Mundo dos Sonhos escrita por Trezee


Capítulo 36
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Notas iniciais do capítulo

Desculpa mesmo a demora.... vou continuar postando toda semana pelo menos :)



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              - O que foi? – abri meus olhos inalando a maior quantidade de ar possível.

              - Não... – murmurou Daniel.

              - O que foi...Daniel? O que você está fazendo aqui... O que eu estou fazendo aqui? - perguntei olhando ao meu redor, tentando inutilmente observar onde eu estava. Era uma saleta e eu estava mais ou menos sentada em uma poltrona, já que os braços de Daniel Floukin estavam sustentando meus ombros.  

               Rapidamente arrumei meu corpo sem entender porque eu estava praticamente deitada em seus braços. Recompus-me logo e fiquei de pé em um pulo.

               Estava me sentindo muito, muito estranha. Eu não conseguia me lembrar do meu dia. A final, que dia era hoje? Desabei no sofá e bati a mão na testa.

              - Por favor, Floukin, que dia é hoje? – indaguei.

              - Sexta... – ele murmurou.

              - Minha cabeça está doendo um pouco... Por que estamos aqui?

              - Você não lembra?

              Sacudi a cabeça e fiz uma cara de confusa.

              - De nada?

              - Depende do que for nada. – murmurei.

              - Okay então. – ele suspirou de uma maneira estranha, como se lamentasse muito por algo. Por um momento vi seus olhos se perderem, mas eu estava muito confusa para ficar prestando atenção no que aquele garoto fazia.

              - Então, você poderia me explicar, por favor? – pedi.

              - Você não se sentiu bem na aula, tremeu um pouco e desmaiou. Só sei que você bateu a cabeça na parede, talvez seja por isso que esteja com dor de cabeça.

              - Ah... Mas e você, o que faz aqui? – fiquei curiosa, me perguntando o motivo pelo qual Daniel Floukin estava abraçado comigo em uma salinha desconhecida. Se fosse o Francisco ou o Roberto eu até entenderia, mas a presença do Floukin me deixou intrigada.

              - Não, é que... – ele parou um segundo para refletir enquanto eu fazia uma careta me divertindo à custa da sua dificuldade com as palavras. – É que o professor pediu para alguém vir até a sala da inspetora ver como você estava. Como eu havia pedido para ir beber água, ele me pediu este favor.

               - Ah... – exclamei um pouco pensativa, pois sua justificativa só explicava o fato da sua presença e não o motivo pelo o qual eu acordei em seus braços. Mas enfim, minha cabeça estava começando a melhorar e eu não queria ficar pensando em assuntinhos bobos. – Acho que eu estou melhor, será que devo voltar para a aula?

               - Na...Não! Você desmaiou a pouco, lembra? Ainda esta confusa. Acho que a inspetora foi ligar para seus pais virem até aqui.

               - Mas não vai adiantar nada ela ligar para meus pais! Meu pai...

               - Quebrou a perna e sua mãe não dirige, eu sei, mas acho que ela vai contatar alguém só para um responsável ter ciência do desmaio.

                Parei incrédula e fiquei olhando para ele. Pisquei algumas vezes enquanto reparava que suas expressões diminuíam até se tornaram neutras e perdidas no meio do seu rosto.

                 - Como você sabe que meu pai quebrou a perna e minha mãe não dirige?

                 Nada. Ele demorou um bom tempo para simplesmente desgrudar os lábios e torná-los a fechar sem que uma só palavra saísse.

                 - Não comentei sobre isso com mais ninguém além dos meus amigos. – uma pontinha de severidade atingiu meu corpo e eu resolvi reformular. – Na...Não que você não seja um amigo, mas você me entendeu, comentei só com os mais achegados. Alguém te comentou algo?

                 Fiquei com medo que ele não me respondesse de novo. Não conhecia muito sobre aquele garoto, provavelmente aquela era nossa maior conversa em seis meses de convívio na sala. Eu ainda estava confusa, tentei me lembrar se alguma vez já havíamos conversado, mas era como se minha mente estivesse embaçada. Fiquei um pouco com medo dessa sensação estranha, no entanto tentei acreditar que eram apenas seqüelas do desmaio.

            - É, talvez alguém tenha comentado algo.

            Dei um longo suspiro e sorri um pouco corada. Era esquisito.

            - Você está aqui já faz um bom tempo... Será que o professor não deu por sua falta? – murmurei. Mas depois temi que ele achasse que eu estivesse dando uma indireta para ele sair, o que não era verdade.

            - Provavelmente não, mas acho que já vou indo, você está melhor. – ele não sorriu, nem sequer manifestou alguma expressão. Isso me deu muito medo, era como se ele estivesse muito desconsolado com algo.

            - Você está bem...? – sussurrei entre dentes antes que ele fechasse a porta.

            Talvez ele tenha dado um suspiro nesse meio tempo, mas não consegui confirmar este fato.

            - Por que não estaria? – murmurou por fim, ainda sem expressão e saiu.


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Notas finais do capítulo

Comenateeeem^^