carlisle chegara em casa, cerca de uma hora depois que Isabella saíra do hospital. Quando chegou, Esme foi ao seu encontro na porta. Lena pegou o casaco e a maleta, enquanto ele sentou-se em frente a lareira da sala de estar, junto a Esme.

- Senhor Cullen, o jantar será servido em quinze minutos.
- Obrigado, Lena. – Ele agradeceu. – Querida, vou chamar Edward.
- Tudo bem. Vou esperá-los na sala de jantar. – Esme sorriu e beijou-lhe.

Carlisle passou as mãos entre os fios e subiu as escadas. O corredor estava escuro, mas na última porta uma luz fraca tremulava. Ele sabia que quarto era aquele.

- O que faz aqui? – Carlisle perguntou, vendo o filho sentado na poltrona do quarto de Josh.
- Nada.
- O jantar será servido. Desça. – Ele disse ríspido.

Porém, ao dar as costas para Edward, que ainda estava em seu quarto, Carlisle maneou a cabeça e passou os dedos entre os fios. A decepção pairava ao seu redor como se fosse uma névoa densa, a tristeza parecia mais um rio corrente, do que um mero sentimento. Ele pensava que Edward estava melhorando, mas vira que estava redondamente enganado.

Na sala de jantar, Esme ajeitava alguns talheres e os pratos à mesa. Lena fora dispensada dos serviços naquela noite. Carlisle não precisou dizer nada à esposa, ela já sabia que seu filho havia aprontado novamente.

O jovem casal começou a jantar, sem esperar pelo filho, que, vagarosamente, descia as escadas. Edward respirou fundo.

- Que bom que se juntou à nós. – Esme sibilou.

Ele nada disse, apenas resmungou.

- Você sabe porque estamos aqui, Edward. – Carlisle disse num tom baixo e ríspido.
- Sim, você vai me dar outro sermão. – Ele respondeu. – Eu não tenho culpa se foi por causa dela que Josh morreu. Foi por isso que a aceitou naquele cargo? Para que talvez você pudesse se sentir, de alguma forma, perto do Josh?
- Meu filho... – Esme dizia.
- Não venha com meu filho, mãe! – Ele exclamou. – Foi por causa dela que ele morreu. Foi ela que o fez ir e vir todas aquelas noites, ficar em claro estudando e depois ir trabalhar sem dormir!
- Chega, Edward! – Carlisle exclamou, chamando, finalmente, sua atenção.
- Você nunca quis nos escutar. Você nunca quis escutar a verdade. Nunca quis-
- Não, não vou escutar você defendendo aquela interesseira! – Edward quase rosnou.

Esme, num impulso, levantou-se e subiu as escadas correndo. Carlisle percorreu seu trajeto com o olhar e, logo em seguida, lançou uma expressão furiosa ao filho. Como ele podia dizer aquilo para a mãe? Como ele não conseguia escutar a verdade? Nem o próprio pai sabia que o filho sofria muito mais do que ele imaginava.

- Você pode odiar aquela menina, mas não faz idéia do que ela passou. Porém, não vou lhe contar. Vou deixar que ela conte a própria história. – Carlisle disse baixo, afastando os talheres do prato. Lentamente, ele encarou o filho. – Você não percebe, mas eu te conheço muito bem, embora eu mesmo não entenda porque tanto ódio. Mas com o tempo você vai precisar ouvir, filho. As pessoas encaram a verdade de frente e sendo assim, você só mostra que é covarde.
- Eu não sou covarde. – Edward respondeu baixo, encarando o pai e sem, sequer, encostar na comida.
- Quando você estiver pronto, vai procurar saber a verdade sobre seu irmão. Não finja que sua dor não é real, porque ela é.

Mais tarde, naquela mesma noite, enquanto Edward estava deitado em sua cama, pensativo, ele podia ouvir o choro desesperado de Esme em seu quarto. E por mais que tentasse bloquear o som, ele parecia penetrar em sua mente, não o deixando dormir. E naquela madrugada, houve uma tempestade, carregada com uma ventania descomunal, que faziam as árvores farfalharem e inclinarem-se sobre seu eixo. O vento uivava e os soluços de Esme impediam Edward de dormir.

Quando ele finalmente adormeceu, sonhou com Josh.

- Não faça isso, não fale assim com ela! – Dizia seu irmão, quando Edward maltratou sua mãe, certa vez.

Não faça isso, não fale assim. Não faça isso, não fale assim. Não faça isso, não fale assim. A voz ecoava em sua mente, até que ele acordou e passou o resto daquela noite em claro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oii meninas! :3
Espero que tenham gostado do capítulo. Em breve prometo postar o próximo. Mas para que vocês não fiquem muito ansiosas já adianto: Edward vai se desculpar com Bella e as coisas vão mudar.
Mas devo admitir. Estou muito chateada com todos vocês. Somentem a Nathi_Brendon e a Di Cullen é que deixaram um review, isso me chateia e me desanima a postar. Então vou propor o seguinte:
Se vocês querem que a fanfic continue, deixem um review, mesmo se for para dizer que não gsotou do capítulo, ou, ao menos, para pedir mais. Pelo menos asism vou saber que tenho alguns leitores que se importam. E para você favoritou a fic e teve o trabalho de abrir e ler todas as mil e tantas palavras que escrevo num capítulo, porque não deixar um comentário? Um simples gostei, não gostei, já me anima a escrever.
Eu sei que demoro para postar, as vezes um capítulo por semana ou um a cada quinze dias, mas também tenho minha vida social e academica para viver. E ainda arreanjo tempo de ficar escrevendo e postando...
Vou deixar a critério de vocês decidirem se querem ou não a fic. Mas não postar mais capítulos sem que hajam, vários comentários.
E como de costume: Se gostaram - ou não - comentem. E se gostaram mesmo e não tem preguiça de clicar naquele botãozinho chamado "recomende", então cliquem nele.
E se, via comentários, MP, twitter, facebook, ou blog quiserem vir me criticar sobre o meu desabafo, sou toda ouvidos, mas espero que entendam.
@ninaxaubet