Sirius, o Sedutor escrita por N_blackie


Capítulo 8
Capítulo 8




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O Amor Não Existe

- Qual é a sua? – James estava me esperando duas noites antes de seu casamento, uma cara de nervoso tão preocupante que fiquei com medo dele me matar de repente.

- Qual é a minha o quê?

- Você está saindo com Marlene, não está? – ele sorriu como se soubesse mais da minha vida do que eu (bem capaz...). Dei de ombros, sentando na poltrona em frente à dele. Já estava escurecendo, e eu tinha combinado de ir com Lene a uma boate que ela diz ser divertida perto do West End.

- E seu eu estiver? Fiquei amigo dela.

- Depois de irem para a cama em New York?

- Sabe, nem todo mundo que faz isso precisa ser inimigo ou ficar mais vezes, sabe. – revirei os olhos enquanto passava por ele e entrava no meu quarto. James veio atrás de mim, bagunçando os cabelos.

- Está se apaixonando por ela! – ele riu incrédulo, e virei aborrecido enquanto segurava um par de jeans e uma camisa.

- Não existe essa história de amor, James.

- Você que pensa! Achei que você fosse o primeiro que ia sair caçando mulher em Londres quando viesse, e agora olha aí, está se arrumando para sair pela, o quê, quinta vez, com a mesma.

- Ah, cala a boca.

- Você nem tem mais argumentos. – ele riu.

- O que você quer?

- Sei lá, aliviar o estresse. Como noivas ficam preocupadas, viu.

- Eu disse pra não casar. – dei de ombros e rimos juntos.

- Vai sair mesmo com ela agora?

- Vou. James, me desculpa. – encostei na cômoda e olhei triste para ele. – Sério. Entre Lene e eu não tem nada além de amizade.

- Tá, discurso padrão. Agora fala sério. O que você sente?

Parei e o encarei, sem acreditar que ele não ia me levar a sério. Comecei a me vestir, e James continuou insistindo. Esse quando dá pra ser chato, consegue.

- Olha, ela é uma mulher muito bonita, engraçada e tudo o mais, eu gosto de sair com ela.

- Me faz um favor, então?

- Hã? – parei na metade do meu discurso. – Tá.

- Pensa bem no que vai fazer. Lily acha que ela está apaixonada por você.

E foi embora, me deixando em silêncio naquele quarto esquisito. Sentei na cama e senti algo estranho, como se fosse esperança. Será que ela se apaixonou assim? Claro que não, ela me deixou sozinho lá em New York. Mas não me conhecia ainda.

Me vesti e peguei a moto, saindo a toda pela rua. Parei em frente à casa dela (casa, como se algum de nós tivesse só uma "casa") e toquei o interfone. Quando ela saiu, sorrimos um para o outro. Me sentia cúmplice de Marlene, parceiros de crime. Ela era fantástica, podia por uma calça jeans e uma blusa de um ombro só e ficar tão bonita como se estivesse com um vestido Armani. Dei o outro capacete a ela, mas antes de colocar ela me deu um selinho, me fazendo sorrir. James não sabia exatamente até onde ia a nossa amizade. Dávamos uns beijos, claro, mas só.

A boate que ela queria me levar se chamava "Jack's Hat" e ficava no subúrbio. Era até melhor que eu fosse de moto, para não chamar a atenção. Chegamos e ela pegou uma mesa perto da pista de dança, sorrindo para mim.

- Você é o único que posso trazer aqui, sabia? Regulus ia ficar fazendo caras e bocas, Lily teria uma síncope por causa da sujeira da rua e James ia delicadamente dar uma sugestão melhor.

Pedi duas bebidas para nós e concordei. "Não ligo para o lugar, desde que seja divertido", revirei os olhos. Simplesmente odeio as frescuras que meus amigos têm, de vez em quando. Brindamos à qualquer coisa e depois ela olhou diretamente para mim.

- Sabe, você é realmente diferente. Não te imaginei assim quando os outros te descreviam.

- Como veio parar naquele ninho de cobras?

- Vim da Irlanda com os meus pais há algum tempo, e acabei conhecendo Lily na faculdade. Ficamos amigas e ela acabou apresentando os meninos. Eles falam muito de você.

- Devem ter dito que eu era um louco que decidiu brincar de pobreza. – bebi mais um gole, e ela balançou a cabeça.

- Não. Emmeline falou que você era muito bonito e rebelde, James me contou alguns casos de quando vocês eram crianças, disse que graças a você ele nunca pediu um irmão, Remus disse que você era muito inteligente, um dos melhores, e Peter contou que todas as vezes que ele precisou de ajuda, você foi o primeiro a tentar. Lily disse que te admira por ter decidido seguir sua vida sem ajuda, que isso é um dos atos mais corajosos que ela já viu.

Na mesma noite senti outra coisa esquisita, um orgulho de mim mesmo, uma vontade de dizer a James o quanto ele era importante para mim também, o quanto eu achava Remus mais inteligente do que eu. Marlene percebeu que eu sorria e apertou minha mão por cima da mesa.

- Você se subestima.

- Não exatamente, só nunca imaginei que eles gostassem tanto de mim.

- Precisa começar a perceber o quanto é necessário para aqueles que te amam.

Eu ia responder, mas Marlene se levantou depois de dizer isso, olhando para a pista de dança. Sorri e me levantei, indo atrás dela como um cachorrinho. Ainda acho que o amor não existe.


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