Não é Comédia escrita por The_Stark, Emmy Black Potter


Capítulo 12
Miss Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Ese ficou... Louco, até para meus níveis. Espero que gostem!



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PS: Idéia da fic proposta por Mariana11. Obrigado!

               Harry caminhou a passos largos pelos corredores, ouvira boatos do que estava acontecendo, e a situação era extremamente crítica – até mesmo para o nível das coisas que aconteciam naquele colégio. Inicialmente, duvidou de que os boatos fossem verdade, as duas eram inteligentes demais para isso. Então, Rony e Neville apareceram correndo no Salão Principal, implorando pela ajuda de Harry. Então, ele soube, os boatos eram bem reais.

               Os três se puseram a correr instantaneamente. Todo o tempo do mundo era pouco, um segundo de atraso, e  só Merlin sabe o que vai acontecer. Corriam como nunca correram.  Atravessaram todo o colégio e chegaram na entrada da torre da Grifinória, disseram a senha e entraram.

               - PERUAAAAAAAA! – berrava Gina de um lado.

               - BARANGONAAAA! – respondia Hermione, do outro lado.

               Todos os alunos da Grifinória assistiam a cena incrédulos. Ninguém acreditava na cena que se desenrolava diante de seus olhos. Todos fizeram um círculo, ao redor do centro da sala. No centro, estavam Hermione e Gina discutindo.

               - Sua vacuda, bastarda, ingrata! Vou transformá-la num cachorro! Peludo e pulguento! – esbravejou Gina.             

               - Há! Primeiro você vai ter que aprender um feitiço para transformar em alguém em cachorro, sua mula.

               - Eu não sou uma mula, mas você é uma jamanta! Sua jamanta!

               - Puxa – disse Rony – Já foi uma vaca, um cachorro, uma mula e uma jamanta, nos primeiros cinco segundos. Mais um pouquinho e a gente monta um zoológico.

               - O que é uma jamanta? – perguntou Neville.

               - É uma...

               - PORCAAAAA! – Gina voltou a gritar para Hermione.

               - E voltamos aos xingamentos... – sussurrou Rony.           

               - Parem vocês duas! – gritou Harry – Será que ambas perderam o juízo?!

               - Não, deixe-as continuar – pediu uma aluno do primeiro ano – elas ainda nem se agrediram fisicamente.

               - Nem sequer chegaram nos xingamentos de mãe! – notou um do quarto ano.

               - É verdade... Xingamentos de mãe! Xingamentos de mãe! XINGAMENTOS DE MÃE! – em poucos segundos, todos na sala gritava isso.

               - Pois saiba, Hermione – começou a ruiva – que sua mãe é tão peluda, mas tão peluda, que...

               - BASTA! – disse o sonorus de Harry – Sou eu que mando nessa porcaria de andar e estou dizendo que acabou a briga!

               - Na verdade, não seria McGonagall quem manda aqui? – perguntou um aluno do segundo ano.

               - Na ausência dela, sou eu. – Harry lançou um olhar tão feio para o garoto que ele se encolheu contra a parede – Alguém tem algo contra?

               Todos balançaram a cabeça negativamente.

               - Ótimo, então todos para as camas, já.

               - Mas ainda são seis e meia!

               - Para as camas, já...

               Antes que ele terminasse a frase, o salão comunal da Grifinória estava vazio. Ficaram somente Rony, Hermione, Gina e Harry – até mesmo Neville tinha subido, com medo de seu amigo. Harry suspirou.

               - Certo... – começou ele, num tom mais ameno – agora, uma de cada vez, me expliquem qual foi o motivo do show...

               - É ela...               - disse Gina.

               - Ela começou tudo... – falou Hermione ao mesmo tempo.

               - Nah, nah – Harry levantou os braços – Uma de cada vez, por favor.

               Hermione suspirou.

               - A Gina quem começou tudo isso... Ela disse que o Dino ia chamá-la para o baile.

               - E vai, oras.

               - Mas, eu respondi que eu estava afim dele.

               - Mas eu sou mais bonita!

               - É claro que não é, ninguém gosta de ruivas, todos os garotos me preferem!

               - Não preferem nada, sua C.D.F.

               - Como se atreve?! PIRANHA!

               - E voltamos aos animais... – suspirou Rony.

               - Chega! – Harry já cortou os problemas pelas raízes – Então, deixe-me ver se entendi direito, essa briga toda é para ver quem Dino vai chamar para o baile? Não tinha algo mais fútil pelo que brigarem?

               - É claro que não é por isso, Harry – explicou Gina – A essa altura não estamos nem aí pro Dino... Queremos saber qual de nós é a mais bonita!

               - E a resposta é sim – notou Rony – elas têm algo mais fútil pelo que brigarem. Todo esse escarcéu aqui foi pra ver qual de vocês é mais bonita?! Não creio nisso!

               - Nem eu – disse Hermione – É lógico que sou eu.

               - Não é nada! Sou eu!

               Harry suspirou.

               - O que faz vocês pensarem que uma de vocês duas é a mais bonita? Está cheia de garotas bonitas nesse colégio...

               As duas voltaram todo o ódio para Harry.

               - O que quer dizer com isso? – perguntaram num tom frio e sem vida.

               O garoto tremeu nas bases.

               - Nada, nada mesmo... Mas, eu tive uma idéia, por que não tiramos essa questão de "quem é a mais bonita?" da mão de vocês e colocamos em mãos mais sábias?

               - Não, já falamos com o Filch, ele não ajuda...

               Harry ficou boquiaberto.

               - Mas o quê? Não, não é nada disso. Por que não fazemos um concurso de beleza, aberto a todas as garotas que quiserem participar. Com jurados, e eles se encarregam de decidir quem é  mais bonita.

               - E sou eu – tossiu Gina.

               - Pobrezinha... – respondeu Hermione – Tudo bem, eu topo. Mas você sabe, o colégio não é nosso, não podemos simplesmente fazer um evento desses sem mais nem menos... Temos que falar com o diretor...

               - UM CONCURSO DE BELEZA?! – gritou Dumbledore quando os garotos contaram-lhe da idéia – É CLARO QUE PODEM FAZER ALGO ASSIM! Eu já até sei quem serão os jurados...

               - Isso quer dizer que o concurso vai rolar? – perguntou Rony.

               - Pode apostar esse seu cabelo ruivo de que sim! – declarou Dumbledore decisivamente – O concurso vai ser amanhã, pela tarde. Espalhem a notícia aos quatro cantos do castelo. Amanhã, saberemos quem é a garota mais bonita de Hogwarts!

               Assim, não foi de se espantar que, quando a notícia se espalhou, o colégio ficou em polvorosa. Um concurso de beleza! Ah, eles não tinham tanta agitação assim desde que Neville abrira a Câmara Secreta e libertara o basilisco, no quarto ano. Aquilo sim foi uma bagunça. Dentro de poucas horas, a maior parte das garotas do colégio haviam se inscrito e brigavam qual delas seria a vencedora. Havia discussões nos corredores, nos salões, nos banheiros, nos telhados, enfim em todo lugar.

               Os garotos também estavam adorando a situação. Faziam apostas e bolões sobre quem venceria o concurso. As aulas haviam sido canceladas, para que os professores pudessem organizar tudo. O único mistério que perdurava – além de quem era a mais bonita, logicamente - era: quem seriam os jurados?

No dia seguinte...

               - Bem vindos, senhores, senhoritas e McGonagall – exclamou Dumbledore com um sorriso de orelha a orelha – Estamos iniciando o primeiro concurso de beleza de Hogwarts! Hoje, elegeremos a Srta. Hogwarts!

               O Salão Principal explodiu em aplausos, vivas e urras. As mesas das casas haviam sido retiradas, deixando um grande vão no centro, onde todos os alunos se concentravam. A mesa dos professores também havia sido retirada, dando lugar a uma enorme passarela, que se estendia até a platéia.  A frente da passarela, ficava uma mesa de jurados, com quatro pessoas de costas – de forma que era difícil identificá-las.

               - E é com grande prazer que eu lhes apresento os jurados! – exclamou o diretor, quando a multidão se acalmou – O primeiro deles, obviamente, sou eu. Não perderia isso por nada!

               A multidão voltou a aplaudir, Dumbledore acalmou-os com a mão.

               - O segundo jurado: Minerva McGonagall!

               A professora levantou-se da mesa e desvirou-se, mostrando a todos sua face.

               - Obrigada, obrigada... – dizia ela – Naturalmente, este concurso de beleza é apenas uma maneira de eleger a segunda mais bela de Hogwarts, pois a primeira sou eu...

               A platéia deu risada.

               - Ah, estão rindo por quê? Estava falando sério! Que ultraje!

               E ao dizer isso voltou a se sentar.

               - O terceiro jurado – Dumbledore tomou as atenções novamente – Severo Snape!

               O professor com cabelo seboso levantou-se da mesa e fez um gesto com a mão.

               - Primeiro de tudo, deixem-me explicar, eu não queria estar aqui, eu não acho nenhuma de vocês bonita e, se tivesse a opção, preferiria ter me jogado da torre de astronomia a participar disso... Mas, como não tive, estou aqui para escolher a menos feia dentre vocês, fui claro?

               A sala mergulhou num silêncio profundo. Como sempre, Snape conseguia ser um tanto quanto assustador, quando queria.

               - O quarto e último jurado – bradou Dumbledore – Lord Voldemort!

               O bruxo das trevas ergueu-se de sua cadeira e acenou com a mão para todos.

               - Obrigado, obrigado – disse ele, mas ninguém aplaudia.

               - Éééé, Dumbledore – gritou um aluno da Corvinal -, você realmente acha que é uma boa idéia chamar nosso pior inimigo para ser jurado num concurso de beleza, dentro do colégio?

               - Como é que é a história, moleque?! – bradou Voldemort – Eu ouvi pior inimigo? Eu vou te mostrar o que é ser pior inimigo quando eu comer sua alma!

               - Acalmem-se, acalmem-se – pediu Dumbledore – Aqui ninguém é inimigo de ninguém. Além disso, Voldemort tem um grande senso de moda, como podem notar ao olhá-lo, sem dúvida, a opinião dele é importante.

               - Mas ele só veste preto! – exclamou alguém.

               - Pois é... – se defendeu Voldemort – E preto está sempre na moda, não é?

               Todos suspiraram. Quem poderia ir contra essa lógica?

               - Assim sendo, declaro iniciado o Concurso de Beleza! – terminou Dumbledore – Que venham as competidoras!

               E as garotas entraram no palco. Todas estavam deslumbrantes, vestindo exatamente a mesma coisa: um vestido branco que lhes caía até as sapatilhas – também brancas.

               - Ótimo, esse concurso funcionará de três formas: um concurso de beleza, propriamente dito, depois, as competidoras terão que responder algumas perguntas, para que conheçamos suas personalidades e por último, uma demonstração de talento. Lembrando que: na primeira etapa, quase todas as concorrentes serão eliminadas. Apenas três pessoas passam para a fase três, ok?

               - O quê? Mas isso não é absurdo? Sei lá, elimina quase todo mundo, já na primeira etapa?

               - Hmmm, agora que você mencionou – pensou Dumbledore – Sim, é uma loucura! Mas eu gosto de loucuras, vamos deixar do jeito que está. Todas as concorrentes para dentro: começaremos com o desfile em traje de vestidos!

               Aplausos.

               A primeira concorrente – uma aluna do quinto ano da Lufa-Lufa – entrou na passarela.

               - Há – riu Rony baixinho, para que somente Harry e Neville os ouvisse – Uma luffana!

               - Qual o problema com luffanos? – perguntou Neville.    

               - Nenhum... Exceto que eles nunca ganham nada. Pense bem, os alunos da corvinal são os mais inteligentes. Os da Sonserina são os mais do mau, ou algo assim. Os da Grifinória são os mais corajosos, divertidos e bonitos. O que sobre pros luffanos?

               Neville pensou nessas sábias palavras enquanto a concorrente saía da passarela. A segunda concorrente era uma aluna do sexto ano, Corvinal. Ela trajava um lindo vestido florido, representado a primavera e o doce odor das rosas.

               - Hm, muito bom... – disse Voldemort – Mas sabe, achei que faltou um pouco de morte nesse vestido.

               - Hã... – começou Minerva – quis dizer vida, certo?

               - Não, eu quis dizer morte. Sem dúvida, faltou morte. Dou um 2.

               - Mas nós ainda nem estamos dando nota!

               - Não importa, dou um 2. E a aluna já pode saber disso – Voldemort levantou da cadeira antes que a garota saísse da passarela – Ô do vestido florido, você tirou um 2 comigo. Tá na minha lista branca, tá ligada? Não é um lugar no qual gostaria de estar...

               De novo, McGonagall disse:

               - Quis dizer lista negra, certo?

               - Não, quis dizer branca. Negro tá sempre na moda, se lembra?

               Minerva suspirou.

               O desfile continuou da mesma forma. Quando todas as alunas terminaram de passar na passarela, Dumbledore se ergueu.

               - Muito bem, agora vem a parte da eliminação...

               - Mas a parte de beleza ainda não acabou! Ainda têm o desfile de biquíni!

               - Dane-se! – disse Dumbledore – Tem umas coisas feias aí no meio dessas concorrentes que eu, certamente, não quero ver de biquíni, então vamos eliminar agora, sim?

               - Dumbledore – disse Minerva – Ainda não votamos.

               - Mentira sua, eu dei dois praquela garota – notou Voldemort.

               - Não importa – interrompeu Dumbledore – Na primeira etapa do concurso, a opinião dos outros juízes não importa, só a minha... Eu digo que somente Hermione Granger, Gina Weasley e Luna Lovegood passaram para a próxima fase.

               Snape levantou-se.

               - As barangas perdedoras, por favor retirem toda essa feiúra da minha frente – disse ele.

               Minerva começou a bater a cabeça na mesa.

               - Estou cercada de idiotas...

               - Então vamos as regras! – disse Dumbledore entusiasticamente – É a parte na qual vocês desfilam de biquínis, ok? Ou seja, usem biquínis. Lembrando que nós, juízes, avaliaremos também o tamanho da roupa de banho de vocês. Quanto menor, melhor!

               - Seu velho tarado! – Voldemort bateu na mesa – Mas sim, quanto menor melhor.

               Snape balançou a cabeça, claramente indignado com o comportamento de seus companheiros jurados.

               - Dumbledore, Voldemort ... – disse ele – Estão vendo aquela coisa ali no chão, aquela que os alunos estão pisoteando? É a dignidade e o orgulho próprio de vocês, vão pegar...

               Na platéia...

               - Puxa vida! – disse Rony sorrindo – Duas das finalistas são da Grifinória! Viu o que disse? Os Grifinórios são os mais bonitos...

               - Nem todos... – disse uma garota da platéia olhando para Rony com cara de nojo. Isso baixou a moral do garoto.

               Então, o desfile começou. A primeira de todas foi Hermione, que desfilava com um biquíni fio dental vermelho, esbanjando beleza, jogando seus cabelos para trás e mandando piscadelas discretas para todos da platéia.

               - O que está achando, Dumbledore? – perguntou Minerva, mas quando olhou pro lado, viu que o diretor tinha sumido – Ué onde está ele?!

               Snape suspirou.

               - Algo de muito ruim está prestes a acontecer...

               - Como pode estar tão certo disso? – perguntou Voldemort.

               - Dumbledore sumiu. Sempre que ele some, alguma cagada irreversível está prestes a tomar vida, escreva o que lhe digo...

                E então, quando Hermione saiu, Dumbledore entrou no palco, trajando o seu biquíni.

               - Viu só... Eu disse... – Severo se gabou.

               - Aí meu Deus! – berrou Harry – Estou cego! Não enxergo!

               E a platéia explodiu em protestos. Dumbledore, como era velho, veio arrastando as suas pelancas pelo chão, enquanto acenava alegremente para a platéia.

               - O que diabos está fazendo aí em cima?! – perguntou Minerva, ela não estava nada contente.

               - Oras, estou participando da competição...

               - MAS VOCÊ NÃO É UMA MENINA!          

               - Será que não...? Como pode estar tão certa, Minerva?

               Ela voltou a bater com a cabeça na mesa. Por quêêêê? Ela se perguntava.

               - Chega! – Voldemort se levantou – Dumbledore , faço isso para seu próprio bem! Imperius! Desça até aqui embaixo, diabo!

               Quando o diretor começou a descer, Voldemort acrescentou.

               - Mas antes vista roupas decentes!

               Quando a situação ficou sob controle, foi a vez de Gina e Hermione se apresentarem. Gina trajou um biquíni – também fio dental – e saiu desfilando por aí. Foi bastante aplaudida por todos. Luna usou um maiô, no lugar de um biquíni. Digamos apenas que a platéia não gostou tanto assim...

               - Certo. Vamos acabar logo com isso que está me dando vontade de aparatar pro banheiro! – bradou Dumbledore – Concurso de inteligência, vamos lá! As três aqui na frente!

               - Inteligência? – Snape ergueu uma das sobrancelhas – Isso vai ser bom, estou precisando dar umas boas risadas...

               - Hermione já ganhou essa... – sussurrou Neville.

               - Veremos... – respondeu Rony, confiante na própria irmã.

               As três concorrentes se adiantaram e ficaram no centro da platéia.

               - Certo, vamos começar por você, Gina. A sua pergunta é: Qual é o nome do feitiço da levitação?

               A garota sorriu.

               - Uau, mas isso é fácil! É Vingardium Leviossá!

               A testa de Hermione se fechou, assim como o tempo ao redor dela.

               - É LEVIOSA, NÃO LEVIOSSÁ! Será possível que estejamos no quinto ano e ninguém tenha aprendido isso direito?!

               Ouviu-se uma explosão vindo da platéia, o que confirmava que pelo menos Simas não tinha aprendido o feitiço direito.

               - Certo... – Dumbledore estava sem palavras – Próxima, Luna, qual é a sua proposta para salvar a humanidade?

               A garota ergueu uma sobrancelha.

               - Hm, você não lê o Pasquim, lê? Se lesse saberia que temos que capturar todos os narguilés do mundo para salvá-lo...

               A platéia estava quieta, sem entender nada. Minerva foi a primeira a falar.

               - Mas é o que de quem?

               - Por favor – pediu Snape – Me dêem um riffle, não vou admitir que um ser humano assim exista, mas não vou mesmo!

               - Dou zero para ela! – disse Voldemort – Ela apresentou uma proposta para salvar o mundo. Que ultraje! Sinto-me enojado.

               - Mas... A pergunta era sobre uma proposta para salvar o mundo...

               - Não importa! Salvar o mundo é zero! Não me peçam para colaborar com isso!

               - Aham... – Dumbledore voltou a chamar a atenção para si – Agora é a vez da senhorita Granger...

               Certo, vai ser muito fácil, pensou Hermione, feitiço de levitação? Salvar o mundo? Por favor, sabia disso tudo antes de completar 4 anos e meio... Ela estava certa de que iria bem.       

               - A sua pergunta é...

               - Sim... – ela estava ansiosa.

               - Quanto vale N?

               A platéia se silenciou, pela milésima vez naquele concurso. Cri, cri... Cri, cri...

               Mas o quê? Hermione não podia acreditar naquilo, que tipo de pergunta era aquela?!

               - Mas... – ela começou a dizer, seu sorriso tinha sumido.

               - Não tem "mas" na resposta, Srta. Granger – Snape a cortou secamente – Quanto vale N?

               Ela suspirou.

               - Eu não sei...

               O colégio todo exultou. Então era verdade, existia algo, no universo, que Hermione não dominava/sabia/ entendia perfeitamente.

               - Sinto muito, Hermione – disse Dumbledore – Essa não é a respos...

               - Calma – ela pediu – Eu não  sei... porque é impossível saber. A pergunta está formulada errada. Não poderia calcular o cos² do ângulo sem que vocês me forneçam o quadrante do círculo trigonométrico ele se encontra. Além disso, é importante notar que a equação de Torricelli, em conjunto com o Teorema de Pitágoras e de Fermat atestam que é absolutamente impossível conceber um número complexo que tivesse sua ∑ maior do que a porcentagem de pessoas maiores de quinze anos existentes na Via Láctea, portanto, podemos deduzir que a Teoria da Relatividade está errada, mas isso nos leva a perguntar o que de fato vem a ser a Relatividade? No caso, ela seria um Power ranger rosa, como podemos perceber pela incógnita "t", representada na equação. Mas se você cantar "Popeye foi a feira e não sabia o que comprar..." perceberá que isso é um verdadeiro paradoxo da ciência, não acha? Por esse motivo, a única resposta coerente para essa equação é 42.

               Literalmente, os queixos de Dumbledore, Minerva, Snape – principalmente Snape -e Voldemort  caíram.

               - Está correto – anunciou o diretor, pasmo, quase engasgando na própria saliva.

               Hermione saltitou de felicidade.

               - Eu sabia que conseguiria!

               - Hermione... – sussurrou Snape.

               - Sim, professor? – disse ela sorridente.

               - Arranje uma vida!

               - Sim, professor... – suspirou ela.

               - Certo – Dumbledore estava um pouco curado do trauma. Sim, equações matemáticas, como Hermione demonstrara, podiam machucar – Vamos continuar. Hora dos talentos! Mas antes, uma pausa de cinco minutos, porque sinto que meu intestino está prestes a dar a luz há algo...

               Ele aparatou.

               - Ouviram Dumbledore – Minerva tomou o controle – Cinco minutinhos, já estaremos de volta.

Nos camarins...

               - O que é que vocês vão fazer? – perguntou Luna alegremente – Qual é o talento de vocês?

               - Acha mesmo que vou compartilhá-lo com você? – perguntou Gina indiscreta.

               - Está certamente louca – concordou Hermione.

               - Nossa, só estava tentando ser legal... – desculpou-se Luna.

               - Vai vestir isso mesmo? – perguntou Hermione para Gina com um olhar arregalado.

               - Sim, por quê?

               - Acho que o melhor seria vestir algo preto... Você viu, Voldemort e Snape adoram preto e coisas relacionadas à trevas, vou fazer algo assim, já são dois votos garantidos... Além disso, preto está sempre na moda.

               - É, mas Minerva e Dumbledore – notou Gina – ligam mais para cores vivas e coisas engraçadas, farei algo assim, já terei os votos deles garantidos!

               - Por que ao invés de tentarem parecer pessoas que não são – sugeriu Luna – vocês não fazem algo no qual realmente são boas? Ao invés de mentir?

               As duas garotas se entreolharam.

               - Você não sabe o que fala...

               - Certo – disse Dumbledore de volta a mesa – Estou feliz de anunciar que o intervalo acabou! Meu intestino também está melhor, e mais leve, diga-se de passagem, aquele negócio tinha realmente o peso de um recém-nascido, é assustador.

               - Poupe-nos dos detalhes – pediu Snape.

               - Certo, certo, vamos ao concurso. Luna, por favor, você é a primeira.

               A garota veio saltitante até o palco.

               - Irei apresentar para vocês uma dança que eu mesma criei, ok?

               A luz da sala diminuiu. E uma música fúnebre começou a tocar. A garota deu três pulinhos como um coelho e depois girou no ar, começou a correr de um lado para o outro, ergueu as mãos para o céu e depois caiu de joelhos gritando. Rosnou, gritou e lançou pragas para o nada. Deu cambalhotas, piruetas e cantarolou. Afirmou coisas profanas e plantou uma bananeira. Quando acabou, todos encaravam-na boquiabertos.

               - Gostaram? – perguntou a garota sem graça.

               Snape foi o primeiro a falar.

               - Essa foi a pior desculpa para "dança" que eu já vi na vid...

               - BRAVO! – clamou Minerva – Incrível! Digno! Dez! Dez com louvor!

               - Senta aí! – falou Dumbledore para a professora exasperada  – Vamos dar continuidade... Certo, Hermione, você está pronta?

               Ela veio até o palco. Trajava um longo vestido negro esvoaçante, com um colar também negro. Seu cabelo estava tingido de preto, e alisado, quase ensebado.

               - Dez! – gritou Voldemort – Dez com louvor! BIS!

               - Mas ela ainda nem apresentou! – gritou alguém da platéia.

               - Dane-se, ela está vestindo preto, já sei que vou gostar. Me gusta preto...

               Snape suspirou.

               - Certo, já estou cansado disso aqui e os comentários de todos vocês estão atrasando tudo. Vou envenenar o suco de abóbora da próxima infelicidade que abrir a boca. Hermione, seja lá a desgraça que você preparou para nós, seja rápida...

               - Eu só vou lançar um feitiço, professor.

               Ela ergueu a varinha e gritou:

               - Morsmordre! – e a Marca Negra se conjurou sobre o teto do Salão Principal.

               Todos estavam estupefatos. Ninguém acreditava que a aluna exemplar deles realmente havia feito isso...

               - Era isso que eu queria apresentar...

               Voldemort foi a loucura.

               - DEEEEEEEEEEEEEEEZ COM LOUVOOOOOR! ESTUPENDOOO! DIGNIÍÍÍÍSIMO! ALGUÉM LHE DE UM PRÊMIO! POR FAVOR! – e ele caiu em sua cadeira – Ui, estou até sem andar. Muito bom, muito bom mesmo.

               Quando todos finalmente se acalmaram, o show pode continuar.

               - A última apresentação, antes do concurso terminar, Srta. Weasley, por favor!

               Gina entrou correndo no palco. Trajava uma roupa rosa, com babados e bordados, digno de uma princesa.

               - O meu talento é... imitar os pássaros! E adivinhem só, vou imitar aqui para vocês o raro Condor Africano da Barriga Lilás – ela segurou a respiração por um momento, se concentrando. A platéia também segurou a respiração, estavam todos curiosos para saber qual era o som que o dito Condor fazia. Por fim, Gina o fez – piu piu.

               Palmas explodiram e Dumbledore e Minervar aplaudiram entusiasticamente. Quando todos se aplaudiram, e os jurados haviam terminado de discutir quem seria o vencedor, Dumbledore anunciou a todos.

               - Atenção, atenção! – disse ele – Discutimos muito, mas por fim chegamos a uma decisão. Mas antes disso, deixem-me explicar uma coisa. Um concurso de beleza não é sobre ser a mais bonita, ou a que mais impressionou os juízes, é sobre ser quem você de fato é. Mostrar a todos quem você é e por que você é, sem vergonha disso! Hermione, sua apresentação com a Marca Negra foi... sombria... Mas isso não é quem você é... Gina, imitar pássaros? É nisso que você se resume? E as roupas que vocês usaram? Foi somente para nos impressionar! Não é isso que queríamos, queríamos conhecê-las melhor, e é por isso que o prêmio vai para: Luna Lovegood.

               Todos ficaram com um ponto de interrogação na cabeça, Luna foi a única que comemorou, pulando e repetindo sua dança, dessa vez, uivando para a Grande Lua.

               - Esperem aí – pediu Dumbledore, McGonagall sussurrou algo em seu ouvido – Chegou aos meus ouvidos que a platéia quer ter o direito de votar em querem que ganhe. Pois bem! A platéia decidirá! Votem aí!

               McGonagall configurou papeizinhos em branco, no qual todos deveriam votar em quem deveria ganhar. Quando todos os ditos papeis foram recolhidos e devidamente contado...

               - Não creio... – disse Voldemort.

               - Não me surpreende... – disse Snape – Por favor, me matem.

               Minerva se ergueu. Sua cabeça estava baixa de vergonha.

               - E a vencedora do concurso é... Alvo Dumbledore.

               O salão explodiu em aplausos. Dumbledore voltou ao palco trajando seu biquíni e arrastando suas pelancas.

               - Obrigado a todos! Obrigado a todos! – ele soltava beijinhos para a platéia.

               - O que foi? – Hermione estava surpresa – Isso quer dizer que somos mais feias que um velho?!

               - Não – Gina compreendeu tudo – Dumbledore foi, dentre todos nós, quem mais mostrou quem realmente é...

               - Um idiota – completou Hermione.

               - É, mas ainda assim, mostrou.

               As duas se sentiram mal por tudo que disseram uma a outra.

               - Desculpe por tudo que lhe chamei – disse Gina, abraçando a amiga.

               - Não tem problema, desculpe por tudo que disse sobre sua mãe...

               - É o quê?

               - Nada. – Hermione sorriu – Amigas?

               - Amigas para sempre! – Gina sorriu também.

               Dumbledore ainda acenava para a platéia. Ninguém notou, mas seu biquíni era preto. Também pudera, só podia ser preto. Afinal de contas, preto estava sempre na moda.


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Notas finais do capítulo

Recomendem! Comentem! UIVEM LOUCAMENTE PARA A LUA!