Harry olhou para Gina e viu a expressão dela mudar de alegria para desespero. Ela tentou falar algo, porém haviam lançado nela o feitiço do silêncio. Ele se aproximou mais dela e com algum esforço conseguiu entender o que ela estava tentando dizer.

- Vá embora, por favor! Vá embora! – era só isso que a boca de Gina falava, e após ela perceber que Harry em hipótese alguma faria o que estava pedindo, ela começou a chorar desesperada.

Mas ele não conseguia entender por que ela estava tão nervosa. Ele estava achando tudo tão fácil. Era apenas tirar ela dali antes que quem estivesse na cabana visse.

Ele foi andando em direção a ela, e várias coisas aconteceram ao mesmo tempo. Três homens desfizeram o feitiço da desilusão e apareceram de repente bem próximos a Harry, um deles foi até Gina e apontou a varinha para a cabeça dela, outro lançou um “Expelliarmus” em Harry, o que fez com que ele ficasse desarmado, e o outro homem ficou apenas olhando para Harry. Os três usavam máscaras.

- Ora, ora, ora, veja o que temos aqui! Não é o magnífico Harry Potter? – falou o que encarava Harry.

Harry sabia que já havia escutado aquela voz em algum lugar, só não conseguia lembrar de onde.

- Quem é você? – perguntou Harry.

- Acho que você sabe muito bem quem sou eu, Potter. 

- Não, eu não sei.

- Pense bem, Potter. Eu sei que você é inteligente.

- Eu não consigo lembrar! Por que você não fala logo de uma vez, em vez de fazer esse teatro todo? Eu não lembro de ter conseguido nenhum inimigo depois de Voldemort!

- Você pode até achar que não, mas você atrapalhou bastante a minha vida! Quer saber, vou te revelar logo quem eu sou, estou ansioso para ver a sua cara de espanto!

Ele retirou a máscara e Harry ficou tão surpreso ao ver quem estava ali, que não conseguiu falar nada, simplesmente deixou aquele homem alto, negro e forte o encarando com uma expressão de puro ódio no rosto.

- Está surpreso, Potter? 

- Na verdade sim, Damon! Eu estou surpreso por você ter seqüestrado a minha esposa sem mais nem menos! O que foi que eu te fiz de tão ruim pra você chegar a esse ponto?

- VOCÊ AINDA PERGUNTA?! – gritou Damon alterando a voz e a postura, para uma ainda mais assustadora – Olhe aqui, sabe por que eu tentei entrar para aquela academia idiota de aurores? Porque meu pai estava morrendo e disse que só deixaria a imensa fortuna dele para mim, se eu conseguisse passar no teste para essa academia! Mas eu nunca quis me tornar um auror! Pelo contrário, eu sempre quis ser um fugitivo dos aurores, mas até que eu ganharia bastante experiência contra os aurores entrando naquela academia. Mas você estragou tudo, Potter! Eu não podia usar as magias negras que eu sei, porque isso me denunciaria, então eu tive que me contentar com essa magia comum que todos usam, só que eu nunca fui um expert nela, então você me venceu fácil no treinamento, fazendo com que eu não passasse naquele testezinho idiota! E isso me causou muito prejuízo, Potter! Eu acabei perdendo toda aquela fortuna para o meu irmãozinho babaca!

- Olhe aqui, Damon, eu não tenho nada a ver com essa história!  Você não tem por que ter seqüestrado a Gina, deveria ter vindo diretamente até mim!

- Não, Potter, você precisa sofrer um pouco também.

- Mas, espera aí, como você soube onde nos encontrar? – perguntou Harry, confuso.

- Essa foi a parte mais fácil. Meus amiguinhos ali me ajudaram a te vigiar. – disse Damon apontando para os dois homens próximos à Gina.

- Bom, eu estou aqui e estou desarmado, o que você está esperando? – perguntou Harry, querendo provocá-lo.

- Eu não gosto das coisas tão fáceis assim, Potter! Eu lhe proponho um acordo.

- Que acordo?

- Nós faremos um duelo, se você vencer poderá ir embora com sua linda esposinha. Mas, se eu vencer, ela é minha.

Harry sentiu um tremor percorrer sua coluna. Ele olhou pra Gina. Ela ainda estava chorando. Ele não podia arriscar perdê-la. Mas, que escolha ele tinha? Mesmo assim, quando Damon visse que ele não aceitaria, poderia mudar de idéia. Precisava tentar convencê-lo.

- Sem chance, Damon. Eu não vou arriscar perder a Gina.

- Você não tem escolha. Nós duelaremos de qualquer jeito, a diferença é que se eu perder, meus amiguinhos deixarão ela livre. Mas se você negar esse acordo, ela será nossa de qualquer forma.

Harry não tinha escolha.

- Como vou duelar sem minha varinha?

- Tudo bem, Spike, pode devolver a varinha pra Potter. – ordenou Damon a um dos homens próximos à Gina. – E mais uma coisa: eu não quero que vocês interfiram na luta entenderam?

Os dois homens assentiram e ele jogou a varinha para Harry.

Harry pegou a varinha com as mãos trêmulas. Não estava nervoso pela luta, estava nervoso pelo fato de que vida de Gina estava em jogo. De tudo o que lhe restou, ela era a pessoa que ele menos suportaria perder.

- Acho que podemos pular os ritos iniciais não é, Potter? – perguntou Damon com um sorriso malicioso no rosto

- Claro, quanto antes terminarmos com isso, melhor. -  respondeu Harry, fingindo segurança.

- Ótimo!

Os dois se encararam por longos segundos, e ergueram as varinhas. Porém, em vez de pronunciarem feitiços estuporantes, os dois berraram em uníssono:

- Avada Kedavra!

A varinha de ambos fizeram uma ligação não tão forte quanto à que Harry tinha com Voldemort, mas também não era nada fraca.

Harry tentou colocar mais força, mas não sabia onde procurar mais força no seu corpo. Ele estava esgotado, exatamente como Hermione havia dito. Mas ele precisava. Nunca se perdoaria se Gina morresse por sua culpa. Ele desviou um pouco os olhos até os dela, que olhava para os dele intensamente. Ela não olhava como se estivesse preocupada com ela, olhava porque estava preocupada com Harry. Ambos se sentiriam culpados se algum deles morresse ali. E ele soube reconhecer isso. E, de alguma forma, isso acrescentou mais força ao seu corpo, o que fez com que a luz da sua varinha avançasse um pouco mais contra à de Damon.

Nesse instante, imagens da sua lua de mel brotaram em sua mente. Imagens da sua primeira noite com Gina, do sorriso da sua ruiva ao ver aonde estavam ao chegarem em Paris, do “eu te amo” sussurrado em seu ouvido naquele quarto do hotel onde tiveram momentos espetaculares, dos planejamentos para formar uma família, e finalmente do tão esperado “sim” dito por Gina durante o casamento. E aquilo foi suficiente para sua varinha vencer a de Damon. Porque uma varinha cheia de ódio não tinha a mínima chance contra uma varinha cheia de amor. Disso Harry teve certeza.

Ele levantou o olhar para o seu adversário, que parou de súbito e foi diminuindo lentamente a distância entre ele e o chão. E logo ele estava completamente deitado, completamente caído. Completamente morto.

Harry olhou para os outros homens que estavam perto de Gina, esperando outra luta com os outros dois, mas isso não aconteceu. Antes que Harry pudesse lançar qualquer feitiço, os dois aparataram, deixando Gina amarrada ao tronco da árvore. Harry rapidamente a desamarrou, e pôs fim ao encantamento que a estava impedindo de falar.

Mas, aparentemente Gina não tinha forças suficientes para fica em pé, e acabou caindo, entre soluços, nos braços de Harry.

- Está tudo bem, Gina. Não chore! Eu estou aqui com você, meu amor. – dizia Harry tentando acalmá-la.

- Eu fiquei tanto medo de te perder! – falava ela entre soluços.

- Não chore meu amor! Nós dois estamos vivos e bens. Mas eu acho melhor de levar a um hospital, certo?

- Não, Harry. Eu quero ficar com você em casa, ou até mesmo no hotel. Eu não quero ir pro hospital! Não fizeram nada grave comigo.

- Tudo bem, então. Vamos para o hotel, mas amanhã cedo nós ligaremos para o Dr. Brian, e pediremos para ele ir ver se você está bem mesmo.

- Certo, vamos. – concordou Gina.

- Acha que está forte o suficiente para aparatar?

- Estou. – respondeu ela firmemente

- Então vamos.

Harry estendeu o braço para ela e eles aparataram diretamente no quarto do hotel.

Harry a pegou no colo e deitou ela na cama. 

- Vou pegar algo pra você comer, certo? 

- Certo, Harry.

Antes de ir, Harry olhou pra Gina, a beijou e sussurrou em seu ouvido:

- Desculpe por ter deixado tudo isso acontecer.

- Não foi culpa sua, Harry. Você é o melhor marido do mundo! – disse ela com um sorriso, passando a mão pelos cabelos dele.

- E você é a melhor esposa do mundo! 

Ele a beijou mais uma vez e foi até a mini cozinha do quarto em que estavam hospedados.

Harry pegou um suco na geladeira, e preparou um delicioso sanduíche para Gina. Mas sabia que aquilo não seria suficiente e ligou para a recepção pedindo serviço de quarto.

Ele voltou até o quarto e ouviu um barulho de chuveiro ligado, e deduziu que Gina estava tomando banho.

Estava morrendo de vontade de ir fazer companhia à esposa, mas sabia que ela precisava de um tempinho sozinha, e esperou pacientemente no quarto.Gina saiu do banheiro vestindo apenas uma camisola preta e curta. Harry a olhou cheio de desejo. Era inevitável, já que Gina tinha um corpo bonito e cheio de curvas. Gina riu da expressão dele.

- Assim fica um pouco difícil pra eu me concentrar em cuidar de você. – falou Harry, sorrindo.

- Desculpe, mas só trouxe esse tipo de roupa para dormir, já que estamos em lua de mel. – falou Gina com um sorriso malicioso.

- Ok, vou tentar me concentrar. – falou ele rindo – Eu fiz um sanduíche pra você. Acho que dá pra enrolar enquanto o serviço de quarto não chega.

- Obrigada, meu amor. – respondeu ela, pegando o sanduíche.

Harry decidiu tomar banho enquanto Gina comia. Quando saiu do banheiro Gina já havia acabado e estava assistindo vagamente a TV do hotel.

Harry sentou-se na beira da cama e olhou pra ela.

- Você está com muitos ferimentos, Gina?

- Não, são só arranhões. Mas se você quiser vim olhar parte por parte do meu corpo, eu entenderei perfeitamente. – brincou ela.

- Eu adoraria. – respondeu Harry sorrindo e indo deitar ao lado dela. – Você ainda está com fome?

- Depende. – Harry olhou pra ela sem entender, e ela sorriu pra ele e explicou – Tem um tipo de fome que eu matei agora com aquele sanduíche, mas tem outro tipo de fome que está me deixando louca.

- E eu posso saber que tipo é esse? – perguntou ele, rindo.

- Esse aqui. – falou ela, puxando o rosto dele para lhe dar um beijo.

Logo os beijou passaram da boca para o pescoço, e do pescoço para o ombro, e daí por diante. Harry deslizava a mão embaixo da camisola de Gina, enquanto ela tentava tirar a camisa que ele vestia.

Quando a camisa e a calça de Harry já não estavam mais no corpo dele, ele começou a tirar devagar a camisola de Gina.

Ela vestia apenas a calcinha embaixo da camisola. Harry beijou-lhe a boca, e foi descendo, espalhando beijos por toda parte do corpo de Gina. Finalmente chegou até a calcinha e a retirou gentilmente. Ele agora via o corpo de Gina por inteiro, e viu que ela estava com muitos arranhões, mas nada grave, o que o fez soltar um suspiro de alívio.

Ela logo se ocupou em tirar a peça restante de Harry. E depois que isso foi feito, eles se entregaram ao tão intenso desejo. Finalmente, um pertencia ao outro depois de tanto sofrimento e desespero.