Meu Presente é Você escrita por Machene


Capítulo 2
Capítulo 2




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Cap. 2

Eu já estou acordada a mais de duas horas e só o que consegui arrumar durante este tempo foram os banheiros. A mensagem do Haru me deixou ansiosa, porém nervosa, e não faço a menor idéia do motivo dele escolher logo a minha casa! Só sei que ela tem que estar brilhando de limpa! * * Foocoo!

"- Elie, tudo bem? É o Haru. Eu quero te pedir um favor, se puder... Será que eu posso ficar na sua casa amanhã? ~ ~ É que o meu pai viajou com a minha mãe e eles se esqueceram de me contar, então eu tô meio que... trancado do lado de fora. Eu vou dormir hoje na casa de um amigo meu, mas ele tá ocupado e realmente não posso ficar sozinho devido ao meu problema com a bagunça. Sei que deve ser meio chato pra você, mas eu preciso mesmo da sua ajuda... Se tiver tudo ok pra você, me liga, certo? Eu te vejo amanhã."

Não consigo parar de pensar no que ele falou. Perguntas não param de me vir à cabeça: "Por que logo eu?", "O que a noiva dele tá fazendo, que não pode acudir o próprio noivo?", "A que distância fica a cidade mais próxima daqui?", dentre outras... Nem é pelo fato dele vir pra tão perto de mim. Mas e se ele só estiver vindo pra cá como sua última opção?

Seria um trauma que eu teria que aturar pelo resto da minha vida sem graça! õ õ Ultimamente, por causa de todo o stress amoroso, eu não consigo mais me concentrar nem no meu trabalho, que dirá na organização da casa! Levantei mais cedo pra ligar pra ele e confirmar que dá. Haru disse que chegaria ao meio-dia, então vai dar tempo para fazer o almoço.

Isto se tudo ficar limpo antes das onze.

- Se aquela safada da Melodia não estivesse ocupada...! – rosno, levantando com muito sufoco duas caixas de papelão entupidas com meus brinquedos antigos – E eu tenho dado duro no trabalho tanto quanto ela. ¬¬

Prendo meus cabelos, tiro as sandálias e ponho as roupas mais frescas que encontro pela frente. Vou direto para a pia, entupida de louça e até de restos de comida. As janelas são as próximas, e estão super manchadas com marcas de dedo. No fim vejo que não deu tempo de preparar o almoço. Argh!

- A campainha! – olho para o relógio – São doze horas em ponto? É difícil um cara chegar na hora que diz que vai... – a campainha continua tocando – Já vou! – corro para atender a porta e vejo meu sorridente chefe com uma mochila pequena – Oi Har... Q-quer dizer, senhor...

- Elie, eu já não falei que não precisa de formalidades? – ele desfaz o sorriso, balançando a mão – Somos amigos, não?

- Ah sim, claro...! – evito demonstrar o meu desânimo ao escutar isto – Por favor, entre.

- Obrigado. – ele passa e eu fecho a porta – Nossa, sua casa é bonita! E muito organizada também...!

- ^^' Nem tanto... – coço a cabeça, rindo totalmente sem jeito – Sei que é pequena, mas tem um quarto de hóspedes frente ao meu. Pode se acomodar.

- Valeu Elie, tô te devendo uma! – vai andando pela indicação que fiz para o seu quarto.

- Droga! Por que eu não acordei mais cedo ainda? Agora não vou mais poder fazer o almoço sem que ele veja! ' – sussurro indignada.

- Ah Elie, sem querer ser chato... – aparece do corredor. Rapidamente, me viro assustada – O almoço tá pronto? É que eu saí da casa do meu amigo sem comer, sabe... – sorri.

- * * "Ah, ele sem jeito é muito lindo!" – penso isso e começo a sorrir sem perceber – Bom, eu ia fazer, mas...

- Mas...? – vem andando na minha direção. Olho ao redor da casa, com as mãos atrás das costas.

- - -' Perdi muito tempo arrumando a casa, e me esqueci.

- Ah... Mas se for por isso não tem problema. – coloca a mão no bolso – Minha carteira está comigo, então podemos sair e almoçar fora. O que acha?

- A-almoçar fora? – meu rosto começa a esquentar e tento me esconder virando o rosto para o outro lado – Certo.

- Beleza. Pera um pouco que eu vou me trocar.

- Sim, chefe. – faço uma leve continência quando ele vira.

- O que disse? – vira-se outra vez. Desfaço a pose.

- Nada... Haru. – quando percebo o que falei me reprimo.

- Ah, melhorou. n n Gosto quando me chama de Haru.

- Sério? É que... não sou muito acostumada. – sorrio.

- Pois se acostume, senão eu posso te repreender! – sai.

- Ah... – suspiro e me viro, procurando a bolsa pela mesa – Eu queria que você me repreende-se um pouquinho.

Por muita coincidência, ou então seja lá o que venha disso, o Haru gosta da mesma lanchonete que eu e é pra lá que nós vamos e no carro dele, õ õ que eu nem sabia que estava estacionado na entrada da casa! Como é de se esperar, além de muito lindo é chique e de bom gosto. Eu não sou a única que compete para tomar ele da noiva patricinha.

A garçonete que vem sempre atender a mesa onde Melodia e eu nos sentamos, e é onde eu e Haru estamos, até então sempre muito calma, começa a se atirar encima dele.

- O que você vai pedir Elie? – fico abismada dele não ter notado que ela tá dando tanto mole, ou deve estar fingindo.

- Ah, eu vou querer o mesmo de sempre e pode trazer a sobremesa também, tá? – a garçonete anota e vira pra ele.

- E o senhor? O que pretende comer?

- Bom, tem muita coisa boa. Mas eu vou querer o que a Elie pediu também. – fecha o cardápio.

- Tudo bem, eu já volto com os pedidos. – sai rebolando.

- Vadia! – sussurro, mas ele acaba escutando e me olha.

- O quê? – abro a boca algumas vezes.

- Tia... Quis dizer tia, ela parece com a minha tia! - -'

- Estranho. – ri, com a maior inocência do mundo.

Durante o almoço conversamos o tempo todo e eu acabei descobrindo que temos mais em comum do que imaginei. As horas passam voando e quando nos damos conta já são duas da tarde. Resolvemos sair para andar um pouco, de carro, é claro! Em uma das lojas que vemos acho um lindo colar. Ele tem um pingente no formato de cruz azul. Acabo me aproximando da vitrine.

- Olha Haru, você não acha esse colar lindo?

- É sim, é legal... – sorri. Continuo encarando o pingente – Quer ele de presente pra você, Elie?

- Como assim? – saio de perto da vitrine – Você quer dar ele pra mim? Eu só tava admirando.

- Mas se quiser eu compro pra você, não tem problema.

- Mas Haru... – o sorriso dele só aumenta.

- Olha, só por ter me chamado pelo meu nome eu vou te dar aquele colar agora mesmo! – entra na loja.

- o o Não, espera aí! – tento segurá-lo, mas não dá.

- Por favor, pode me dar aquele colar que está ali?

- Claro. – a vendedora sai do balcão e vai buscar.

- Espera um pouco Haru, não precisa fazer isso!

- Tudo bem Elie, eu quero te dar um presente.

- Mas... – abaixo um pouco os olhos – E a sua noiva?

- Ah... – ri – É com isso que você está incomodada?

- Claro! – volto a olhá-lo – Não quero causar problemas!

- Não vai ter problema nenhum, porque nós terminamos.

- Como é? – levo um susto – Mas por quê?

- Ah, eu disse pro meu pai que eu não queria ficar com alguém tão chata quanto ela. – revira os olhos – A única coisa que sabia fazer era dar ordens.

- É mesmo. De chefe, basta um! – rimos.

Acabo me conformando; ele vai levar o colar de qualquer maneira, independente do que eu diga! E pode parecer pura maldade, mas uma parte minha ficou aliviada quando soube da separação deles. Já passa das sete quando voltamos para casa. Estranhamente, as luzes estão todas acesas.

- Ué, eu achei que tivesse desligado tudo antes de sair.

- Você deve ter esquecido. – ri – Vamos entrar para ver.

- Certo. – começo a andar quando ele me empurra de leve. Acho mais estranho o fato dele ter rido, mas abro a porta com a mesma naturalidade.

- SURPRESA! – outro susto. Todos os meus amigos me parabenizam com balões, confetes, buzinas e um bolo.

- Pessoal? – rio. Nem sei o que fazer – Ai, meu Deus...

- Ficou tão distraída com o trabalho que se esqueceu do próprio aniversário, não é? – Melodia me abraça rindo. Ela e eu sabemos que não foi só por isso, mas ignoramos.

- Nossa gente, obrigada! Eu estou muito feliz, mas como conseguiram trazer tudo sem que eu... – de repente percebo.

- Pedimos ao Haru que segurasse você. – Julia responde aos risos – Era só enquanto arrumávamos tudo, mas vocês passaram mais tempo do que o normal fora. – os outros nos olham com "aquela" expressão na mesma hora.

- o o' Na-não é o que estão pensando! – tento explicar, mas o nervosismo é ainda maior e acabo engolindo as letras.

- Deixa pra lá. Vamos comemorar! – é aí que noto que há uma pessoa que ainda não conheço pessoalmente na festa.

- Elie, eu quero te apresentar o Musica. – Melodia me arrasta na direção dele. Apertamos as mãos.

- A Melodia me falou muito de você. O tempo todo!

- É mesmo? – sorrio, e em especial do vermelho na face dela – Espera um pouco. Cabelos pretos, ele toca guitarra e mora num apartamento de luxo? É amigo do Haru, não é?

- É sim, sou eu mesmo. – Haru e ele batem as mãos.

Ainda surpresa, eu sou levada pra detrás da mesa para ouvir todos cantarem parabéns e assoprar as velas. Sem pestanejar, entrego o primeiro pedaço de bolo para o Haru e dou uma desculpa qualquer, mas a verdade é que adorei passar um pouquinho do meu tempo com ele!

- Ué, não vai ficar lá dentro? É sua festa! – Haru senta do meu lado no banco do jardim depois de me achar. Sorrio.

- Eu queria ver as estrelas, sentir o vento. – mesmo de olhos fechados, noto que ele prende algo no meu pescoço.

- Este é seu presente de aniversário. – diz quando já abri os olhos e segurei o colar nas mãos.

- Obrigada. – rimos – Sabe Haru... Não teve uma vez que eu tenha olhado pra você e não tenha te visto sorrindo.

- Sério? Eu sempre reparei que você fazia isso. – basta ele terminar a frase e meu coração começa a palpitar rápido.

- Você... * * Você reparou? – ele confirma com a cabeça.

- Eu também sempre te observei Elie. Mas eu acho que você também não percebeu isso, não é?

- Não. – sorrio sem jeito – Eu sou meio distraída.

- Só que eu gosto deste seu jeito. – pela primeira vez na vida, Haru Glory está falando sério, mesmo sorrindo ainda.

- Bom... Eu... – minhas palavras vão engasgando. Não sei mais se estou contente em excesso ou com medo que o que estamos conversando seja sonho.

- Elie... – vira-se de frente para mim. Faço o mesmo de maneira quase inconsciente – Você aceitaria ser a minha namorada?

- Sua... – levo as mãos até a boca – Sua namorada? o o

- É. – coloca uma mão atrás da cabeça – Mas eu entendo se você quiser um tempo pra pensar, não quero que se sinta pressionada. – é só aí que vejo que estamos de mãos dadas.

- Você é ainda mais bonito envergonhado. – acabo por deixar escapar, fazendo-o rir – Eu aceito.

- Mesmo? – é a vez dele se assustar – Jura?

- Sim, eu quero ser sua namorada! – foi rápida demais a resposta?

- Que ótimo! – ele comemora – Vou avisar aos meus pais o quanto antes para que eles possam te conhecer.

- Não acha que vão se decepcionar comigo?

- Claro que não! Eu confesso que a minha mãe até queria saber se eu estava saindo com você. – rimos novamente.

- Então ela vai gostar. – ele concorda – Mas estou mais feliz por sua causa. Você é o presente que eu sempre quis!

- Verdade? – noto que ele está lutando para que eu não veja o quanto tá envergonhado – Então eu posso pedir um?

- O que você quer? – ele se aproxima devagar.

- Posso te beijar? – não respondo, apenas diminuo a distância sorrindo.

Fim


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Notas finais do capítulo

Ah, que tudo gente! Eu surtei legal fazendo o papel de Elie aqui. Foi do nada a fanfic, saiu ontem a noite no meio do meu tédio. Espero que tenha ficado boa, pq eu adorei fazer! Alías, esta foi a minha primeiríssima quase one-shot (** Ah, aplausos ~ fogos ~!). Mandem reviews, ok, ok? Bjus e bye, bye.