November Rain escrita por Miss Ann


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Deixe essas três músicas carregarem, ok?
Música 1: http://www.youtube.com/watch?v=346buRwtrOU&feature=related
Música 2: http://www.youtube.com/watch?v=SQ4a0vW0Y1o.
Música 3: http://www.youtube.com/watch?v=V8lX5fOUKak



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O perfume de rosas dela invadia minhas narinas, contagiando-me. Apertei-a contra meu corpo e sorri.
—Te amo. - Eu também te amo.- respondeu ela. Hoje era sexta feira, dia de tocar num bar ali perto, com meus amigos. Saímos abraçados até o bar. Havia uma garota pálida de longos cabelos negros sentada na banqueta e segurando o microfone. Os lábios vermelhos estavam comprimidos e formavam uma linha e ela encarava o público nervosamente.
—Oi, gente, eu sou Nanda . É a primeira vez que canto em público, então, não joguem nada em mim, se não gostarem.- todos deram uma risada pela descontraída do momento. Alguém havia se apossado do teclado e começava a deixar as notas soarem.
Essa garota me era familiar: ela sempre vinha ao pub, mas nunca cantava.(coloque You para tocar, caso queira.)

The words have been drained from this pencil
Sweet words that I want to give you
And I cant sleep, I need to tell you goodnight
When we're together I feel perfect
When I'm pulled away from you I fall apart
All you say is sacred to me


(As palavras foram tiradas desse lápis
Doces palavras eu quero te dar
E eu não consigo dormir, preciso te dizer boa noite
Quando estamos juntos me sinto perfeita
Quando sou afastada de você, eu desabo
Tudo o que você diz é sagrado pra mim)


Ela me encarou repentinamente.

Your eyes are so blue
I can't look away as we lay in the stillness
You whisper to me:
"Amy, marry me, promise you'll stay with me"


(Seus olhos são tão azuis
Eu não consigo olhar pra outro lugar quando nós deitamos na quietude
Você sussurra pra mim:
Amy, case-se comigo, prometa que sempre estará comigo)


Um rubor começava a subir por seu rosto e vi seus olhos verdes se destacarem naquele rosto agora vermelho.

Oh you don't have to ask me
You know you're all that I live for
You know I'd die just to hold you, stay with you


(Oh você não precisa perguntar Você sabe que você é tudo para quê vivo Você sabe, eu morreria só pra te segurar, ficar com você)

Senti o braço de minha namorada apertar minha cintura e a encarei. Ela possuía lágrimas nos olhos, mas mexeu os lábios de forma que eu pudesse entender:
—Eu te amo.
—Eu também te amo.- e a beijei ali, sentindo o gosto conhecido de seus lábios.

Somehow I'll show you that you are my night sky
I've always been right behind you
Now I'll always be right beside you


(De alguma forma eu vou mostrar que você é meu céu noturno
Eu sempre estive atrás de você
Agora eu sempre estarei a seu lado)


Olhei para a menina e havia algo brilhante em seu rosto. Uma lágrima, talvez. Mas seus olhos estavam fechados, enquanto cantava a última estrofe da canção.

So many nights I've cried myself to sleep
Now that you love me I love myself
I never thought I would say that
I never thought there'd be you


(Muitas noites, eu chorei pra dormir
Agora que você me ama, eu me amo
Eu nunca pensei que diria isso
Eu nunca pensei que haveria você)


Ela terminou e se levantou, aos muitos aplausos pela bela voz. Num impulso, soltei-me dos braços da minha menina e corri até a garota, que sairia pelos fundos, pegando-a fortemente pelo braço.
—Para quem era essa música?
—Um dia você vai entender.- ela se desvencilhou e saiu. Minha namorada me esperava com um olhar inquisitivo.

Xx.

A voz daquela garota ainda atormentava minhas noites de sono e impedia que eu me relacionasse totalmente como minha namorada. Impedia que eu me entregasse de corpo e alma, como a mesma fazia.
—Nanda ...- sussurrei sozinho. E num surto, corri de dentro da minha casa até um parque a três quilômetros dali. Algo dentro de mim mandara ir naquele parque verde, onde haviam crianças todos os dias. Cheguei arfando, apoiando-me num banco, aproveitando para descansar. Olhei para as crianças no balanço e vi a silhueta de alguém com o violão na mão e uma roda de crianças a sua volta.
Não sei como pude reconhecê-la, mas aproximei-me com a certeza que era ela.
—Nanda ?- a garota parou de tocar e encarou-me, como todas as crianças.
—Daniel.- ela sorriu e como se nunca havia feito isso, sorri em resposta. Fiquei observando como ela lidava com as crianças.
Pouco a pouco, as crianças se dispersaram, indo para casa com seus pais ou indo brincar no parquinho. Uma menininha loira se soltou da mãe e se aproximou de mim.
—Olá, lindinha.
—Oi, tio. Até que enfim nos conhecemos.
—Como assim, menininha?
—Tia Nanda fala muito de você. Ou melhor, de um garoto bonito dos olhos azuis. Ela disse que sempre que saía a noite, encontrava ele, mas ele a ignorava. E mesmo assim, ela se apaixonou por ele. E disse que ele tem o sorriso mais bonito do mundo.
—E você acha que sou eu?
—Bom, eu acho que você tem o sorriso mais bonito do mundo. Principalmente quando viu tia Nanda .- ela falou, corada.
—Você é muito lindinha, sabia?
—Toma. Dê a tia Nanda , ela vai gostar- e me entregou uma florzinha amarela. Deu um beijo em meu rosto e saiu correndo, para o lado da mãe.
—Essa menina não tem jeito.- virei-me e encontrei-a me encarando com um grande sorriso no rosto. Aquela menininha se enganou: ela tem o sorriso mais bonito. Ela usava uma regata branca e uma bermuda jeans solta, com os cabelos ondulados presos num rabo de cavalo e a franja solta.
—Ela é adorável.
—Quer conversar?- assenti e sentamos na grama. Não falamos muito, mas cada gesto contava.
—Por que você veio aqui?
—Eu não sei. Sinceramente, tive ímpeto de vir aqui enquanto pensava em você.- seu sorriso se alargou, mas não me encarava.
—Pensa em mim agora?
—Para quem era aquela música? -Você é um cara inteligente, vai saber para quem era.- ela se levantou e guardou o violão na capa.
—Posso te levar em casa? Já está escurecendo e não quero deixar você desacompanhada.
—Ok- ela continuou sorrindo, por todo o caminho que fizemos até sua casa, que não era longe dali.
Entreguei a ela seu violão e Nanda agradeceu.
—Não há de quê.- acariciei seu rosto e tirei a franja que tapava seus olhos verdes. Ela olhou para cima, fitando meus olhos. Mordi meu lábio, fazia isso quando estava nervoso. Mas nervoso com o que? Entreguei a flor que a menininha havia me dado.
—Obrigada. Agora vou entrar, Daniel. Boa noite.- peguei em seu braço e puxei-a para mim.
—Você está me enlouquecendo, sabia?
—Desculpe.- ela abaixou a cabeça.
—Não, não. Não de um jeito ruim. Mas não consigo esquecer sua voz, seu sorriso, seus olhos que são tão transparentes.
—Daniel, o que você sente por mim não é o mínimo que eu sinto por você. Só de te ver, meu corpo esquentava. Ouvir você cantando saciava todos meus desejos de te ter mais perto de mim, porque, na minha mente, você se aproximava de mim aí. Mas eu tinha que voltar a dura realidade que você não me conhecia. Que só era mais uma fã sua. Que nunca iria pensar em mim em mais nada. Mas mesmo assim, eu precisava cantar aquela música. Precisava que me notasse. Precisava que...

Calei seus lábios, pressionando os meus contra os deles. Senti como se houvessem fagulhas nos tocando. Impulsos elétricos que nos tomasse da cabeça aos pés. Seus lábios macios se movimentavam contra os meus e uma mão se envolvia em meus cabelos, puxando-os levemente, enquanto a outra arranhava minha nuca. Nossos corpos estavam colados, mas parecíamos querer nos fundir naquele beijo.
Ela começou a morder meu lábio inferior e separar, me dando selinhos. Inspirava o perfume dela e parecia o sereno nas mais belas flores que havia nesse mundo.

—Daniel, não podemos. Você tem sua namorada e eu... Eu tenho minha vida.- encarei-a desconcertado. Não era isso que queríamos?- Sim, querido, é o que queríamos.
—Você lê mentes, Nanda ?
—Para que, se seus olhos me dizem tudo?
—Nanda , por favor...
—Daniel, por favor você. Eu quero muito isso, mas não sei se aceitaria levar tudo. Fique com sua namorada.- ela saiu dos meus braços e entrou na sua casa. Deixou-me ali, destruído.

Xx.

—Está tudo bem, amor?- desde aquele beijo, tratava minha namorada diferente. Não mal, mas não dava tanta atenção, carinho ou amor que antes.
—Sim.-respondi secamente. Respirei fundo e falei- Precisamos conversar.
Ela sentou ereta e encarou-me.
—Eu quero terminar.
—Mas, por que?
—Não há só você.
—É a garota do pub, não?- assenti. As lágrimas escorriam por seu rosto, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Ela respirou fundo e cantou um pedaço de uma música conhecida por mim:

When you cried I'd wipe away all of your tears
Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas
When you'd scream I'd fight away all of your fears
Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos
And I held your hand through all of these years
E segurei sua mão por todos estes anos
But you still have all of me
Mas você ainda tem tudo de mim


Pegou suas coisas e saiu. Meu coração estava repartido em dois pedaços, mas eu sabia a quem pertencia ele por inteiro, mesmo fazendo tão pouco tempo.

Dias depois...

Hoje era sexta feira e encontraria Nanda no pub. Saí e rapidamente cheguei ao pub e, vendo que ninguém cantava, subi ao palco e observei um rosto manchado por lágrimas. Falei com o pessoal da banda para colocar no ritmo de um rock clássico. Era a música perfeita para esse momento.
—Essa música eu dedico a minha ex-namorada. Nós terminamos, mas eu ainda a amo. Por todo o tempo que passamos juntos, por todas as confidências, por todo o amor que compartilhamos.
Avistei um sorriso triste e ela levantando uma cerveja em minha direção, como um brinde ao meu discurso.(Coloque Don't Cry para tocar)

Talk to me softly
There's something in your eyes
Don't hang your head in sorrow
And please don't cry

I know how you feel inside
I've been there before
Somethings changing inside you
And don't you know

(Fale comigo suavemente,
Há algo em seus olhos
Não baixe sua cabeça na tristeza
E por favor, não chore

Sei como você se sente por dentro
Eu já estive lá antes
Algo está mudando dentro de você
E Você não sabe)

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Desci aproximando-me dela e toquei seu rosto.

Don't you cry tonight
I still love you baby
Don't you cry tonight
Don't you cry all tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry all tonight

(Não chore esta noite
Eu ainda te amo querida
Não chore esta noite
Não chore esta noite
Existe um paraíso sobre você querida
E não chore esta noite)

Nanda chegou ali. Observava toda a cena com lágrimas nos olhos.

Give me a whisper
And give me a sign
Give me a kiss before
You tell me goodbye

(Dê-me um sussurro
E dê-me um sinal
Dê-me um beijo
Antes de me dizer adeus)

Don't you take it so hard now
And please don't take it so bad
I'll still be thinking of you
And the times we had baby

(Não leve isso tão à sério agora
E por favor, não leve isso tão a mal
Continuarei pensando em você
E nos nossos momentos que tivemos, querida)

Puxei-a para um abraço e beijei-lhe a testa, calmamamente.

Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby
And don't you cry tonight

And please remember
That I never lied
And please remember
How I felt inside now honey

You gotta make it your own way
But you'll be alright now sugar
You'll feel better tomorrow
Come the morning light now baby

Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
Don't you cry tonight
There's a heaven above you baby

Don't you cry, don't you ever cry
Don't you cry tonight
Baby, maybe someday
Don't you cry, don't you ever cry
Don't you cry tonight

(Não chore esta noite
Não chore esta noite
Não chore esta noite
Existe um paraíso sobre você querida
E não chore esta noite

E por favor, lembre-se
Que eu nunca menti
e por favor lembre-se
De como eu me senti por dentro doçura

Você tem que superar por si mesma
Mas você estará bem, docinho
Amanhã você se sentirá melhor
Venha para a luz da manhã agora, querida

Não chore esta noite
Não chore esta noite
Não chore esta noite
Existe um paraíso sobre você

Não chore, não chore por nada
Não chore esta noite
Querida, talvez algum dia
Não chore, não chore por nada
Não chore esta noite)

Subi ao palco, terminando a música e ouvindo os aplausos. Fui até minha ex, sussurrei um 'desculpe' e saí dali.
Estava no parquinho chutando pedras, até ouvir a grama ser pisada, mas não me virei para saber quem era. Eu não precisava.
—Vocês terminaram?
—Não posso ficar com alguém pensando em outra.
—Pedi para que ficasse com ela.
—Mas acho que meu coração não ouviu.
—Quer que fale mais alto?- sentia sua presença atrás de mim. Estava paralisado pela proximidade com ela. Ela pôs a mão em minha cintura e eu me virei lentamente. Vi como ela estava bonita em seu vestido branco e seus cabelos presos num rabo de cavalo baixo.
Ela mantinha um sorriso triste no rosto.
—Você deveria ter ficado feliz.- acariciei seu rosto.
—E se eu dissesse que não seríamos felizes? Que eu não sou a pessoa perfeita para você?
—Eu diria que é para aproveitar tudo que a vida nos oferece. Eu não sou perfeito, muito menos você.
—Sério, Daniel, não podemos...- novamente, calei sua boca com um beijo. Minha mão se espalmou em sua nuca e eu puxava-a para perto. Ela apertava minha cintura e gemia baixinho com o beijo.
Sentia gotas frias tocando minha pele e entrando em choque com o calor do meu corpo. Ela se apertou mais contra meu corpo, enquanto a chuva engrossava.
Nos separamos, enquanto ela sorria e olhava o céu.
—É uma chuva fria de novembro.- e nos abraçamos.


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