Desejos Ocultos escrita por Mel


Capítulo 9
Capítulo 9 - Desnorteados.


Notas iniciais do capítulo

Desnorteados.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/15544/chapter/9

Cap. 9


– Acho que esta noite não foi como você imaginou. – Lamentou Kiba.

– Não se preocupe. – Hinata baixou a cabeça e com sorriso lateral, continuou. – Na verdade, foi melhor do que pensei. – Riu.

– Melhor? Como? Acho até que estraguei a imagem que você tinha de mim!

– Ah! Por quê? Ver você nervoso por causa daquela garota foi a melhor parte da noite!

– Eu não fiquei nervoso, você sabe disso. Fiquei... fiquei...

– ... completamente irritado e perturbado por ela ser tão chata a ponto de ter tantas respostas na ponta da língua e ainda tirar uma com a sua cara? É… eu vi.

– Eu ia dizer desnorteado. Nossa! Como você é impossível!

– Acredite, eu me esforço um pouquinho. – Riu.

Hinata e Kiba andavam pelo estacionamento em direção ao carro. Kiba, num leve movimento, pôs as mãos no bolso e com uma delas, segurou a chave, enquanto dizia:

– Mas isso não quer dizer que você esteja certa. – Olhou de lado para ela como se estivesse dando um aviso.

– Uma intimação? – Tentando segurar o riso.

– O carro está logo ali. Nós ainda temos um lugar para ir.

– Se for tão agitado como este primeiro, valerá a pena! – Provocou.

– É um restaurante. Não vejo como poderá ser tão agitado. – Brincou.

– Neste caso, é uma pena, então. – Fez biquinho e entrou no carro.


***





Já se passava das onze horas da noite quando o movimento da churrascaria começou a diminuir, embora quase todas as mesas ainda estivessem cheias e com os pedidos a serem atendidos. Gaara apressou-se para atender a mesa 4, enquanto Lee levava uma sobremesa para a mesa 9 e Naruto colocava os garfos sobre a mesa 1.

– Garçom! Eu pedi coração de galinha, não língua de boi! – Disse uma voz que soava familiar.

Naruto deu meia volta e estendeu um sorriso para não parecer grosso. Em contrapartida, estava totalmente intrigado com o equívoco, afinal, quem confundiria coração de galinha, com língua de boi?

– Desculpe Senhorita, eu... – Mal pôde terminar seu pedido de desculpas e, ao olhar a imagem da mulher a sua frente, ficou paralisado. – Hanabi? – Demorou para completar o nome da mulher.

– Por que esta cara de espanto? – Retorquiu com um riso na cara.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntou ríspido.

– Não se pode mais entrar numa churrascaria e quebrar a dieta? – Bebericou um pouco de vinho. – Ou você também é o tipo de homem que aprova que uma mulher coma apenas salada? - Hanabi provocou-o dando um sorriso falso.

– Você sabe do que eu estou falando. – Tentou se controlar. – O que está fazendo aqui?

– Naruto! Ei, Naruto!! O restaurante precisa de você! Isso está uma loucura, hoje.. – Gritou Kankuro, claramente o repreendendo. Naruto concordou com a cabeça.

– Quem é ele? É o gerente? - Disse, olhando para Kankuro. - Gostosinho, ele… - Bebericou um gole de vinho.

Lee aproximava-se de Naruto com uma bandeja e dois espetos grandes de coração de galinha.

– Lee, aqui. – Chamou, abanando os dedos. - A Senhorita quer mais uma porção. – Disse, olhando para o prato e vendo-o totalmente vazio, à sua frente.

– Muito obrigada! – Agradeceu, olhando para Lee.

– Desculpe o equívoco. – Disse, olhando para a moça. – “Que idiota!” – Pensou Naruto, balançando a cabeça.

Virou-se, indo em direção à bancada onde estava Kankuro.

– Desculpe, Kankuro. Não vai acontecer de novo!

– Naruto, eu preciso de você aqui, está bem? Veja como está a Churrascaria, estamos lotados, não temos condições de pararmos o nosso serviço e ficarmos jogando conversa a fora com nossas clientes!

– Desculpe, Kankuro, já disse. Está bem? Não vai acontecer de novo! – Respondeu com um tom mais alto.

– Epa! Calminha... Aqui eu sou o seu chefe, ainda. Lembre-se disso! – Tentou manter a calma, também. – Olha, eu não sei o que você tem, mas eu preciso da sua ajuda. A Churrascaria precisa de você. Posso contar contigo?

Naruto concordou com a cabeça e foi atender um pedido na mesa em frente, ainda transtornado. Kankuro estava notoriamente preocupado com o amigo. Nunca o havia visto daquele jeito. Nunca o amigo havia levantado a voz para ele, não daquela maneira. “Alguma coisa está acontecendo com ele. Mas o que será?” – Pensou.

Enquanto isso, Naruto que já havia anotado o pedido da mesa 3, agora levava uma bandeja para colher os copos vazios da mesa 2. Pegou-os um a um e colocou-os sobre a bandeja. Atordoado, não conseguiu manter o equilíbrio e derrubou, sem querer, a bandeja com os copos. Todos na churrascaria olharam em sua direção, enquanto se abaixava para pegar os cacos de vidro.

– Desculpe-me, senhor! – Falou.

O homem barbudo e gordo que estava ao seu lado o olhava com reprovação.

– Nem para ser garçom você serve? – Gritou.

– Desculpe-me, senhor! Só perdi o equilíbrio.

– Onde já se viu uma coisa dessas? – Reclamou a mulher a seu lado.

Ao longe pôde-se ouvir a risada de uma mulher ruiva. Vinha da mesa 9, da mesa de Hanabi. Naruto agachado fitou-a com ódio no olhar, enquanto catava os cacos do chão. Kankuro correu em direção ao amigo e viu-o sangrar. Preocupado, segurou-o pelo ombro e levantou-o.

– Está machucado, Naruto. Vá se limpar!

– Não, tudo bem, eu preciso arrumar a bagunça que fiz.

– Não. Você vai se limpar. Eu cuido disso aqui. – Ordenou. E abaixando-se para recolher os cacos, olhou para a mesma direção que Naruto fixava seu olhar, segundos antes. Foi então que Kankuro viu a mesma mulher rir, segurando um copo de vinho na mão.

Naruto saiu e foi em direção ao banheiro. Com as mãos sangrando, parou de frente ao espelho e apoiou-se na pia. Respirou fundo e tentou se acalmar.

– Mas que droga! – Gritou. – Quem ela pensa que é? Quem ela pensa que é??? – Gritou novamente, abaixando a cabeça.

Não agüentou o choro. Chorava de raiva. Chorava porque não suportava a presença daquela mulher. Hanabi mexia com ele, negativamente. E ele sabia disso. Sempre soube. Tinha motivos.

– Quem ela pensa que é...? O que ela faz aqui? – Eram tantas perguntas que Naruto tinha, tantas respostas que ele procurava, tantas lembranças que iam pouco a pouco sendo reavivadas... – Por que ela faz comigo? – Abriu a torneira e lavou-se. – Por que tanto prazer em fazer isso? O que ela quer? – Levantou os braços, segurando a nuca. – O que ela quer? - Parecia pouco mais calmo. Precisava daquele tempo sozinho.

Kankuro terminou de recolher tudo e olhou para Gaara, logo em seguida.

– Vou ver como Naruto está.

– Vai lá. Eu cuido do resto. – Compreendeu-o. – Lee, sirva a mesa 4, eu cuido desta aqui. – Referiu-se a mesa 2.

Os olhares dos funcionários da Churrascaria ainda estavam apreensivos. Pela primeira vez, o sentimento de todos tornara-se único. Não tinham dúvida de que alguma coisa havia acontecido. Naruto podia ser desajeitado, desbocado e isso era constante, mas não parecia ser o tipo de gente que perdia o equilíbrio a toa, com apenas dois copos na bandeja, já carregara mais de vinte e cinco pratos numa bandeja e era um dos poucos que conseguia mantê-la horizontalmente perfeita com o peso em cima. Gaara engoliu a seco o pensamento maldoso que tinha na ponta da língua, porque ele quem o treinou. Qualquer comentário ali seria injusto e desnecessário.

Kankuro abriu a porta do banheiro.

– Naruto?

– Kankuro, eu…

– Naruto, o que está acontecendo? – Fechou a porta. – Você está tremendo!

– Aquela mulher…

– Que mulher, Naruto? A ruiva?

– Sim. Ela mesmo. Ela me deixa assim...

– O que tem ela?

– Ela é o motivo para eu estar aqui. – Disse olhando para o amigo.


***





– Chegamos.






Kiba desligou o carro e desceu. Como de costume, deu a volta pela frente do carro até a porta de Hinata. Abriu-a, estendeu a mão, que delicadamente recebeu o afago da mão de Hinata, e fechou-a.



– Está com fome?

– Muita! Comeria um elefante…

– Acho que não servem isso por aqui. – Disse, indicando a ela, a entrada para o Restaurante.

Hinata reverenciou-o, brincando. Antes que ela falasse qualquer coisa, Kiba impediu-a.

– Oh, bosta! – Resmungou.

– O que foi? – Perguntou, olhando para a expressão de raiva na cara de Kiba.

– Está fechado!

– O quê? Fechado? – Hinata olhou surpresa para a porta e a placa com os dizeres “Estamos fechados”. - Você não tinha reservas para hoje? – Perguntou perplexa.

– Tinha… - Respondeu, intrigado. – Tinha reserva para duas pessoas, escolhi a mesa e eles me garantiram que estariam abertos até a madrugada.

– Pode ter acontecido alguma coisa.

– Mas que droga! – Praguejou Kiba, chutando a parede do restaurante.

Hinata aproximou-se, puxando-o pelo braço, pôs uma mão no ombro de Kiba, como se estivesse o acariciando, pedindo calma.

– Kiba, tudo bem. A gente vai para outro lugar.

– Está bem… Vamos voltar para o carro.


No carro, minutos depois e mais calmo, Kiba olhou para Hinata e confessou:



– Esta noite não está sendo, de forma alguma, a noite que eu havia planejado.


– Não se preocupe. Um dia a gente vai se lembrar desta história e riremos de tudo isso.

– Você tem razão. – Conformou-se. – Ei… tem uma churrascaria, logo ali. – Apontou em direção ao estabelecimento a frente. – O que acha? De repente, no cardápio, pode ser que tenha elefante frito. – Riu.

– Só se a Churrascaria for clandestina… - Brincou.

– E aí, topa?

– Claro! … Churrascaria, ai vamos nós!



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

----.----Uffa!Demorou e eu sei que demorou muito! Por isso peço desculpas àqueles que acompanhavam esta fic. Como sabem, estava no meu último ano de faculdade e tentei dividir meu tempo em vários pedaços para que eu pudesse estudar, trabalhar, escrever e respirar. Não consegui. A faculdade me consumiu de tal forma que não tive nem tempo de respirar direito... Mas agora eu voltei. O capítulo 9 está opostado, enfim! Até a próxima!!!