Minha Vida Antes... (annabeth) escrita por Marina Leal


Capítulo 18
Capítulo 18: EXPLORANDO O CHALÉ DE ATENA


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei para postar. É que tenho muitas coisas para fazer, mas acho que o cap ficou bom. Estava ansiosa para postar esse, pois quero dedicá-lo a todos que escolheram minha fic entre suas favoritas. Beijos.



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Eu estava perplexa demais para falar alguma coisa, Luke também parecia não saber o que dizer. O choque era a emoção predominante ali. Todos nos fitavam, os adolescentes indeterminados do chalé de Hermes pareciam não acreditar no que havia acabado de acontecer e alguns pareceram ligeiramente irritados, mas sorriram para nós. Quíron nos fitou como se soubesse a verdade o tempo todo, e o Senhor D. parecia entediado.

“Venha Annabeth.” Kurt falou para mim com um sorriso ao me afastar de Luke.

Eu olhei ansiosa para ele, mas ele não disse nada, apenas assentiu para que eu fosse.

“Eles parecem surpresos.” Murmurei para Kurt enquanto íamos para a fila de Atena.

“E estão.” Ele concordou ainda sorrindo. “Na verdade, todos estamos.”

“Por quê?” Perguntei tentando ignorar os olhares que me acompanharam enquanto íamos para o anfiteatro, atrás de seis adolescentes e à frente de um que conversava comigo.

“O último campista a ser reclamado foi o filho de Apolo. Erik. Há oito anos.” Kurt falou. “Depois dele todos os que vieram para cá, ou sabiam quem era seu pai ou mãe, ou nós mesmos descobríamos depois de muito debate. Você e seu amigo são os primeiros a ser reclamados em muito tempo, e isso quer dizer que você é especial para nossa mãe ele é especial para Hermes.”

Olhei para frente e franzi as sobrancelhas com ceticismo.

Não subestime o poder da sabedoria, um dia você vai saber o motivo de eu ter feito isso.A voz que eu havia ouvido antes falou para mim novamente e se calou logo depois.

“Mãe,” falei baixinho, para Kurt não ouvir. “O que a senhora quer dizer com isso?”

Mas só houve o silêncio, minha mãe não falou comigo novamente.

Sentei-me ao lado de uma de minhas irmãs, realmente era um traço dos filhos de Atena serem todos loiros e de olhos cinzentos, ela apertou minha mão e disse que seu nome era Angel, ela era bem legal, mas tinha um corte feio em um de seus braços e acima de seu olho direito, resolvi que era melhor não perguntar sobre aquilo, haviam duas garotas ao lado dela, mas nenhuma puxou assunto comigo além dela.

O chalé de Apolo liderou a cantoria e cantamos canções de acampamento sobre os deuses, comemos besteiras e nos divertimos, mas de vez em quando pude sentir o olhar de algum dos campistas sobre mim. Quando a fogueira começou a apagar a trombeta de caramujo soou de novo e todos formamos filas para irmos para os chalés, eu estava com vontade de ir para a fila de Hermes, mas meus irmãos me seguraram por todo caminho.

Kurt parou à frente do chalé de Atena, era um prédio prateado, nada elegante, com cortinas brancas simples e uma coruja entalhada na pedra acima da porta e uma como enfeite bem no meio da porta.

Nós entramos um por um, quando chegou a minha vez eu olhei para a porta do chalé 11. Mas Luke não estava do lado de fora.

“Vocês ainda vão se ver todo dia, só têm que aprender a conciliar essa nova vida no acampamento.” Kurt falou solidariamente para mim ao ver para onde eu olhava e eu assenti ao olhar para ele. “A mamãe sabe o que faz e sei que você também vai saber em breve.” Ele piscou e fez com que eu entrasse no chalé.

Não prestei muita atenção no chalé em si, sentia que estava prestes a chorar de novo, mas percebi muitas coisas que me chamaram a atenção, várias estantes de livros nos fundos, bancadas de trabalho, mesas cobertas de papéis, estojos de ferramentas e armas. Os beliches estavam todos agrupados em um canto, dentro do chalé parecia ser muito maior do que quando visto de fora. Éramos oito, mas a quantidade de beliches era mais que suficiente para todos nós e eu não teria que ficar em um saco de dormir. Pensei que preferiria estar em um saco de dormir a ficar longe de Luke.

Kurt organizou todos em uma fila e me apresentou cada um.

Todos eram parecidos, era como se todos tivessem o mesmo pai, o que eu sabia que era impossível. O cabelo loiro, os olhos cinzentos, as expressões sérias e perigosas, me perguntei se eu era assim também, provavelmente. Todos pareciam ter a mesma idade que Kurt.

“Este é Kevin, o segundo no comando do chalé.” Kurt falou e eu apertei a mão dele.

“Oi.” Ele falou e sorriu. “É bom ter uma nova irmã.” Ele falou.

Não comentei nada, minha experiência com irmãos não era das melhores. Fiz que sim com a cabeça e Kurt apontou para a próxima da fila.

“Esta é Giselle, ela é uma grande arquiteta.” Ele falou e eu apertei a mão dela também.

“Ainda não ‘grande’, talvez daqui algum tempo.” Ela falou corando com o elogio de Kurt.

Sorri para ela com simpatia.

“Eu também quero ser arquiteta!” Exclamei e ela sorriu mais largamente.

“Bem, este é o Ivan.” Kurt falou rapidamente, cortando o que Giselle ia falar. “Ele não é de falar muito, mas é muito inteligente.”

“Obrigado Kurt. Assim ela vai pensar que eu sou uma múmia superdotada.” Ivan falou e os outros riram de suas palavras, não consegui me conter e sorri também.

“E estas são: Angel, Lílian e Emily.” Ele falou sorrindo. “Ou se preferir: As Três Marias.”

“O cinturão de Órion.” Falei e elas me olharam surpresas. “O quê?”

“Como você sabe?” Lílian perguntou.

“Li em um livro, na casa do meu pai.” Respondi e ela trocou um olhar com os outros do chalé. Não entendi muito bem, mas eles pareciam estar tendo uma conversa silenciosa e eu comecei a me sentir desconfortável.

“Bem,” falou Angel vendo minha angústia. “O apelido vem daí mesmo, as estrelas no cinturão de Órion também são conhecidas como As Três Marias, porque estão sempre juntas. E nós três estamos sempre juntas.”

“Eu sou a segunda Maria.” Emily falou pela primeira vez comigo. “Angel é a primeira e Lílian a terceira.” Ela deu de ombros. “Pelo menos é assim que o pessoal conhece a gente.”

“Muito bem, agora que Annabeth conhece todo mundo do chalé acho melhor irmos dormir, nosso chalé deve ser o único que ainda está com as luzes acesas.” Kurt falou e todos gemeram em protesto. “Amanhã ainda tem as atividades e todos precisam acordar cedo, Annabeth, você fica com o beliche debaixo do de Lílian. Boa noite pessoal.”

Ele falou isso e todos se dirigiram aos seus beliches, Lílian pegou minha mão e me guiou até o beliche certo que ficava no extremo sul do chalé. Emily e Angel dividiam o beliche que ficava logo após o nosso. Realmente: As Três Marias. O apelido fazia total sentido agora.

“Boa noite.” Todos falaram e Kurt completou. “Apagar as luzes.” E o chalé mergulhou em uma escuridão profunda. Eu me ajeitei no colchão, estava quase adormecida quando algo veio a minha cabeça: Onde estava Grover? Ele estava bem? O que o Senhor D. havia feito com ele? Minha mente rodava com todas aquelas perguntas, mas por fim o sono levou a melhor sobre mim, e eu, exausta e deprimida, acabei dormindo minutos depois.

Algo que eu posso dizer com certeza: sonhos de meios-sangues são uma droga.

Eu estava em uma praia, não havia nada ali. Então uma tempestade imensa começou a cair na praia e o céu escureceu de repente, o mar se agitou e tudo parecia querer me sufocar. Então aquela voz que ouvi no sonho, no ônibus da vinda para cá, falou comigo.

Ela ainda não se foi, sabia? Não se preocupe, talvez você me seja útil, tão útil quanto ela e você nem desconfia como.Senti frio e a voz começou a gargalhar cada vez mais alto, então vários animais surgiram, mas não consegui distinguir nenhum, eu queria acordar, mas não sabia como, então as imagens ao meu redor tremularam e uma mulher com olhos cinzentos apareceu, sua expressão de preocupação me fez ficar sem jeito. Ela usava uma blusa branca e uma calça jeans, botas de caminhada pretas e segurava um bastão dourado em sua mão.

“Você está bem?” Ela perguntou chegando perto de mim lentamente. Fiz que sim com a cabeça e ela sorriu um pouco. “Que bom. É bom ver você bem, mesmo que nãomuitobem.”

Eu suspirei, andei os passos restantes até ela e a abracei, ela não se afastou.

“O que a senhora quis dizer mais cedo?” Perguntei e ela deixou claro que não ia falar.

“Não é por não querer Annabeth, mas é que...” Ela respirou fundo. “... eu não posso. Seu pai já foi avisado que você está bem.” Ela mudou de assunto e eu fiquei tensa se ela queria me distrair, ela conseguiu muito bem.

“Ele se importa?” Perguntei baixinho, mas ela ouviu.

“É claro que sim, como eu disse, seu pai é um bom homem, ele só não soube demonstrar a você isso.” Ela falou ao meu lado. “Sua amiga está bem, ela não está mais em sofrimento, não precisa se culpar pelo que aconteceu a ela, acredite em mim Annabeth.” Ela mudou novamente de assunto e eu congelei no lugar.

“Porque a senhora está mudando de assunto tão rápido?” Perguntei um tanto confusa.

“Tenho um limite de tempo para falar com você, Lorde Zeus não permite que falemos por muito tempo com semideuses, principalmente nossos filhos. Isso sem falar que preciso falar sobre os assuntos importantes, e sobre você, que é o mais importante que todos os outros.” Ela falou e eu fiquei vermelha. “O que está achando do acampamento?”

“O acampamento não é tão ruim assim.” Murmurei. “Acho que vou ficar lá.”

“E seus irmãos? O que você acha deles?” Ela perguntou com curiosidade.

“Eles parecem ser legais, mas todos são mais velhos que eu.” Reclamei e ela suspirou.

“Você foi para o acampamento muito jovem.” Ela falou com tristeza então pareceu lembrar algo importante. “Você já está acomodada no meu chalé?”

Fiz que sim e ela sorriu, seus olhos cinzentos pareciam brilhar.

“É um lugar bem legal.” Falei sorrindo. “Gostei dos livros e dos projetos de arquitetura.”

Ela pensou em algo por alguns segundos.

“Quando projetei o chalé eu escondi uma coisa nele, um projeto digno de Atena, algo que somente um filho meu pudesse encontrar, mas nenhum dos que estão no acampamento atualmente fizeram um esforço de procurá-lo.” Ela balançou a cabeça em desgosto e olhou com expectativa para mim. “Espero que você o encontre.”

“Como? Tem alguma pista? Onde elas estão?” Perguntei com expectativa.

“Sim. As pistas estão no chalé, elas são três, uma leva a outra e assim sucessivamente, quando chegar à última você deve compreender a mensagem por trás das pistas.” Ela falou. “Sua irmã Angel chegou muito perto de uma pista uma vez, mas não teve coragem de segui-la. A pista só pode ser encontrada por quem tem o desejo desaber. Ah! Mais uma coisa, se você encontrar meu presente ele será um direito seu, mas você poderá dividi-lo com seus irmãos se quiser. Agora boa sorte minha Annabeth, preciso ir, até o próximo sonho seu.” Ao dizer isso ela começou a desaparecer.

“Mãe!” Chamei ao me lembrar de uma coisa. “O que aconteceu com Grover?”

Ela se tornou clara novamente por um momento e suspirou.

“Ele está bem. Lorde Dionísio escolheu um castigo que ele pode aguentar e eventualmente concluir.” Ela falou e eu congelei na palavra ‘castigo’. “Ele vai passar algum tempo longe do acampamento, mas posso garantir a você que ele voltará.”

Eu abaixei a cabeça, mas sabia que não podia argumentar com ela.

“Boa noite mãe.” Falei ao vê-la sumir novamente. “Prometo procurar seu presente.”

“Annabeth?” Uma voz me despertou e minha mãe sumiu. Kurt me olhava atentamente.

Levantei sonolenta e esfreguei os olhos.

“O que foi?” Perguntei olhando ao redor. Todos os outros já estavam de pé e arrumados.

“Você ainda tem algum tempo para cuidar, daqui a alguns minutos vamos tomar café.” Ele falou e vi todos arrumando algum canto do chalé. “O banheiro fica ali, não demore.”

Olhei para onde ele apontava e vi que havia uma porta meio escondida ali. Fiz que sim com a cabeça e me dirigi ao banheiro. Enquanto escovava os dentes e tomava banho pensei no que minha mãe falou em meu sonho. Um presente escondido no chalé. O que seria? ‘Um projeto digno de Atena’.Ela havia dito. Então era algo importante e poderoso.

“Pronto!” Falei saindo do banheiro. Emily havia me arrumado algumas roupas e comprado para mim uma camiseta laranja na loja do acampamento. “Como estou?”

Todos olharam para mim e sorriram com aprovação.

“Perfeitamente como uma filha de Atena.” Ivan falou e todos olharam surpresos para ele.

“Incrível!” Exclamaram as Três Marias juntas.

“Essa é uma das maiores frases que eu já o vi falar desde que chegou aqui.” Kurt comentou.

“Concordo!” Falou Kevin abismado e Giselle fez que sim com a cabeça.

Graças aos deuses a concha de caramujo soou ao longe e Kurt nos organizou em fila e fomos para o refeitório assim eu não tive tempo para ficar vermelha. Vi Luke na fila de Hermes, ele não parecia bem, mas acenou para mim e sorriu. Seus lábios desenharam as palavras:Como você está?Ergui meu polegar para que ele entendesse que eu estava bem. Sentei a mesa de piquenique de Atena, perto de Angel, Emily e Lílian. Dessa vez só Quíron estava conosco e o ritual de ontem à noite se repetiu.

“Aos deuses!” Ele falou erguendo o copo.

“Aos deuses!” Nós respondemos e fomos jogar as oferendas no fogo que ficava no centro do pavilhão por ordem de chalé.

“Atena.” Falei empurrando um cacho de uvas para o fogo e voltei para o meu lugar.

“O que vamos fazer hoje?” Perguntei enquanto comíamos.

Houve um silêncio constrangedor na mesa e eu olhei para Kurt.

“Bem, hoje é sábado. Quíron decidiu nos dar o dia de folga hoje. E nós decidimos fazer uma brincadeira no chalé de Zeus, já que fica sempre vazio.” Ele falou a última parte baixinho, para que Quíron não escutasse. “Vão todos os participantes dos outros chalés, só que...”

“Tudo bem, já entendi.” Falei deixando todos sem jeito de novo, meus irmãos olharam para direções diferentes e coraram. “Eu fico no chalé, não tem problema.”

Eles me olharam agradecidos e sem saber o motivo por eu ter cedido tão facilmente. Bem, eu poderia começar a procurar as pistas do presente da mamãe mais facilmente sem eles lá.

“Há uma lista das atividades na sua cama para você escolher depois.” Kurt falou para mim mudando de assunto. “Três Marias, nós precisamos conversar daqui a pouco.” Ele falou olhando para elas assim que o café acabou e todos se dirigiam para os bosques ou para outros lugares do acampamento.

“Tudo bem Kurt.” Elas responderam.

“Vou para o chalé.” Falei e eles assentiram sem se importar.

Assim que passei pela porta fiquei sem saber por onde começar. Mamãe devia ter me dado alguma pista durante o sonho. Então uma frase veio com perfeição à minha mente: ‘A pista só pode ser encontrada por quem tem o desejo desaber.’Sim, ela havia me dado uma pista.

Me dirigi à estante de livros, os títulos todos em grego, mas ainda assim consegui entendê-los:A maneira correta de matar uma Hidra. Arquitetura grega para iniciantes.Corri os dedos pelos títulos, mas não havia nada ali que era compatível com o que minha mãe havia dito.

Baixei meus olhos e vi no canto da última prateleira um exemplar sem título e encadernado em couro que eu não teria dado atenção pelo fato de estar cheio de poeira.

O puxei com alguma dificuldade da prateleira, na capa havia o desenho de uma coruja em alto relevo, mas quando folheei as páginas, elas estavam em branco.

“Mas como...?” Comecei a me perguntar levando o livro para a cama. Uma folha de papel estava em cima do meu colchão, mas eu o ignorei naquele momento e passei as folhas do livro lentamente, mas não havia nada.

Talvez fosse uma pista falsa. Suspirei e deixei o livro de lado, então percebi que havia uma folha solta ali, puxei o papel, a letra de minha mãe estava clara no papel amarrotado.

Se prestar bastante atenção,

O livro sem nada está.

Mas com o poder da percepção,

A pista aparecerá.

Repeti as linhas da pista para mim mesma, mas não consegui compreender o significado das palavras. Afaguei despreocupadamente a coruja em relevo na capa, sentindo que estava deixando alguma coisa importante passar. Olhei para o livro novamente. Aquela coruja era meio familiar, olhei para a porta aberta do chalé e depois novamente para a capa.

“Não pode ser.” Murmurei levantando com o livro na mão. “Realmente não pode ser.”

Toquei na escultura da coruja que ficava na porta, estava fria sob meu dedo. Olhei atentamente, procurando alguma falha na pedra, mas não encontrei nada. Voltei a fitar o papel. Nada.

Respirei fundo e voltei para minha cama. Deixei o livro de lado novamente e peguei o papel que estava em cima dela.

Bem vindo (a) campista. Aqui está a lista de atividades de verão que você deve escolher ao permanecer no Acampamento Meio-Sangue.Havia mais coisas escritas, mas cansei de tentar decifrar as palavras em inglês e voltei a examinar o livro que não tinha nada escrito.

Passei a unha na capa e percebi que a coruja não era dali, ela havia sido colocada lá. Puxei a fita que a prendia e outro verso estava escrito na letra de minha mãe, fiquei empolgada.

Uma oportunidade há,

Para esta pista você colher.

E então o que fará?

Se você não puder ver?

“Isso está ficando cada vez mais complicado.” Murmurei com irritação.

“O quê está ficando mais complicado Annabeth?” A voz de Kurt chegou a mim antes de ele aparecer na porta do chalé, o que me deu tempo de esconder o livro e fingir que estava lendo o papel com as atividades do acampamento.

“Ler palavras em inglês.” Falei com calma, mas pude perceber minha mão tremendo.

Ele entrou e me deu um olhar solidário.

“Sei bem como é, depois que a gente acostuma com o grego é difícil ler muitas coisas em inglês, mas com o tempo fica mais fácil.” Ele falou e se dirigiu ao banheiro.

“Onde estão os outros?” Perguntei indo até a bancada mais próxima e examinado os projetos de arquitetura de minha irmã.

“No bosque.” Ele respondeu remexendo em suas coisas e voltando para o banheiro. “Mas daqui a pouco estarão aqui, para se arrumar para a... você sabe... a brincadeira no chalé de Zeus.” Ele pareceu desconfortável ao falar a última parte.

“AH!” Exclamei e fiz que sim com a cabeça e ele entrou no banheiro. “Que bom, vou ter mais tempo para entender a mensagem da mamãe.” Falei baixinho.

********

Algum tempo depois todos estavam prontos, Kurt me olhou por um momento com apreensão, mas depois sorriu.

“Não faça nada de divertido enquanto estivermos fora.” Ele falou e os outros espiaram pelas cortinas, vendo se as luzes da Casa Grande já estavam apagadas. Assenti para ele.

“Kurt.” Kevin chamou baixinho, mas com urgência em sua voz. “Temos que ir, é a nossa melhor oportunidade.”

“Então vamos, de dois em dois como foi combinado.” Ele falou e andou para perto da porta.

“Boa noite Annabeth.” Eles falaram e saíram do chalé sorrateiramente antes mesmo que eu pudesse responder.

As cortinas impediam que as luzes acesas no chalé fossem vistas por alguém no lado de fora. Peguei a pequena coruja que continha os versos e fui para a porta. Tinha uma pequena ideia sobre o que aquela pista queria dizer. Mirei os olhos da coruja, duas pedrinhas de ônix estavam cravadas na pedra.

Arranquei as duas pedrinhas e um papel caiu no chão no mesmo momento.

Bingo! Parecia que a coruja não podia enxergar, exatamente como o verso anterior. Me abaixei e peguei o pequeno pedaço de papel. Outra pista havia ali:

Está muito perto de terminar

A busca que você começou.

E quando isto começar a brilhar,

O lugar certo você encontrou.

Voltei para dentro do chalé rapidamente, um zumbido estranho em meus ouvidos. Deixei o livro e os o papéis de lado e comecei a caminhar sem direção pelo chalé, mas as pedrinhas não começaram a brilhar em momento algum. Remexi em papéis e em algumas bancadas de meus irmãos. Nada. Coloquei elas no chão, também não funcionou.

“Argh!” Gemi de raiva e as atirei do outro lado do quarto. Por um segundo, nada aconteceu.

Então ambas começaram a brilhar com uma luz dourada.

“Não brinca!” Falei chegando mais perto de onde as havia jogado. “Passei esse tempo todo andando pelo quarto e o lugar certo é aqui?”

Juntei as pedrinhas do chão, elas não estavam quentes, apenas brilhavam. Quando as nivelei diante dos meus olhos uma coruja entalhada na parede apareceu. As órbitas vazias. Dei de ombros e coloquei as pedrinhas no lugar dos olhos, não custava tentar.

Então a parede sugou a coruja e, segundos depois, deu lugar a uma porta de madeira com maçanetas douradas e muito bem trabalhadas. Olhei para trás por um momento e peguei o livro de couro em cima da mesa, pensei em deixá-lo ali, mas resolvi colocá-lo de volta no lugar onde o havia retirado mais cedo. Peguei uma vela e voltei para a porta, respirei fundo.

Abri a porta e vi um túnel, como uma caverna subterrânea, mas era comprido e alto o bastante para até mesmo Quíron em forma de centauro passar, uma passagem secreta. Havia algumas tochas apoiadas em suportes de metal pelos cantos.

“Onde será que isso leva?” Me perguntei passando para dentro do túnel com a vela acesa.

A porta se fechou com um baque surdo atrás de mim.

“Acho que vou ter que descobrir agora.” Falei para mim mesma e comecei a caminhar pelo túnel com cautela.


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Notas finais do capítulo

Então, onde será que esse túnel leva? É uma coisa que só Atena poderia desenvolver.
Também queria divulgar fic que eu sou co autora: https://www.fanfiction.com.br/historia/171364/Aprendendo_A_Ser_Semideus
Vale a pena dar uma conferida.



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