Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 16
Capítulo 14 - Euforia




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Capítulo 14 – Euforia

“E ela estava lá, a minha espera. Ela disse: “Você está atrasado, senhor.” Eu apenas respondi: “Minhas desculpas, senhorita.”

Alice Brandon estava eufórica. Há dias vinha se sentindo assim. Não sabia, porém, exatamente o porquê, ou, se sabia, não tinha certeza se era o sentimento certo a se ter naquele momento, mas ela não conseguia evitar. Era uma sexta-feira, cerca de nove horas da noite quando seu interfone tocou. Ela correu para a cozinha e atendeu. Sorriu e disse que já estava descendo.

Em frente ao prédio estava um carro, de médio porte, na cor grafite, parado. Jasper Hale observava a fachada descascada do lugar e a arquitetura da antiga Londres. Chegou a pensar que o prédio até poderia ser bonito, se não fosse pela pintura envelhecida.

- Boa noite. – A voz delicada, como sininhos natalinos, soou atrás dele. – Horrível, não é?

- Apenas precisa de uma pintura. – Ele sorriu gentilmente.

Jasper abriu a porta do carro e esperou que ela entrasse, e num gesto cavalheiresco, fechou a porta e dirigiu-se ao seu lado, na direção. Ele a levaria para jantar num restaurante duas estrelas¹ que havia próximo ao Tâmisa. As reservas eram para uma mesa no jardim de inverno, com uma vista estonteante.

Ele também não podia deixar de sentir aquela alegria que nos faz querer sair pulando, aliás, desde a primeira vez que vira Alice, que dissera seu nome e a ouviu dizer o seu, ele sabia que ela seria a pessoa da sua vida. Talvez as coisas não fossem tão instantâneas como os filmes mostravam, ou como os escritores escreviam, mas ele tinha certeza que o sentimento era recíproco.

- Obrigada pelo convite. – Ela disse, contida. – A vista daqui é muito bonita, Jasper.

- Não tem de quê. – Ele sorriu. – Fico feliz que tenha gostado.

- Senhor Hale, senhorita... Gostariam de fazer o pedido? – O garçom lhes disse.

- Risoto milanês acompanhado do filé. Vinho tinto. As entradas podem ficar a escolha do chef. – Ele disse. – Alice?

- O mesmo.

Assim que o garçom saiu, Jasper mediu suas palavras.

- Tenho que confessar.

- O quê? – Ela perguntou, curiosa.

- Estou nervoso e minhas mãos tremem.

“Ele está nervoso, por mim!” Alice pensara, criando expectativas que ela sabia que não tardariam em acontecer.

- Não estou nem falando direito.

- Você faz moda, não é? – Ele dissera, de repente.

- Sim. E você?

- Quero ser tenente, estou fazendo química para entrar na perícia da polícia científica. – Ele contara a ela.

- É um objetivo diferente. Nunca encontrei ninguém que quisesse ser perito. Você deve gostar muito disso.

- Eu gosto. – Ele sorriu.

Eles conversaram durante todo o jantar; Alice elogiava a comida, o restaurante e, discretamente, conseguira elogiar a companhia. Ela não deixara de pensar que tivera uma companhia tão boa daquela há muito tempo. Na verdade, nunca tivera uma noite tão boa, tão agradável, mesmo com Bella... Jasper pareceu perceber que ela estava pensando em algo e quebrou o silencio que havia se formado.

- Está tudo bem?

- Só estou pensando em... Bem, eu nunca tive uma noite tão agradável. Muito obrigada por ter me chamado para jantar. – Ela desabafou.

- Se isso lhe agrada, posso te chamar quantas vezes quiser. – Ele sibilou. Seu semblante era tranqüilo e ele parecia transmitir tranqüilidade.

- Você não se preocupa com o fato de não saber nada sobre mim? – Ela cortara o silencio. Para Alice era importante que as pessoas a aceitassem da forma como ela era, sem esperar mais, ou menos.

- Não. – ele respondera calmamente. – Não me importo, me importo com você, exclusivamente isso. Sei que você gosta de falar, mas agora não fala muito porque está nervosa. Gosta muito de Bella e se preocupa com ela, assim como ela com você. Mora com ela, provavelmente veio do mesmo orfanato que ela, já que vocês parecem ter uma cumplicidade bem extrema. Você é gerente de uma loja de roupas e se orgulha muito disso, como estudante, deve querer ter a sua grife algum dia. Mas acima de tudo, você é falante, extrovertida, tem uma grande facilidade em lidar com várias situações e nunca destrata ninguém.

Alice arregalou os olhos. Ninguém nunca fizera uma avaliação tão superficial e tão profunda ao mesmo tempo. É claro que ela gostaria de ter sua própria grife, “quem não gostaria?”, ela pensava. Mas ainda sim... Ela estava nervosa e ele sabia claramente que ela não estava sendo tão ela. Depois daqueles instantes de reflexão, ela suspirou profundamente e sorriu.

- É, você é bom. – Ela falou. – Meu nome é Mary Alice Brandon, embora eu não saiba quem eram os meus pais. Eu só sei que o padre me encontrou numa cela de um manicômio, quando eu ainda era pequena. Ninguém sabe nada sobre minha mãe, ou minha família. Ele me levou para o orfanato e lá, depois de uns anos, encontrei Bella. Não sou a pessoa que você procura, Jasper. – Ela disse isso com certo pesar. – Não tenho família, não tenho dinheiro, moro numa quitinete com minha amiga e mal tenho um carro que funciona. Minhas únicas amigas são Bella e Christine, tem pessoas que me odeiam naquela loja e eu não posso sair de lá, porque senão tenho medo de não encontrar outro emprego.

- Me importo com você, não sei por que, mas me importo com você desde o dia em que eu te vi no campus pela primeira vez, quando disse o seu nome. Não quero saber se você tem ou não dinheiro, com quem mora ou deixa de morar... Alice... Eu gosto de você.

Aquilo foi de tirar o fôlego. Ela suspirou e sentiu seus olhos queimarem, seu coração acelerar e sua respiração parar, tudo ao mesmo tempo. Como era possível? E a pergunta que ela não sabia responder: como era possível ele sem a conhecer e já saber que gosta dela? Seria verdade? Ou seria brincadeira? Alice não costumava acreditar nos homens.

- Você parece...

- Incrédula. – Ela disse num tom meio cético.

- Eu não sou esse tipo de cara.

- É, já me disseram isso. – Ela resmungou. – Eu não quero me machucar de novo. Eu não quero que exista uma desculpa, que depois você vai dar, quando seus pais descobrirem sobre mim... Você vai dizer que não é a pessoa para mim ou que não pode por que... sei lá!

Jasper ponderou. Estaria ele agindo certo? Dizendo logo de cara que gostava muito dela e que não queria machucá-la?

- Vai dar tudo certo. – Ele assegurou-lhe.

- Você...

- Vamos, - ele deixou o dinheiro dentro da pequena caderneta onde estava a conta e puxou-a pela mão. – esqueça esse assunto. Eu gosto de você. Ponto.

Jasper dirigiu até o London Eye, estava fechado àquela hora da noite, mas o mirante ficava aberto e a vista lá era magnífica. Eles ficaram lado a lado, conversando sobre assuntos amenos e, conforme a noite caía e conforme a conversa fluía, Jasper tomara coragem e a segurara pela mão. A noite terminou com um beijo, singelo, nos lábios dela.

Quando Jasper deixou-lhe em casa, Alice subiu as escadas correndo, até o segundo andar; abriu a porta e a fechou. Olhou no relógio da cozinha: meia noite em ponto. Ainda sem entender muito o que tinha acontecido, dirigiu-se ao banheiro e tomou uma ducha quente, colocou um pijama e foi para seu quarto.

- Jasper Hale. – Ela disse baixinho. – Por que eu fico sorrindo feito boba quando penso em você?


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Notas finais do capítulo

Hellloooo!!!
E aí, gostaram do capítulo?
Achei que ficou bem fofo e fácil de ler. :) Ficou bem a cara da Alice e do Jasper.
bem,a ssim que der, volto para postar um novo capítulo. Logo mais será o julgamento da Jane e um desfecho se segue. Vocês vão gostar.
Beijinhos
@ninaxaubet
ps: comentem.