Respirei fundo e me olhei mais uma vez no espelho a minha frente.

Eu estava linda, meu vestido branco e longo, com mangas que cobriam apenas meus ombros faziam uma combinação perfeita com meus cabelos que pareciam uma cascata loira, cobrindo meu rosto apenas um véu delicado.

Era meu vestido de noiva, era o dia do meu casamento, então por que eu não estava feliz?

– Querida, está na hora.- Falou mamãe me apressando.

Respirei fundo mais uma vez e peguei o buque de flores, acompanhada de minha mãe fui andando até a entrada da igreja.

– Não se preocupe, vai dar tudo certo.- Sussurrou ela, enquanto papai chegava ao meu lado.

A marcha do casamento começou, era a minha hora.

As portas da igreja se abriram, revelando uma bela decoração e centenas de convidados muito bem vestidos.

Andei vagarosamente até o altar, lágrimas brotavam de meus olhos. Para os convidados eram lágrimas de felicidade, mas não era o dia mais feliz da minha vida, não tinha o porquê de eu ficar feliz.

Chegamos ao altar, papai me deu um beijo na testa e cumprimentou com um aperto de mão meu futuro marido.

Eu não tinha idéia de quem ele era. Tudo o que mamãe me disse era que ele era o príncipe da Inglaterra, o sucessor da coroa.

Obrigada a me casar, sem chance de negação. Para todos era um conto de fadas, a princesa da Dinamarca com o príncipe da Inglaterra.

Tudo isso porque a Dinamarca tinha dívidas com a Inglaterra, eu fui o pagamento delas.

Respirei fundo e tentei conter as lágrimas.

A cerimônia se iniciou, dei as mãos para o príncipe, mas sem olha-lo por nenhum segundo.

Minha cabeça estava a mil por hora. Por que eu? Por que tão jovem? Tinha apenas 21 anos. Quando finalmente iria começar minha faculdade de medicina.

– Você, Nicolas Coudrien, aceita Isabelle Marie como sua legítima esposa? -Perguntou o padre.

Com sua voz suave e rouca ele respondeu:

– Aceito.

– E você, Isabelle Marie, aceita Nicolas Coudrien como seu legítimo esposo?

Não tinha mais volta, minha vida começaria novamente naquele instante.

Sem nem poder pensar e desistir, respondi vacilante:

– Aceito.