Amor Indefinido escrita por Kiah chan


Capítulo 1
Capítulo 1




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Disclaimer: Naruto não me pertence. Pertence ao Masashi Kishimoto (novidade...!)

Aviso: É U.A (Universo Alternativo)

Capítulo I

Bem ao lado da minha casa, tinha um sobrado de três andares numa cor rosada. Quando me mudei para lá, devia ter uns dez anos, achei que aquela seria a minha moradia por algum tempo... Pelo menos, até que alcançasse minha maioridade, quando viria a me mudar para o mais longe possível de meus pais.

Foi uma decepção quando avistei a pequena casa térrea com uma roseira na frente recebendo todas as minhas bagagens.

Depois de estarmos bem acomodados, os meus vizinhos (donos da casa dos meus sonhos) resolveram visitar minha família, trazendo com eles seu único filho: um garoto ruivo, cinco anos mais velho que eu, que tinha a maior cara de paisagem que eu já havia visto. O que mais me surpreendeu foi o que ele trazia consigo: uma caixinha de palha trançada, toda pintada de vermelho, com um laçarote branco em cima da tampa. Estendeu-a para mim e pediu que eu aceitasse.

A primeira coisa que me veio à mente foi "O que eu vou fazer com uma caixa?".

Oras, eu tinha apenas dez anos e o que mais gostava de fazer era arrancar os sapatos das minhas Barbies e cortar os cabelos delas.

Mas o tal menino, que depois de uma hora parado na minha frente resolveu me dizer que se chamava Sasori, continuou insistindo, até que me dei por vencida e tirei a caixa de suas mãos.

No auge da minha inocência, perguntei o que poderia fazer com ela e recebi como resposta um simples “Você vai saber, na hora certa.”.

Eu sempre fui uma ótima aluna e adorava engolir livros e mais livros de estilo romance fantasioso, em que príncipes duelavam para proteger suas princesas. Não demorou muito para que fantasiasse que diante daquelas palavras, (provas ínfimas de que Sasori era extremamente indefinido e esquisito) ele era como alguma criatura sabiamente fantasiosa com uma idade muito mais avançada que quinze anos.

Mais para frente, no começo dos meus treze anos, contaria essa história para ele, enquanto me levaria para tomar um sorvete de sabor exótico na sorveteria antiga do bairro vizinho, em seu carro novo. Não preciso nem dizer que o sorriso fino, os olhos tediosos e a sobrancelha arqueada com certeza denunciariam a graça daquilo. Sasori nunca foi de rir abertamente, mas sempre sorria, achando meus pensamentos extremamente engraçados.

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Acho que a primeira grande dificuldade social que tive ao me mudar foi fazer amigos. Além do Sasori cara-de-paisagem, com quem ficava a tarde inteira brincando de esconde-esconde e mímica, não tinha mais ninguém para me fazer companhia.

No começo, quando entrei no Fundamental, Sasori já estava na oitava série.

Foi sorte minha tê-lo nos intervalos, já que ele havia entrado na escola um ano mais tarde. Seus pais viviam viajando para lugares desconhecidos, movidos por uma sede quase insaciável de aventura, levando em mãos as malas e seu pequeno filho indecifrável de poucos anos. A história que eu o fazia repetir sempre era de quando ele foi para a Austrália e viu (ao vivo e a cores) os cangurus e coalas. 

O mais longe que eu já fui foi para uma praia da cidade, a alguns poucos quilômetros de casa.

Então, no intervalo, ele me fazia companhia e eu conseguia me sentir menos sozinha e abandonada.

“Nee, Sakura, acho que você deveria conversar com os seus colegas. Eles não parecem tão assustadores assim...”.

Eu nunca parei para contar, mas dou minha palavra que Sasori já repetiu essa frase mais de cinqüenta vezes. Para ele tudo era festa, claro.

Para mim, aquilo era um pesadelo extremamente sem-graça.

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Eu adorava o cabelo vermelho dele. Gostava ainda mais quando ele me deixava penteá-lo.

Sempre fui um pouco traumatizada com a cor do meu, por isso acabava escondendo-o de todas as formas possíveis (dentro de chapéus, bonés e lencinhos). Mas o que mais odiava era a minha testa. As suas proporções exacerbadas me deixavam tão feia que sentia uma vontade imensa de fazer uma cirurgia plástica. Só descobri que não era possível quando minha mãe resmungou que ainda não existiam cirurgias plásticas para testas grandes.

Infelizmente.

Mas ao meu cabelo, só prometi um destino: Pintá-lo imediatamente quando fizesse quinze anos.

Abandonei o trauma quando Sasori me desafiou, caso pintasse minhas mechas.

“Se você pintar o seu cabelo, eu corto o meu...”.

Com aquela voz calma e indiferente, Sasori jogou em minhas mãos uma bomba. Eu nunca deixaria que ele cortasse seus fios. Nunca!

Então desisti.

E ele sorriu para mim quando entreguei os pontos.

Aquele sorriso tão indecifrável e indiferente quanto sua feição paisagística...

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Minha primeira melhor amiga (e, posteriormente, primeira rival) marcou um novo período na minha vida.

Deveria ter uns doze anos (mais ou menos) quando conheci Yamanaka Ino. Linda, cheia de atitude e auto-estima, ela diminuiu o tamanho da minha testa para a metade.

A primeira coisa que eu fiz, quando ela levantou minha estima e se transformou na minha melhor amiga (bem ao estilo ‘dia para a noite’), foi contar para o Sasori.

Como sempre, embaixo de uma árvore grande, segurando um livro de ação (Que, em minha opinião, armava um extremo paradoxo com a sua personalidade calma e beirando ao tédio...), ele me olhava por cima do objeto, enquanto eu contava afobadamente sobre as novidades.

Depois que terminei de narrar minha grande aventura (onde coloquei à mostra minha coragem), ele sorriu e resmungou, por baixo da gola grande da blusa de lã, um “Viu? Não foi difícil.”.

Ele estava com dezessete anos, mas sentia como se estivesse conversando com um garoto da minha idade...

Mesmo assim, o tempo em que ficávamos juntos foi diminuindo, e, por pouco, eu não perdi o Sasori.

Ele era o único que me ouvia sorrindo.

Ele era o único que conseguia me fazer feliz apenas contando seu dia-a-dia chato e enfadonho...

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Meu primeiro amor surgiu no final do ano em que Ino e eu éramos melhores amigas.

Sasuke Uchiha era um estrangeiro vindo da Inglaterra. Sua atitude reservada (às vezes chegava a ser meio prepotente), sua beleza, inteligência, modo de andar como um príncipe, enfim... Tudo me conquistou em cheio.

E Ino também foi conquistada pelo seu charme enorme.

Foi o estopim para o nosso desafeto.

Quando contei sobre minha paixão infantil para Sasori, seus olhos brilharam, e (pela primeira vez), ele riu um pouco mais abertamente, como se eu tivesse acabado de contar uma piada sobre pássaros. (Ele odiava as aves, até hoje tento descobrir o porquê).

Não achei graça e lhe mostrei meu melhor bico pré-adolescente.

Ele apenas beijou o topo da minha testa, como sempre fazia quando ficava brava com ele (desde que a gente se conheceu ele fazia isso... A primeira vez que ele o fez quase me matou de susto e vergonha), e voltou a rabiscar a desenhar, sua maior paixão. (Que ganhava de dez a zero contra os livros de ação estilo ‘Star Wars’)

Não entendia como seu sorriso podia ser tão aconchegante e maravilhoso ao mesmo tempo, mesmo parecendo tão distraído e absorto em pensamentos.

Mas sabia que, por trás do bloco de notas, Sasori estava concentrado na minha voz.

Eu sabia porque o seu sorriso se alargava ainda mais. Aquele sorriso fino iluminando sua face apática...

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Meu primeiro beijo veio com os meus dezesseis anos.

Foi um primeiro beijo estranho, numa hora esquisita, que apareceu mais por curiosidade que por amor.

Com dezesseis anos, eu nem sabia o que era amor de verdade.

Achava inocentemente que estava apaixonada ainda pelo Sasuke. Sem me sentir exausta ou desistente das investidas que não me davam retorno suficiente.

Sasori sempre dizia que eu devia desistir, pois não valia a pena. Se continuasse assim, nunca arrumaria namorado, viveria infeliz com meus dez cachorros como a tia solteirona dele e ainda gastaria metade do meu futuro salário com strippers profissionais.

Com vinte e um anos nas costas, fazendo faculdade de artes em outra cidade, visitando-me apenas de domingo, Sasori não conseguia perder a mania de sempre me mostrar os mais absurdos pontos negativos das minhas ações quase sempre impensadas.

Numa dessas conversas em que ele continuava dizendo que deveria arrumar um namorado esportista como quase toda garota normal da minha idade, propus-lhe um desafio.

Vivíamos de desafios, mas aquele era muito diferente.

Bem debaixo da nossa árvore gigantesca, eu exclamei em tom provocante. “Sasori, se você se sente tão incomodado com o meu BV, acho melhor você mesmo tirá-lo logo...”.

Aquela era só mais uma brincadeira inocente. Nada mais, nada menos.

Eu não esperava atitude nenhuma, tanto que ri do que falei como se fosse uma piada, enquanto dirigi meu olhar a ele.

Sua face ainda indecifrável me presenteou um sorriso fino e uma aproximação inesperada.

Ele juntos seus lábios nos meus em um selinho. Sua língua provocou meus lábios, pedindo passagem.

Eu fiquei atônita.

Percebendo meu susto, Sasori apartou-se. “Não foi um beijo de verdade, mas já serve para você ter uma noção. Pronto! Estou honrado em tirar o seu BV.”.

Eu olhei para ele, ainda espantada, e ele voltou a sorrir, dirigindo-se ao seu livro de ação.

Tocava meus lábios debilmente com a ponta dos dedos, ainda com os olhos esbugalhados.

Voltei a olhar para ele, mas não consegui falar nada.

Naquela noite, lembro que só consegui adormecer depois de imaginar várias teorias sobre o porquê de ele ter atendido o meu desafio.

A teoria que mais me era atraente era de que ele nutria algum sentimento secreto por mim.

Mesmo incapaz de decifrar seu semblante e sua personalidade quase apagada.

A partir daquele momento, o mistério que era o meu melhor amigo começou a me perturbar como nunca.

E uma centelha de amor platônico, tão intensa quanto a fogueira que era meu amor por Sasuke, começou a me incomodar...

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Aquele era o meu aniversário de dezoito anos.

Sasuke Uchiha, o garoto mais popular da minha antiga escola, estava na festa.

Acompanhado.

E sua acompanhante não era a Ino.

Era uma garota de intercâmbio chamada Hinata. Tímida, agradável, cordial e extremamente exótica, com seus olhos esbranquiçados.

Eu não fiquei com raiva de ter perdido para ela.

Nem mesmo a Ino se incomodou e, depois do parabéns, chamou-me num canto para reatar nossa amizade.

Foi o melhor presente que poderia ter ganhado dela.

E Sasori, com sua típica expressão indefinida, estava lá também. Mesmo sendo numa noite de sexta-feira em que ele teoricamente teria aula.

Resolvi levar uns docinhos para que ele ficasse um pouco mais animado, mas durante a trajetória, senti-me puxada por uma mão grande e forte para um canto da minha casa que estava deserto de pessoas.

Deparei-me com olhos profundamente escuros e cabelos negros amarrados caprichosamente num rabo-de-cavalo.

Era Itachi, irmão mais velho do meu ex amor platônico e favorito das garotas, por seus vinte anos de experiência, beleza invejável e personalidade extremamente atraente.

Mas o que senti foi repulsa e vontade de sair correndo quando o mesmo tentou me beijar.

Sasori, que estava sentado em seu lugar favorito da minha casa (a escada pequena de dois degraus), oteger. ea), v lugar favorito da casa (a escada), viu-me reagindo e foi atbo-de-cavalo. a ele.  desafio.,gasta viu-me tentando reagir e foi me proteger.

Foi só se aproximar, que Itachi me soltou e saiu bufando atrás do irmão.

Respirei fundo e estava pronta para agradecer meu salvador (E meu novo amor, mas ele ainda desconhecia desse pequeno detalhe), quando senti seus braços envolvendo minha cintura e me puxando para um abraço. "O que você pensa que estava fazendo?". Sussurrou baixo em meu ouvido, com um tom rouco e arrastado que nunca havia escutado dele.

Gaguejei um simples nada. Pensei que o abraço seria desfeito, mas ele me apertou ainda mais contra seu peito.

Sasori sempre fora mais alto que eu, por isso se sentia no direito de me proteger.

Ele me disse uma vez, quando era nova, que se ele fosse do meu tamanho, não haveria necessidade de me proteger. O que deveríamos fazer era nos proteger simultaneamente.

Eu lembro que ri muito depois que ele finalizou sua teoria. 

Afundei meu rosto em seu peito, saboreando de perto aquele cheiro tão familiar de perfume pós-banho que ele usava desde que eu o conheci.

Era tão bom...

"Fica longe do Uchiha, okay? Ele é um problema..."

"Eu só ia pegar uns doces para você, já que nem foi procurar...".

Sasori sorriu. "Sakura, você ainda tem aquela caixa que eu te dei?".

A caixa vermelha feita de palha trançada pintada de vermelho com um laçarote branco na tampa.

Aquela caixa era muito especial para mim... Foi desde barquinho para as aventuras das minhas Barbies até porta-remédios para que usasse depois das minhas aulas de karatê.

Eu não me desfiz dela, mesmo depois de oito anos.

"Ela está no meu quarto... Vem aqui, faz tempo que você não entra lá mesmo...". Puxei-o pela mão até o meu quarto.

Sempre rosa, cheio de ursos de pelúcia e colcha de florzinha na cama. Imutável.

Meus livros para a futura faculdade estavam empilhados na minha estante junto ao meu velho computador.

Tirei de cima do meu guarda-roupas a caixa e pedi para que Sasori se sentasse na minha cama.

"Ontem eu fiz uma coisa realmente insana.".

"O que você fez?".

"Revelei todas as fotos que tirei durante esses oito anos...".

Eu fiquei muito surpresa. Muito mesmo. Sasori, além do desenho e dos livros de ação, adorava ficar tirando fotos a torto e a direito de tudo. O que ele mais fazia era me usar como modelo júnior para testar suas câmeras novas.

Aquele vício, fruto das viagens incansáveis com seus pais a lugares maravilhosos, rendia-lhe muitas fotos mesmo. 

E lá estava uma malinha preta, que havia passado despercebida por mim, em seus braços.

Pediu com os olhos para que eu me sentasse ao seu lado e abriu a mala para que eu pudesse ver sua obra de arte: dezenas de pacotes organizados por data e ano no quase exato período de oito anos.

Peguei o pacote um pouco fino do nosso primeiro ano: Fotos em que eu, no auge dos meus dez anos, brincava com uma florzinha. E minha testa, grande o bastante, tomando quase toda a foto.

Dei um safanão em sua cabeça, bagunçando ainda mais os seus fios vermelhos. "Você realmente deveria ter apagado isso!".

"Não, eu não faria isso mesmo!". Disse, rindo.

Peguei o ano em que Sasori havia roubado meu primeiro (e único) beijo. Não fiquei tão surpresa quando peguei a foto em que ele “roubava” meu primeiro beijo.

Ele escondia muito bem sua câmera (Que, para favorecer, era minúscula) e conseguia tirar fotos só com uma mão, graças à sua grande experiência.

E lá estava o momento em que ele juntou seus lábios nos meus. Minha cara de assustada, meus olhos esbugalhados, minha face vermelha e o sorriso dele.

"Como você conseguiu tirar?".

"Eu sou um profissional!". Continuava com seu sorriso fino e seu semblante misterioso. "Esse momento realmente foi importante...".

Tive uma vontade repentina de me beliscar. Sasori raramente usava a palavra "importante" em suas falas. E sempre que usava, era para algo relacionado a livros de ação, a desenhos ou às fotos.

Balbuciei um “Ah, é?” e voltei a olhar as fotografias. Tentei demonstrar indiferença, mas hoje, percebo que o que demonstrei foi vergonha pura.

Porque meu coração pulava no meu peito. E como!

E, por mais absurdo que parecesse, eu senti que Sasori estava ouvindo os meus batimentos acelerados.

Porque aquele sorriso fino e mascarado pela falta de interesse denunciava que ele sabia sobre meu desconforto.

Naquele momento eu concluí sem dúvida alguma:

Estava completamente apaixonada pelo meu melhor amigo.

Outra coisa óbvia que só fui perceber quando estava quase entrando na faculdade...

Continua


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Notas finais do capítulo

N.A: (nonsense anônimo, huhuhu! Ta, eu paro.)



Provavelmente vai ter continuação, né? Não pode simplesmente parar aqui XD

Se for longfic, peço paciência para as atualizações que provavelmente só irão aparecer no final do mês que vem por conta da escola, dos trabalhos e do vestibulinho. Ta chegando, gente! Falta pouco! (mantra)



Agradecimento a YKT, fofa, que betou pra mim em um período relativamente infernal XD E ao pessoal que acompanha “Entre Dois Mundos” e que leu minhas outras fics o/



Gostaram dessa? 83

Kiah-Kiah.



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