Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 4
Detenções


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D



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- Senhor Potter, Senhor Weasley – começou Snape, e todos sabiam que, o que quer que fosse sair da boca dele, não iria prestar – é com imenso prazer que lhes informo que vocês estão de detenção. Sábado, na minha sala, não se atrasem.

            - Mas, por quê? – Perguntou Harry ultrajado.

            - Bem, estava caminhando hoje me sentindo muito deprimido, sabe?, com um vazio por dentro, aí pensei “sabe do que preciso? Mandar um aluno para a detenção”, e por acaso vocês dois estavam caminhando na minha frente enquanto pensava nisso.

            - Sério? – perguntou Rony

            - Mas é claro que não, seu pateta desmiolado! – emendou Snape – Até mesmo batráquios como vocês deveriam saber que pessoas são mandadas para a detenção por terem feito algo errado.

            - Sim – disse Harry -, sabemos disso. Mas queremos saber o que fizemos de errado.

            Snape entortou o nariz, claramente desapontado com Harry.

            - Harry, me responda uma coisa. Onde você estava as oito da manhã de ontem?

            - Na sua aula, no lago.

            - Sim. E o que foi que eu pedi a vocês?

            - Que nos matássemos embaixo d’água.

            - E antes disso?

            Aquilo já estava irritando Harry. Por que não podiam ir direto para o assunto, como todos os professores normais faziam?

            - Pediu que lançássemos feitiços em nós mesmos para respirar debaixo d’água.

            - E vocês lançaram feitiços em si  mesmo para respirar debaixo d’água?

            - Lançamos.

            - É mesmo? E qual foi o feitiço?

            - Regenerdes Branquiatus.

            Snape pareceu desconsolado. Como se não lhe entrasse na cabeça que um ser humano podia ser tão burro quanto aquele, que estava de pé na sua frente.

            - Sugiro, Sr. Potter, que da próxima vez que você quiser mentir sobre um feitiço, escolha um que de fato exista e não um que seja fruto dessa sua imaginação fértil. Mas, deixe-me resumir, não foram vocês que lançaram o feitiço, foi Percy Jackson. Eu vi. E minhas instruções foram claras: lancem um feitiço sobre si mesmo. Logicamente que isso fazia parte da aula. Se eu quisesse apenas que vocês ficassem enfeitiçados, teria feito a magia eu mesmo!

            - Mas... – começou Rony – se iria nos colocar na detenção. Por que não fez isso ontem, durante a aula? Por que esperou até hoje?

            - Bem, na verdade – admitiu Snape – eu não ia. Mas, estava caminhando deprimido quando pensei que colocar alguém na detenção poderia melhorar o meu dia. E, por acaso, vocês dois estavam andando na minha frente quando isso aconteceu. E, sabem de uma coisa? Funcionou! Já me sinto bem melhor agora. De qualquer forma, espero vocês na minha sala no sábado às oito horas. Não se atrasem.

            E, ao terminar de dizer isso saiu andando pelo corredor.

            - Que droga! – falou Rony irritado – Esse professor vadio! Não dá aula e ainda se acha no direito de reclamar quando os alunos não seguem a risca tudo o que ele fala. Duvido que ele falasse assim se eu estivesse com um bastão de baseball aqui.

            Harry não deu atenção ao que o amigo falava. Provavelmente, em outras circunstâncias, teria tido prazer em acompanhá-lo numa jornada de insultos a Snape, mas nesse caso não. O professor havia dito algo muito importante e que definitivamente, havia intrigado Harry. Talvez Rony não tivesse percebido.

            - Rony, você notou que Snape confirmou o que Hermione falou ontem à noite?

            - Aquela baboseira toda de “feitiço inexistente” e “Percy é o filho do capeta e está escondendo algo de nós”. Não, eu ignoro grande parte do que Mione diz, e ignoro tudo o que Snape fala. Não poderia ter notado.

            - Mas, você não acha estranho?

            - Cara, o Snape nunca ouviu falar de uma magia. Grandes coisas! Nem Dumbledore pode saber de tudo. Isso não prova nada.

            - Então por que me sinto estranho quanto a isso?

            - Eu diria que você é esquizofrênico. Agora, vamos para a próxima aula antes que outro professor deprimido apareça.

            Sentaram-se ao lado de Percy na aula de Flitwick, Hermione sentou-se o mais longe possível deles. Estava tentando manter distância até descobrir o que estava acontecendo. Annabeth, com seu sorriso habitual, sentou-se ao lado deles.

            - Olá! Muito bom dia a todos! – disse a garota.

            - Bom dia por quê? Só por que você quer? – perguntou Rony carrancudo.

            - Nossa, por que esse mau humor todo? – perguntou Percy surpreso.

            - Acabamos de encontrar Snape – esclareceu Harry – e ele nos colocou em detenção só por causa daquele feitiço que você lançou ontem.

            Instalou-se um momento de silêncio entre o grupo.

            - Isso é ótimo – disse Annabeth contente.

            - Hã? – perguntaram todos confusos.

            - Digo, não é ótimo que vocês estejam na detenção. Mas, já que estão, é ótimo que estejamos juntos na detenção.

            - Como assim? – quis saber Rony.

            - Bem, depois de toda aquela confusão do trem, como vocês sabem, eu, Percy e Grover estamos na detenção e ficamos de cumpri-la no sábado, com Severo Snape. Assim, nós vamos juntos. Isso é ótimo – acrescentou ela com um sorriso.

            Rony deixou sua cabeça cair em cima do livro.

            - Isso significa que estamos na detenção junto de... Malfoy – e soltou um longo suspiro. 

            - Mais ânimo! Não pode ser tão ruim assim – disse Annabeth, tentando ver o lado positivo de tudo.

            - Vai ser o inferno – terminou Rony, frio e seco.

            Harry, mais uma vez, estava a parte do mau humor do melhor amigo. Outra coisa estava tomando conta de sua mente.

            - Percy – começou ele -, sabe o que é curioso? Aquela magia que você usou ontem. Snape disse que ela não existe. Loucura, né? – e tentou dar um sorriso.

            Percy sorriu de volta.

            - Que absurdo! Eu aprendi essa magia na Durmstrang. Junto com todos os meus colegas daquele colégio. É claro que existe.

            Harry não teve tempo de falar mais nada, Flitwick entrou na sala.

            - Desculpem a demora. Agora, abram seus livros e vamos começar a praticar.

            No final da aula, Harry pensou em voltar a tocar no assunto da magia inexistente com Percy, apenas para checar a história que ele havia contado, mas o garoto saiu correndo assim que a aula acabou, sem dar chance para que Harry dissesse nada.

            - Hora do almoço – disse Annabeth –, ele sempre fica assim.

            E todos foram comer.

            Hermione pareceu superar sua batalha silenciosa contra Percy e Annabeth – pelo menos por enquanto – e decidiu sentar-se junto com eles, Harry, Gina e Rony.

            - Se lembram aquilo que eu falei sobre “Política do meu pé na bunda dela?” – perguntou Gina para ninguém em particular.

            - Sim – disse Rony mastigando seu purê de batatas.

            - Pois é. Eu pus em prática.

            Hermione quase cuspiu seu suco de abóbora pelo nariz.

            - Você chutou a McGonagall?!

            - Chutei, e sinceramente, chutaria de novo. Eu não gosto dela e ela não gosta de mim.

            - E a sua primeira reação, quando não gosta de uma pessoa, é chutar os glúteos dela? – essa observação de Percy era persistente.

            - Ás vezes – respondeu Gina sem dar muito valor ao caso -, outras vezes eu faço algumas azarações, coloco pulgas na cama ou veneno na comida. Você sabe, o básico.

            Todos estavam sem palavras para isso. Até mesmo Rony, irmão dela, parecia sem saber o que dizer sobre esse assunto.

            - E o que aconteceu?

            - Como assim? McGonagall ficou realmente muito irritada. Me colocou de detenção por um mês, vá entender. Depois, me mandou ir ter uma “conversinha” com Dumbledore. Ele, para variar estava no banheiro cagando, assim nossa conversa não rendeu muita coisa. Ele apenas falou para eu não fazer de novo.

            A garota falou tudo isso com a naturalidade de quem já havia feito tudo isso milhares de vezes.

            - Isso é ótimo – disse Annabeth.

            Quando todos olharam para ela com um ponto de interrogação na cabeça, ela apenas repetiu a explicação que já havia dado a Rony e Harry na aula de Flitwick. Agora, estavam todos de recuperação juntos.

            - Sinto muito – disse Gina – mas não estou. Vocês estão com Snape, e eu, com McGonagall.     

            - E isso faz diferença? – perguntou Percy.

            - E muita – comentou Gina – McGonagall vai me mandar escrever no quadro um quinzilhão de vezes “Não devo chutar a bunda de professores”, enquanto Snape vai torturar vocês e sugar-lhes a alma.

            De repente, Annabeth reconsiderou o “Isso é ótimo” de alguns minutos atrás. Ter a alma sugada – independente da companhia – era uma coisa muito, muito ruim.

            No sábado, Harry, Percy, Rony e Annabeth estavam, às oito horas, de frente para a sala do professor Snape, prontos para a detenção. Foi nesse momento que Malfoy apareceu. Caminhando pelo corredor de Hogwarts, orgulhoso de si mesmo, como sempre.

            - Olhem só quem temos aqui – disse ele com um sorriso cínico – a aberração dos olhos cinzentos e o protetor dos fracos e oprimidos. – olhou para Harry e Rony – Ah, vocês dois eu já estou cansado de insultar. Assim, vou mostrar minha superioridade apenas ignorando-lhes.

            - E eu – respondeu Rony - vou mostrar-lhe minha força colocando meu punho na sua fuça. Está me entendendo?

            - Sim, Sr. Weasley. Eu estou lhe “entendendo” – disse a voz de Snape atrás dele. Aparentemente, ele havia aberto a porta silenciosamente. E fez isso a tempo de ouvir a ameaça de Rony.

            - Ah! Professor – disse Malfoy fazendo cara de coitadinho -, ainda bem que o senhor chegou, nem seria do que ele seria capaz de fazer se eu não tivesse você para me proteger.

            - Malfoy – disse Snape – apenas cale a boca. Não estou te protegendo. Apenas detesto o senhor Weasley mais do que detesto a você. – e se virou para Rony – E você, terá a chance de mostrar sua força na detenção do próximo sábado, que você também irá cumprir.

            - Mas...

            - Quer ficar mais dois sábados me fazendo companhia?

            Como não ouve mais queixas Snape falou:

            - Ótimo, agora se fizerem a gentileza, entrem na minha sala.

            Todos fizeram o que lhes era dito sem questionar.

            - A punição de vocês será bem simples. Eu não irei repetir por isso prestem atenção. Durante anos vocês infernizaram a minha vida – e apontou para Percy e Annabeth – exceto vocês dois, que só a infernizaram por dois dias, mas de qualquer jeito, agora é a minha chance de infernizar a vida de vocês por pelo menos uma noite. Aqui atrás, como vocês podem ver, tenho um armário cheio de poções. E, infelizmente, sem querer, os rótulos dos frascos desapareceram. Se fizerem a gentileza de etiqueta-los novamente.

            E quando Snape abriu o armário, Harry percebeu que Snape tinha a maior coleção de poções que um humano podia ter.

            - Mas, como vamos saber qual poção é o quê? – perguntou Malfoy.

            - Isso é problema de vocês – respondeu Snape a meio caminho da porta – amanhã cedo espero encontrar tudo devidamente etiquetado. E ai do individuo que classificar uma poção de forma errônea.

            E saiu da sala deixando a todos sozinhos. Harry suspirou.

            - Hermione seria muito útil agora – disse ele.

            - “Hermione seria muito útil agora” – repetiu Draco numa voz fininha – Vire homem, seu bosta.

            - Agora chega – disse Rony e meteu seu punho no meio da cara de Malfoy.

            Esse caiu de joelhos no chão, gritando. Harry sabia que Snape não voltaria ouvindo os gritos de ninguém, provavelmente o professor ficaria do lado de fora da porta mais do que feliz em ouvir que alguém estava gritando.

            Saia sangue do nariz de Draco quando este se levantou e sacou sua varinha.

            - Agora você está morto – disse ele – Expelliarmus.

            E a varinha de Rony saiu voando. Harry, Annabeth e Percy sacaram as suas próprias prontos para a batalha.

            - Bombarda! – Gritou Harry.

            Malfoy deu outro grito, mas continuou de pé.

            - Percy, Annabeth, vamos se mexam! Façam alguma coisa – gritou Harry.

            - Harry – começou Percy -, acontece que eu não sou muito bom em fazer feitiços fora d’água...

            - Como assim?! Você é um bruxo. Não importa o lugar. Só chacoalhe a varinha e diga alguma coisa! Sempre da certo comigo.

            - Sem água não vai dar.

            - Água, você quer água?! Eu vou lhe dar água! Aquamenti!

            E um filete de água saiu da varinha de Harry, molhando a sala toda, a tudo e a todos.

            - Assim já está bom?

            - Expelliarmus – gritou Malfoy e a varinha de Harry saiu voando.

            Por sorte, Rony já tinha tido tempo de recuperar sua própria varinha.

            - Que droga, Harry! – ele falou – Por que lançou Aquamenti? Estou encharcado!

            - Rony, acaba logo com a luta – gritou Annabeth.

            - Ta, ta, ta, Petrificus Totalus!

            Nesse momento, várias coisas aconteceram. Primeiro, Draco ficou paralisado. Segundo, Snape entrou na sala.

            - Mas o que diabos está acontecendo aqui? Eu deixo vocês sozinhos por cinco segundos e o que vocês fazem?! Molham toda a sala e petrificam um aluno! Vocês são uma desgraça mesmo! Venham comigo. Todos na sala de Dumbledore, agora. E vocês também estão na detenção pelos próximos sábados, de suas vidas!

            E foi então, no meio de toda essa gritaria e umidade que Harry pela primeira vez, percebeu. Isso o fez arregalar os olhos, embora ninguém tivesse percebido. Harry tinha certeza que o havia molhado com magia, mas, mesmo assim...

            - O que foi? – Perguntou Percy, quando percebeu que Harry o encarava.

Percy Jackson estava totalmente seco.


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Notas finais do capítulo

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