Ficamos conversando por um bom tempo. De longe eu vi um pontinho se aproximando da gente, esse pontinho foi crescendo até virar uma forma e a forma era um bruxo numa vassoura, aliás, mais um bruxo. Sabe, antes eu não via nenhum bruxo voando, foi só eu virar comensal que todos os bruxos do mundo apareceram.  Ele estava chegando cada vez mais perto. Parecia que o Draco já sabia que era, ele levantou e apontou a varinha para o bruxo.

-Que é?

-Potter.

-Como será que ele nos cahou?

-Eu realmente não sei.-

-Deixa que eu resolvo isso.- com a minha mão e abaixei a varinha dele. –Foi a tarefa que o Lord me confiou.

-Tem certeza de que quer matar ele agora?

-Não vou matar, mas não vou embora de mãos vazias.

-Ele esta chegando.

O Potter pousou. Desceu da vassoura e ficou parado a uns dez metros de nós segurei a mão do Draco para ter certeza que ele não sairia do meu lado. O Potter foi se aproximando. Eu continuei parada e Draco me olhava como se estivesse esperando um comando para avançar em cima dele. Quando chegou na minha frente ele parou, deu uma olhada rápida para o Draco e depois voltou a me olhar.

-Hermione, temos que conversar- deu outra olhada para o Draco- a sós.

-Não tenho nada para falar para você.

-Mas eu tenho. Por favor.

Soltei a mão de Draco e fui para o outro lado da praia com o Potter.

-O que você quer?

-O que houve com você?

-Quantas vezes eu vou ter que falar? Eu sou uma comensal da morte.

-Como você pode matar a Luna?

-Foi muito fácil!Tem uma maldição chamada Avadakedavra, conhece?- Nessas horas eu fico muito irônica.

-Por quê? Ela não te fez nada.

-Ela matou meu Lord.

-Voldemort? Ela estava me ajudando!

-Eu só vinguei meu Lord.

-Mas agora a guerra acabou, não precisa mais ser comensal.

-Está muito enganado Potter, a guerra só começou.

-E quem vai dar continuidade a ela? Os Malfoys?

-Não, eu! Eu sou a herdeira de Slytherin.

-Mione você não pode fazer isso.

-Eu devo, é meu destino.

Meu rosto começou a ficar quente e meus olhos arderem, podiam sentir lagrimas se formando nos meus olhos e escorrendo pelo meu rosto. O que há de errado comigo? Não há motivo para chorar. Eu escolhi isso e não pretendo voltar atrás.

Quando dei por mim, estava com os braços do Potter em volta de mim. Eu queria empurrá-lo, jogá-lo longe, mas não consegui.  Quando consegui forças para me soltar o empurrei com força e o olhei. Estava com os olhos brilhando, um brilho de esperança. Eu me virei na intenção de ir embora, quando dou de cara com o Draco, ele estava com aquele olhar assassino que eu tenho medo ele pegou a  varinha e me arremessou em cima do Potter, pegou a vassoura e foi para longe, com certeza não voltaria para a mansão e eu também não. Me levantei e fui em direção a minha vassoura.

-Hermione? Aonde você vai?

-Não te interessa, Potter!

-O que houve?

-Vai procurar a Weasley e me deixa em paz!

Subi na vassoura e fui para a casa de meus pais, tinha que ter certeza de que o Draco não tinha ido para la. Cheguei, e para meu alivio ele não estava la, onde será que ele foi? AH! Eu TENHO que voltar para a mansão, deve ter muitos comensais me esperando. Para eles eu sou “a dama das trevas” tenho que começar a me acostumar com isso. Mas por que logo eu? Um ex-grifinória, que pretendia ser auror e que até ano passado pretendia matar quem até ontem era meu Lord. Quando cheguei, entrei pela janela do meu quarto e la estava Bellatriz, olhando um livro velho que eu tinha.

-Finalmente chegou!

-Me desculpe, tive que resolver um problema.

-Draco passou aqui, disse que talvez voltaria depois de amanhã.

-Você sabe para onde ele foi?

-Não me disse, mas parecia irritado. O que houve?

-Nada para se preocupara, só queria conversar com ele.

-Se você quiser, ele volta.

-Não volta não, ele nunca ia me ouvir.

-Claro que iria, você manda nele. Esqueceu?

-Eu não mando em ninguém!

-Manda sim, agora que o lord foi morto, você nossa dama das trevas.

-Bella, eu não consigo mandar em ninguém. Sou muito fraca.

-Com certeza não é, se não o Lord teria escolhido outra pessoa.

Talvez ele só quisesse me ver eu matar o Potter, já que eu era a melhor amiga dele.

-Ele não iria arriscar perder a guerra por causa disso.

-Pode ser...

-Bom, todos estão te esperando.

-Hoje eu não to com cabeça para isso.

-Tudo bem.

-Vou tomar um banho e dormir um pouco. Amanhã eu resolvo isso.

-Vou deixá-la à vontade

-Obrigado.

Quando Bellatriz saiu do quarto e fechou a porta em me sentei na cama. Minha cabeça estava rodando com tantas coisas que estavam acontecendo. Tinha que encontrar o Draco, não queria mandar alguém atrás dele. Ele não é meu escravo, mas também não tenho certeza de que ele ainda é meu namorado. Coloquei o rosto entre as mãos e comecei a chorar. Era muita pressão para alguém como eu. Eu não sou forte como aparento, eu sou uma burra que não sabia onde estava me metendo. Depois de um tempo chorando acabei dormindo. Eu tive um sonho muito estranho...

Eu estava em um cemitério, sozinha. Cheguei perto de uma lapide e fiquei branca, assustada. Na lapide dizia: "Draco Malfoy, descanse em paz". Draco morreu? Como ele morreu? Será que fui eu? Quando uma sobra se aproxima de mim, eu viro e pego minha varinha e apontei para o estranho. Logo me arrependi, era o Lord das trevas. Ele caminhou em minha direção em quanto eu guardava a varinha.