Já estava de madrugada quando finalmente cheguei em casa. Essa noite havia sido louca demais para meu celebro suporta. Muita coisa de uma vez só. Aquele vampiro louco que me atacou Lindsay e Jared mais estranhos do que nunca. E no caminho de volta eles trataram de fingir que nada havia acontecido. Subi para tomar um banho e adormeci assim que deitei. Era sábado de manhã eu estava sentada no degrau da escada da cozinha, mas de certa forma eu estava escondida, pois do lugar onde estava ninguém podia me vez, mas eu podia vê-los e escutá-los. Lindsay e Jared estavam na cozinha agitados falando com minha mãe.

— A situação se agravou Anita, apareceu outro deles. Lindsay falava rapidamente. — Não há muito tempo até outros chegarem.

— Você tem certeza do que diz? Anita murmurou.

— Absoluta! Ele mesmo disse isso. Ela dizia preocupada.

— Ele deve estar ligado a ela! Jared indagou entre dentes. — Não vai adiantar fugirmos, ele ira atrás dela. Ele fechou sua mão direita em um punho.

— Céus! Eu havia me esquecido disso. Lindsay disse se sentando na cadeira.

— Você não encontrou um modo de quebrar a ligação Lindsay? Anita perguntou sentando-se ao seu lado.

— Não... Ela respondeu desapontada.

— Só há um jeito eficaz e rápido para isso! Jared indagou de forma ríspida.

— Ela não permitiria! Lindsay passou os dedos por seu cabelo.

— É a vida dela que esta em jogo Lindsay, ela não tem querer. Sua voz era agressiva e fria. — Não se esqueça do compromisso que temos! Jared a alertou.

— Eu não esqueço Jared, mas isso não quer dizer que eu deva ser imprudente. Ela respondeu no mesmo tom. — Não podemos passar por cima do que ela sente por ele, por mais que seja perigoso...

— Ela não sabe o que sente! Ele é um mostro irracional com sede de sangue! Jared quase berrava. — Ele já esta se alimentando dela. Ele fez isso na noite passada! Quem pode dizer que já não vem fazendo?

— Ele o que? Anita indagou boquiaberto. — Como o deixaram fazer isso?! Como foram tão irresponsáveis!?

— Acalme-se Anita! Lindsay levantou e foi até ela. — Estávamos lutando contra outro deles quando isso aconteceu. Ela se explicou.

— Não há justificativas aceitáveis para nosso descuido Lindsay. A voz de Jared era mais calma. — Não podemos mais ficar em Drittly, não com o perigo que nos ronda.

— Receio que esteja certo quanto a isso. Ela assentiu. — O que faremos Anita? Lindsay perguntou.

— A situação esta tomando rumos perigosos, precisamos agir o quanto antes. Anita murmurou pensativa.

— Já agimos! Jared tornou a indagar friamente. — Procuramos por dias, horas, uma maneira de quebrar essa maldita ligação! E a única saída é a que vocês não querem aceitar.

— Já falei Jared, ela não concordaria com isso, por mais que seja perigoso para ela estar perto dele se o fizéssemos, ela iria ficar com raiva de nos.

— Eu prefiro vê-la com raiva de mim, do que morta!

O assunto deles estava me confundindo e me deixando assustada. Na verdade tudo aquilo era confusamente assustador, onde foi para a minha vida real? Onde esta a porta de saída desse pesadelo?! 

— Isso não ira acontecer! Anita indagou firme.

— Mãe... Longa entrou pela porta dos fundos assustando a todos que estavam na cozinha. — Interrompo algo? Perguntou percebendo os olhares assustados.

— Claro que não. Anita forçou um sorriso simpático para ele.

— Onde esta minha mochila azul escura? Logan coçou a nuca.

— Deve estar no segundo armário da garagem. Anita indagou levantando-se. — Vamos. Ela disse saindo acompanhada por Logan.

Assim que os dois saíram, eu desci o resto das escadas e sentei na cadeira. Peguei um pouco de suco e torradas. Eu mordiscava as torradas enquanto fitava a parede cinza, fingindo que Jared e Lindsay nem estavam ali.

— Você esta com raiva da gente? Lindsay perguntou.

Mas eu permaneci quieta, não estava a fim de falar nada.

— Charlotte... Ela começou.

— Vocês vão me contar o que estão escondendo de mim? Desviei meus olhos da parede. — Ou vão continuar fingindo que não nada esta acontecendo?!

— Er... Ela limpou a garganta.

— Foi o que pensei! Falei me levantando.

— Charlotte espere! Jared segurou em meu braço. — Nos estamos escondendo sim algo de você.

— Jared! Lindsay o repreendeu.

— O que? Hã? Vamos continuar negando que nada esta acontecendo? Ele dizia alterado. — As coisas saíram do controle Lindsay, aceite.

— Isso não é da nossa conta. Ela o alertou. — Não podemos falar sobre isso.

—Não é de hoje que notei que estão escondendo algo, só que eu pensei que fossemos amigos suficientes para contarmos tudo! Indaguei puxando meu braço.

— Acredite isso é mais do que um simples segredo, nos prometemos guardá-lo. Lindsay tentou explicar. — Não estamos escondendo por que queremos.

— Não interessa Lindsay, amigos estão aqui para isso. Aumentei o tom. — Confiamos, ajudados, sofremos juntos. Nunca deixamos de lado. Mais acho que me enganei ao respeito de vocês.

— Não seja dura com a gente Char. Ela pediu. — Sempre estivemos com você! Nunca te abandonamos.

— Chega Lindsay! Jared berrou. —Isso se tornou perigoso demais para continuarmos mentindo para ela.

— Como eu disse não depende só de nos querer contar, depende também da... Ela começou.

— O que esta acontecendo? Anita perguntou.

— Onde esta o Logan? Lindsay perguntou.

— Foi á casa de John. Ela respondeu olhando para nos. — Agora me digam o que esta acontecendo?

— O que esta acontecendo é que, pensei que tinha amigos de verdade e vejo que era tudo mentira. Indaguei nervosa.

— Do que esta falando Charlotte? Lindsay e Jared são seus amigos desde sempre! Anita indagou surpresa.

— Eu também pensei que fossem, mas eles mentem para mim e você também mente! Explodi. — Nem adianta negar! Eu já ouvi conversas suspeitas dos quatro!

— Céus! Anita colocou a mão na boca.

— Diga a ela Anita, Jared está certo isso esta ficando perigoso demais para continuarmos mentindo! Lindsay suspirou.

— Filha... Ela começou. — Não seu como dizer isso. Ela passou os dedos pelo cabelo.

— Pelo começo, isso ajuda muito. Falei ironicamente.

— Você não é normal! Nenhum de nos somos! Jared indagou rápido.

— O que quer dizer? Indaguei espantada.

— Você... É... Um... Um... Um Anjo! Anita desabou.

— Que? Indaguei boquiaberta.

Só podia ser uma brincadeira de mau gosto, tinha que ser. Como eu seria um Anjo? Como eu poderia desconhecer isso?! Não poderia ser real!

— Apenas escute. Anita falou.

— Todos sabem disso? Perguntei.

— Só nos três, sua mãe achou mais seguro desse modo. Lindsay falou.

— Só? Você ainda diz só?! Vociferei. — Eu deveria saber isso não acham?!

— Eu achei que seria mais prudente e mais seguro para você não saber. Anita se explicou. — Por favor, entenda. Só queríamos protegê-la!

— Me proteger? Mentindo para mim? Que bela maneira de fazê-lo! Debochei. — Lindsay e Jared sabiam disso e eu não?! Eu sou sua filha, o segredo era sobre mim!

— Céus! Ela me apertou. — Me perdoe se fiz tudo errado, mas a meu ver eu estava protegendo-a.

— Não é só isso, escute, por favor, e entendera nossos motivos! Lindsay pediu.

— Não há explicação que justifique o fato de terem mentido para mim todo esse tempo! Falei em seguida empurrei Anita delicadamente para longe de mim.

Os encarei uma ultima vez com um olhar frio e sai de casa.

— Charlotte volte. Anita chamou.

— Quer que... Jared começou.

— Não! Ela precisa pensar um pouco. Anita falou.

Bati a porta com força e comecei a caminhar. Eu queria sumir naquele momento, ser tragada pela terra ou algo do gênero. Minha vida inteira era uma mentira, meus amigos junto com minha mãe em uma mentira sobre mim. E eu? Era uma espécie de Anjo? O que isso significava? E eles? Eram anjos também?! Céus! Sentei na calçada. Minha vida estava uma merda, uma verdadeira bagunça. Tudo virado de ponta cabeça, nesse momento eu nem sabia mais quem eu era. Coloquei as duas mãos na cabeça, tentando de alguma força me acalmar, eu precisava me livrar desses pensamentos ou dividi-los com alguém... Thomas! Ele era o único em quem eu poderia confiar agora, o único que não havia mentido para mim.

Boston. 21hs quarto de Hotel.

Era um quarto claro. As cortinas em um vinho escuro, sofá amarelo mostarda. Um tapete escuro no cetro da sala. E encostado da parede uma poltrona preta. Na poltrona havia um homem sentado. Seus cabelos eram curtos em um castanho escuro. Seus olhos em um azul cristalino. Seu rosto sustentava uma beleza atraente, ele vestia uma blusa de manga cumprida branca. Ao seu lado estava uma linda mulher loira de cabelos cacheados, seios fartos, belo corpo. Sua beleza era algo angelical de tão delicado e ao mesmo tempo tentador de tão sexy que seu corpo era. Dando um realce a sua beleza, havia um par de olhos verdes claros.

— Já fez muito tempo que ele saiu. A loira indagou olhando para o moreno.

— Eu sei. Ele respondeu em um tom suave.

Ele entrelaçou os dedos e apoio seus cotovelos no braço do sofá, seus olhos azuis encaravam os da loira com certa preocupação, como se estivesse tendo uma rápida conversa através de olhares.

— Estou ficando verdadeiramente preocupada com ele. Ela indagou sentando-se no sofá. — Sempre nos separamos e sempre ele volta rápido, mas dessa vez.

— Já era para ele ter voltado. Essa demora toda não é normal. Ele concordou.

— Eu sei. Você acha que alguém fez algo contra ele? A loira perguntou pensativa.

— Não... Thomas é muito esperto. Ele indagou com um sorriso orgulhoso. — Ele não iria se deixar ser enganado!

— E então o que esta havendo? Porque essa demora?! Era notável a preocupação com que ela falara de Thomas.

— Eu realmente não sei. Ele murmurou levantando-se da poltrona.

— O que vamos fazer? Só não podemos continuar assim às cegas! Ela falou rapidamente.

O homem caminhou até a janela de vidro e ficou a olhar para o céu, analisando como estava à noite. Era uma noite calma, só se ouvia alguns passos na calçada de cimento, o vento uivado por entre as folhas das arvores.

— Hm... Ele suspirou. — Arrume nossas coisas, partiremos ainda hoje para Drittly Villy.