Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 7
As Novidades da Floresta Negra


Notas iniciais do capítulo

Ei, aqui estou de novo, trazendo mais um capítulo como de costume. E, como de costume, espero que gostem!



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Harry, Annabeth e Percy caminhavam sob a sombra das árvores da Floresta Negra. Estava de manhã, mas mesmo assim, o lugar não era muito iluminado. Os três andavam em silêncio, Percy e Annabeth na frente e Harry atrás, seguindo-os. Por vezes, os dois guias se encostavam como tentando fazer sinais secretos um para o outro. Como o Harry não compreendia esses códigos gestuais, apenas deixo para lá. Todavia, estava começando a ficar apreensivo com a demora para chegar ao destino.

            - Ainda vai demorar muito? – perguntou o garoto.

            - Não se preocupe, Harry – respondeu Annabeth – Já devemos estar chegando.

            Aquela resposta assuntou Harry. Como assim “já devemos estar chegando?”. Ou eles estavam ou não estavam “chegando”. Afinal, aqueles dois sabiam mesmo para onde estavam indo?

            - Aonde vamos? – perguntou Harry cansado de mistérios.

            - Aguarde – respondeu Percy sério -, você verá.      

            A raiva que Harry sentira alguns minutos antes, no final da aula de Snape, no lago, havia se dissipado completamente. Ela havia aberto lutar para a curiosidade, que nesse momento, se apoderava da mente do garoto.

            - Isso mesmo. Vá... – disse uma voz fria e grossa, aparentemente vinda de lugar nenhum.

            Harry estacou no lugar. Quando Percy e Annabeth perceberam que o garoto havia parado, fizeram o mesmo.

            - Vamos, Harry – começou Annabeth -, já estamos chegando.

            - Mas... – Harry não sabia o que dizer – Vocês dois não ouviram isso?

            - Isso o quê? – perguntou Percy.

            - Essa voz... Ela veio do nada. Vocês realmente não ouviram?

            - Não. – respondeu Percy – Cara, você está imaginando coisas agora. Aparentemente, aquele negócio de “chega de mistérios” afetou sua cabeça.

            A cara de Annabeth, todavia, se comprimia em pensamentos. Aquela informação parecia muito interessante para ela.

            - Eles não podem me ouvir – continuou a voz, aparentemente, saindo da terra – somente você pode – e disse a palavra “você” com tanto nojo que Harry teve certeza que o dono da voz, quem quer que fosse, queria o garoto passando mau, muito mau.

            - Mas – gritou Harry, olhando para as árvores -, você não disse que queria me ajudar? Quem é você? Onde você está? O que você quer?

            Percy olhava para o garoto sem saber o que dizer.

            - Harry...

            E o garoto com a cicatriz em raio ouviu a voz de novo. Agora ela ria histérica e cinicamente. Provavelmente, ela tinha achado as perguntas de Harry engraçadas.

            - ...Continuar andando – terminou Percy, e Harry percebeu que não tinha prestado atenção na metade da frase.

            O garoto esperou no lugar, queria ver se a voz voltaria. Como não ouviu mais nada, olhou para Percy, que encarava um pouco assustado e Annabeth, que ainda parecia pensativa. A garota meneou com a cabeça, o que quer que ela estivesse pensando, não seria verbalizado.

            - Vamos logo – disse ela apreensiva.

            Assim os dois continuaram a guiar Harry, pelo caminho que não acabava mais. Alunos não deveriam estar ali. É claro, isso não impediria Harry. Em seis anos, ele já tinha estado na Floresta Negra tantas vezes – e a maioria sem permissão – que nem se importava mais com o fato.

            Ele olhou a sua volta, tentando perceber o que Hagrid havia lhe dito, na véspera. Bem, a Floresta nunca foi um lugar lotado de criaturas mágicas. Na verdade, agora que Harry estava pensando sobre o assunto, ele nunca havia visto muitas criaturas mágicas lá. Viu centauros, no quinto ano. Dragões no quarto. E uma aranha gigante enquanto cursava o segundo ano. Mas – por mais interessante que essa coleção de animais possa parecer – nunca havia visto muitos bichos reunidos. Todavia, Hagrid conhecia a Floresta melhor que Harry, se ele dizia que estava desértica, provavelmente estava desértica.

            Harry olhou a sua volta. Bom, pensou ele,  pelo menos sabemos que eu, Percy, Annabeth e uma voz que pode ser um inimigo em potencial estamos aqui. Muito reconfortante.

            Percy parou de andar. Seguido quase que imediatamente por Annabeth.

            - Chegamos – disseram os dois em uníssono.

            Harry olhou ao seu redor. Pelo tanto que tinha andado, esperava dar de cara com um show dos Rolling Stones no meio da Floresta Negra. Todavia, só havia árvores ali. E eles três, é claro.

            - Aqui? – perguntou o garoto – Mas, não tem nada aqui! O que significa tudo isso?

            Annabeth fez um sinal para Harry se acalmar.

            - Relaxe, Harry. Não é o local que é importante, mas precisávamos encontrar um lugar em que soubéssemos que ninguém nos seguiria. Isso é, o mais longe possível do castelo – terminou ela.

            - Ótimo – completou Harry -, então podem começar a se explicar. Creio que já fiz as perguntas. Quero respostas.

            Agora foi a vez de Percy fazer o sinal para que Harry ficasse calmo.

            - Nós avisamos que não poderíamos responde todas as suas perguntas. Pelo menos, não ainda. Vamos tentar explicar de forma clara a maior parte do que nos for permitido falar.

            - Por que vocês não podem falar tudo? Quem os está impedindo?

            - No momento, também não podemos falar isso.

            Percy virou seu rosto para o meio das matas.

            - Quíron! – gritou ele – Pode aparecer!

            Por um momento nada aconteceu. Depois, ouviram um leve farfalhar das folhas. E, por fim, ouviram um trote ritmado.

            - Quem está vindo? É um centauro? – perguntou Harry, ainda pensando no que Hagrid havia lhe falado. “Os centauros estão em polvorosa”...

            Annabeth assentiu com a cabeça.

            Alguns segundos depois, Harry o viu. Não era exatamente um dos centauros que havia visto no quinto ano – era maior, parecia mais forte e sábio. Sem dúvida, muito sábio que os centauros “normais” – que já eram muito inteligentes. Ele exalava um ar de quem já havia vivido muito, por incontáveis anos, e tivesse sido testemunha de muitas coisas.

           - Olá – disse ele a Percy e Annabeth, quando se aproximou – Já estava me perguntando quando viriam me ver. Estava ficando preocupado.

            - Sinto muito – respondeu Annabeth –, não podíamos vir a qualquer hora. Existem regras contra a entrada de alunos na Floresta Negra.

            - Tudo bem – o centauro assentiu com a cabeça e, em seguida, a virou para Harry – e você? Creio que não fomos apresentados ainda.

            Aquilo era algo inédito para Harry. Ele não estava vendo sua cicatriz de raio? Será possível que nunca tivesse ouvido falar de Harry Potter – o Menino que Sobreviveu? Existiria uma criatura mágica que não?

            - Sou Harry Potter, senhor – disse ele.

            Não estava acostumado a se apresentar. Geralmente, as pessoas o identificavam antes mesmo que ele tivesse tempo de dizer “oi”. Aí vinham os cumprimentos de mão, os abraços, os olhares intrigados. Quando estranhos faziam isso, na rua, deixava de ser estranho para entrar no nível de bizarrice.

            - Muito prazer, Harry. Se importa que eu lhe chame só de Harry?

            - Por mim, tudo bem.

            O centauro sorriu.

            - Me chamo Quíron e sou o responsável por Percy e Annabeth.

            - Não é Dumbledore quem devia cuidar deles?

            - Ah, sim. Dumbledore cuida, é um ótimo bruxo e uma excelente pessoa. Já estive com ele algumas vezes, sabe? Muito inteligente. Enfim, no momento, podemos falar que eu e Dumbledore somos responsáveis por esses dois aqui – terminou ele.

            - E é você quem vai responder minhas perguntas?

            Quíron olhou para Percy, este acenou com a cabeça, pedindo que o centauro continuasse.

            - Pode ser que sim, pode ser que não. Quem sabe? Tente! Diga uma pergunta.

            - Tudo bem... Por que Percy nunca se molha? – Harry resolveu começar por baixo. Para não assustar o centauro com suas perguntas.

            - Bem, digamos que ele é bom com esse negócio de água. E não é bom com a terra e com a maioria das coisas que acontecem nela.

            - Mas... – Harry nem sabia por onde começar – Essa história não existe. Os bruxos são bons em qualquer território... Não é?

            Quíron balançou a cabeça.

            - Sim, Harry, você está certo. Bruxos são bons em qualquer território. Mas aqueles dois ali – e apontou para Percy e Annabeth – não são bruxos.

            Aquela informação atingiu o garoto como um soco no estômago. Em vez de responder as perguntas, só estavam criando mais.

            - Como não são bruxos? Eu mesmo os vi fazendo magia!

            Agora Percy entrou na conversa.

            - Viu mesmo? – perguntou ele cínico – E o que foi que você viu?

            - Você conjurou o Regenerd... – Harry se calou, pois entendeu o que estava prestes a dizer. Aquilo não era uma magia de verdade, ninguém tinha ouvido falar naquilo. Percy apenas balançou a varinha e disse qualquer coisa. Harry e Rony pensaram se tratar de um feitiço – Mas... – começou o garoto ainda tonto – Eu vi. Eu realmente conseguia respirar debaixo d’água. Não foi invenção. Passei cerca de uma hora submerso.

            - Como já disse, Harry – Quíron continuou sua explicação – Percy é muito talentoso com coisas na água.

            Aquilo explicava muitas coisas. Era uma explicação plausível para o fato de Percy não se molhar, se o garoto podia fazer tudo aquilo com a água, logicamente não precisava necessariamente se molhar. Também explicava o episódio da detenção, quando tiveram que lutar com Malfoy e o motivo de nem Percy nem Annabeth terem entrado na luta. Isso criou outra pergunta na mente de Harry.

            - E Annabeth? Também é boa com a água?

            Os três pareceram achar a pergunta divertida, mas foi Quíron quem respondeu.

            - Não, Annabeth não. No lugar disso, ela é boa com informações. Uma das garotas com dezesseis anos mais inteligente do planeta, eu posso afirmar.

            Isso também explicava outras coisas. Como, por exemplo, por que uma garota não-bruxa sabia tanto de bruxaria quanto Hermione.

            - Se vocês não são bruxos – começou Harry, dando início a uma nova pergunta -, então, o que diabos vocês são?

            - Bem, eu sou um centauro – disse Quíron, dando um sorrisinho.

            - Você sabe que não foi isso que eu quis dizer. Referia-me a Percy e Annabeth – e virou o rosto para os dois – O que vocês são?

            - Harry... – começou Percy, tentando conter a voz – Isso se enquadra nas perguntas que não podemos responder ainda...

            Quíron olhou para Percy e Annabeth, e depois deu uma longa olhada em Harry. Estava pensativo.

            - Sabem de uma coisa? – perguntou Quíron, inclinando a cabeça para os dois não-bruxos – Eu não tive a oportunidade de falar com Dumbledore desde que cheguei. Não sei se ele aprovaria essa imprudência. Mas, sua fama o acompanha Harry – aquilo pegou o garoto de surpresa. O centauro apenas havia fingido não conhecê-lo – Mesmo nos Estados Unidos, de onde eu venho, eu já ouvi falar de você. Grandes feitos foram realizados e grande feitos estão para se realizar. Espero grandes coisas de você, Harry...

            Quíron pareceu mergulhar em seus pensamentos por mais alguns segundo.

            - Bom, acho que não terá problema em lhe contar. Mas, primeiro, você deve jurar não falar para ninguém. Nem para seus professores, familiares, melhores amigos. Mesmo que você esteja sozinho num aposento, não mencione o assunto. Você jura?

            - Juro. – disse Harry.

            - Então, assim sendo, não há problema em lhe contar toda a verdade.

            - Harry – cortou Percy -, foi isso que o Chapéu Seletor quis dizer com “conhecimento secreto”.

            O centauro olhou sem entender do que falavam, mas não deu bola e começou a sua explicação.

            - Harry, você já deve ter ouvido falar da mitologia grega, certo? – perguntou Quíron.

            - Claro que sim – respondeu o garoto, sem entender onde essa conversa iria levar – Quero dizer, que nunca ouviu falar?

            - Que bom que você já ouviu falar, Harry. E sinto-lhe informar, mas não tem jeito fácil de dizer isso, então lá vai: É tudo verdade. Cada tintin da mitologia grega existe mesmo. Os deuses, os semideuses, os titãs, o labirinto de Dédalo, o escambau! Tem tudo.

            Harry primeiramente ficou chocado, alguns segundos depois, ficou muito irritado.

            - Muito engraçado – cuspiu Harry para Percy e Annabeth – Eu digo que quero ouvir a verdade e vocês me arrastam por meia hora para ouvir as mentiras de um centauro louco! Estou morrendo de rir.

            E saiu andando, mas Percy o impediu, segurando seus braços.

            - Calma, cara – disse ele – é tudo verdade. Os deuses gregos realmente são reais. Eu sou filho de Poseidon. Sou um semideus. Por isso não posso usar magia, mas posso controlar a água. Fiz você e Rony respirarem no lago, não fiz?

            - É claro que sim, Percy. E eu sou filho da Pocahontas. Sou o príncipe da floresta. Toma cuidado se não te sufoco em algum cipó por aí. – e ao terminar a frase saiu andando reto. Deixando Percy e Annabeth com Quíron.

            - Acho que ele não recebeu muito bem a notícia – disse Annabeth.

            - Ele tem que receber a notícia muito bem – corrigiu o centauro – Ele é fundamental para nosso plano. Está na profecia. Vocês dois, corram atrás dele. Tentem fazê-lo enxergar a verdade.

            Percy e Annabeth fizeram como lhes foi pedido. Eles correram para dentro da floresta, tentando alcançar Harry.

            A essa altura, Harry caminhava – o melhor trotava, de tão nervoso – para fora da Floresta Negra. Como pudera ser tão estúpido? Passara a manhã inteira caminhando, perdera aulas, apenas para ouvir as mentiras de um quadrúpede. Aquilo foi a gota d’água.

            - Harry! – gritou alguém atrás dele.

            - Vão embora – esbravejou o garoto – Eu não quero ouvir mais nada de vocês dois.

            - Mas – começou Annabeth -, você tem que acreditar. É a mais pura verdade. Pense bem, tudo faz sentido!

            Harry se virou e encarou Annabeth.

            - Não! Nada faz sentido nessa bosta! Aparece um garoto novo em Hogwarts que não pode usar magia, mas que pode controlar a água. Uma garota tão inteligente quanto Hermione. E o que eu ouço? Que é culpa dos deuses gregos?! Essa foi a melhor coisa que vocês conseguiram arranjar?

            Percy abriu a boca para responder, mas nunca teve a chance.

            - Ora, ora, ora – disse uma voz sarcástica, vindo de trás do Harry. Dessa vez, ele não estava ouvindo coisas – Vejam quem temos aqui? Se não é o Sr. Potter, a Aberração dos Olhos Esquisitos e o Garoto-Peixe.

            Malfoy apareceu de trás de uma árvore, seguido por Crabbe e Goyle.

            - Eu já soube de sua façanha na aula do Snape – disse, virado para Percy – falar com peixes? Francamente, sempre que penso que essa escola não poderia ficar mais bizarra... Isso não aconteceria se só aceitássemos Sangue Puro.

            - O que você quer? – perguntou Harry, impaciente.

            - Eu soube que vocês três vieram passar um tempo na Floresta Negra. E pensei “que ótima oportunidade para passar um tempo com meus amigos e, quem sabe, retribuir o que eles fizeram por mim na detenção, sábado passado?”. – E ao terminar a frase, gritou – Sectusempra!

            - Protego! – Harry se defendeu rapidamente.

            Crabbe e Goyle também sacaram suas varinhas e Harry percebeu o quão encrencado estava. Percy e Annabeth não sabiam magia e estavam longe da água. Ele teria que lutar sozinho contra os três.

            - Petrificus Totalus! – Gritou, mirando em Malfoy.

            - Expelliarmus! – o loiro se defendeu.

            As magias colidiram. Agora era só ver quem tinha mais poder mágico.

            - Desista, Malfoy – falou Harry, segurando a varinha com as duas mãos e tentando fazer com que seu Petrificus alcançasse Malfoy – Você nunca foi um bom bruxo.

            O garoto loiro apenas abriu um sorriso.

            - Infelizmente, para você, eu não preciso ser um bom bruxo agora. Você já perdeu, Harry. Você nunca teve uma chance. Crabbe, Goyle, acabem com isso.

            O garoto percebeu, tarde demais, que Malfoy não iria fazer uma luta limpa. Ele havia perdido tempo demais tentando ganhar do Expelliarmus.    

            - Bombarda!

            - Petrificus!

            O chão embaixo de Harry explodiu e, em seguida, ele foi petrificado. Estava deitado no chão, ferido, e sem poder se mexer.

            - Harry! – gritou Percy, correndo para ajudá-lo.

            - Não pensa que eu me esqueci de você – falou Malfoy – Sectusempra!

            E agora foi a vez de Percy cair sangrando.

            - Desgraçado! – gritou ele.

            Annabeth carregava sua varinha com a mão trêmula. Podia ser inteligente, mas isso não adiantaria de nada agora. Sua mente lhe dizia que era uma luta perdida. Não tinha magia. Não tinha planos. Não tinha nada.

            - Diga, adeus – falou Malfoy cínico enquanto fazia um movimento com a varinha – Avada Kedavra!

            Uma luz tomou conta da Floresta Negra. Não era uma luz esverdeada, por conseqüência não podia ser o feitiço de Draco.

            - A minha filha não!

            E Harry conseguiu ouvir Malfoy, Crabbe e Goyle gritar sem entender nada. Sua mente estava sonsa e sua cabeça ficando pesada. Pouco antes de desmaiar, conseguiu ver um vulto parado ao lado de Annabeth. Como saberia mais tarde, era Atena.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Vale um comentário?