Saga de Idron & os Assassinos

Capítulo 25 – A Infância Perturbadora de Idron – Parte 3

Flashback On

Não... Eu não quero morrer. Ainda tenho que cumprir com a minha promessa. Sayato vai pagar muito caro por estar fazendo isso comigo! Kaz é a única pessoa que se importa de verdade e por isso eu não posso simplesmente matá-lo. Mas...
– Anda! Não temos o dia todo! Decida-se! – exclamou Sayato.
– Eu irei matá-lo!
– E o que está esperando aqui? Depressa!

Então é isso. Não adianta hesitar. Eu sabia que isso iria acontecer mesmo.

Esses foram os pensamentos de Idron. Muito entristecido... Ele seguiu em direção á floresta. E por puro azar, Idron encontra seu amigo no mesmo lugar de sempre. Seus músculos começaram a se tremer. Seu corpo suando. E a pele pálida.
– Você veio Idron! Hoje eu trouxe uma comida especial. Porque é feriado e meu pai como sempre é supersticioso nessas coisas – disse Kaz sorrindo. Mas ao ver que Idron estava diferente, sem reação, ele perguntou: - O que houve Idron? Parece até que viu um fantasma!

Kaz se aproximou de Idron com sua mochila repleta de frutas e pães. Até que Idron decide alertá-lo de um perigo totalmente falso.
– Nunca mais venha até aqui! Pois será morto! – gritou Idron furioso.
– O q-quê?
– É isso mesmo que você ouviu!
– Você está ficando louco?!

Imediatamente Idron soca o rosto de Kaz! E logo pensou: “- Essa é a única maneira de fazer você ir embora daqui”.

Poucos metros de distancia dali... Sayato fica muito impaciente pela demora do Idron.
– Aquele imbecil está demorando demais! É melhor vigiá-lo pessoalmente, caso ele não consiga executar o procedimento, irei mata-los na mesma hora. HAHA!

E então Sayato caminhou até a floresta para verificar se Idron iria matar mesmo o seu amigo. Ele ficou escondido entre os arbustos só observando os dois.

Kaz estava passando a mão sobre seu rosto e ao mesmo tempo encarando Idron. Ele ficou perguntando a si mesmo o porquê Idron tinha feito aquilo. Mas sabia que ele não faria uma coisa dessas em vão.
– Me perdoa Kaz... Eu não quis fazer aquilo, mas, era o único jeito de fazer você se afastar daqui.
– Se afastar?! Eu não consigo te entender Idron. O que eu fiz de errado?
– Não. Nada!
– Então! Por que isso agora?
– Kaz – disse Idron se aproximando bem perto do seu amigo. – Eu quero que fuja o mais rápido possível daqui. Por favor!
– Mas... Fugir do quê?

De repente, Sayato surge diante de Kaz e Idron! E em seguida Idron segura Sayato pelas costas e grita:
– Corre! Fuja Kaz!
– Eu vou matar vocês dois! Me larga! – exclamou Sayato sendo impedido por Idron.

Kaz se tremia de medo ao ver um dos responsáveis pela morte dos pais de Idron. Os pássaros começaram a ficar agitados. Kaz decidiu fugir rapidamente dali... Não demorou muito tempo, após Kaz ter fugido, Idron desmaiou.

Seus olhos se abriam lentamente... Ele estava deitado numa cama de lençóis brancos, com seus braços e pernas amarradas com corda grossa. Idron estava preso em sua própria casa. A porta do quarto em que estava se abre. Era Sayato, um doutor (julgado pelo jaleco), e um homem encapuzado quem tinham acabado de entrar. Idron ficou encarando os três.
– O que está acontecendo aqui? – perguntou Idron atrás de explicações. – Por que estou amarrado?!
– Calma... Não precisa se exaltar. O motivo é bem simples. O castigo irá começar agora! – exclamou Sayato.
– Castigo? Mas o que foi que eu fiz?
– Você sabe muito bem. Eu decidi criar uma terceira opção. Pena que você não pode escolher dessa vez, não é mesmo? – então Sayato fez um sinal de mão para o doutor e o homem encapuzado. Eles começaram a se aproximar de Idron. – Boa sorte!
– Relaxa jovenzinho. Irei traquilizar as coisas pra você – disse o doutor tirando uma seringa do bolso do jaleco. – Não vai doer.
– Afaste-se de mim! Saia! – gritou Idron agoniado com o tamanho da agulha.
– Doutor “Hercios”. Não tenha pena dele! – exclamou Sayato olhando para Idron fixamente.
– Você é quem manda.
– Não, não! Eu faço qualquer outra coisa! Mas não façam isso comigo! Por favor! – gritou Idron esperneando com suas lágrimas caindo em seu rosto.

Tudo parecia um filme de terror para Idron. Ele não podia fazer nada já que seus membros estavam amarrados. Assim, o doutor Hercios injeta a seringa na veia do braço esquerdo de Idron.

– Pronto... Viu que só foi apenas uma picada Idron? Mas se você acha que “isso” é o castigo, está muito enganado! – disse Sayato num tom cínico.

– O que você aplicou em mim? – perguntou Idron lentamente para o doutor Hercios que estava ao seu lado.
– Uma substância desenvolvida por mim.
– Substância?
– É um pouco parecida com a anestesia. Só que a minha é bem mais forte e eficaz. Portanto, dentro de 3 minutos você estará dormindo feita pedra. Apenas relaxe.

Assim que o doutor Hercios tinha terminado de falar, Idron já estava adormecendo...

E as portas se abrem novamente. Desta vez, dois assassinos carregam um par de correntes em suas mãos. Sayato apenas apontou para quem eles deviam entregar. Essa pessoa era o doutor.

Após as correntes serem entregas, os assassinos saem ligeiramente para não atrapalhar a concentração dos presentes ali no quarto.
– Enfim saíram. Posso começar a operação? – perguntou Hercios para Sayato.
– Deve!
– OK.

Hercios pega uma ferramenta estranha parecida com um bisturi e faz duas grandes incisões no antebraço de Idron. O homem encapuzado que estava bem próximo de Sayato começou a conjurar uma língua estranha. Logicamente só ele conhecia. Dava para notar também era antiga. Ás vezes ele sussurrava e outras ele gritava.

Minutos depois, as duas incisões estavam bastante profundas que até dava para ver a exposição do osso. Foi aí então que o doutor Hercios parou e pegou as correntes que estavam ao seu lado. Logo ele as prendeu no osso do antebraço de Idron! E nisso o homem encapuzado conjurando a sua língua estranha...

Isso fez com que os neurônios do sistema nervoso de Idron, percorressem normalmente até o osso do antebraço, e consecutivamente as correntes.

Hercios termina de costurar a pele na qual estava à incisão. E o homem encapuzado se calou em seguida. Sayato percebeu que os dois tinham parado de se movimentar e perguntou:
– Terminaram?
– Operação concluída. A experiência foi um... Digamos que sucesso – disse o doutor Hercios.
– Por que não tem tanta certeza?
– Sayato meu amigo... Você sabia desde o começo que essa operação seria uma das minhas experiências. É claro que se deve esperar que nem tudo dá certo.
– E quando eu terei a confirmação de que foi um total sucesso?
– Quando o meu paciente acordar.
– Tomara que isso não demore muito...
– Ah, já ia esquecendo... Parece que meu amigo especial aí quer falar algo – disse o doutor Hercios apontando o dedo para o homem encapuzado.
– Infelizmente essa experiência deu ao nosso usuário um ponto fraco no organismo.

– Um ponto fraco? – disse Sayato espantado.
- Enquanto que eu estava conjurando, ao mesmo tempo, estava canalizando o problema na cabeça do usuário até uma região do corpo, em que não tivesse afetado as incisões do doutor Hercios. Aproveitando isso, canalizei novamente os neurônios para que ficassem interligadas as correntes que estavam bem próximas ao osso.
- Isso quer dizer que...
- O usuário poderá controlar as correntes mentalmente. Sem nenhuma ajuda de aparelho ou qualquer outro equipamento.

O doutor Hercios tirou o seu jaleco e disse:
- É claro que pra isso... Foi necessário a sua ajuda. Caso contrário, teria sido em vão a experiência.
- Uma pergunta ô esquisitão. Qual é então o ponto fraco de Idron? – perguntou Sayato para o homem encapuzado.
- O abdômen.
- Espero que ele se saia bem no teste que irei fazer, assim que acordá-lo.

Após a conversa, os três resolveram sair do quarto.

Dias se passaram...

Idron se acorda lentamente. E percebe que tem alguma coisa estranha presa nele. É aí que Sayato aparece no quarto. Provavelmente ele estava vigiando Idron.
- O belo adormecido acordou – disse Sayato.
- O que aconteceu comigo?
- Pelo jeito você não está com defeito.
- Defeito? Do que você está falando?!
- Da experiência que fizeram com você. Acho que agora eu posso desamarrar você dessas cordas.

Não era de se esperar que Idron não tivesse notado que havia duas correntes presas em seus antebraços.
- Tire essas correntes de mim agora! – gritou Idron.
- Não dá moleque. Estão presos.
- O quê?!
- Não estou com paciência hoje OK?
- Por que tudo isso Sayato? O que eu fiz pra você? Tenho o direito de saber!

Sayato respirou fundo, olhou pros lados e disse:
- Simplesmente nada. Eu sempre procurei um matador mais forte que eu, só que nunca encontrei um a minha altura. Daí eu pensei: “Que tal criar um assassino tão forte quanto uma quadrilha inteira de bandidos?”. Então você apareceu. Percebi que enquanto você era jovem, poderia treinar anos e anos até se tornar um profissional. Desde daquele nosso primeiro encontro de verdade, cara-a-cara após a morte de seus pais, eu vi o medo no seu olhar. E ao mesmo tempo de ódio. Não tinha dúvidas, você não podia morrer naquele momento. Foi aí que eu decidi lhe tornar o maior assassino de toda a região.

Idron não estava querendo acreditar que esse seria o motivo de tanto sofrimento que passou...
                - Então Idron, eu queria que você utilizasse o medo como ferramenta profissional. Causar medo e dor nas pessoas. Já a morte era apenas o mínimo que você pudesse executá-la. Mas deixando tudo isso de lado, você irá passar pelo meu teste.

                Idron começou a ranger os dentes de tanto ódio que estava sentido naquele momento. E de repente... Ele avançou pra cima de Sayato! Usando sua nova arma corporal, as correntes, Idron começou a cortar várias regiões de seu corpo. Quando Sayato já estava bastante machucado, Idron preferiu poupar a vida dele e decidiu matar o resto da quadrilha.

                Saindo do quarto, Idron matava os assassinos com bastante facilidade. O sangue dos assassinos estava derramado sobre as correntes.

                De fininho, o doutor Hercios e o seu amigo encapuzado, fugiram em direção ao reino de Kaziles. Sem que eles fizessem muito barulho, para não atrair a atenção de Idron. E Sayato permaneceu no mesmo canto.

                Idron foi o único que sobrou, o ódio e a fúria tomaram conta de seu corpo. Até os dias de hoje...

Flashback Off

                Rogg estava de boca aberta pela história que tinha acabado de ouvir. Mas alguma coisa estava martelando em sua cabeça. 
                - Eu tenho duas perguntas que estão circulando em minha mente. Eu posso? – perguntou Rogg para o Rei de Kaziles.
                - É claro.
                - Essa tal da substância que o doutor Hercios aplicou em Idron, é semelhante á “morfina”?
                - O que é isso?
                - De onde eu vim, “morfina” é a substância parecida da qual o Hercios utilizou para que Idron não sentisse dor.
                - A ciência do nosso mundo é diferente da sua. Não tente compará-las.
                - Tudo bem. Ah! Já ia esquecendo. Também tenho outra dúvida. Como é que você sabe disso tudo?

                O Rei de Kaziles passou a mão na testa, enxugou o suor na manta e disse:
                - Bem... Acho que eu me esqueci de contar a você antes... Meu nome é Kaz.