Já estávamos nos beijando há algum tempo e eu não acreditava ate agora no que acontecia, uma felicidade estampada no meu rosto, meus olhos brilhando com o garoto que ate ontem em odiava, não eu sinceramente não sabia o que estava acontecendo comigo.

- Vamos voltar para festa? – ele perguntou entre um beijo e outro.

- Prefiro ficar, mas se você quiser pode ir para festa – falei dando nos ombros, não queria o prender.

- Não vou sem você, além do mais a minha festa esta aqui – ele sorriu me beijando – então vamos para a praia? – perguntou.

- Praia é uma boa – respondi sorridente.

Fomos caminhando de mãos dadas ate a praia entre uma ou outra parada para alguns beijos. Chegamos à praia e Percy me deixou sentada na areia enquanto ia ao seu chalé fazer não sei o que. Fiquei esperando por um longo tempo, ao ponto de ficar nervosa com a demora, mas por fim ele chegou com um IPOD na mão e com uma cesta de piquenique na outra.

- O que seria isso? – perguntei com um sorriso de orelha a orelha.

- A nossa festa – ele respondeu me dando um selinho e ligando seu IPOD, com uma música que reconheci muito bem.

- Summer Paradise? – ele apenas confirmou.

Ficamos nos beijando por um longo tempo e eu confesso já estava ficando um pouco entediada, não leva a mal, mas se fosse só para ficar com ele, não aceitaria namorar e creio que um namoro seja muito mais que beijos e sim conversas, e eu gostaria de conhecê-lo melhor, pois ainda Percy Jackson era um mistério.

 - Por que parou? – ele perguntou quando me desvencilhei dele.

- Quero te conhecer um pouco, talvez para você isso seja um pouco chato, mas para mim isso é importante, você é ainda uma incógnita para mim, eu pouco te conheço, e confesso nunca fiz esforço para saber nada da tua vida – com essa ultima parte ele fez uma carinha de cão sem dono que tive de rir e apertar suas bochechas.

- O que quer saber? – ele se sentou mais confortável, apoiando sua mão na perna e a outra acariciando meu rosto.

- Não sei me conte algo que ninguém saiba – respondi e ele deu uma leve gargalhada.

- Nossa mal nós começamos a namorar e você já quer saber meus podres – ele negou com a cabeça- tudo bem – suspirou- quando eu era pequeno, era feio, gordinho e desengonçado, era chamado de tudo quanto é apelido pelos meus amigos de colégio, e isso só mudou quando comecei a praticar natação.

- Mas pensei que natação não te desse tudo isso de corpo – comentei, pois de certa forma Perseu tinha bastante corpo e era todo definido.

- E não da – confirmou-, acontece que meu professor me mandou fazer futebol e entrar numa academia, consequentemente, por conta dos treinos, segundo ele eu tinha grande potencial, e fazendo esses esportes todos, acabei pegando corpo, e os apelidos foram ficando para trás e como você pode ver eu acabei crescendo e virando um gato – com essa ultima eu soltei uma gargalhada.

- Como o meu namorado é convencido minha gente – falei rindo e os olhos do mesmo brilharam.

- Sabe que da sua boca a palavra namorado soa muito melhor – ele sorriu se aproximando e me beijando.

Continuamos nos beijando por mais um grande período de tempo, entre uma conversa ou outra, claro, odiava ter que ficar só beijando alguém por muito tempo, mas confesso que com Perseu aquilo era diferente, tinha que me esforçar muito para não ficar só nos beijos.

- Precisamos ir já esta ficando tarde – disse ao olhar no meu relógio, sempre andava com um.

- Já? – ele desfez o sorriso fazendo uma carinha de cão sem dono- Não quero, fica mais um pouco, podemos ficar aqui a noite inteira – ele sorriu maliciosamente e dei um soco no braço do mesmo – AI – ele gemeu de dor e eu sorri dando um selinho no braço deste.

- Não quero que ninguém nos veja, por enquanto gostaria que ninguém soubesse do nosso namoro – falei e ele ergueu uma sobrancelha não entendendo- acontece que eu não quero que ninguém se intrometa nas nossas vidas, sem contar que é difícil para eu admitir estar apaixonada pelo garoto que jurei odiar – expliquei e ele assentiu.

- Tudo bem, ate acho melhor – ele abriu um sorriso de repente que me surpreendeu- faço tudo que você quiser – completou me beijando.

Mais alguns minutos para nos beijarmos, se dependesse de Percy ficaríamos ali por toda a eternidade, e o que me dava mais medo era ter a certeza que se dependesse de mim também ficaríamos, mas não estava certo, mal tínhamos começado a namorar e parecíamos que estávamos juntos a uma eternidade, e eu odiava quando algo saia do meu controle.

- Preciso ir – falei já me levantando, quando escutei o DJ anunciando uma música que pelo que pude perceber era a última música.

http://www.youtube.com/watch?v=wbeWNIlIP94&feature=youtu.be

- Por favor, só mais essa, dança essa música comigo, depois você pode ir dormir – ele sorriu me puxando para perto do mesmo.

- Mas Percy eu não sei dançar – confessei bastante envergonhada, era uma das coisas que mais detestava assumir.

- Tudo bem, só deixe que te guie – ele sorriu puxando minha mão para seus ombros enquanto este tinha as mãos na minha cintura.

Comecei a seguir seus passos ainda que eu fosse completamente desengonçada, pelo menos não tinha pisado no pé do mesmo, que devo confessar dançava muito bem, eu não precisava fazer nada, o mesmo me guiava para onde fosse me sentia leve e solta ate no ritmo da música.

 Estava completamente mansa, parecia que tinha ingerido alguma droga que não conhecia bem, mas no meu caso sabia que a única droga que tinha ingerido foi à droga da paixão que me consumia a cada segundo e me fazia crer num final feliz, que ate então nem sabia que poderia existir para pessoas como eu.

- Esta gostando meu amor? – ele perguntou me fazendo fita-lo.

- Você me chamou de meu amor? – repliquei não acreditando naquilo.

- Sim, algum problema? Você não é meu amor? – ele triplicou não entendendo minha defensiva.

- Não é isso, só que eu acho que talvez estejamos indo com muita sede ao pote, ate algumas horas éramos inimigos mortais – expliquei e ele desmanchou o sorriso-, mas não significa que não tenha amado. Meu amor – completei tirando do mesmo um largo sorriso.

- Sabe Annie, talvez exista tempo para tudo, mas nunca existira para o amor, quando se ama de verdade, dizer e fazer tudo isso que estou fazendo agora por você é pouco para quem esta, perdidamente apaixonado, como eu estou – eu mirei seus olhos e pela primeira vez na vida pude perceber a mais profunda sinceridade transmitida dentro de seus olhos, aquilo parecia um sonho, onde definitivamente não queria acordar.

- Eu te amo – foi só o que consegui dizer antes de puxa-lo para um beijo, onde tentava transmitir por meio daquele simples gesto tudo o que sentia por ele, já que com palavras não mais conseguia, era sempre mais fácil falar algo para machucar do que algo para fazer bem.

Esperava que com aquilo tudo ele entendesse o que eu sentia por ele, felizmente ele entendeu. A lua iluminava tanto naquele dia, que podia jurar que era um presente divino, mas acho que os deuses não me querem tão bem assim.

Dançávamos por mais algum tempo ele me jogava para o lado e conseguia me pegar com uma rapidez sem tamanha, possuía uma pegada dos deuses, agora entendia completamente como a Baby ficava quando dançava com o Johnny em Dirty Dancing, paralelo a isso ele me levava para o mar, não precisei de muito para constatar que estávamos dançando na água, eu teria o matado por ter me levado para o mar numa hora dessas, mas o clima estava tão romântico e ele fazia um esforço danado para que eu não me molhasse muito, por mais que às vezes não tivesse jeito, e ainda conseguia fazer belas coreografias comigo, que devo confessar fiquei encantada, também tive de levar isso em conta e curtir o momento, já que o mesmo fazia de tudo para a minha noite ser mais que perfeita.

Os últimos versos da música foram soando e com ele aquele tempo tão preciso que estava sendo minha noite com Percy ia embora. Ele movimentou seu corpo para um lado e jogou meu corpo todo para trás, segurando em mim e com uma rapidez puxou de volta colocando nossos corpos perto de mais para um beijo. Quando a música acabou eu estava com a minha cabeça em seu ombro levantei devagar querendo fazer o momento durar o máximo de tempo possível, mirei seus olhos, um verde lindo que iluminado com a lua parecia um verde tão brilhoso que podia jurar que era mais do que a simples iluminação da lua, ficamos nos encarando ate que ele tomou as rédeas da situação me beijando.

- Ate amanha – falou me tirando do mar deixando que nossas mãos pelo distanciamento, se separassem – não vou fazer mais nada, pois se fizer algo, vai ser para ficar comigo aqui a noite toda – ele terminou com um sorriso malicioso, onde não pude deixar de rir.

- Ate cabeça-de-alga – não pudemos deixar de gargalhar com meu apelido carinhoso, pelo qual não abandonaria.

Depois disso virei às costas, não querendo olhar para trás e me tentar a voltar, pois assim perderia completamente a razão. Aquela noite tinha sido perfeita, todos os meus problemas foram definitivamente extintos e eu nunca acreditei que fosse Perseu Jackson responsável por tudo isso.