Entramos na minha casa, e como de costume, meu pai estava largadão no sofá, com um engradado de cervejas a seu lado, assistindo uma partida de baseball na TV, me esperando para almoçar, e seguir de volta para o trabalho.

- Charlie, Edward e eu temos uma coisa muito importante para te contar...

Meu pai ficou branco, pálido, e começou a suar frio pelas mãos. Ele levantou tão rápido que eu me perguntei se ele também não seria um vampiro e vinha morder... o EDWARD!

- Bella, eu sabia! Eu sabia que não podia confiar neste aí! Quando vai nascer? Diga-me? – Meu pai sacudia os braços, passava as mãos pelos cabelos inúmeras vezes. – Sua mãe vai me matar, eu estou vendo ela me matar...

- Quem vai nascer, pai? – Perguntei sem entender nada.

- O filho de vocês! – Meu pai disse enfiando o indicador da mão direita entre os olhos de Edward.

- Que filho, pai? – Falei me enfiando entre eles, antes que meu pai pudesse tentar esganar meu namorado, e terminasse com as mãos fraturadas.

- Você está grávida! Eu sei! Eu vi nos seus olhos que você veio me contar isso...

- Eu estou grávida!!! – Repeti em transe.

- Desculpe me intrometer, mas não é sobre isso que Bella e eu viemos conversar... – Edward tentou ser cortês, com toda aquela educação dele do tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, quero dizer, do tempo do lá vai bolinha. Porque, vocês sabem, eu não posso nem pensar em cachorro perto do Ed que ele fica furioso, mesmo não conseguindo ler meus pensamentos.

- Minha filhinha... minha pobre e pura filhinha... agora vai ser mãe... – Meu pai repetia desolado enquanto andava em círculos. – Renée vai me tirar o couro... Renée vai transformar minhas tripas em comida de passarinho...

- Eu não vou ser mãe! – Falei tentando fazer meu pai enxergar que estava fazendo drama por nada.

- Filhinha... deixa o papai te dar um abraço... quer que eu estoure os miolos dele na parede? Ele te machucou? – Meu pai me abraçou tão apertado que eu senti o cheiro da cerveja saindo pelos seus poros.

- EU NÃO TÔ GRÁVIDA, PAI! – Gritei desesperada na ânsia de me afastar daquele abraço de urso.

- Nós viemos falar de uma viagem que nós vamos fazer... – Ed tentou mais uma vez ser educado e eloqüente, e sussurrou baixinho um “Alice, cadê você?” quando meu pai lançou aquele olhar furioso para ele

- Viagem vai fazer você, rapazinho... – meu pai sorria sarcástico - viagem sem volta para o inferno!!!

E Charlie puxou o revólver da cintura, apontando para a cabeça de Edward, que levantou as mãos como num reflexo.

- CHARLIE!!!! – Alice falou sorrindo se enfiando entre a arma e Edward. – DEIXA A BELLA VIAJAR DE FÉRIAS COM A GENTE???

Meu pai ficou olhando o rosto de fada dela perplexo, então baixou a arma.

- Que viagem? Minha filha não pode viajar, ela está grávida!

- Eu não estou grávida! – Falei mais uma vez, e parece que desta vez meu pai deu ouvidos, já que baixou a arma e me olhou com ternura.

- Diz pro papai que ele não te tocou, filhinha...

- Pai, ele não me tocou, não neste sentido... – Falei enquanto pensava “infelizmente, não tocou ainda”.

- O que estava dizendo, Alice. – Meu pai falou mudando a expressão para um sorriso enquanto falava com ela.

- Viemos pedir permissão para levar Bella em nossa viagem de férias! Vamos para a casa de praia da família, no Brasil!

- Ah, tudo bem, mas só de você ficar de olho neles dois... – Meu pai falou para Alice apontando de Edward para mim várias vezes. – Ainda não estou pronto para ser avô.

- Pode deixar comigo! Bella vai dormir no meu quarto!!! – Alice disse piscando um olho para mim.