Um Dia Tudo Acaba. escrita por Deeh-chan


Capítulo 1
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Aqui teremos uma ideia do que a historia falara.
Muitas emoções por vir, preparem-se.
Comentem.
Até mais.



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Um dia tudo acaba.

Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia. 

Willian Shakespeare.

Os sentimentos humanos são mistérios, nada mais que isso. Como podemos ter e sentir sendo que logo poderemos não estar mais aqui? Seria justo, não poder desfrutar de tudo isso. A vida não é um mistério, pois a verdade por trás de tudo esta no final, sempre esteve, no final de um poema, de uma frase, de um texto, de uma vida.

Outono.

Os pinhos por entre as montanhas cresciam desesperadamente naquela época do ano, o campo era vasto, onde o sol se punha todos os dias, e dali brilhava para todo mundo. Como sempre fazia eu me deitava sobre a mata, sentindo o roçar áspero das sementes pelo corpo, levava minhas mãos a nuca e ali fazia de travesseiro, fechava os olhos, tentando esquecer um pouco dos problemas e simplesmente descansava.

__No que estava pensando? –Ela me perguntava mais uma vez.

__Em nada.

__Como? –Seu vestido branco balançou quando o vento bateu sobre o chão, ela estava de pé, olhando para mim de cima, seu cabelo parecia preencher o azul do céu com o preto da noite, e seus olhos brilhava como estrelas, ela olhava não só para mim, mas parecia entender e sentir cada pulsar do meu corpo.

__Não sei. –Respondi abrindo os olhos devagar, e a encarando de baixo.

Ela sorriu.

__Posso ficar aqui?

Aquela pergunta caiu em minha mente como um abismo vazio.

__Não sei... –Tornei a fechar meus olhos e sentir o vento sobre o rosto.

Quando ouvi um movimento sobre a terra, ao abrir meus olhos lá estava ela deitada ao meu lado, centímetros distantes do meu rosto, encolhida com os pés descalços sobre o vestido, eu podia tocá-la sem mover um músculo.

__Porque ainda esta aqui? –Sussurrei olhando para ela, meus olhos tentavam entender mais não conseguiam.

__Não sei. –Ela fechou os olhos sorrindo.

Eu levei minhas mãos ao cabelo dela e o acariciei macio como as nuvens, e longos como as asas de um albatroz. Então ficamos ali deitados sobre o campo, ate o sol se por totalmente.

Estávamos no inverno, Morávamos no Japão.

__Quer quantos cubos de açúcar em cima do seu?

__Cinco.

__Como?! –Me virei para ela segurando um copo de chocolate quente em uma das mãos e na outra uma pinça para segurar cubinhos de açúcar.

__Gosto do melado do açúcar por cima.

Ela rabiscava uma ou duas folhas de papel em cima da mesa sentada na almofada.

__Tudo bem... –Tornei a preparar nosso lanche, e minutos depois voltei com uma bandeja e dois copos com chocolate, e podiam-se ver corretamente os cubos de açúcar boiando.

__Não é bom comer tanto assim, é só para dar um gosto.

Antes que eu terminasse, ela já estava com a marquinha do chocolate em volta da boca, lambendo os lábios.

__Ótimo! –Sorriu.

Eu permaneci calado, observando seus desenhos, rabiscos como os dela não se via em qualquer lugar, retratos magníficos de paisagens maravilhosas, e sempre, havia duas pessoas deitadas sobre a grama, onde quer que sejam em seus quadros.

__Quem são?

__Somos nós. –Ela estendeu um deles para mim, o que ela havia terminado.

__Por quê? –Perguntei olhando atentamente os traços.

__Não sei, mais é como se eu pode-se nos ver assim, de cima, sempre, sempre, e sempre.

Suas palavras saiam doces como o açúcar de seus lábios.

Minha mente se perdeu naquela pintura, e quando dei por mim já não agüentava mais.

__Droga! –Gritei, jogando o papel sobre a mesa que voou para o quanto da parede, e lei as mãos ao rosto.

__Naruto... –Ela se levantou devagar, limpou a boca com as mãos brancas, e seu vestido caiu sobre os pés, quando percebi que ela estava me olhando com medo.

__Chega, chega... –Balancei a cabeça desesperado.__Chega! –Até esmurrar a mesa.

O som a fez tremer.

__Tudo bem se não gostou dos meus desenhos, eu sou aberta a sugestões... –Ela sorria forçadamente.

__Oito anos... –Comecei a falar, e quando dei por mim já estava em lágrimas, e me virei para ela, retirando as mãos do rosto devagar, quase implorando por respostas. __Porque ainda continua aqui?

__Continuar? –Ela olhou para os pés descalços.__Talvez eu não possa ir...

__Ah! –Eu desisti, sai correndo pela porta passando por ela e a deixando para trás, estava desesperado.

O vento gélido entrou pelas bordas da porta, chegando a arrepiar os pelos do corpo, e logo me separou de uma discussão sem fim.

Eu andava pela calçada deserta, segurando o casaco no pescoço, e o gorro na cabeça, o vento era forte, não havia ninguém nas ruas naquele horário, andei sem rumo, tentando esfriar a cabeça, me vi novamente no mesmo lugar que tanto me assombrava.

A ponte.

Debrucei meus braços sobre a mureta, e tirei o gorro da cabeça, quando ele voou das minhas mãos e caiu na escuridão se fim no fundo, bem abaixo de onde eu poderia ver. 

Minha respiração estava ofegante, e meus olhos molhados.

Como eu poderia...

Flashback.

Como eu poderia evitar ser tão feliz ao lado dela.

__Naruto! –Ela gritava correndo atrás de mim.

__Você não vai me pegar! –Eu corria pelas montanhas assim como ela.

Éramos amigos, todos nós, uma turma de sete crianças que corriam e vinham, desciam e subiam animadas imaginando grandes aventuras pelas bravas florestas a fora. Até que crescemos, e a brincadeira ficou séria.

Cada um tomou um rumo diferente, mudamos muito, dez anos se passaram, mas para ela não, continuou sendo a criança meiga e linda, logo eu havia conhecido uma mulher com alma de menina.

Então veio o amor. Tínhamos dezessete anos, e naquela época as coisas eram baseadas na emoção, e não na razão.

__Quando você me beijar, eu quero ser sua para sempre. –Ela sussurrava no meu ouvido.

__Quando eu te beijar, vou torná-la minha para sempre. –Envolvi meus braços aos dela, e lhe beijei o rosto por inteiro, descendo as caricias ate o auge do arrepio.

Ficamos deitados ali durante a noite toda, juntos, como deveria ter sido.

Até que amanheceu, e ouviam-se gritos pela janela.

__Desça ate aqui vagabunda!

Eu acordei assustado mais ela já estava na porta, eu nunca vou esquecer aquele dia.

__Meu padrasto vai me matar...

__Porque ele ainda insiste nisso! –Quase que eu fui ate lá fazê-lo engolir as palavras.

__Não! Você não entende! –Ela chorava e seus olhos prateados perdiam a cor.

__Vamos fugir! –Eu corri ate ela e peguei suas mãos e as levei ao meu peito. __Vamos?!

__Naruto... –Ela virou o rosto assustada.

__Venha logo! Merda! –Continuavam os gritos lá embaixo, e as pessoas comentavam.

__Ele não tem autoridade sobre você, quem sofre foge da dor.

__Eu tenho medo.

__Não tenha.

Depois a beijei intensamente.

__Amanha a noite, me encontre na ponte dos pinheiros, vamos fugir juntos daqui! Todos foram, porque nós não podemos viver realmente?!

Ela fez que sim com a cabeça, e saiu correndo desesperada ainda em lágrimas pela porta.

Aquela não teria sido sua melhor noite, o padrasto não foi tão compreensivo, ele a maltratava, mas mesmo assim ela cumpriria o combinado, mesmo machucada, mesmo com dor, ela iria. E assim se fez só que teve um, porém, eu não estava lá.

Fim do Flashback.

__Quando chegamos ao fundo podemos ver as maravilhas escondidas pelas rochas.

__Você ainda não me perdoou, Hinata.

__Eu também não entendo porque estou aqui...

Ela estava do meu lado, ainda pálida e pensativa, olhando para o vazio da imensidão.

__Não quero que vá.

Hinata fechou os olhos e suspirou profundamente.

__Eu não quero ir.

__Desculpe por ter saído daquela maneira. –Eu ergui meus olhos azuis para o céu escuro, deixando os pingos da chuva caírem sobre o meu rosto.

Ela sorriu.

__Tudo bem.

__Vamos... –Então eu tornei a andar de cabeça baixa para chuva cair e percorrer o meu corpo pela nuca, e esfriar meus pensamentos, a calçada era cumprida e em silencio todos andavam de manha.

Ela vinha do meu lado, conversando, pulando de pés descalços as pedrinhas vindas do céu, sorrindo, e as pessoas que passavam por nós não notavam, até que um dia eu percebi que era o único que poderia ver aquele sorriso mais uma vez, mesmo sem merecer.

Viviamos juntos mais aquela manha. 

Meu nome é Uzumaki Naruto, e a minha historia vai além da sua compreensão, afinal...

Qual é o mistério por traz do amor?


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Notas finais do capítulo

Aguardem, logo teremos o começo de tudo.
Espero que tenham curtido.
Comente o que achou. ^^
Obrigada.Até mais.