A História de Um Vilão. escrita por lorrayne_f


Capítulo 3
Albus Dumbledore. 1938.




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No dia seguinte da minha chegada ao novo ‘orfanato’, esperava que hoje fosse um bom dia, e estava muito ansioso. Passei a noite em claro, pensando no que o futuro me guardava.

Logo depois do almoço, aquela mulher que ficara me olhando no outro dia, veio me avisar que eu tinha visita. Neste momento minha cabeça entrou em conflito imaginei por dois segundos quem seria, quem poderia ir me visitar?

Em pouco tempo um homem nem muito novo nem velho, com cabelos longos e pretos presos, a barba era longa e acompanhava a cor do cabelo entrou em meu quarto. Achei que ele era um médico, ou algo assim. Era o que parecia pra mim. Talvez fosse um psicólogo, mas por que isso seria necessário?

– O senhor é médico, não é? – perguntei curioso.

Sou Professor. – Respondeu ele.

– Não acredito no senhor. – retruquei. – Ela quer que o senhor me examine não é? Eles acham que eu sou ... diferente.

– Talvez seja.

– Eu não sou louco. – afirmei.

– Hogwarts não é lugar para loucos. É uma escola, de magia. Você é diferente não é Tom? Faz coisa que as outras pessoas não fazem...

Nesse momento fiquei pensando durante alguns segundos... Magia? Eu sou um mágico? Que ridículo. Mágico? Talvez seja interessante. Então confiei nele e disse:

– Faço as coisas se mexerem sem tocar nelas, faço os bichos me obedecerem... faço coisas ruins acontecerem... Quem eu sou ou o que sou?

– Bem, eu sou como você Tom. Somos diferentes da maioria das pessoas.

Como assim? Somos iguais? Mas existem tantos mágicos assim? Pois tinha aquela ruiva, e agora ele?

– Então prove. – o desafiei.

E enquanto ele olhava nos meus olhos, meu armário começou a pegar fogo assim como eu fazia. O fogo cessou e ele abriu as portas do guarda-roupa, achando uma pequena caixinha, na qual eu guardara todos os objetos que eu roubei, eles na verdade estavam escondidos ali.

– Roubar não é permitido em Hogwarts, Tom. Lá não apenas ensinamos como usar a magia mas também como a controla-la. Você entende?

Como ele descobriu isso? Como sabia que aquelas coisas eram roubadas? Além de mágico ele é vidente? Não respondi e ele ia saindo...

Posso falar com as cobras também. Elas me respondem. Isto também é normal para pessoas como nós?

Não sabia que ele ia se surpreender e realmente se interessou naquilo que eu disse pois quando ouviu minhas palavras, os olhos dele me mostraram curiosidade, e então ele veio até mim e disse:

– Venha comigo para Hogwarts Tom.

– Eu ainda nem sei seu nome.

– Dumbledore, Albus Dumbledore.

Ele me explicou algumas coisas sobre aonde eu ia, era por volta de 1937, e o ano letivo de Hogwarts já estava na metade, então eu teria que esperar no orfanato até o próximo ano, infelizmente. Mas aquele ano foi diferente, eu dormia todas as noites e sonhava com o futuro. Eu imaginava como seria Hogwarts, e como seria conviver com pessoas mágicas como eu. Será que lá eu teria amigos? Será que o homem me ajudaria a achar meus pais?

Cada dia e a cada descoberta eram mais questões sem respostas.

Sim meu caro mesmo que seja uma surpresa, eu também tenho, ou tinha, sentimentos. Eu era só e não havia com quem compartilhar meus pensamentos, os livros me acompanhavam, mais não era como conversar, apenas o livro me contava as coisas e eu ouvia calado.





Felizmente chegou minha hora, eu esperei tanto tempo e finalmente iria para Hogwarts. Dumbledore conseguiu um pouco de dinheiro para o que eu iria precisar, disse que o dinheiro vinha de fundos de doações ou algo assim.

Como era costumeiro, logo no inicio do ano fui ao Beco Diagonal. Então, só ai descobri o que realmente eu era... UM BRUXO. E haviam muitos outros ali. Fomos até a loja do Sr. Olivaras, um velho de óculos redondos que vendia varinhas.

Me sentia tão feliz, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu realmente era especial, era diferente de todas as pessoas denominadas ‘trouxas’, que são as pessoas sem poderes mágicos... é como uma raça no mundo bruxo.

Então, quando Sr. Olivaras me viu, arregalou os olhos e me encarou entristecida mente. Olhos aflitos e cansados. Fitou-me pensativo por alguns segundos e finalmente me disse:

– Sei a varinha certa pra você.

Quando ele me deu na mão o que me parecia um graveto enfeitado, era branca, parecia ser feita de osso... era estranhamente linda e perfeitamente estranha, e ela iria me acompanhar a minha vida inteira. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e limpei-a muito rapidamente para que ninguém percebesse.

– Ela é muito rara Sr. Tom. – afirmou Sr. Olivaras.

– Muito Obrigada.

No beco ainda comprei um uniforme de segunda mão e livros velhos, que seriam necessários na escola.

Dumbledore havia me explicado tudo mesmo. Fui até a estação de trem e lembrei-me que teria que ir até a plataforma 9 ¾ , mais eu não poderia perguntar à ninguém onde era. Realmente isso soa estranho a primeira vez que se ouve... mas só então descobri o que realmente aquilo significava. Os bruxos não iriam deixar tão obvia a entrada para o mundo mágico.

Ao meu lado esquerdo haviam apenas as malas, que estavam empilhadas no meu carrinho junto com meu gato preto de estimação que também havia conseguido no Beco Diagonal, do outro lado uma parede de tijolinhos a vista com o número ‘10’. Eu estava parado de frente a uma pilastra que indicava ‘9’, era ali... mais como eu poderia ir até a plataforma 9 ¾?

Então me aproximei dela, e encostei a mão naqueles tijolinhos, e incrivelmente aquela parede que me parecia tão sólida, ficou como fumaça e engoliu minha mão, aquilo era mágico.

Me assustei, dei um passo pra trás e olhei para os lados, esperando que alguém tivesse visto para me dizer se era um sonho... felizmente não havia ninguém. Então tomei distância e fui correndo em direção aos tijolos e sem esforço estava na estação 9 ¾.

Era tudo tão mágico. Estação de Hogsmeade...e tinha aquele trem gigante, muitas pessoas como eu, que poderiam me ensinar mais truques e seria no mínimo interessante.

– AH! – foi um som de alegria, e encantamento. Eu estava parado lá, de frente à maquina e boquiaberto. Quando me toquei, corri para entrar no trem que partiria exatamente as 9:00 horas.

Sentei-me em uma cabine cheia de pessoas, me quietei em um canto e aguardava o tempo passar, mas era tão vagaroso, que minha pernas estavam tremulas de ansiedade, meus olhos tímidos miravam a janela esperando ver algo diferente, minha mente criava mil e uma Hogwarts diferentes, mas nenhuma me parecia real o bastante.

A viagem era longa e uma bruxa vestida de empregada passou pelas cabines vendendo vários tipos de guloseimas. Infelizmente não tinha dinheiro para compra-las. Os monitores não se misturavam e tinham um vagão só deles, onde conversavam e só eles sabem o que mais faziam lá. De tempos em tempos, passavam pelos corredores para verificar se nós, alunos estavamos bem.

– Será que vai demorar muito para chegar em Hogwarts? – perguntou um menino de cabelos negros e olhos verdes, sua expressão era de uma pessoa lesada.

– Tomara que não, se demorar mais um pouco morrerei de tédio. – ele riu

– É, eu também. – respondeu e me estendeu a mão – Sou Avery, e você?

– Tom Riddle, prazer.

Fomos o resto do caminho conversando e contando sobre o que gostávamos, Avery já tinha se tornado meu melhor amigo, ao ter dito a primeira palavra. Melhor amigo pois só tinha ele como amigo, então... você me entende?

Não demoraria muito para chegar em Hogwarts e eu já podia sentir um aperto no coração.



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Notas finais do capítulo

... Funciono a base de comentários. :)