Desejos Ocultos escrita por Mel
Notas iniciais do capítulo
O primo Neji.
Cap. 4
Sasuke não era do tipo galã. Nem tampouco se esforçava para ser. Era cômodo fazer o que queria, da maneira como queria, na hora em que queria, e com quem queria. Era bonito. Sabia que era. Aproveitava-se disso. Era namoradeiro. E um pouco galinha, também. Seu maior defeito? Seus namoros nunca passavam dos três primeiros meses. Dizem que são os meses de provação para qualquer casal. O casal que chegasse no 4º mês tinha mais chance de dar certo. A verdade é que nunca havia se apaixonado e antes que cometesse esse grande erro, era melhor terminar tudo. O único problema disso era quando a namorada não aceitava a separação. Como era o caso da Ino, que havia batido na Sakura naquela noite.
De fato, Sasuke terminara com Ino, uma semana antes da noite no Bar. Ino o seguira aquela noite e ficou enlouquecida ao vê-lo beijar Sakura. Sem pensar avançou para cima da “Piranha” que o beijara “a força”. Quando Sakura fora embora, Ino continuou o escândalo. Dissera que o amava, que até podia aceitar a traição… e que queria voltar. Sasuke dera de costas. “Você não entende? Acabou Ino. A-ca-bou.”
Chegara em casa pensando, não naquela doida que o seguira, mas na moça que beijara. Mesmo bêbada, era linda! Pena que o beijo havia sido interrompido tão bruscamente. Pelo menos havia dado tempo de passar o telefone, já que isso foi antes do beijo.
E por falar em telefone… Sakura e ele permaneceram no telefone pouco menos de três horas. Ela parecia eufórica. Não que nunca tivera se sentindo assim, mas havia tempo que não sentia a pulsação rápida, forte, que a tirasse do seu estado normal. Ainda era cedo para dizer que estava apaixonada. E, realmente, não estava. Gostava era do perigo. Dizia-se aventureira. Também, pudera!
***
Neji chegara de viagem naquela manhã. Vinha com “mala e cuia” direto para a casa da Hinata. Embora não esperasse ficar por lá, precisava, até os inquilinos que estavam de aluguel na sua casa, saíssem. E no contrato constava que ficariam lá por pelo menos até o final do mês.
- Mesmo que fosse por um ano… É claro que pode ficar aqui.
- Prometo que nem vai sentir a minha presença.
- Você não é um problema.
- Onde ponho as malas? – Disse, levantando as malas do chão.
- No quarto de hóspedes. A propósito, eu saí do banho agora. Ainda t…
- Eu percebi. Ainda está com a toalha na cabeça. – Riu.
- Ha… engraçadinho… Como eu dizia, ainda tem água na banheira. Se quiser tomar um banho…
- Um banho de banheira? Seria idiota da minha parte recusar.
- Sinta-se a vontade então.
- Já me sinto. – E andando até o quarto de hóspedes… - O que acha de sairmos para almoçar?
- Ótimo! Eu não estava querendo ficar no fogão, em pleno sábado.
- Maravilha! Então, vou tentar não demorar.
- Ok.
Hinata foi para o seu quarto. Ainda tinha uma coisa para fazer: Ligar para Kiba.
Sentou-se na cama, pegou o telefone e ligou. Um, dois, três toques. Kiba atendeu.
- Kiba?
- Oi Hinata.
- Eu disse que ligaria.
- Que bom que me ligou. Estava pensando em você. Na verdade, falando de você para o Akamaru.
- Akamaru? Quem é Akamaru?
- Meu cachorro.
- Você estava falando de mim para o seu cachorro?
- Foi o que disse… hahaha
- E o que foi que disse, posso saber?
- Segredo de homem para cão.
- Tudo bem, espertinho… Não precisa dizer. A menos que tenha falado muito mal.
- Então ficará sem saber. Por muito tempo…
- Me sinto lisonjeada.
- Vai fazer alguma coisa, hoje?
- Por quê? Planeja algo?
- Almoçar fora.
- Já tenho algo planejado para este horário. A menos que não se importe em almoçar com meu primo.
- Um almoço em família? – Perguntou como quem não tivesse gostado muito da idéia. Talvez se fosse seu namorado, aceitaria. Mas aquilo não passava de uma amizade… Uma amizade colorida, por sinal. Estavam se conhecendo, e mais nada.
- Se quiser, pode ser a noite.
- Está me chamando para sair?
- Assim você me deixa sem graça.
- Está ou não está?
- Não. Quer dizer… estou.
- Um jantar?
- Pode ser. Mas desta vez eu ajudo a pagar.
- Eu pago e não se fala mais nisso.
- E… vamos para onde?
- Não era você quem estava me chamando para sair?
- Você quem decidiu que seria um jantar.
- Assim não vale. Mas, tudo bem… Eu vou pensar um pouco. Enquanto isso será segredo.
- Sem problemas. – Riu.
Despediram-se e desligaram o telefone. Já era hora de Hinata se trocar para sair com Neji. O dia estava ensolarado, então decidiu pôr uma saia jeans que ficava pouco mais de um palmo acima do joelho, e uma blusinha regata degradê branca e azul que deixava um decote em “U”. Vestiu-se e calçou uma sandália preta com salto fino. Separou um cinto preto; colocou-o. Ao lado do espelho, sobre a mesinha, Hinata pegou uma presilha e prendeu seu cabelo. Estava simples. Ficava linda de qualquer jeito.
- Está pronta? – Perguntou Neji.
- Estou. Vamos?
- Vamos, estou com fome! – Riu.
***
- Não. Eu me recuso a me vestir de pingüim.
- Cara, você não está na condição de se recusar.
- Porra, mas me vestir de pingüim já é demais. Ôh Kankuro… alivia essa vai!
- Aqui eu sou o seu chefe. Pago seu salário. Devia me agradecer.
- Continue assim, e qualquer dia desses, eu me demito.
- Enquanto isso não acontece, você segue minhas ordens, Naruto.
- Sim chefia. “Sim chefia” - Disse bufando. – A chefia pediu, o funcionário obedece.
Kankuro era dono de uma churrascaria no extremo-leste da cidade. Havia ganho uma bagatela em dinheiro com a herança deixada por seu pai. Seus dois irmãos, Temari e Gaara, resolveram aplicar suas respectivas partes da herança num banco no centro da cidade. Ambos ajudavam Kankuro na churrascaria. Temari era a recepcionista. Daquelas que ficam na porta, em pé, toda arrumada, que quando alguém chega pergunta: ‘Mesa para quantos?’. Gaara, assim como Naruto, Rock Lee e Sai, era garçom. Já Chouji ajudava na cozinha. É… na cozinha. Não era o único que trabalhava por lá. Além de outros 6 “cozinheiros”, Kankuro, quando não estava fazendo o balanço, ou separando notas ficais, ficava por lá também. Chouji se virava bem com os espetinhos. Comia que era uma beleza! Mas, como a churrascaria investia também em massas, Chouji ficou incumbido de prepará-las. Ah! Nisso ele era muito bom. Lasanhas, nhoques, ravioles, eram seus melhores pratos. Um dos mais pedidos era espaguete com porpeta. A clientela adorava.
***
Hinata e Neji foram ao shopping, de carro. Dentre as opções, decidiram ir ao Out Back, um restaurante australiano. Como petisco, pediram uma porção de cebola empanada, só para entrada. Depois decidiriam o prato e as bebidas que enriqueceriam o almoço naquele sábado.
- Três anos na Austrália e eu venho comer num restaurante australiano. Haha…
- É difícil se desapegar, né?
- Um pouquinho… E o que você me conta de bom?
- Nada demais. Conheci uma pessoa. Vamos sair, hoje.
- Como assim nada de mais? E conhecer uma pessoa não é uma coisa boa?
- Sim, mas… Acho que entre nós, só amizade mesmo.
- Por quê?
- Ah! Ele me faz bem, sabe? Eu é que não sinto nada. Aliás, nós dois já percebemos isso.
- Como assim?
- hahaha… Nós nos conhecemos num bar. Eu e Sakura… - E começou a falar de sexta-feira.
Hinata e Neji tinham, além do parentesco, uma relação forte de amizade. Contavam tudo um para o outro. Como estavam 3 anos separados e o interurbano estava caro demais, era o momento exato para colocar toda a conversa em dia.
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Daqui pra frente, a história se desenrola... Precisava deste capítulo para explicar algumas coisas e engatar a primeira.