-Droga! Eu não deveria ter me irritado. —disse Peter, pois ele sabia que Valerie havia caído  pelo simples motivo que ela tentara ir atrás dele.

Eles já haviam começado a andar, Peter segurando Valerie no colo, por causa do machucado dela.

-Calma Peter! Não foi nada demais. —disse Valerie.

-Como não Valerie? Além de você ter se machucado você torceu o pé. —disse Henry. —E é verdade o que Peter disse, se ele não tivesse se irritado e dado um de cachorro raivoso, você não estaria com o pé torcido, simples assim.

-Henry! Pensei que vocês tinham selado a paz, mas vejo que não. —disse Valerie desapontada com o dois. —Não foi culpa de Peter, foi minha, eu sempre fui meio desastrada. Se eu tivesse prestado mais atenção quem sabe eu não estaria com o pé torcido, não foi culpa de ninguém, alem de mim.

-Valerie, não tente me proteger, ok?—disse Peter.

-Eu só estou te defendendo como você faz comigo. Agora eu não posso te defender?—perguntou Valerie ofendida.

Peter só bufou, e não disse nada, pois sabia que acabaria piorando ainda mais as coisas entre os dois, e ele não queria ficar brigado com Valerie. Ainda mais que ele iria ficar fora alguns dias para esfriar a cabeça, e vê se ele descobria de quem pertencia o cheiro de sangue que ele sentira naquela tarde, aquilo não havia saído da cabeça dele, nem por um instante. Peter conseguia ficar com duas coisas em mente: o estado de saúde de Valerie e o cheiro de sangue que sumira mais cedo tão rápido quanto surgiu.

Ele para selar paz com Valerie disse:

-Valerie, desculpe ok? É só estou preocupado com você porque eu te amo, eu já te disse isso uma vez, não quero que nada de ruim aconteça com a pessoa que eu amo.

Henry que estava andando tranqüilamente ouviu algo e parou, e perguntou:

-Vocês ouviram?

-Claro Henry.

-O que?—perguntou Valerie.

-Passos. —respondeu Peter.

Os dois cavalheiros ficaram alertas. Os passos se aproximavam cada vez mais. Peter achou um lugar para colocar Valerie sentada, e se colocou em posição de ataque.

Quando o dono dos passos apareceu, Peter por instinto pulou em cima dele, e ia acertando uma pedra na cabeça quando Valerie gritou:

-NÃO!Peter não!—ela ficou desesperada quando reconheceu o dono dos passos. —Esse é Erick.

Como Erick estava de costas para Henry, Henry não havia visto o rosto dele.

-Quem?—perguntou Peter.

-O Erick, ele é nosso amigo.

-Ah, desculpe!—disse Peter, saindo de cima de Erick, e ajudando ele a se levantar. —Eu agi por instinto, pensei que era algo que poderia fazer mal a Valerie. Prazer Peter!

-Oi! Sou o Erick. —disse Erick um pouco assustado.

-Erick, não fique com medo. Peter é uma pessoa boa, não faria mal a ninguém. —disse Valerie.

-Ah, Ok!—Erick confiou em Valerie. —Então você é o famoso Peter?

Peter acenou.

-Erick o que você está fazendo aqui?—perguntou Henry desconfiado.

-Eu vim pegar umas madeiras boas, quando ouvi as suas vozes. —respondeu Erick calmo. —É hoje a noite da fogueira?

-Talvez. —respondeu Henry. —Valerie acabou de torcer o pé, se estiver menos inchado faremos sim.

-Lógico que vamos fazer Erick, mesmo meu pé inchado. —disse Valerie fulminando Henry.

-Você tem que se cuidar Valerie. —disse Erick em uma voz em que se dizia que ele sabia mais do que estava contando.

-Erick está escondendo algo da gente, que deveríamos saber?—perguntou Valerie.

-Depois eu quero conversar com você em particular, eu passo na sua casa para contar.

-Ok!

-Agora eu vou continuar o trabalho. —disse Erick.

Quando Erick saiu Peter olhou para Valerie e disse:

-O que ele quer tanto conversar a sós com você?

-Não sei! Às vezes sobre o assunto dele e Prudence.

Peter só respondeu com o seu silencio. Henry estava mais do que nunca concentrado em algo em que ele estava guardando até gora, a hora em que Peter apareceu pareceu que ele era mesmo um lobo perigoso, mas agora era só um cara cuidadoso. Um cara que amava incondicionalmente Valerie, e isso era muito importante pra ele.

-Valerie, eu preciso passar na ferraria só para pegar um negocio, você se incomodaria?—perguntou Henry.

-Claro que não!—disse Valerie.

-Você quer que eu te leve para casa?—perguntou Peter.

-Não Peter, muito obrigada, mas não precisa, minha mãe te mataria. —respondeu Valerie.

-Está bem!

Peter deixou Valerie na entrada do vilarejo, eles se despediram, e juraram nunca esquecer um do outro.

Henry guiou Valerie até a ferraria, ela estava no colo, já que não enrolara o pé com nada estava no colo de Henry.

-Valerie, você está um pouco mais pesada do que antes, sei lá. —disse Henry.

-Quê? Isso é algo para dizer a uma menina? Acho que não né?

-Me desculpe...

-Se não quiser me levar no colo é só avisar, que eu dou um jeito de ir andando. —disse Valerie ofendida.

-Não é isso Valerie, você sempre esteve em boa forma, você só está pesando um pouco mais.

-Nossa você sabe mesmo como agrada uma mulher Henry, parabéns mesmo. —disse Valerie.

-Não me desculpa, só queria acabar com o silencio perturbador entre nós dois. —se desculpou Henry.

Valerie não disse nada. Chegando na ferraria nenhum dos dois tinham aberto a boca.

-Você vai ficar com raiva de mim por um simples comentário Valerie? Desde quando você é sensível?—perguntou Henry.

-Não foi nada, é só que não tem o que conversar. Eu não ficaria com raiva de você por uma coisa artificial.

-Mas você se incomodou na hora. —provocou Henry.

-Porque eu havia me surpreendido. —disse Valerie com segurança.

Henry somente acenou, ele se dirigiu a mesa improvisada e pegou o bracelete que ele havia dado para Valerie, e o colocou de volta no braço de Valerie.

-Mas Henry...

Henry colocou o dedo na boca de Valerie e disse:

-Somente o aceite de volta, foi um presente, tem que ficar com você. E serve como um lembrete sobre mim.

Vendo que Valerie iria retrucar disse:

-Se não aceitar ficarei chateado.

-Ok, brigada Henry. —agradeceu Valerie.

Henry se aproximou de Valerie, onde ela já conseguia sentir sua respiração. Valerie recuou um passo.

-Calma, sou cavaleiro. Não faria nada do que você não aprovasse. —assegurou Henry.

-Eu sei!—disse Valerie se recuperando da surpresa.

-Vamos, preciso te leva pra casa, sua mãe deve está preocupada.

Henry pegou Valerie no colo, e a levou para casa.

Chegando na casa de Valerie, a mãe dela deu um grito de susto ao ver sua filha no colo de Henry.

-Henry querido, Valerie?

-Ela só torceu o pé. Nada de mais. —disse Henry.

-Ah!—exclamou Suzette preocupada com Valerie. —Entrem.

-Eu preciso ir à ferraria, mais tarde eu venho pegar Valerie para a fogueira.

-Ok!—disse Suze.

Henry levou Valerie até a cama, onde podia ficar com o pé esticado, e foi embora.

-Valerie querida, vou ter que enfaixar seu pé, se não você não vai consegui anda.

A mãe de Valerie enfaixou o pé de Valerie, e foi fazer as coisas que tinha que fazer.