Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 20
Capítulo 18 - O Culpado


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa
Espero que gostem,
Boa leitura.



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Capitulo 18 – O Culpado

A vida gostava mesmo era de pregar peças, e isso era coisa da vida mesmo, porque ninguém acreditava muito em destino. O fato era que as coisas haviam mudado muito, quer dizer, as situações se inverteram de uma forma surpreendente. Veja bem, Edward era arrogante e insensível e Bella era humana e o oposto do rapaz; entretanto, ela continuou a mesma, salvo pelo fato de que ela não aprovava nenhuma das atitudes que o jovem advogado tomava em sua vida pessoal, e ele, depois de certa jornada psicológica e emocional, passou a dar mais abertura ao seu lado humano.

Edward e Bella eram as marionetes de um jogador invisível, que estava disposto a mudar o rumo daquele jogo.

Depois que se despedira da moça, logo após deixá-la em casa, Edward dirigiu-se para a mansão branca, onde seus pais já se encontravam. Sua cabeça era um turbilhão, todas as ideias juntas - Isabella, Jane, veredictos, julgamentos, Esme, Josh - fervilhando e impedindo-o de dormir. Foram preciso cinco gotas de um medicamento tranquilizante de sua mãe para que ele conseguisse dormir.

- Você está com uma aparência péssima. - Carlisle falou, quando viu o filho pela manhã. - O que aconteceu?

- Muitas coisas andam acontecendo. Estou com a cabeça cheia, apenas isso. Pelo menos depois de hoje, vou ter um caso a menos para pensar. - O rapaz deu de ombros, ignorando aquela voz do subconsciente que lhe dizia que sua insônia não era por causa do excesso de trabalho, mas sim por causa de Isabella.

- Entendo. - Carlisle disse baixo, imaginando que Edward pudesse, talvez, estar em um daqueles seus dilemas. - Não se preocupe, o caso Jane será encerrado amanhã e não tem como perdermos. Vai ser ótimo para sua carreira. - O médico louro disse, porém não com o intento de falar sobre a carreira do filho. Carlisle conhecia Edward, ele sabia que seu filho estava mesmo pensando em outra coisa.

- E vai ser bom para Isabella, não é? Quer dizer, ela vai ter um excelente currículo depois deste caso.

- Vai sim, mas tenho certeza que ela não precisará de muito para crescer na vida. - Ele ponderou. - Estou disposto a ajudá-la, filho.

- Eu sei que está. Boa noite. - Edward despediu-se do pai e retirou-se para seu quarto.

Durante algum tempo, o jovem ainda permanecera olhando para o teto e imaginando o que Josh lhe diria se o visse agora... Talvez um "muito bem, irmão", ou quem sabe um "estou orgulhoso", mas não importava, pois Edward tinha certeza que estava, novamente no caminho certo. Sua certeza provinha da maneira como seus pais o olhavam, da maneira como sua mãe sorrira orgulhosa, quando o viu lá na frente, defendendo uma causa.

Para Isabella Swan a historia era outra. Mesmo que a causa fosse ganha, ainda haveria outro obstáculo a ser transpassado: fazer com que Jane saísse bem daquele hospital; porém não seria tão fácil. Durante o julgamento, os enjoos de Jane Volturi regrediram, mas externamente ela não apresentava melhora alguma, e para Bella, isso não era um quadro bom.

- Foi tudo bem, o juiz com toda certeza vai dar causa ganha. - Alice dissera. - Não é?

- Sim, ele vai. Mas o que me preocupa é se Jane vai resistir ao tratamento. - Bella sibilou. - Oh Deus, Allie! Eu preciso desabafar.

- Sabe que pode me dizer o que quiser... Mesmo que seja sigilo médico. - Ela brincara.

- Sério. - Bella murmurou. - Os resultados dos exames de Jane são e não são promissores. Nós dissemos a ela que ela ainda ficará, pelo menos, três meses no hospital para terminar o tratamento com os quimioterapos. Só que ela esta pior.

- Como pior? Vocês não disseram a ela que houve melhora?

- Sim, mas um novo exame saiu e o câncer não regrediu da forma que esperávamos, houve uma regressão pequena e essa regressão é lenta, mas ele ainda ataca.

- A família dela sabe? - Alice perguntara.

- Sim, até mesmo Alec. - Bella recostou sua cabeça no encosto do sofá e fechou os olhos. - Carlisle disse que ela vai ter que passar pelo tratamento mais forte. Isso significa que ela vai ter que ir para a radiografia e para uma quimioterapia mais forte... Você sabe o que acontece depois disso, não é Allie?

Alice sabia. No mesmo instante ela já vislumbrara Jane aos prantos e vendo seu cabelo cair.

- A pele irá ressecar, ela irá emagrecer e ficar com olheiras. Ficará mais cansada e dormirá a maior parte do tempo; terá enjoos cada vez mais fortes e precisará de muito mais cuidados do que tem agora. E então, um dia ela irá acordar e ver fios e mais fios espalhados na cama... E vai ser obrigada a raspar a cabeça, porque não terá outro jeito... Será horrível Alice.

- Você se apegou a ela... De certa forma ela é parecida conosco, não é? - Alice sorriu. - Mas todos estarão lá para apoiá-la. Não se preocupe que vai dar tudo certo.

Bella assentiu, levantou- se e deu um beijo na bochecha de Alice, murmurando um obrigado. Ela foi para o quarto onde se despiu, enrolou-se na toalha e foi para o banheiro. Era tarde, ela decidiu que não deveria demorar, então apenas tomou um banho rápido.

Foi uma noite sem sonhos. O cansaço era evidente e mostrava-se na forma de olheiras e dor nos ombros, na manhã seguinte. Mesmo assim, Bella levantou cedo, se arrumou e foi para o hospital.

No refeitório, ela encontrou-se com Angela, da ala de cardiologia. As duas pegaram um café latte, tomaram rapidamente enquanto trocavam algumas palavras. No refeitório, o assunto principal era a investigação que estava sendo feita no hospital; ninguém sabia o motivo, mas sabiam que era verdade.

- Chegou cedo, Bella. - Carlisle falou, ao vê-la no corredor.

- Tenho outros pacientes. Preciso ver como eles estão, já que tenho a manhã livre.

- Acerte o que precisar hoje, vá ao tribunal e depois tire o dia de amanhã de folga. Você deu duro esses dias e merece um descanso...

- Mereço colocar a matéria perdida em dia, isso sim. - Ela riu. - Obrigada.

- Disponha. - Ele sorriu e caminhou para o fim do corredor, apressando o passo para entrar no elevador que ainda estava aberto.

Carlisle encontrara o Dr. Roger, cirurgião chefe, cardiologista, homem de meia idade bem sucedido que dava a vida por aquele hospital. Roger estava com uma aparência cansada, com olheiras profundas e arroxeadas. Ele suspirou profundamente antes de falar com o outro médico:

- Yorkie não consegue encontrar uma forma menos invasiva e discreta para pegar o nosso fraudador. Houve mais um desvio.

- Então faça com que o fraudador venha até nós. Convoque uma reunião geral com a administração para vermos quem é ou são os responsáveis. - Ele dissera rapidamente, antes de sair no andar que desejara. - Vamos pegá-lo com a própria armadilha.

- Falarei com um dos investidores, acho que teremos uma oportunidade. - O rosto de Roger se iluminou com a possibilidade de pegar o responsável pelo roubo/desvio de verba do hospital St. James, que já beirava as 600 mil libras esterlinas¹.

- Fale com Yorkie e mande-o procurar de que setor vem esse dinheiro. Quero um relatório em minha mesa, até o meio dia.

- Parabéns pelo caso, a repercussão esta sendo extremamente positiva.

- Obrigado Roger, nos vemos mais tarde. - Carlisle falou, acenando logo em seguida e deixando que a porta do elevador se fechasse.

Roger continuou no elevador, subindo ate o andar do setor econômico do hospital; Eric Yorkie, chinês, 25 anos, formado em economia e contabilidade pela London College, trabalhava neste setor. O mestiço - até porque ele não era inteiramente chinês - ficava em um cubículo com papéis empilhados de cima a baixo, sobre pequenas estantes. Não cabia mais que duas ou três pessoas naquele lugar; ele usava a cadeira giratória com rodinha nos pês para se movimentar.

- Dr. Roger! - Eric exclamou, quase abrindo os olhos puxados. - O que manda?

- Carlisle quer um relatório na mesa dele em... - Ele checou o relógio. - Quatro horas. Procure os setores que estão sendo afetados pelo desvio e faça um levantamento completo para onde o dinheiro vai, os dias, a hora...

- Não será problema, tenho metade disso feito. Estou apenas procurando mais algumas evidências... Se tivermos provas suficientes, poderemos indiciar o indivíduo por roubo, fraude, etc, etc. - Eric dissera, com certo orgulho na voz. De fato ele podia, pois entendia muito bem de sistemas de computador, esse era seu segundo ofício.

- Então não preciso repetir. A propósito, será bom que você mesmo leve este relatório à Carlisle. Até mais tarde.

Na entrada principal do Hospital, uma ambulância estacionava. Suas portas foram abertas imediatamente e dois socorristas saltaram, puxando uma maca com um paciente desacordado, amparado por uma mascara de oxigênio. Os dois enfermeiro encaminharam a maca hospital adentro.

- Pronto socorro! - Um deles exclamou.

- Foi encontrado desacordado em casa, pela empregada. É para entrar em contato com este numero. - Instruiu um dos paramédicos. - Causa desconhecida. Hora de entrada no hospital: 08h32min.

- Você sumiu, Bella. - Mandie lhe dissera, quando a jovem médica entrara no quarto para checar o prontuário.

- Sim, estive ocupada com outra paciente. - Bella respondeu.

- Eu ouvi falar, é a Jane, não é?

- Sim, ela está num estágio pouco pior que o seu. Fora outros problemas. - Bella murmurou, enquanto folheava a prancheta transparente, que continha um punhado de folhas brancas cheias de anotações.

- Mas vai ficar tudo bem. - Mandie sorriu.

Bella passou a maior parte da manha cuidando de outros pacientes, como o senhor Smith - que obtivera grande progresso em seu tratamento e, assim, poderia deixar o hospital dentro de poucos dias -; como Mandie - que não precisava mais se preocupar com os enjoos causados pela quimioterapia -; ou casos piores, como a filha de um pastor de uma pequena cidade, conhecida por Jamie Sullivan, alegre e sempre disposta a ajudar os outros, mesmo que seu estado fosse terminal².  Por volta das dez e meia, Heidi Volturi chegara ao hospital para arrumar Jane... Mas algo não saíra como planejado.

Bella estava no escritório de Carlisle, por volta das onze horas, juntamente com todos os outros Volturi, exceto Jane. Eles discutiam sobre o estado da menina. Aro Volturi tinha uma expressão preocupada no rosto. E Alec parecia mais abatido que o habitual.

- Devíamos contar, não acho certo. Sinto-me mal, ainda mais culpada. - Bella murmurou.

- Si, si. Nós sabemos sobre isso. - Aro cruzou os braços.

De repente, a porta dupla do escritório do médico louro abriu-se. Via-se a figura de uma menina esguia e loura, cujos olhos azuis cintilavam por causa das lágrimas. Ela trajava uma camisola branca e seus cabelos estavam emaranhados.

- O que não devem me contar? - Ela perguntou.

- Você não devia estar aqui. - Bella dissera, tentando não responder.

- Você não respondeu minha pergunta. - Ela teimou. - Eu piorei, não foi?

- Seu organismo não esta reagindo bem a esse tratamento. A doença não está regredindo, vai ser preciso que você faça outro tratamento, um mais forte. - Bella dizia. Todos a encaravam, perplexos. - Você vai precisar fazer quimioterapia, seu cabelo vai começar a cair, você vai ficar mais enjoada e se desesperar. Mas vai dar tudo certo.

- Não tem outro jeito?

- Não, minha querida. - Aro sibilou. - Ela poderá fazer o tratamento em outro hospital?

- Assim que conseguirmos fazer com que a doença regrida mais alguns por centos, sim, poderá. - Carlisle respondera.

Jane saiu do escritório abruptamente. Correu para seu quarto e ficou lá, até perceber que Isabella a seguira. Bella sentou-se na beirada da cama e Jane deitou com a cabeça sobre as pernas dela. Os olhos azuis estavam avermelhados.

- Você não ia me contar?

- Entenda que... não cabe a mim decidir tal coisa. Eu sugiro e quem acata são seus responsáveis. - Ela explicou. - Nós iríamos acabar contando, mas como você ouviu...

- Vai ser muito ruim? - a menina perguntou, tremendo por dentro.

- Vai, mas é o que vai dar resultado. Quanto ao seu cabelo... Ele cresce, além do mais existem perucas lindas e você vai poder escolher a que quiser. - Bella tentou confortá-la. - Sem desespero, ok?

- Ok. Obrigada, Bella.

Jane sorriu e abraçou-a.

Foi por volta do meio dia que Eric Yorkie finalizara seu relatório e saíra correndo rumo ao 20º andar. Ele ficou alguns minutos esperando a família italiana deixar o local; viu quando Jane abriu a porta - na verdade foi ele quem disse a menina que 'havia uns italianos' lá dentro -; e ele também ouviu parte da conversa.

Carlisle antecipou-se quando ele entrou em seu escritório.

- Presumo que tenha, pelo menos, uma notícia ruim.

- De fato eu tenho. Mas tenho outras noticias também. - Ele sentou-se e abriu alguns papéis em frente ao médico. - O desvio é de exatos £498.760,00 libras esterlinas. E andei investigando as transações financeiras feitas pelo setor administrativo... Como imaginei, o fraudador só poderia ser desse setor, embora o neonatal tenha passado por reformas e tenha requerido mais verba... Sendo assim, encontrei uma grande soma de dinheiro que foi transferida e desviada para outras onze contas, sendo que seis são inglesas e as outras cinco são espanholas.

Carlisle já havia tido uma ideia.

- Quero um pente fino nessas transações. Verifique se o dinheiro vai para alguma instituição fantasma e o nome de todos os favorecidos. Provavelmente temos algum latino metido nisso. Informe a policia. - Carlisle dissera, enquanto se levantava, dobrava seu jaleco e o deixava sobre a poltrona. Logo, enquanto Eric murmurava mais algumas explicações, ele vestia seu paletó azul marinho e arrumava sua maleta.

Assim que se despediu de Eric, já encontrara Isabella, junto a Jane e Heidi, esperando-o para saírem. Uma secretaria dissera que a porta estava abarrotada de outros repórteres. Carlisle deveria dar um pronunciamento para a imprensa.

- Acho melhor deixarmos para depois, assim comentamos todos os detalhes. - Ele respondera aos seguranças, antes de passar porta a fora.

TRIBUNAL DA CORTE

13h00min

DECISAO DO JURI

- Referente ao caso numero 8965. O júri já tem uma decisão?

- Sim meritíssima. O júri já tem uma decisão. - Um membro do júri popular ficou de pé para ler o veredicto. - O júri conclui, perante os membros desse conselho, que o réu Lorenzo, declarado avô materno da jovem Jane Volturi, é culpado de todas as acusações, podendo pegar pena máxima de 15 anos de prisão, devendo cumprir serviços comunitários e prestar apoio financeiro a uma instituição escolhida pelo júri, por tempo médio de 7 anos. À Jane Volturi, sua neta, ele deve prestar auxílio financeiro por tempo indeterminado, ou ate que os responsáveis decidam suspende-lo.

O veredicto do júri foi como um suspiro de alívio para todos, principalmente para Jane. Porem, ainda havia mais. O membro do júri, um homem de pouco mais de trinta anos ficara comovido com o caso, levantara novamente e dissera:

- O júri chegou a uma segunda conclusão a respeito do réu e vítima. - Ele pausou. - Por ser uma menor, acataremos a decisão mencionada anteriormente, entretanto, com o agravamento da doença da vítima, indicado nos laudos recebidos na tarde de ontem por meio do acusador, declaramos que o réu será indiciado por maus tratos ao menor e deverá, até a idade de 21 anos da vítima, pagar uma indenização no valor de £10.000,00 libras por mês, além da quantia que será estabelecida por meio de um acordo entre ambas as partes.

- Se esta é a decisão desse tribunal, declaro o réu culpado de todas as acusações e encerro este caso. Senhorita Volturi, lhe desejamos melhoras e uma vida feliz ao lado de sua família.

N/A:         ¹ Libras esterlinas é a moeda corrente em Londres.

²Jamie Sullivan: Personagem do livro Um Amor para Recordar, escrito por Nicholas Sparks; e interpretada por Mandy Moore, para o filme de mesmo nome.


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Notas finais do capítulo

Hello girls! Quanto tempo, não?!
Desculpem pela demora. Mesmo.
Ultimamente eu tenho ficado entre fazer trabalho da facul, ficar estressada, doente, ir trabalhar, dormir, comer e fazer trabalho da facul. Não tive muito tempo e nem cabeça, sabem como é...
Aqui está o novo capítulo. Eu espero que tenham gostado, pois a Jé teve um trabalhão para betá-lo, afinal eu escrevi esse capítulo no celular.
Logo mais eu volto com mais.
Beijinhos,
@ninaxaubet