-Char, acorde, está na hora da escola. – minha mãe me chamava

         -Ah mãe, 5 minutinhos!

         -Charlotte, levante já e vá se arrumar.

         -Tá – resmunguei e levantei. – Posso tirar o dia de folga hoje, pensei em ficar na biblioteca até mais tarde hoje.

         -Claro querida, agora se arrume. – me deu um beijo na testa e saiu.

         Então eu me arrumei, bem eu sou Charlotte Martinez, sou filha única, tenho 15 anos, sou loira, tenho olhos azuis, cabelos levemente ondulados. Moro com meus pais e meu cachorro, o Marty. E infelizmente eu tenho que ir à escola, posso até ser inteligente, mas isso não significa que eu goste de escola, certo?

         Levantei fiz a minha higiene e coloquei uma roupa básica, uma calça jeans, uma blusa com estampa de sorvete e um allstar preto. Logo meu pai apareceu na porta do meu quarto.

         -Bom dia, flor do meu dia. – abriu os braços para um abraço e eu o abracei.

         - Pai, eu já estou indo, dá tchau para a mamãe. – beijou minha testa

         -Juízo mocinha!

         Meu pai é o cara mais legal desse mundo. Ele chama Paul Martinez, é alto, cabelos loiros e olhos azuis. Ele é muito legal, isso faz com que o parque seja famoso, pessoas de outras viagens às vezes vem aqui só para se divertir no Fantasy World. Todos o adoram. Isso me deixa orgulhosa de ser sua filha.

         Minha mãe é a mãe mais divertida de todas. Ela chama Jennifer Martinez, é alta, tem cabelos negros lisos e olhos verdes. Ela é engraçada e super extrovertida. Ela não me força a nada, é uma mãe normal. Ela me entende, diferente daquelas mães que nem ligam para os filhos. Ela que teve a idéia para do parque, logo que meus pais se casaram, minha mãe engravidou, e quando foi quando teve a idéia para o parque.

         Tem também meu cachorrinho, o Marty, ele é levado e folgado. Muito folgado. Ele sempre me acompanha até a escola, e depois volta, fofo não?

         -Vem Marty, vamos para a escola. – chamei e ele veio correndo, abaixei e o peguei no colo

         Então segui a caminho da escola, algumas meninas passam por mim e me olham com cara feia, eu sinceramente não sei o porquê disso. Tem algumas que até me tentam deixar pra baixo. Como Valerie, a menina mais bonita do Ginásio.

         -Charlotte, cuidado para não assustar as formigas com essa bota horrível. – ela e suas amiguinhas riam, só porque nesse dia eu usava minha bota mais velhinha.

         Eu não entendo como uma pessoa fica feliz por deixar os outros para baixo. O que tem em legal nisso? Eu não sei, e se alguém souber, por favor me fale.

         Ninguém nunca fez questão de falar com a filha dos donos do parque. Ás vezes eu me sinto só, por não ter ninguém para conversar. Quando estão com vontade de desabafar sempre procurava a Jenna, a mulher-elástica como todos a chamam. Ela sempre me escuta. E isso é bom.

         -Bom, Marty, agora volte para casa. – coloquei o no chão e ele me deu uma lambida e seguir caminho para a nossa casa.

         Já estava na frente da escola. Mais um dia de chatice, entrei e segui em direção ao meu armário. Logo chegaram Valerie e seus ‘’capachos’’

         -Char, sinceramente, que blusa é essa de sorvete? Comprou na ala infantil? – todos começaram a dar risada, todos que estavam no corredor.

         Isso foi demais até para a Valerie. Isso foi muita humilhação, fechei meu armário e sai correndo em direção ao banheiro. A única coisa que consegui fazer foi me trancar em uma cabine e começar a chorar. Fiquei uns 20 minutos lá, chorando , colocando tudo para fora. Já havia tocado o sinal para o primeiro tempo. Eu não fazia questão de ir para a aula. Sai do banheiro, fui para meu armário peguei meus livros para o próximo tempo, seria geografia. Fui então direção ao jardim, mas esbarrei em alguém que vinha na direção contrária.

         -Aii – cai no chão com todos os meus livros. Derrubei o meu óculos também. Comecei a tatear o chão a procura dele.

         -Está a procura disto? – olhei para frente e vi um belo rosto de um garoto, que segurava meu óculos, pelo menos eu acho.

         -Se isso for o meu óculos, sim, estou. – estendi minha mão para alcançar-lo, ele segurou na minha mão e me levantou.

         -Primeiro me diga seu nome!? – entregou meu óculos

         -Por que queres saber o nome de uma simples garota que esbarrou no corredor? – falei ajeitando meus óculos e recolhendo os meus livros e levantando. – Ok, me chamo Charlotte, mas pode me chamar de Char, ou Charlie se preferir. E o seu?

         -Eu me chamo Nicholas, mas pode me chamar de Nick. Peraí, você não é filha dos Martinez?

         -Sou eu mesma!

         -Eu sou um grande fã de seus pais. Eu adoro o parque, sempre vou lá, sempre quando dá.

         -Nunca te vi por lá!

         Ele ficou me olhando por alguns segundos que pareciam uma eternidade. Aqueles olhos castanhos caramelados, eram lindos. Seus cabelos castanhos, lisos com um leve topete. Ele parece simpático. Parece ser legal. Fui afastada dos meus pensamentos pelo inspetor, o Sr. Jones.

         -O que os senhores fazem aqui e não na aula?

         -Atraso! – eu e Nick falamos juntos, e logo nos olhamos.

         -Ok, esperem até o próximo tempo, sentados em algum lugar. Lembrem-se 3 atrasos por mês e uma suspensão. – O inspetor pronunciou

         -Sim, senhor. – Nick fez uma reverência. O que me fez rir.

         O inspetor foi embora. Nick se sentou nos degraus da escada. Eu fui atrás dele e sentei ao seu lado.

         -Você chegou mesmo atrasada? – ele me perguntou        

         -Ér... Na verdade não! Foi Valerie, ela é uma – fui interrompida

         -Uma infantil?

         -Isso mesmo! Eu acho... – fui interrompida pelo sinal.

         -Te encontro hoje mais tarde no parque. Tchau. – deu um beijo na minha bochecha e saiu.

         Eu me levantei e fui em direção a minha aula. Os corredores foram se enchendo por alunos, e eu tentei desviar todos possíveis, por fim, entrem na sala e me sentei. Estava achando que pela primeira vez teria um amigo.