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Um monte de desespero onde a Via Láctea aparece,

a brisa fria agitou novamente a minha estola.

“Só uma vez por ano...

Qual é a sensação?’’

As lágrimas corriam apenas para serem substituídas.

         Fazia tanto tempo que eu não o via. Um ano demorou tanto para passar... Despedimos-nos naquele metrô, e da pior maneira possível. Correndo. Não era justo que tivessem que levar você de mim para uma cidade tão longe.

         Rui foi forçado por sua família a se mudar junto deles.  A distância, porém, não foi suficiente para que apagasse as boas lembranças que guardei.  Todas as boas palavras e sorrisos direcionados a mim foram mantidos em minha memória.

"Por favor, deixe-me ver você hoje à noite, com certeza" 

Estes sentimentos que cavalgam sobre um comenta foram ansiados.

"Não vá" "Até que eu aceite isso"

Até o momento quando Altair e Vega nessa chuva lacrimal,

na espera de querer ser mais apaixonado por você do que ontem cessa. Oh MAGPIE, suspenda uma ponte, e nos conecte.

         Prometemos que nos encontraríamos em breve, no mesmo local em que nos conhecemos.  A sétima noite do sétimo mês do ano, Tanabata Matsuri. O mesmo templo em que nos vimos a primeira vez seria o lugar para o reencontro e um novo começo. Mas, se Rui não conseguisse voltar para me ver, seria o sinal de que tudo foi rompido entre nós, definitivamente.

A pequena colina, onde a Via Láctea aparece, a paisagem que eu olho lá fora

é diferente do que eu imaginava.  Temos avançado nesses tempos?

 A resposta não é “não’’, mas não é suficiente.

         Eu tinha esperanças de vê-lo mais uma vez. Só me restava acreditar na sua promessa, e acreditar que o sentimento que tínhamos era recíproco. Os obstáculos existiam para provar algo, eu sabia por alguma razão. Meu coração insistia nessa vaga ideia.

Um mal-intencionado "Deus" está nos testando,

 vamos encher o lugar vazio e seguir para a próxima fase.

         Ele nunca disse que me amava. Eu também nunca confessei o que sentia. Era necessário, realmente? Naquele tempo eu achava que não precisava ter pressa, que eu teria tempo suficiente para dizer... Falho engano.

         E ele se foi, antes de saber. Antes que eu soubesse também.

Quando perguntam "que tipo de relacionamento você tem?" 

Eu digo "talvez um pouco mais do que apenas amigos" .

... Mas isso não é certo.

A palavra "vínculo" é mais adequada, enquanto lutam uns com os outros,

enquanto rompem as relações com o outro...

         Se eu soubesse que seria dessa forma teria feito tudo de maneira apropriada. Falaria quando ainda tinha oportunidade, e talvez Rui não tivesse me deixado. Alguns poderiam dizer que eu deveria esquecer, mas eu não podia. Eu vi em seu último olhar que ele necessitava que eu acreditasse no que me prometeu.

         Era a única verdade que eu tinha.

         Passei o restante dos dias desde que ele se fora apenas agindo por reflexos. Tudo se tornara muito vago sem a companhia dele. A amizade que mais me fazia falta... Seus sorrisos contentes, seus gestos suaves.

         Qualquer mínimo detalhe.

         E eu sempre me perguntava como ele estava, e se pensava o mesmo que eu.

"Você está bem agora?" "Ainda é impossível"

Porque as coisas vão terminar desta forma

seria ótimo se pudéssemos sorrir amanhã também.

É de partir o coração, doloroso. Nós não sabemos quando vamos morrer...

 De modo intencional, Spica.

         Agora, só me restava esperar, igual como fiz nos dias que se passaram. Afastei-me da aglomeração de pessoas que também foram fazer pedidos no festival e me sentei mais ao longe. Fixei meus olhos nas estrelas, admirando cada ponto cintilante. Uma delas teria que atender meu pedido.

         “Eu o quero de volta. ’’

Para as estrelas não enviem "desejos", mas "promessas" à  Via Láctea.

Ouça o meu monólogo: "De agora em diante, não importa quantos anos,

vamos estar sempre juntos" é tudo que eu quero dizer.

Juro para sempre repetir, para sempre, nosso ponto de encontro prometido...

 "É o mesmo de sempre, certo?"

No abrigo de um céu nublado, se não houver nenhuma estrela, vamos apenas tornar-se estrelas,

enquanto tiram sarro uns dos outros, enquanto amam uns aos outros...

         E um toque. Aquele toque suave em meu ombro das mãos que eu tanto idealizava. Ele estava atrás de mim, sorrindo. O mesmo sorriso que fiz questão de gravar a imagem em minha mente, e agora eu tive a oportunidade de rever.

          “Você veio” disse baixo, sem conseguir conter a felicidade. Em um impulso, dei-lhe um abraço. Os braços estavam em volta de mim mais uma vez, com o mesmo calor que sempre transmitia.

"Hey, onde está você agora?" "Em algum lugar na Terra"

Eu não sou um astronauta,  por isso, se é em qualquer lugar

abaixo do ozônio, não há problema.

"Entendi, eu estarei lá em breve"

Eu quero causar uma perturbação até de manhã,  naquele paradeiro importante

          “Eu quis te ver todos os dias. Eu amo você, Tomo.” afirmou apertando o abraço. A frase despertou uma felicidade  em meu peito que eu sequer sabia que existia. Era o que eu queria ouvir a um ano atrás, antes que ele fosse embora.

          Mas agora ele estava aqui.

          “Eu também amo você, tanto quanto antes” e um beijo selou a confissão. Debaixo do céu estrelado pudemos finalmente expor nossos sentimentos. A saudade era imensa, e impossível de se controlar.

         Talvez fosse o presente que as estrelas trouxeram para mim naquela noite.

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