Fleur IX

Em que se apresentam novas escusas

Bem sabe o meu ilustríssimo leitor, que o ofício daquele que lhe dá a razão de ser chamado tal é o de um verdadeiro artista; não há, por conseguinte, maneira com que o autor o exerça sem a devida luz, a divina luminária que, se bem não o faça divisar sua pena de estimação no mais completo breu, não obstante esta referida circunstância, faz com que o interior de sua mente se aclare, podendo-lhe ser possível observar, descrever e comentar, com o uso tão-somente do imaginário como do conhecimento (que acredito lhe serem tão importantes quanto é para o clérigo a sagrada escritura), a mesma pena, partindo da inspiração e da referência visual, a qual faz parte de seu entendimento sobre penas.

Em suma, o intento do parágrafo prescrito fora, ainda que de maneira parca, fazer com que a longa ausência de episódios subseqüentes da saga de Luke fosse justificada ao meu estimado leitor. Não obstante, se mesmo o referido argumento não houvera por bem convencê-lo de todo, ou mesmo abrandar a falta do autor, outro há de advogar a causa deste humilde servo de maneira mais efetiva, acaso se mostrar o meu leitor algo menos intolerante e menos enfadado na ocasião.

Sem mais delongas, voltemos aonde o objeto de estudo e amigo a quem tanto queremos fora crudelíssimamente abandonado pelas trevas em que estiveram submersas a mente e a criatividade do autor.

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Ao termo do capítulo anterior, deixamo-lo, apressados, às vesperas do primeiro Fleur Entrevue, em que mais uma vez, o passado há de ser conhecido para que observemos o presente de Luke e o entendamos em sua plenitude, dotados de todo o conhecimento que a causa nos pode exigir.

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Período I        C.F.
a88; ---------------------7-|-----3----------5 -----10→

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Se bem se lembra o meu leitor, cada número na linha temporal marca um evento específico ou uma revelação importante, narrados no capítulo correspondente ao número que o indica; portanto, a nova marcação é relativa ao capítulo seguinte, no qual consta a ocasião em que Luke se travara de amizade com certa pessoa, até o presente momento, referida apenas em pequenas citações, que, de fato, nada deixaram entrever além do nome que lhe chamavam (falta cometida também, a saber, para com a quase totalidade dos companheiros de Luke).

E claro, ao contingente que, no futuro de nosso pequeno amigo, haverá de compor os patronos e comensais do aguardado evento gastronômico da praça de Cien Fleur.