Capitulo 12 – Decisão Certa

Depois daquele episodio na praia nada de novo aconteceu. Estou me dando muito bem com meu pai. John continua o mesmo, tentando driblar o meu pai para poder comer biscoitos, é muito engraçado ver eles negociando...

Jake e eu estamos... não sei o que a gente é. Ele não fala sobre isso nem eu. As vezes trocamos beijos e tudo o mais. Eu não tenho certeza se eu realmente quero que exista alguma coisa entre nós, mas a única certeza que eu tenho é que Jacob mexe comigo, que eu... Eu... Amo ele.

É, foi difícil para mim admitir isso, mas eu me apaixonei por ele e agora não sei o que eu faço. Sei que ele só quer brincar comigo, que não é nada serio, mas o que eu posso fazer? Eu não mando no meu coração.

Estava sentada na varanda, lendo um livro que achei na estante do meu pai quando senti alguém se aproximar. Levantei a cabeça para ver quem era.

- Oi pai! – eu disse sorrindo.

- Oi querida. – ele respondeu beijando os  meus cabelos. Meu pai se sentou ao mau lado e ficou olhado para mim, ele queria dizer alguma coisa. Fechei o livro  me ajeitei ficando de forma que eu pudesse olhar diretamente em seus olhos.

- O que foi? – perguntei juntando as sobrancelhas. Meu pai suspirou e olhou o horizonte por alguns segundos antes de se voltar para mim e responder.

- Eu queria conversar com você.

- Pode falar.

- É sobre você e Jacob. – ele disse temeroso e meu coração acelerou.

- O que tem eu e Jacob? – perguntei temendo a resposta

- Você gosta dele. – não foi uma pergunta, sim uma afirmação. Por incrível que pareça meu pai me conhecia melhor do que... do que a minha mãe que conviveu anos comigo. Ele me entendia e sabia o que estava acontecendo comigo mesmo sem eu dizer.

- Eu... Eu... – gaguejei.

- Não estou aqui para julgá-la querida. Apenas para te dizer uma coisa. – ele pausou. – Não espere muito tempo. Quando se declarar pode ser tarde demais. O tempo não pára meu amor, aproveite as oportunidades que lhe são dadas. A gente não perde as oportunidades, simplesmente outras pessoas fazem uso delas. Não espere o amanha Nessie, ele pode nunca chegar, não pense que estou dizendo que você pode morrer hoje. Quando eu digo que ele pode nunca chegar e que muitas das vezes ficamos com medo de algumas coisas e sempre adiamos para amanha, mas o dia de realizar o planejado nunca que chega. – Meu pai olhou o horizonte novamente e pareceu que ele estava relembrando alguma coisa.

- Eu não sei pai.

- Querida eu adiei o meu sonho por tempo de mais, e quando finalmente resolvi realizá-lo quase não tive tempo de aproveitar. Pense nisso. – Ele disse se levantando.

Fiquei pensando por algum tempo, até que cheguei a conclusão de que meu pai estava certo. Eu iria contar para Jacob que eu o amo, só faltava a coragem que foi ali na esquina e desapareceu...

Quando estava anoitecendo me levantei decidida a ir procurar por Jake e contar toda a verdade. Entrei dentro de casa tomei um banho e fui procurar uma roupa para vestir.

- Nessie ,você vai casar? – O chantagista do meu irmão perguntou após 20 minutos que eu estava trancada no quarto, enrolada na toalha ainda procurando por uma roupa. O que é? Não é fácil escolher uma roupa não.

- Deixa sua Irma John. – ouvi papai dizer da sala. Voltei a minha caça ao tesouro. Por fim eu escolhi uma blusa branca de gola alta, uma calça jeans preta, e uma bota de cano alto também preta. Deixei meu cabelo solto que caia em cascata pelas minhas costas, baguncei levemente minha franja. Delineei meus olhos de forma que os marcasse, e na boca usei um gloss rosa claro. Estou pronta! Me olhei no espelho e gostei do resultado. Eu estava bonita, não que eu não fosse, mas hoje eu estava mais... Arrumada. Passei um perfume e sai do quarto.

- Nossa! Vai pra uma festa Nessie?! – John perguntou me olhando da cabeça aos pés, meu pai apenas sorriu. Saí de casa e caminhei até o píer, Jacob sempre vinha por aqui essas horas por tanto era fácil encontrá-lo.

Caminhei lentamente até onde ele estava sentado observando o amar se fragmentar nas pedras ao longe. Ele estava com uma bermuda jeans claro e uma camisa pólo, lindo como sempre. Seus cabelos bagunçados o deixava com a aparência de um menino rebelde, coisa que ele não era. Aproximei-me dele com o coração acelerado, ele se virou para mim provavelmente sentindo minha aproximação e sorriu lindamente.

- Ei docinho! – ele cumprimentou me abraçando quando me sentei perto dele.

- Oi Jake. – eu respondi.

- Como foi o seu dia? – ele perguntou delicadamente.

- Ah, não fiz nada demais. Apenas li um livro a tarde toda enquanto o John ficava procurando um jeito de comer biscoitos. – rimos do pestinha que era o meu irmao. – E você?

- Nada de anormal. Trabalhei como sempre. – Jake trabalhava no pequeno autódromo que tinha na cidade, fora montado a pouco tempo. Jake beijou o meu rosto levemente, e fechei os olhos.

- O que foi? Parece tensa. Está preocupada com alguma coisa? – Jake perguntou me aconchegando mais em seus braços. Só se ouvia a nossa respiração, a minha que agora parecia um ventilador velho que chia igual radio com transmissão ruim, e o barulho das ondas do mar se quebrando entre as pedras. Era a hora para contar. Eu vim ate aqui e não vou falhar, eu tenho que arriscar e dizer o que eu sinto.

Essa é a decisão certa. Seja lá o que Deus quiser.