RACHEL’S POV

Eu não sou nenhuma maníaca sexual, mas Quinn estava querendo acabar comigo. Sério. Toda vez que eu tentava alguma coisa mais além de beijos ela me afastava, inventava alguma coisa pra fazer. E eu sinto falta de... sabe... Sinto falta do Charlie.

Que tipo de pessoa eu era? Minha namorada saiu de um coma, ficou paraplégica por alguns meses, e agora está tentando andar sem ajuda de nada e além de tudo isso, ela ainda perdeu a memória... É claro que ela não pensa em sexo Rachel. Ela está muito ocupada tentando lembrar de você. Céus, ela nem se lembra de você! Ela não quer fazer sexo com uma desconhecida! Talvez eu deva, uh, talvez...

Levantei da cama, onde Quinn se encontrava escrevendo a continuação de seu livro e eu fingia estar prestando atenção em uma revista qualquer.

- Preciso de um banho... – afirmei, casualmente. Ela apenas acenou com a cabeça, sem dar muita atenção.

Me virei de costas e comecei a tirar minha blusa, depois meu shorts lentamente. Ouvi um pigarro alto e virei apenas meu rosto em sua direção.

- Ra-Rachel... O que, o que, uhn – mais um pigarro. Quinn me encarava como se eu fosse louca.

- Que foi Quinn? – Finalmente me livrei do meu shorts, ficando apenas de lingerie preta. Me virei em sua direção e ela arregalou mais ainda os olhos.

- Vo-você... O que vo-vo-você – Ela parou por alguns segundos, respirou fundo e balançou a cabeça. – Nada. Deixa pra lá.

Oh. Ela era mais forte do que eu pensava.

- Quinn... – Nada. Ela fitava o outro lado do quarto.  Empurrei tudo que estava em seu colo para o chão e posicionei uma perna de cada lado de seu corpo.  Ela permaneceu sem mexer um músculo. Peguei suas mãos e as guiei até o fecho do meu sutiã. Escorreguei as alças, ainda segurando suas mãos por baixo das minhas, fiz o caminho de volta, até chegar em meus seios e os apertei. Quinn gemeu baixinho.  Não dei tempo dela falar e suguei sua boca com força. Eu a beijava com vontade, soltei minhas mãos da sua mas ela continuou massageando meus seios.  Colei nossos corpos e senti sua língua invadindo minha boca. Ela escorregou uma das mãos até minha bunda e intercalava entre apertar e arranhar o local. Gemi um pouco alto e puxei seu lábio inferior quando vi que ela tentava se afastar um pouco. Nem pense nisso Fabray, nem pense nisso. Coloquei um braço ao redor de sua cintura e o outro puxou sua nunca, fazendo ela se aproximar mais ainda.

Depois de alguns minutos a situação era essa: Eu estava praticamente estuprando a Quinn.  Não estou sendo dramática... Minhas mãos percorriam todo seu corpo e eu sugava todo o seu ar enquanto ela tentava se afastar pra respirar.

- Uhnnn – não parei o que eu estava fazendo.

- uuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhnnRachel!

Revirei os olhos e me afastei um pouco, totalmente ofegante. Céus, eu devia estar sem respirar direito a uns 5 minutos. Provavelmente eu bati algum tipo de recorde... Talvez o beijo mais longo do mundo. Eu poderia ficar famosa, se eu já não fosse famosa... enfim, eu poderia ganhar dinheiro. Uh, mas eu já ganho bastante dinheiro e Quinn é rica, e famosa agora.

- Rachel!  Você quase me matou sufocada!

Ok. Pelo menos um prêmio eu merecia...

Espera, Quinn falou alguma coisa? A encarei sem entender.

- Que?

- Sério Rachel, você estava sugando todo o ar, quase me matou.

Nossa, Quinn era TÃO dramática. Era possível alguém morrer por falta de ar no meio de um beijo? Eu duvido muito... Olhei para Quinn, toda vermelhinha e ofegante. Ótimo Rachel, já não basta sua namorada ser uma azarada, vamos encarar os fatos, termine de matar a coitada.

 - Desculpa Q, é que você é tão...- Gostosa. Beijável. Céus, que calor é esse. -  E eu ando tão...

Quinn ergueu uma sobrancelha. – Rachel, você não está fazendo sentido.

 - Quiiiiiiiiinn... Não me faça falar isso em voz alta. – Senti que já estava corando.

Quinn começou a gargalhar. Não estava vendo graça nenhuma naquilo e fiz o maior bico possível.

- O que foi Rachel? – ela me olhava com um sorriso torto. Ela sabia muito bem o que eu queria!

- Eu quero fazer amor com você – Afundei meu rosto em seu pescoço. – Por favor, por favor – Minha voz saia abafada enquanto eu pressionava meu rosto em seu pescoço.

Quinn soltou outra risada e ficou fazendo carinho no meu cabelo.

- Rachel...

- Não! Q, se você não tem certeza sobre seus sentimentos ainda, e não quiser um relacionamento, eu entendo – mentira, não entendo nada, eu quero arrancar a roupa dela! – Mas não me tortura assim. – falei de uma vez, sem encarar ela.

- Rachel... Não é isso. – ela parecia tensa. A olhei nos olhos.

- O que é então?

Ela ficou acanhada de repente. Suas bochechas voltaram a ficar rosa e ela parecia uma adolescente de novo.

- Eu – Eu – Minhas pernas Rachel... Elas não funcionam direito. E eu não – Eu não quero parecer um peso morto em cima de você... ou em baixo de você. – Ela passou os olhos por todo meu corpo.

- Q, para! Você sabe que isso não muda nada! E mesmo se você nunca mais fosse poder mexer as pernas, eu ia continuar te amando. – dei um selinho nela e recebi um sorriso em troca.

- Jura? – Ela foi passando as unhas por todo meu corpo, me causando arrepio.

Balancei a cabeça e tentei voltar a beijar ela, mas suas mãos foram parar no meu ombro, me empurrando para deitar ao seu lado. Ela, com muito esforço, virou o corpo de lado e ficou me observando profundamente.

- Eu não quero que isso aconteça assim Rachel. Eu quero que seja especial, e não algo que pode ser interrompido a qualquer segundo por um telefonema ou algo do tipo. –ela puxou o cobertor, cobrindo meu corpo até meu pescoço, como se eu fosse alguma criança, depois deu um beijo na minha testa e apertou seu corpo no meu.

Ok. Não é como se eu pudesse resistir a uma Fabray fofa. Mas eu tenho que dizer de novo que o Charlie anda fazendo muito falta na minha vida.

E se tem uma coisa que o Charlie nunca faria era cobrir sua namorada que se encontrava na cama só de calcinha, até o pescoço. Ele provavelmente... ai ai.  Eu preciso de um ar.

Me levantei da cama, me livrando dos seus braços e  indo em direção ao banheiro.

- Ei! – ela me olhava, incrédula, ainda com os braços abertos.

- Que foi? Já que você não me quer, eu vou tomar um banho e nós iremos provar nossos vestidos para a premiação.

- Ah não Rach! – Quinn bateu os braços na cama, fazendo birra.

- Sem bico Quinn! – Tirei a calcinha e joguei em sua direção, logo depois fechei a porta do banheiro e fui tomar um banho rápido.

--x--

- Que demora! – Quinn acenou para que eu me sentasse em seu colo e eu me joguei nela.

- Você parece cansada... – ela disse, tirando meu cabelo das costas e apertando minha nuca.

- Um pouco... – sorri torto. MUITO, na verdade.

- Você tem que relaxar um pouco Berry... Umas férias, talvez? – ela ergueu uma sobrancelha.

- Isso é um convite? – sorri mais ainda.

- Maaaaais ou menos... Desculpa Rach, mas eu meio que preciso escrever um livro em pouco tempo. – ela sorriu. – Mas você poderia ir com outra pessoa...

- Quinn, eu não vou viajar sem você, isso é ridículo – a olhei incrédula.

Uma moça baixinha e de cabelos presos apareceu na nossa frente, segurando alguns vestidos para nós. Quinn ficou me observando enquanto minha atenção era voltada para um azul marinho e um que tinha um tom pastel lindo...

- Rachel, nem pensar.  – Ela começou a se levantar da cadeira de rodas. Me preparei para segura-la a qualquer momento mas ela apenas fez um sinal com as mãos para que eu relaxasse.  – Você precisa ser o centro da atenção... Experimente esse. - Finalmente em pé, e sem vacilar, ela apontou para um vermelho, que tinhas as costas totalmente abertas e um decote imenso na frente.

- Tem certeza? – Olhei para ela, meio apreensiva. Esse vestido ficaria lindo nela, não em mim...

Ela fez que sim com a cabeça e empurrou o vestido na minha direção. Vi que ela pegou o que eu tinha me interessado, era tomara que caia e tinha o tom pastel, mas que ficaria tão apagado na pele dela...

Coloquei o vestido e sai, esperando alguns segundos antes dela abrir a própria cabine e sair andando e se apoiando na parede. 

Uau. Maravilhosa. Ela ficava linda até num vestido que provavelmente deixaria outra pessoa totalmente apagada e sem vida.

- Você está perfeita Rach – Ela me olhava com um sorriso orgulhoso.

- Eu não sei Q... Esse é o tipo de vestido que ficaria bem melhor em uma mulher linda como você. – Me virei para o espelho e fiquei observando meu reflexo.

Vi quando ela fez um sinal para a atendente nos deixar a sós e veio andando com esforço até minha direção. Me abraçou pelas costas, com as duas mãos na cintura e colocou seu queixo na curva do meu pescoço.

- Você é a mulher mais linda que eu já conheci Rach... Esse vestido ficou perfeito em você, e não tem ninguém nesse mundo que ficaria melhor nele. Você é perfeita. – Ela começou a beijar minhas costas descobertas – Linda, talentosa – voltou para meu pescoço e me encarou através do reflexo do espelho. – Eu vou usar esse vestido aqui e sabe por quê? Porque você merece toda a atenção nessa premiação, e eu vou ser só sua acompanhante,

- Acho muito difícil ninguém te notar Quinn, você é... – ela me cortou.

- e NINGUÉM vai me notar, porque eu vou estar do lado de Rachel Berry. – ela finalizou com um sorriso lindo – Eu te amo.

Apertei seus braços mais em mim – Quinn... Eu nem sei o que falar... Você é tão perfeita comigo. Eu te amo tanto. – meu sorriso mal cabia no rosto.

- Não Rach... Olha tudo que você faz por mim, mesmo depois de eu não lembrar de nada do que aconteceu...

Fomos interrompidas por um pigarro de uma das atendentes. Enxerida! A garota babava em cima da gente, como se fossemos... ops, nós éramos celebridades.

Nos separamos sobre um olhar questionador da garota. O que é? Que eu me lembre, todos já sabem sobre nosso relacionamento...

- Vocês já decidiram o vestido? Querem que eu busque mais alguns? – Ela sorriu para Quinn, me ignorando.

- Nós já decidimos, obrigada. – Quinn sorriu amigavelmente – Só vamos nos trocar e já iremos lá para frente acertar os preços ok?

- Sim, sem pressa. – Ela continuava encarando Quinn. Mulheres são tão dadas. Revirei os olhos.

- Obrigado – Quinn piscou para ela. Oh meu deus, QUINN PISCOU PARA ELA!

A garota saiu com o rosto todo vermelho e eu sai pisando forte para minha cabine e bufando.

- Ei, que foi? – Quinn me olhava divertida. – Não me larga assim, eu não consigo me equilibrar direito. – ela fingiu que ia cair.

- Pede ajuda pra aquela vagabunda ali, vai. – Bufei. – Você tava flertando com ela na minha frente!

- Claro que não! Eu só me aproveitei do meu charme natural para deixar a garota sem graça. – Quinn veio em minha direção, parecendo uma criança dando os primeiros passos, com os dois braços estendidos para frente.

- Ótimo. Tudo que eu preciso é de uma namorada com um ego gigantesco. – Me encostei na parede, batendo o pé. – Se toca garota.

- O que? Você não concorda? – ela foi se aproximando. Ok, eu confesso que estava tendo que me segurar para não ajudar ela a andar, fora o medo que ela caísse.

- Concordo com o que? – me fingi de desentendida.

- Que eu tenho um charme natural. – ela finalmente me alcançou e colocou um braço de cada lado da minha cintura, apertando seu corpo sobre o meu.

- Nem um pouco... você é muito cheia de si Fabray. – Sorri, me rendendo.

- Ah, sou é? – Fiz que sim com a cabeça enquanto ela se aproximava para me dar um beijo. Um beijo que tirou todo meu fôlego.

- Q... Acho – Acho melhor nós sairmos daqui – sorri mais ainda.

Nós duas finalmente nos soltamos e trocamos de roupa. Quinn voltou para sua cadeira, afinal, não era apropriado ela se esforçar demais.

- Obrigado, voltem sempre – A garota sorriu, entregando as sacolas. Ah claro, com certeza vou voltar aqui de novo sua vadia, e queimar tudo isso, com você aqui dentro.

- Obrigado – Sorri falsamente e sai arrastando Quinn comigo.

Estacionei até um Starbucks e ajudei Quinn a sair do carro. Entramos e nos sentamos o mais afastado possível. Não tinha muita gente por lá, bem tranquilo.

Peguei um cappuccino para Quinn e um café puro para mim e me sentei ao seu lado.

- Sabe o que eu tava pensando?  - Falei, enquanto ela me observava com um sorriso.

- O que?

- Seu apartamento anda muito silencioso... Quer dizer, você ta morando comigo agora, mas eu me lembro muito bem de uma latina folgada que ficava por lá ocupando sua cama.

- Santana... – ela colocou uma mecha dos cabelos atrás da orelha – Você acredita que Brit e ela sumiram?

- Como assim? – Falei, assustada.

- Não sumir tipo, sequestradas... Elas simplesmente deixaram um bilhete na cozinha avisando que iriam viajar. Só isso. Não falaram até quando. Nem o porque.

- Mas a brit brit tava aqui até uns dias atrás... Santana já sumiu faz tempo... – estreitei os olhos.

- Bem, ela é Santana, nunca se sabe o que passa por aquela cabeça. – Quinn deu de ombros, sem se importar muito.

- Você acha que elas vão se casar logo?

- Definitivamente. Elas nasceram para ficar juntas, não tem jeito – Quinn sorriu verdadeiramente.

- Uhn... – Me pergunto se ela pensa o mesmo de nós duas. Suspirei.  - Quando é sua entrevista?

- Sábado que vem...

- No mesmo dia da premiação? – Arregalei os olhos.

- Oh meu deus! É verdade... Rach, desculpa. Eu nem pensei, eu vou ligar e desmarcar e... – impedi sua mão de pegar o celular.

- Q, que horas é a entrevista? – sorri. Ela estava vermelhinha.

- A tarde...  – ela me observava sem entender.

- A premiação é a noite querida.

- Mas... Mas não vai ficar muito em cima da hora? Quer dizer, eu ainda vou poder entrar no tapete vermelho com você, certo? – ela me olhava desconfiada.

- Sim Q, claro. – Apertei sua mão sobre a mesa e fiquei fazendo leves carinhos.

Ela pareceu se acalmar e voltou a prestar atenção em seu café.  Passamos o final da tarde conversando e trocando carinhos. Ninguém nos incomodou, apenas duas garotas pedindo uma foto, mas foram super gentis e fofamente tímidas.

FIM RACHEL’S POV

- Não Kurt, você não pode contar para a Rachel... – Quinn sussurrava no telefone enquanto sua namorada estava distraída vendo televisão na sala. – Não! Você vai me ajudar ou não?

- Claro Q, mas você sabe que uma hora ou outra ela vai descobrir, certo?

- Sim, mas é que eu não quero preocupa-la. Não é nada de mais e ela já anda tão cansada por minha causa...

- Ok. Então amanhã eu passo ai e falo que vou te levar na fisioterapia e nós iremos ao médico, certo?

- Sim...

- Você está bem mesmo Quinn? – Kurt falou tentando soar como um pai preocupado.

- Sim Kurt, eu juro. São só tonturas, não deve ser nada de mais... – A loira parou de falar quando ouviu a voz de Rachel cantarolando pelo corredor. – Kurt, eu tenho que desligar, até amanhã, Tchau. – Sussurrou e fingiu estar prestando atenção num livro qualquer sobre a cama.

- Eu to tão cansada – ela entrou no quarto, se espreguiçando e se jogando na cama logo depois. Ficou fitando Quinn por um tempo – Ta tudo bem? Você parece meio... pálida.

- Rachel. Eu tenho que te contar uma coisa, mas você não pode reagir mal. Quer dizer, eu juro que só quero o seu bem. – Quinn soou extremamente séria.

Rachel pulo na cama, ficando sentada de joelhos – O que foi Quinn?

- Eu... Eu...

- Fale logo Q! – Ela parecia impaciente.

- Eu sou um vampiro. E eu estou extremamente necessitada de sangue agora mesmo. E você é apenas uma humana frágil e doce, seu cheiro... é uma delícia.

Rachel ficou boquiaberta por alguns segundos e logo depois começou a estapear a loira.

- Quinn Fabray, você é a garota mais idiota, ridícula e TOTALMENTE sem graça que eu conheço. Quase me matou do coração. Eu te odeio – ela estapeava Quinn sem parar.

- Ai, ai. Não bata num vampiro mulher, ta louca é?

- Idiota! Eu quase tive uma parada cardíaca.

Quinn apenas sorriu, puxando a baixinha e a beijando. Ela não iria preocupar mais ainda a morena... e afinal, você TEM que amar uma mulher de um metro e meio e que usa pijama de flanela coberto por desenhos de vaquinha e anda de trancinhas pela casa. E continua extremamente sexy mesmo assim.