Ele se movimentou. Um movimento brusco, rápido e pensado, mas que eu poderia facilmente impedir. Aquele tipo de golpe era preciso, mas, depois de sofrer muitas vezes, aprendi a evitar. E, então, orgulhosamente eu anunciei o xeque.

-Ah, droga, você aprendeu a não perder na primeira jogada, Kiba. –Shikamaru murmurou, preguiçosamente, analisando o jogo com toda aquela calma e eu sorri. Um sorriso infantil, mas muito verdadeiro. Eu estava orgulhoso. Isso era um fato. Ganhar daquele bicho preguiça era realmente muito difícil.

Mas a minha alegria não durou muito tempo. Uns três segundos, eu diria. Três segundos até ele mover aquela mão maldita dele e mexer no seu bispo. Três segundos até eu notar que me encontrava completamente encurralado por umas três peças que simplesmente brotaram do tabuleiro de xadrez.

-Xeque... –Ele me olhou, cansado, mas sorrindo.  Eu fiquei emburrado e mexi qualquer peça, esperando que ele matasse o meu rei de uma vez por todas. -... Mate.

-É muito chato jogar com você, droga. –Murmurei, já tirando a minha última peça de roupa. Sim, eu já havia perdido tantas e tantas que começamos a apostar. Quem perdesse tirava a roupa. E olha só como eu me encontrava...  Sem roupas! Em menos de vinte minutos!

Confesso que eu esperava coisa assim. Jogar xadrez com um cara que tem um Q.I. de aproximadamente 200 não é muito fácil, mas eu me esforçava.

Deixei o tabuleiro e o jogo de lado e puxei Shikamaru pra mais perto, selando carinhosamente seus lábios.

Eu sinceramente demoraria a me cansar daquele jogo. Mas, mesmo assim, estava treinando para um dia ver o gênio tirando a roupa pra mim.