P.D.V Perseus Jackson

  -Hey Percy, o que você acha de uma aposta?

  -Que tipo de aposta? – perguntei, interessado.

  -Digamos que se você me tirar de cima desse telhado em 30 segundos, eu conto Aquilo para todo o Acampamento.

  Pela visão periférica, vi Annabeth e algumas caçadoras saindo do chalé.

   -E se eu perder?

   -Você vai ter que cantar Teenage Dream para as garotas do chalé de Ártemis só de cueca.

   -O QUE? – gritamos eu e as caçadoras.

   -Exatamente o que vocês ouviram.

   -Sophie, eu não sei se...

   -Não Percy, estamos apostados ou não?

  Parei para pensar, valeria a pena correr o risco de ser massacrado pelas caçadoras a fim de ver Sophie contando seu maior segredo para todos? Isso poderia acabar com ela, sei muito bem o quão criticos podem ser os semideuses, principalmente os irmãos dela, mas Sophie é forte e tem o meu apoio, sei que se manteria firme e não se importaria com os comentarios. Mas, vale a pena? Sim, vale sim, e agora, vamos ao desafio.

   -Apostados então. Mas Sophie será que não é melhor...

   -30, 29, 28...

  Comecei a subir na árvore e depois no telhado. Não consegui pensar em um plano para derrubá-la então fui do jeito mais simples: vou agarrá-la e lhe obrigar a descer. Seria fácil, se Sophie não fosse mais rápida que Hermes.

   -15, 14, 13, 12...

   -Mas você não facilita – falei enquanto tentava pega-la de novo.

   -Porquê eu quero ver você só de cuequinha – ela disse rindo – 9, 8, 7...

  Numa tentativa apelada, tentei utilizar a água, retirando-a do ar. Poderia ter acertado, se ela agora não estivesse com uma adaga no meu pescoço.

   -E 0. Você perdeu.

   -Como chegou ai? – perguntei surpreso.

   -Não devia ter tirado os olhos de mim Perseus.

  Descemos do telhado e Sophie disse.

   -Manda ver garanhão, mostra esse corpinho.

   -Eu não acredito que perdi, agora vou pagar o maior mico da minha vida e serei caçado até a morte, o que é meio impossível, pelas garotas de Ártemis, e ela própria também – murmurava enquanto retirava minha roupa. Comecei pela blusa, depois a camiseta e os tênis. Quando cheguei à calça olhei para a filha de Afrodite.

   -Eu tenho mesmo que fazer isso?

   -Tem, você apostou e perdeu. Não era você que sempre dizia “promessa é divida”?

   -É, mas eu não prometi nada!

   -Tecnicamente não, mas vamos logo com isso. Tire essa calça antes que eu mesma o faça.

  Mesmo a contragosto tirei a calça.

   -Belas pernas.

   -Cale a boca, McCullen.

   -Dá um show.

   -E a musica?

   -Sem problemas – ela disse e sumiu por alguns segundos e voltou com um radio – Manda ver.

   -O QUE SIGNIFICA ISSO? – ouvi uma voz atrás de mim.

   -Lady Ártemis?! – disse quando me virei.

   -Sim. Agora me diga o que pensa que está fazendo?

   -Er... E-e-eu estou... O que eu to fazendo?... Ahn eu estou... Dançando?!

   -Pelos deuses, você não consegue nem uma desculpa descente – reclamou Sophie – Não o culpe Lady Ártemis, a culpa não é dele.

   -E de quem mais seria? – perguntou, indignada, a deusa.

   -Minha, fizemos uma aposta e ele perdeu.

   -Que aposta?

   -É que ela estava no telhado do seu chalé e... – comecei a explicar.

   -E o que ela estava fazendo lá?

   -Fugindo de mim.

   -Por que ela fugiria de você?

   -Eu estava correndo atrás dela porque ela tinha amassado um copo – eu disse – na minha cabeça.

   -O.K.. E a aposta?

   -Ah, ele tinha que me tirar do telhado em 30 segundos, do contrario ele teria que dançar Teenage Dream só de cueca para as caçadoras – Sophie respondeu por mim.

   -E também... – falei.

   -Recolha suas roupas antes que eu resolva fazer algo a respeito garoto.

   -Claro Ártemis – eu disse começando a pegar minhas roupas. Olhei para Sophie e disse – Obrigado pelo copo.

   -Olha, não fui eu quem começou com as cócegas – se defendeu a filha de Afrodite.

   -E nem eu com o ciúme – retruquei.

  Ela me olhou com raiva ao mesmo tempo em que ficava vermelha e disse.

   -Já chega, vou indo para o meu chalé. Vejo vocês na fogueira, com licença – e ela saiu andando, quase correndo.

  Já tinha pegado quase todas as peças de roupa, mas não achava a calça.

   -Alguém viu minha calça?

   -Aqui – me virei para Annabeth e a vi com ela nas mãos.

   -Obrigado, e desculpe por isso – falei pegando a calça, mais vermelho que um tomate, assim como Annabeth.

   -De nada. Ahn, tudo bem.

  Sai de lá o mais rápido que pude e fui andando para o chalé de Poseidon, arrancando suspiros das meninas, e de alguns garotos também, mas isso não vem ao caso, e gargalhadas dos filhos de Ares. MALDITOS!

  Cheguei lá, fechei a porta, joguei as roupas em um canto do quarto e me arremessei na cama.

P.D.V. Annabeth Chase

  Depois que Percy saiu, Lady Ártemis pediu que entrássemos no chalé.

   -Minha senhora conseguiu achar seu arco? – perguntou Thalia.

   -Infelizmente não, as convoquei aqui por cousa do que vocês acharam naquele parque. Agora me digam o que aconteceu exatamente?

  Expliquei para elas o que aconteceu desde o parque de diversões até o shopping abandonado e, claro, omitindo as partes em que Percy aparecia.

   -Como é essa tal arma do filho de Éos?

   -É como um sabre de luz, exatamente como os de Star Wars – respondeu Gabriela.

   -Annabeth, você disse que esse garoto deixou o sabre cair, vocês o pegaram certo?

   -Sim.

   -E onde está agora?

   -Com Percy – respondi automaticamente.

  Thalia, Ashley e Gabriela me lançaram um olhar mortal e só ai eu percebi a besteira que havia cometido.

   -Como assim? Você está me dizendo que o sabre está com aquele garoto que eu encontrei dançando seminu em frente ao meu chalé?

   -Basicamente – respondi.

   -E o que ele está fazendo com o sabre?

   -Lady Ártemis – falou Gabriela – nós meio que não contamos para a senhora uma parte da missão.

   -É – disse Thalia – a parte em que Percy está nela.

   -Por que não me contaram antes?

   -Teríamos contado pela mensagem de Íris, mas achamos que a senhora já tinha problemas demais e não precisava se preocupar apenas com o fato de que Perseus estava na missão – disse Ashley.

   -Vocês acharam que não era importante?

   -Não realmente, na verdade não foi um problema, Percy nos ajudou bastante juntamente com Féres – eu disse.

   -Féres?

   -Sim, o dragão dele.

  A deusa respirou fundo e perguntou.

   -E o que deu em vocês para que o deixassem entrar na missão? – Lady Ártemis perguntou ríspida.

   -Não o queríamos na missão – curta e grossa essa é a Ashley.

   -Tivemos que deixa-lo ir por causa de uma aposta – disse Gabriela.

   -OUTRA APOSTA? – gritou Lady Ártemis – com quem foi que ele apostou dessa vez? – disse dessa vez mais calma.

   -Comigo – respondi baixinho – foi um desafio de dança.

   -Annabeth? Eu nunca teria imaginado que você, entre todas aqui, teria feito isso.

   -Desculpe-me minha Senhora, mas apesar de tudo, eu ainda sou filha de Atena, e não fujo de um desafio!

   -O.K.. Eu digo que tudo bem se isso não se repetir, entenderam?

   -Sim Lady Ártemis – respondemos eu, Thalia, Gabriela e Ashley.

   -Agora descansem e se arrumem logo o jantar será servido – disse a deusa da Lua e sumiu em uma fumaça prateada.

  Estávamos em volta da fogueira, e Percy chegou com um violão na mão no exato momento em que os filhos de Apolo encerraram uma musica. Ele se sentou ao lado de Sophie, ou seja, à minha frente.

   -Posso? – o filho de Poseidon perguntou. Algumas pessoas assentiram, outras deram de ombros, enquanto outras nem se importaram.

So Far Away

Never feared for anything

Never shamed but never free

A light that healed a broken heart

With all that it could

Lived a life so endlessly

Saw beyond what others see

I tried to heal your broken heart

With all that I could

Will you stay?

Will you stay away forever?

How do I live without the ones I love?

Time still turns the pages of the book it's burned

Place and time always on my mind

I have so much to say but you're so far away

Plans of what our futures hold

Foolish lies of growing old

It seems we're so invincible

But the truth is so cold

(Tão Distante

Nunca temeu por nada

Nunca envergonhado, mas nunca livre

Uma luz que cura um coração partido

Com tudo que pode

Viveu a vida tão infinitamente

Viu além do que os outros vêem

Eu tentei curar seu coração partido

Com tudo que eu pude

Você vai ficar?

Você vai ficar longe para sempre?

Como viver sem aqueles que amo?

O tempo ainda vira as páginas do livro queimado

Lugares e momentos sempre em minha mente

Eu tenho muito para dizer mas você está tão distante

Planos do que o nosso futuro nos reservava

Mentiras tolas de envelhecer

Parecia que éramos tão invencíveis

Mas a verdade é tão fria)

O observei de relance. Sua voz harmoniosa e suave, agora já rouca, completamente tomada pelo ritmo da música, entrava em perfeito contraste com seus cabelos despenteados de uma forma sedutora. Seus olhos verde-mar profundos me observavam... Espera! Observavam-me? Droga! Disfarça Annabeth! Disfarça!

  Desviei meus olhos dele e, automaticamente, corei de orelha a orelha. Mas acho que foi em vão. Ele percebeu e pude ouvir o tom alegre de sua voz perfeita se encaixando ao violão com intensidade.

  Droga, Percy!! Por que você me deixa assim?

A final song, a last request

A perfect chapter laid to rest

Now and then I try to find

A place in my mind

Where you can stay

You can stay awake forever

How do I live without the ones I love?

Time still turns the pages of the book it's burned

Place and time always on my mind

I have so much to say but you're so far away

Sleep tight, I'm not afraid

The ones that we love are here with me

Lay away a place for me

'Cause as soon as I'm done I'll be on my way

To live eternally

How do I live without the ones I love?

Time still turns the pages of the book it's burned

Place and time always on my mind

And the light you left remains but it's so hard to stay

When I have so much to say and you're so far away

I love you

You were ready

The pain is strong and urges rise

But I see you

When it lets me

Your pain is gone, your hands untied

So far away

I needed to know

So far away

And I need you to, need you to know

(Uma última música, um último pedido

Um capítulo perfeito para descansar

Agora, e então, eu tento encontrar

Um lugar em minha mente

Onde você pode ficar

Você pode ficar acordado para sempre

Como viver sem aqueles que amo?

O tempo ainda vira as páginas do livro queimado

Lugares e momentos sempre em minha mente

Eu tenho muito para dizer mas você está tão distante

Durma bem, eu não estou com medo

Aqueles que amamos estão aqui comigo

Guarde um lugar para mim

Porque assim que eu tiver terminado estarei no meu caminho

Para viver eternamente.

Como viver sem aqueles que amo?

O tempo ainda vira as páginas do livro queimado

Lugares momentos sempre em minha mente

E a luz que você deixou permanece, mas é muito difícil continuar aqui

Quando eu tenho muito a dizer e você está tão distante

Eu te amo

Você estava pronto

A dor é muito forte e os desejos aumentam

Mas eu verei você

Quando me for permitido

Sua dor se foi, suas mãos estão livres

Tão distante

E eu preciso que você saiba

Tão distante

E eu preciso, preciso que você saiba)

  Virei-me para Thalia, um pouco sem jeito pela cena que havia se passado em minha mente.

   -Já vou indo, estou exausta.

   -Tudo bem, eu também não vou demorar – ela me respondeu.

  Ouvi um suspiro longo e um pouco melancólico, não vi quem havia suspirado, mas minha intuição me dizia que era Percy, mas o porquê eu não sei.

  Caminhei em passos largos até o chalé, entrei e tomei um banho. Deitei-me na cama pensando que poderia ter uma boa noite de sono, mas como acontece raramente eu estava errada.

  Demorei a dormir, fiquei pensando em Percy, em como seu sorriso era encantador, seu cabelo charmoso, olhos sedutores, mas que me trazem tanta segurança, a qual não sinto em qualquer outro lugar em que ele não esteja.