O sol entrava pela pequena abertura da janela, batia diretamente nos olhos da jovem que estava deitada tranquilamente na cama. Mexe-se um pouco, abre levemente os olhos, piscando-os algumas vezes para se habituar à claridade que insidia neles.

À sua frente encontrava-se um moreno adormecido, um sorriso brota nos seus lábios ao lembrar o que este lhe tinha pedido na noite anterior, e que ela tinha aceitado isso. Poderiam não assumir perante o resto das pessoas, mas pelo menos ele seria só dela, pelo menos tinha a certeza disso. Sasuke não era mulherengo, portanto era pouco provável que olhasse para outra, o pior era mesmo que ‘a outra’, entenda-se no plural, olhava em demasia para ele.

Já estava a ficar irritada só em pensar nisso. Muitas raparigas a darem em cima do seu Sasuke-kun. Faz um biquinho emburrado ao imaginar a cena, ouve um riso abafado e olha para Sasuke que a olhava com um certo divertimento. De tão absorta que estava nos seus pensamentos nem tinha notado que o rapaz já tinha acordado e que a encarava.

-O que foi Sasuke-kun? – Pergunta-lhe sem entender o que lhe poderia causar tanto divertimento ao ponto de soltar um riso abafado.

-É que ficas tão fofa desse jeito… - Diz ele com um dos seus sorriso enviesados, o que a fez corar mais.

-Q-Qual jeito? – Olhava para baixo para tentar esconder o quão coradas as suas bochechas estavam devido às palavras dele.

-Assim… emburrada, perdida em pensamentos… coradinha… - diz divertido ao vê-la corar cada vez mais e sem jeito.

Acaricia o rosto dela com carinho, a pele dela tinha u toque suave e parecia muito delicada, como uma flor, uma verdadeira flor, que merecia ser cuidada e não pisada, para não murchar e assim mostrar o quão bela ela era.

Sakura estava bem corada, e ele nem tinha feito nada de muito especial, só falou algo minimamente carinhoso e fez-lhe um carinho no rosto. Seria isto que qualquer pessoa que não conhecesse o Uchiha mais novo diria, mas quem o conhecesse, não era preciso conhecer tão bem como Sakura conhece, notaria que havia muito por trás daquelas palavras, afinal Sasuke realmente nunca foi de elogiar ou fazer carinhos em ninguém, muito menos nela.

-Vou preparar o pequeno-almoço. – Fala Sakura tentando pôr-se de pé, só para tentar esconder o quão vermelha ela se encontrava, mas Sasuke segura-lhe nos braços antes dela se conseguir levantar da cama, ela olha-o confusa, porque não a deixava sair?

-Tens que descansar. – Diz ele calmo.

-Não é preciso, já estou ótima, não há motivos para continuar em repouso. – Falo tentando levantar-me novamente, mas sendo outra vez impedida por ele.

-Não sei… Prefiro que fiques aqui deitada… - Diz ele o que a fez ficar novamente emburrada, faço o biquinho o que o faz soltar um riso abafado.

-Va lá Sasuke-kun, deixa-me ir fazer o pequeno-almoço. É o mínimo que posso fazer depois de teres tomado conta de mim – Diz Sakura reivindicando.

-Não, eu não deixo, prefiro que continues aqui sossegada até recuperares totalmente. – Diz Sasuke irredutível, como sempre.

Sakura bufa levemente deitando-se novamente na cama, conhecia o Uchiha suficientemente bem para saber que não conseguiria faze-lo mudar de ideias. Sasuke dá um dos seus típicos sorrisos de canto e um beijinho na testa, o que causa um leve rubor na face da pequena menina que se encontrava à sua frente.

Levanta-se e sente a sua mão ser segurada antes de conseguir dar um simples passo, olha para trás encontrando uns orbes verdes a olha-lo.

-O que se passa Sakura? – Pergunta olhando-a sem entender o porquê dela não o deixar ir.

-Onde vais Sasuke-kun? – Pergunta ela quase tão baralhada quanto ele.

-Vou preparar o café da manhã, não te vou deixar sem comer nada não é? E eu recuso-me a deixar-te fazer tudo sozinha ou a fazeres esforços! – Diz mal a vê abrir a boca para contestar novamente.

Deitou-se novamente na cama e solta a mão dele, não valia em nada estar a reclamar, sabia bem que não o faria mudar de ideias.

Dando um meio sorriso, ao notar que ela já tinha desistido, beija-lhe novamente a testa, levantando-se, indo em direção à cozinha.

Sakura levanta-se e acaricia suavemente as pétalas das rosas que Sasuke lhe tinha dado, decide tomar um banho, procura alguma coisa para vestir, encontra uma roupa sua e acha estranho essa roupa estar n casa de Sasuke. Depois do banho já estar tomado e de se ter vestido, desce para a cozinha. Quando lá chega vê-o virado para a banca, não conseguia compreender o que ele estava a fazer. Olha para a mesa e vê que ela já tinha o pequeno-almoço posto, tinha várias coisas, bolo, torradas, geleia e outras coisas para pôr no pão e ainda tinha leita. Sakura olha admirada para aquela mesa, não acreditava muito que teria sido ele a fazer aquilo tudo.

-Algum problema? – Pergunta Sasuke olhando-a, ele estava com uma jarra de sumo nas mãos. Ela repara que havia cascas de laranja cortadas na mesa.

-Foste tu que fizeste isto tudo? – Pergunta olhando-o.

-Fui sim. – Disse ele com um meio sorriso. Olhava-o desconfiada. – Tá! Só não fiz o leite. – Fala um pouco aborrecido o que a fez soltar um riso abafado.

Sasuke pousa o sumo na mesa, pega nas cascas e guarda-as. Ela fica a olha-lo interrogativamente, não entendendo porque não as tinha deitado fora.

-Vão ser reutilizadas depois. – Sorriu de canto e sentou-se à mesa, faz-lhe sinal para se sentar ao seu lado, o que a jovem faz prontamente.

Pega com um certo receio um pouco de bolo, afinal nunca tinha provado a comida de Sasuke e o normal na maior parte dos homens que cozinham saia sempre desastre. Mas até que nem estava assim tão mau… Sasuke até era um bom cozinheiro para um homem. Quando olha para o lado, vê-o a olha-la com uma expressão tensa e ansiosa, notava que ele estava muito concentrado no rosto dela para ver se ela tinha gostado, se estava aprovado ou não. Sakura dá um sorriso.

-Está perfeito Sasuke-kun. – Diz vendo a expressão do rosto dele suavizar.

-Que bom que gostas-te. – Diz ele dando para ver o alívio no seu rosto.

Pega numa torrada e põe geleia, sorriu sendo acompanhada por ele no pequeno-almoço.

Quando terminaram decidem sair, melhor, Sakura tenta convence-lo a ir com ela.

-Mas onde queres ir Sakura? – Pergunta ele enquanto caminhavam pelo meio da floresta, afinal não podiam ser vistos juntos.

-Hum… não sei… - Fala encolhendo os ombros.

-Hunf… Pedes-me para vir contigo mas não sabes para onde? – Pergunta revirando os olhos com uma expressão entediada.

-Só queria passar um pouco mais de tempo contigo, fora de casa. – Cora ao falar isto. – Mas não queres… tudo bem, eu entendo. – Diz e olha para baixo.

A expressão de Sasuke suaviza e ele abraça-a, a jovem fica surpresa.

-Pará!... Alguém pode ver-nos… - Fala tentando afastá-lo, o que foi em vão, visto que ele era mais forte que ela.

-Não, este lugar é deserto, ninguém vem para cá, este caminho deixou de ser usado há bastante tempo. – Dá um meio sorriso para a jovem devido à preocupação que ela demonstrara e também numa tentativa de a acalmar, o que pareceu resultar.

Acaricia o rosto dela carinhosamente o que a faz corar.

Aproxima-se mais dela e sorri ao notar que ela corava ainda mais com a aproximação dele e à medida que notava o que ele iria fazer as suas bochechas tornavam-se cada vez mais vermelhas.

Continua as caricias, no rosto e cabelo, junta os seus lábios nos dela carinhosamente. Ela retribui ao beijo timidamente enquanto lhe abraça o pescoço, ele abraça-a pela cintura mentando-a próxima dele, não querendo que ela se afastasse dele ou o afastasse.

Beijam-se até que o ar os obriga a separarem-se.

Sakura estava sem jeito e um tanto vermelha, o que aos olhos do Uchiha só a deixava ainda mais maravilhosa, olhos de um verde envolvente, cabelos de um rosa único, tudo combinava com as bochechas vermelhas. Sasuke encarava a sua namorada encantadora, sorri ao pensar na palavra ‘namorada’, ainda não acreditava plenamente que ela era sua namorada, apenas sua.

Sakura olhava o moreno retribuindo o olhar carinhoso, achando que ele ficava ainda mais lindo com aquele sorriso de canto nos lábios, fecha os olhos sentindo os carinhos dele que nem por um momento os tinha parado.

-Sakura… -Ouve-o sussurrar. Abre os olhos e fica a olha-lo a espera do que ele iria falar. – Eu… Eu… - Suspira e fecha os olhos um pouco frustrado.

Ela sorri tendo entendido o que ele queria dizer, acaricia o rosto dele com carinho.

-Tudo bem. – Diz calmamente. – Sei que um dia conseguirás dizer isso… -Sorri para ele.

Sasuke sorri de canto também, mas sentia-se extremamente irritado por não conseguir dizer aquelas simples palavras, por mais que quisesse nunca lhe saiam da boca, era como se ficassem presas na sua garganta impedidas de sair, bufa arreliado. Sakura abraça-o carinhosamente.

-Aishiterumo. – Sussurra para ele, o que o deixa surpreso, quer pelo abraço, quer por ela lhe dizer aquilo novamente.

Abraça-a de volta fortemente e beija-lhe a testa, deixando-se ficar assim com ela durante bastante tempo.

-Sasuke-kun… - sussurra a menina.

-Hn? – Pergunta ele distraído com o cheiro doce de cerejas que ela emanava.

-Como as minhas roupas foram parar a tua casa? – Pergunta Sakura enquanto cora levemente.

- A Hokage levou-as lá depois de ter ido falar com os teus pais. – Diz naturalmente um pouco divertido pelo nervosismo que ela expressou em seguida. – Ela só foi lá falar que irias ficar um tempo em casa de uma amiga para estudar melhor uns papéis que ela vos tinha encarregado de rever. Eu pedi para ela não os preocupar.

Sakura sorri vendo a preocupação que ele tinha emanado, não só com ela mas também com os seus pais. Dá-lhe um selinho e sorri.

Depois de um tempo assim eles voltam para casa do Uchiha, no dia seguinte Sakura iria voltar para sua casa, muito a contragosto dele, pois não queria que ela fosse embora.

Quando lá chegaram, Sakura entra em casa enquanto Sasuke fica um pouco na rua, com a desculpa de querer dar uma volta pelo distrito. Ela entende que ele queria ficar um pouco sozinho por algum motivo e entra em casa depois de lhe dar um rápido selinho o qual foi retribuído por ele.

Sasuke anda um pouco até a parte de trás da casa e fica lá parado, parecia esperar algo.

-Olá Sasuke. -Fala uma voz familiar passado algum tempo. O que faz o moreno dar um sorriso de canto.

-O que faz aqui a estas horas? – Pergunta seco como sempre sem se virar para encarar a pessoa que se encontrava atrás dele.

-Quis ver como andavam as coisas depois do meu empurrãozinho, devias de me agradecer por eu ter feito aquilo. – Diz o homem calmo, o que leva a raiva do moreno voltar tudo, lembrando-se que tinha contas a ajustar com aquele homem.

Vira-se para ele encarando-o enraivecido.