Permaneci indiferente com George a semana toda.
Ele sentava ao meu lado na biblioteca e eu levantava, com a desculpa de já ter terminado ou achado o que estava procurando. E se ele falava comigo no Salão Comunal, eu dava a simples desculpa de estar cansada e precisar dormir um pouco.
Doeu ver George continuar brincalhão, piadista e distribuindo sorrisos marotos, enquanto mil coisas se passavam pela minha cabeça. Mas, querer que ele se sentisse da mesma forma que eu me sinto, seria egoísmo.

– Você não vai comer? – Perguntou Lizz, me olhando com pena.
Hoje era o dia do baile, logo após o café da manhã no Grande Salão, nós iriamos planejar tudo e eu contaria para Lizz quem era o meu par. Eu prometi à mim mesma que guardaria segredo até o “grande dia”.
– Estou sem fome, Lizz. – Respondi.
– Então tome esse suco de abobora ao menos! – Ela apontou para o copo cheio que eu segurava, mas não havia bebido nem um gole.
– Tudo bem. – Revirei os olhos e tomei todo o suco de uma vez só.
Eu estava nervosa.
– Estranho Fred e George não terem aparecido. – Ela disse, dando uma olhada por todo o salão.
– George deve estar dando beijinhos em Angelina e Fred deve estar acobertando os dois. – Revirei os olhos de novo.
– Não acredito! – Lizz parecia surpresa. – Você está com ciúmes do George! – Ela carregava um sorriso, como se estivesse feliz por isso.
– Sim. Estou. – Eu respondi baixo, não queria que alguém ao lado escutasse. – E por falar nisso, você não me explicou até agora sobre o tal plano seu e de Fred...
– Está bem, eu vou contar agora. – Lizz fechou “O Profeta Diário” que estava lendo e se ajeitou no banco. – George confessou para Fred que sempre teve uma queda por você, mas nem sabia seu nome. Fred me perguntou se eu te conhecia e eu disse que você era minha melhor amiga. Então, ele me contou toda história e fizemos um plano para aproximar você e George sem que perceberem... – Ela disse, presunçosa. – Feliz agora eu lhe disse toda a verdade?
– Não! O babaca do George nunca gostou de mim, ele gosta da Angelina, vai ao baile com ela e não comigo! E quer saber? Eu não me importo, não me importo com George Weasley. Foi um erro dizer que gostava dele, eu acho que confundi as coisas. E sabe o que eu sinto por ele? Nada. Ele é um idiota. E pelas barbas de Merlim, como pude achar que ele gostava de mim? Mesmo se gostasse, eu não ligaria a minima! – Subi um pouco o tom da minha voz, sem querer.
Lizz fez uma careta, olhando para algo que estava atrás de mim e eu me virei.
George e Fred estavam parados atrás de mim.
Fred estava com os olhos arregalados e George acabará de desfazer um sorriso maroto, daqueles que eu mais gosto.
Minhas bochechas coraram.
O que eu tinha feito? O que eu tinha dito?
– Bom dia! – Levantei do banco e segui para o jardim, sem ao menos olhar para trás.
Senti uma lágrima descer por um dos meus olhos e limpei com a manga da blusa.
Logo após, outra também desceu. Eu limpei de novo.
Era a primeira vez que eu chorava por alguém. E eu nem sei o motivo de tudo isso.
Senti meu ombro ir de encontro com alguém de vestes pretas e gravata verde.
Ótimo, um da Sonserina que provavelmente iria ajudar a destruir o meu dia.
– Desculpe. – Murmurei.
– Sangue-ruim idiota. – Era Draco Malfoy.
Ele passou as mãos nas vestes onde eu tinha encostado, fez uma cara de nojo e seguiu seu caminho.
Até hoje eu me perguntava com o Joanna, que era tão legal, foi se apaixonar por um babaca como esse.
Eu queria saber porque os meninos são tão babacas.
Tão idiotas...
George é o rei dos meninos babacas e idiotas.
Segui para o jardim de Hogwarts, rezando para não encontrar ninguém conhecido. Ou para encontrar alguém legal, que pudesse me distrair. Talvez, quem sabe, Seamus. Seria legal falar com ele antes do baile.