Mundo dos Sonhos escrita por Trezee


Capítulo 20
Pequena surpresa e algumas provas


Notas iniciais do capítulo

=D



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Já a manhã chegou esperta, o Sol estava brilhando quando meu pai me levou para escola. Lá, todos estavam em clima de prova. Grupinhos de alunos estavam espalhados por todos os lados, com livros e cadernos nas mãos. Na minha sala havia diversas pessoas de outras classes. Era de costume mesclar os alunos de séries diferentes em uma única sala para evitar a cola. Saí da sala e fui em direção a um mural com diversas folhas pregadas. Nas folhas continham a lista da relação sala e aluno. Fui lendo folha por folha até meus olhos esbarrarem em um “Melinda Dupon” que constava na folha do 1º B. Olhei no relógio e vi que ainda tinha alguns minutos suficientes para dar uma passada no banheiro. Bebi água, limpei o rosto e já estava preparada para um dia de prova. Fui para a sala e sentei-me em uma cadeira na fileira, encostada na parede. Corri rapidamente, olhei pela a classe e vi umas cinco pessoas da minha série espalhadas em fileiras diferentes. Não demorou muito e o monitor da prova entrou na sala com um envelope pardo onde estavam contidas as provas. Ele separou os alunos do mesmo ano que ainda estavam perto e distribuiu rapidamente as provas, colocando-as viradas para baixo sobre a mesa de cada um. Depois de acabar a distribuição o sinal tocou. Era a hora de virarmos as folhas e começarmos a colocar o cérebro para pensar.

           Meu primeiro tempo era de Português. Não foi difícil, eu li todo o livro e dou-me muito bem com essa matéria. Depois de terminar a primeira prova, tive um intervalo de meia hora, onde comi um lanche na cantina rapidamente e dei uma relida em Inglês, que seria meu segundo tempo.

       Onze e vinte já estava fora da sala, livre das primeiras provas. Bastante gente já havia saído inclusive meus amigos. Fiquei um tempo com eles esperando Daniel sair para irmos embora. Um tempinho depois, uma menina da minha sala veio até a rodinha onde eu estava conversando.

       - Mel, não vi que você já tinha saído. – disse ela.

       - Oi, aconteceu alguma coisa? – perguntei curiosa.

       - Bem, é que o Floukin pediu para eu te avisar que ele teve que ir embora mais cedo. Você não havia saído ainda... – respondeu.

       - Ah, ele já foi... Obriga por avisar. Bem, então vou correndo para o ponto para ver se ainda consigo pegar um ônibus! – peguei minha bolsa que estava em cima de um banco. – Tchau gente, até amanhã! – falei a todos.

       Literalmente, fui correndo para ver se conseguia pegar o ônibus das onze e meia. Cheguei bem na hora, pois ele já estava parado no ponto quase fechando as portas. Tentei imaginar o motivo de Daniel para ter ido embora mais cedo, mas logo não dei mais importância para isso, a final, deveria ter sido algum assunto do pai dele.

        Cheguei em casa e a porta estava destrancada. Achei muito estranho, pois mamãe sempre teve uma neura particular com segurança. Antes de ir entrando, chamei por alguém, por precação mesmo. Com alivio, logo ouvi a voz da minha mãe vindo do andar de cima. No memento em que subi as escadas para ir a seu encontro, topei com ela fazendo o trajeto inverso.

         - Mãe, oi! A porta estava destrancada, achei estranho. – exclamei logo de cara.

         - Ah, é que eu acabei de abrir a porta para uma visita sair. Falando nisso, que tal você ir até seu quarto? – indagou abrindo um sorriso típico de mãe.

         Eu abri um sorriso também e corri para meu quarto, ansiosa para ver o que me aguardava. Abri a porta, que estava encostada e me deparei com uma linda raquete em cima da minha cama. Não era só uma raquete, era aquela Babolat pela qual eu me apaixonei na loja. No cabo havia um laço vermelho bem feito com um cartãozinho amarrado. Não sabia nem o que fazer. Minha mãe chegou atrás de mim e sem pensar duas vezes, dei um pulo em seu colo, dando-lhe um forte abraço.

          - Mãe, eu não acredito! É perfeita, exatamente a que eu queria. – não consegui conter minha felicidade.

          - É linda mesmo! – exclamou ela.

          - Nossa! Realmente vocês conseguiram me surpreender. Como o papai conseguiu pagá-la? Como vocês sabiam que era exatamente essa? Aposto que foi o Deniel que contou! – desembestei em fazer perguntas.

          - Não Mel... Antes de tudo, leia o cartão. – disse ela soltando-se do meu abraço.

          Eu fiz uma cara interrogativa, mas fui até a cama, passei a mão levemente sobre minha mais nova raquete. Depois, delicadamente retirei a fita e peguei o pequenino envelope rosa claro, retirando a cartinha de dentro dele.

           “Uma nova Babolat para minha tenista favorita”

           - Mas... – meus lábios sussurraram para mim mesma. – Ele não contou... Ele comprou!

           - Isso mesmo... Como já percebeu, não foi eu nem seu pai que te demos esse presente. – disse mamãe abrindo novamente um sorriso.

            - Mas mãe, eu não posso aceitar! – disse espantada.

            - Eu disse a mesma coisa para ele quinze minutos atrás. – respondeu a meu espanto.

            - Então por isso que ele foi embora mais cedo, estava aqui! – murmurei ligando os pontos.

            - Mel, esse garoto realmente é insistente. Ele deve te admirar muito! – exclamou mamãe erguendo as sobrancelhas enquanto se encostava no batente da porta. - Expliquei para ele que era muito caro e que não poderíamos pagar, mas era como se ele não ouvisse, falou que a raquete era sua e que era um presente que ele estava te devendo.

        - O Daniel é louco, como ele pode fazer isso! – abri um sorriso tentando imaginar a situação melhor. – Mãe, o que eu faço!?

        - Não sei oras, conversa com ele amanhã, daí vocês resolvem junto o que vão fazer! – falou.

        - Não acredito... – estava espantada, mas um espanto extremamente bom.

        - Eu falei para ele ficar, para entregar o presente pessoalmente, mas ele me disse que você o mataria antes disso! – ela riu lembrando dessa fala.

        - Com toda a certeza! – exclamei ironicamente brava. – É, ele consegui poupar a vida até amanhã de manhã.

        - Bem Mel, o presente é seu, então cabe a você decidir o que vai fazer com ele. É só isso que e posso te falar. – ela baixou os olhos rapidamente e sua feição se entristeceu por um segundo. – Como eu queria poder te dar um presente desses, mas você sabe, pelo menos nesse mês seria complicado. Eu e seu pai até fizemos umas contas, mas... Desculpe.

        - Mãe, para com isso! Ninguém precisa se desculpar aqui não. Vocês são dois anjos na minha vida, sempre me deram tudo o que eu precisei. Tenho o necessário para eu viver muito bem e uma escola mais do que perfeita. Eu nunca vou poder reclamar disso! – abri um longo sorriso e lhe dei um abraço tão apertado quanto o outro.

        - Que bom que você entende filha. – uma lágrima escorreu do seu rosto. – Bom... – disse ela saindo dos meus braços e limpando a gotinha. – Agora se troca e vamos almoçar. Fiz aquela virada paulista que você adora!

        - Claro... – respondi, já com os olhos começando a ficar vermelhos.

        Almocei muito bem, dei um leve cochilo depois de comer e enfiei a cara nos livros. Eu não era de ficar estudando todo o dia, então tive que ler tudo de uma vez só e na véspera das provas. Passei o dia inteirinho estudando para Física e História, as duas provas do dia seguinte.

        De noite, meus olhos já estavam cansados de tanto ficar decorando datas e fórmulas. Jantei pouco, pois nem fome eu tinha. Estava mesmo com sono, muito sono. Se demorasse mais um pouco para ir para a cama, dormia ali mesmo, sentada na escrivaninha em cima de um livro. Arrastei-me para o banheiro, coloquei o pijama e desmaiei na cama.


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Notas finais do capítulo

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