A Ultima Profecia escrita por EmyBS


Capítulo 8
Um mundo que espera


Notas iniciais do capítulo

Essa com toda a certeza é minha história menos popular e o pior é que eu realmente gosto dela.



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Já fazia três longos anos em que Draco buscava por Ginny Weasley. Nunca esteve tão ligado aos acontecimentos da guerra e dos Comensais da Morte como agora. Ele não era idiota de contar para alguém o motivo da busca desesperada por Ginny. Na verdade não havia contado o que estava buscando realmente.

O fato é que ele se jogou na guerra em busca dela.

Ele sabia que seu anel indicava a existência do seu herdeiro e apenas uma pessoa poderia ter gerado tal criança. E ele não se importava em buscar uma resposta. O mundo parecia ter criado uma nova realidade aos seus olhos, mas nem tudo parecia bom ou aceitável.

A guerra continuava cruel.

E os Comensais da Morte também buscavam uma criança.

Uma criança que mudaria o mundo, aquela que era tão aclamada pela profecia. Depois de muito evitar e tentar ignorar, não pode ser contido. Quando alguns soldados começaram a recuar por acreditar naquela criança que os salvariam, a pressão ficou mais forte. Não era mais permitido duvidar e a existência dela deveria ser exterminada.

Isso facilitava as buscas de Draco, pois não seria estranho ele procurar por uma criança no campo de batalha, mas será que a reconheceria? As vezes ele passava noites imaginando em como seria um filho seu com Ginny, existia uma parte dele que rejeitava a idéia de ter uma criança com uma traidora do sangue, mas logo lembrava do seu próprio estado e aceitava. Só esperava que seu filho não tivesse o temperamento daqueles Weasley.

Quando deixou Ginny nas margens mágicas dos terrenos de Hogwarts, teve certeza que ela iria direto para Resistência e para os braços de Potter. Nunca tinha tido coragem de saber a verdade e evitava qualquer tipo de notícia. Tinha medo até mesmo de descobrir que a mulher ruiva havia sido capturada e morta.

Foi com certa surpresa que descobriu que Potter ainda buscava pela mulher.

Sentiu aquele maldito sentimento de esperança ficar mais forte em seu coração e subir por suas veias criando terreno em seu corpo tentando alcançar sua mente.

Ela não havia voltado para o marido.

Potter não sabia que a esposa havia gerado uma criança, filho do seu maior inimigo.

O estomago se embrulhou e o ar faltou aos seus pulmões ao se dar conta que talvez esse fosse o motivo de Ginny nunca ter retornado. Provavelmente tinha sentido a gravidez e diante a possibilidade de ser filho de um Malfoy não teve coragem de voltar para o marido.

A culpa pela vida solitária e desgarrada que a ruiva deveria estar vivendo fez sua já frágil alma se rasgar. Parecia uma maldição que mesmo tentando fazer o bem ele levava o mal às pessoas. Não que ele se esforçasse para ser um bom menino, mas na tentativa de salva-la tinha a abandonado a própria sorte.

Por seus desejos carnais e egoístas.

Tão sonserino.

Riu sem humor deixando o vento frio, cortante do início de inverno, castigar seu corpo e de alguma maneira trazer vida. Ele buscava uma vida, um novo começo naquele inferno. Queria acreditar que talvez houvesse esperança, que um dia iria rever sua mãe e que teria o filho nos braços.

Seu sangue. Seu herdeiro. Seu filho.

Por enquanto era tudo o que ele queria.

**********

Harry andava em círculos pela sala sem prestar muita atenção ao que acontecia na sua volta. A cada dia sentia a esperança de encontrar Ginny viva mais distante. Havia procurado em todos os lugares, havia deixado a guerra em segundo plano, apenas para constatar que não tinha nada concreto. Nenhuma pista. Nada.

Uma mão suave tocou seu ombro e ele não precisava se virar para saber quem era.

A mulher de cabelos loiros era uma visão ainda mais estranha ladeada pelos dois filhos, os cabelos agora ficavam soltos num grande emaranhado e Harry podia jurar que algum animal poderia fazer ninho ali, apesar de Duda rir quando ouvia esse tipo de comentário.

As crianças tinham o mesmo ar distante da mãe, mas a mira havia sido herdada do pai, assim como os cachinhos que davam uma visão de pequenos anjos andando pelo acampamento. Ambos viviam grudados com Luna e esta com Duda quando ele estava no lugar.

Seu primo havia assumido junto a Ron a liderança da Resistência quando viram que Harry não iria mais conseguir comandar. Deixaram-no ir embora e percorrer os acampamentos atrás de notícias de Ginny. Ambos igualmente preocupados com a mulher de cabelos vermelhos que parecia ter desaparecido sem deixar rastros.

Luna era a única que parecia não se importar com o sumiço da amiga como se soubesse exatamente onde ela estava e de uma maneira sombria Harry achava que Luna sabia o que havia acontecido a Ginny, apenas não queria colocar em palavras por não ter provas ou até mesmo por não ver nenhuma necessidade para dar tal noticia.

Olhou para a mão pequena ainda acariciando seu ombro e cobriu com a sua.

Mesmo longe da liderança ele sabia o que acontecia. Os Comensais da Morte estavam procurando a criança da profecia de Luna e com medo de que eles matassem a tal criança que a própria Resistência havia começado a se empenhar na busca dela também. Já fazia uma semana que alguns haviam partido entre eles Ron, Hermione e Duda, talvez por isso Luna parecia ainda mais frágil aos seus olhos.

- Onde está Rose? – perguntou se virando para ela ainda segurando sua mão delicada.

- Com Fleur... – Luna respondeu olhando o horizonte.

Os dois continuaram parados, os gêmeos tinham se desligado da mãe e corriam pela sala, mas está ainda olhava para o por do sol com um sorriso triste nos lábios. Harry olhava atentamente aquele rosto tão amigo e apertava as mãos finas tentando voltar para sua própria realidade. Ele precisava daquele apoio silencioso de Luna.

- Você deve ir na próxima missão Harry... – Luna disse suave voltando seus grandes olhos azuis claros e brilhantes para ele.

- Por... Por quê? – engasgou as palavras como se algo sufocasse sua garganta.

Luna sorriu, um sorriso doce de uma manhã ensolarada e beijou suas mãos.

- Eles estão voltando... – ela sussurrou se voltando para a saída e Harry percebeu que as crianças já não estavam mais na sala possivelmente já haviam ido ao encontro do pai.

- Ela vai voltar Luna? – ele tinha que perguntar, precisava, sentia o coração martelando no peito.

Ela parou, mas não disse nada.

A respiração de Harry estava irregular e ele deu um passo em direção a Luna que simplesmente seguiu o caminho para fora da sala sem dizer uma única palavra e ele soube que não precisava de palavras. A lágrima que há muito ele tentava evitar deslizou pelo rosto marcado pela guerra.

Ginny não iria voltar.

**********

O riso inocente de criança encheu o ambienta fazendo Astorie sorrir também. Olhou para trás apenas para ver o pequeno correndo pela tenda improvisada próximo a um riacho. Não pode ficar no acampamento quando a criança nasceu. As pessoas pareciam ligar o seu pequeno Drarry a tal profecia feita por uma Profetiza da Lua.

É claro que ela sabia que a criança era especial, mas não tinha certeza se a criança que passou a amar como seu fazia parte daquele destino traçado que mudaria o mundo.

A culpa daquela romaria que se seguiu até Drarry eram seus olhos. Não podia negar que os olhos dele tinham um significado e Astorie sentia o coração dar um pulo se ela realmente entendia o significado daquilo.

A comoção em volta do pequeno foi tão grande que ela teve que fugir silenciosa no meio da noite e agradecia por sua natureza sonserina por isso. Não demorou muito para descobrir que os Comensais da Morte estavam procurando a criança da profecia e independente de Drarry ser ou não a tal criança ela não iria arriscar. Passou a se esconder e viver sozinha acampada, quando tinha que ir na cidade usava feitiços em Drarry para ele não ser visto.

Alheio a toda essa movimentação da mãe adotiva o pequeno ria e brincava pelos lugares precários que Astorie montava para manter ambos aquecidos nas noites frias. A criança tinha um sorriso verdadeiro, o queixinho sempre empinado, olhos vivos e uma incrível capacidade em se meter em lugares improváveis.

Astorie quase tinha infartado quando a magia do pequeno se manifestou pela primeira vez. Ele havia conseguido subir numa árvore de alguma maneira e se jogou para frente e foi com o coração na boca que ela viu a criança flutuar até o chão. Nunca em sua vida havia imaginado como era complicado ter um filho bruxo. Parecia uma rotina agora as coisas voarem para as mãozinhas de dedos longos do pequeno. Aquilo a deixava maluca e principalmente nervosa quando estavam perto de outros bruxos, pois tinha medo que Drarry fizesse algo que chamasse a atenção para ele.

Felizmente ele não fazia nenhuma magia perto de outros bruxos.

Deitou na manta transfigurada em colchão e puxou o pequeno para si a fim de fazê-lo dormir. No fim do dia sempre sentia o cansaço de quem já havia vivido muito naquele esquema errante. As lágrimas escorriam do seu rosto sujo e magro sem ter uma certeza do dia de amanhã. Estava tão cansada de fugir, tão cansada de se esconder, tão cansada daquela vida ingrata.

- Mamãe... – Drarry sussurrou se apertando a ela e as lágrimas aumentaram enquanto Astorie esmagava o pequeno em seus braços.

Valia a pena. Não importava o quanto fosse desgastante e o quanto tivesse vontade de desistir. Valia a pena pela criança em seus braços. Um milagre da natureza. Seu filho, independente de quem gerou a criança, era seu filho.

Beijou os cabelos rebeldes e fechou os olhos adormecendo logo em seguida.

Não importava o amanhã.

O que realmente importava estava em seus braços naquele instante.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos e até o próximo capítulo:

Seu mundo, sua criança

Arfou. Tinha certeza que aquela era a criança que tanto procurava. Era seu filho quase olhou em volta buscando por Ginny quando a criança levantou o rosto e Draco paralisou completamente.



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