Os próximos meses se passavam e Gabriel estava cada vez pior. Sua pneumonia preocupava a todos, pois ele não apresentava nenhum sinal de melhora. Cada vez mais, ele ficava abatido, não conseguia mais comer e muito menos ir à sua formatura, que estava próxima. Estava fraco, e tudo o que conseguia fazer era chamar pelo nome de Laura.

Até que um dia ele foi para o hospital, e lá ficou internado. Passaram-se dias e nada de melhoras. E numa tarde, fria, quando Gabriel estava dormindo, o médico chamou sua mãe para fora do quarto e lhe disse, numa voz baixa:

- Hoje é um dia decisivo. Ou Gabriel apresenta algum sinal de melhora, ou...

- Ou o quê, doutor? O que você quer dizer?

O médico deixou o local, deixando a mãe do garoto desesperada. Ela entrou no quarto e Gabriel havia acordado.

- Mãe...

Mesmo não querendo demonstrar nervosismo, sua mãe começou a chorar.

- Eu sei que eu vou morrer.

- Não diga isso, meu filho, você vai ficar bom, eu tenho certeza disso! - ela disse, dando-lhe um beijo na testa.

- Tudo bem... Eu só queria te pedir uma última coisa. Por favor, me faça feliz pela última vez.

- Peça o que quiser, e eu prometo que vou mover o mundo pra te dar!

- Eu quero ver a Laura.

- Como assim?

- Eu quero ir até lá.

- Mas... Está frio lá fora, e você não pode sair daqui... - ela se lembrou do que havia acabado de prometer, e também se recordou do quanto Gabriel foi feliz com Laura. Nunca havia visto seu filho tão alegre como ele foi junto dela, então, acabou concordando.

(...)

Gabriel chegou lá, andando com a ajuda de sua mãe, e segurando uma rosa vermelha em suas mãos. Quando avistou o túmulo de Laura, ficou eufórico, e, fazendo um esforço maior ainda, chegou até lá, sozinho. Ao se aproximar, ajoelhou-se e disse, num tom baixo, frequente nos últimos tempos.

- Eu vou te amar pra sempre, minha linda. - logo repousou a rosa sobre a lápide.

Ele então soltou uma última lágrima, e caiu desacordado. Sua mãe correu para socorrer o filho, mas não dava mais tempo. Ali, junto de sua amada, Gabriel morreu.

***

Os dois morreram se amando, e se amam até hoje. Sem intrigas ou desconfiança, num lugar onde existe apenas amor.