Bad Girl Fuckin Perfect escrita por Nikkmoon


Capítulo 6
CapVI: Perdedora


Notas iniciais do capítulo

Yo... Quanto tempo não? He-he, bem fiquei muuuuuito tempo sem postar a fanfic, peço um zilhão de desculpas por isso, eu realmente fiquei desmotivada a escrever. Mas o cap esta aqui, espero que gostem. Gomen novamente pela demora.
Boa Leitura.



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Cap VI: Perdedora


Pela primeira vez em muitos anos eu havia acordado feliz, motivada. A noite toda fiquei criando situações, imaginando circunstâncias, e em todas elas eu conseguia me superar, sair vitoriosa. Eu conseguia me visualizar acabando com a Lucy... Certo, talvez eu estivesse exagerando, mas realmente me sentia bem aquela manhã.

Todo aquele medo de ir para a escola, todo aquele receio havia desaparecido. Conversar com Consuelo me fazia muito bem, fazia eu me sentir bem por apenas estar viva. E era isso que eu precisava, sentir-me viva. Viver.

Levantei-me e fiz tudo como de costume, mas com um ar mais alegre. Arrumei minhas coisas e sai, com os cabelos soltos sem me importar com o vento frio batendo no meu rosto. Eu poderia ate estar enganada, mas... Acho que cheguei a sorrir por um instante enquanto caminhava em direção a temida escola, sorri de confiança... Ou algo parecido, não sei ao certo.

As palavras de Consuelo ainda percorriam minha cabeça... “Tem que acabar com eles antes que acabem com você. Surpreenda!” Ela confiava em mim, ela achava que eu não merecia aquilo, então... Porque eu não poderia fazer o mesmo? Um pouco de autoconfiança nunca matou ninguém, certo? Eu poderia fazer isso... Não poderia?

Adentrei pelas portas da escola e me direcionei ate o meu armário, andando normalmente. Normalmente para os outros, não pra mim. Não me arrastei como costumava fazer, não abaixei a cabeça e nem deixei ninguém esbarrar em mim “sem” querer. Dei um soco de leve na porta do armário para abri-lo e peguei dois livros, assim que tranquei o mesmo, pude ver os cinco me encarando. De repente o medo voltou. Lá estava Matt, com um pirulito na boca e um braço em volta do pescoço de Lucy, os gêmeos já estavam rindo e Gary mais ao fundo.

- Ta feliz é? Viu o passarinho verde, Emilyzinha? – Lucy disse debochada, encurvando-se em minha direção, permitindo-me ver seus peitos dentro do decote enorme. Que nojo!

Diante deles toda a coragem que eu havia criado estava diminuindo... É tão mais simples quando criamos situações em nossas mentes, tudo é perfeito, tudo esta a nosso favor; o difícil é executá-las. Não contamos com reações não planejadas, e eu não contava com aquele sorriso debochada da Lucy, nem a cara de desdém de Matt ou a risada torta e horripilante dos gêmeos ao fundo, muito menos com o frio na barriga que tomou conta de mim. Mas eu havia demorado tanto tempo para me sentir bem, não ia jogar fora de uma vez, sem fazer nada. Ignorei tudo e engoli em seco, respondendo o deboche de Lucy, coisa que eu jamais fiz.

- Não é da sua conta...!

Vi o queixo de Lucy cair, ela não esperava por isso. Cada palavra tinha sido articulada com clareza, todos os demais alunos em volta puderam escutar. Pela primeira vez eu havia me imposto, e do que isso adiantou? Nada!

Se por um segundo Lucy havia ficado perplexa e sem resposta, no segundo seguinte já me segurava pela gola da blusa e me prensava contra o armário. Emily, como você é estúpida!

- O que você disse, sua puta? Acha que pode falar o que quiser pra mim e sair bem? – ela gritou revoltada, praticamente cuspindo na minha cara.

A nossa volta uma rodinha já havia se formado, os demais estudantes já nos rodeavam esperando por briga, ou melhor, por mais uma surra que eu levaria. A minha estupidez me faria apanhar de novo. Aonde estava a maldita da coragem que eu tinha? Talvez tivesse fugido com a minha falsa alto estima, enquanto Lucy voltava a me xingar.

- Olha aqui sua coisinha insignificante, vou te ensinar a não falar mais nada – fechei os olhos quando vi ela erguer a mão, apenas esperando a dor... E ela veio... Uma, duas, três vezes e seguiria, se não fosse a voz de Matt interrompendo a sequência de tapas.

- Chega disso, Lucy – abri os olhos de vagar e pude ver sua completa cara de tédio diante a minha humilhação, pra ele aquilo não fazia diferença.

- Mas fofinho... Você ouviu o que ela disse? Ela merece! – ela choramingou, soltando minha blusa e indo se esfregar nele como uma cadela no cio. 

- Eu ouvi sua idiota, eu estava aqui! Mas que diferença faz se ela aprendeu a falar uma ou duas palavras? Vai continuar sendo uma imbecil e podemos fazer o que quisermos com ela a qualquer hora, e temos coisa melhor para fazer agora – puxou ela para longe, sendo seguido pelos outros.

O show havia terminado antes do esperado, e aos poucos os curiosos foram esvaziando o corredor, sem nem aos menos se importarem com meus livros no chão, era mais fácil pisar neles, assim como pisavam em mim. Eu continuava parada lá, encostada no armário, apenas esperando todos passarem para começar a chorar. Assim que o ultimo passou me ignorando por completo, as lagrimas vieram. Peguei minhas coisas e corri para o banheiro.

Por sorte o banheiro estava vazio. Me tranquei em um dos boxes, sentei na tampa da privada e me pus a chorar. Meu rosto nem dóia perto da dor que sentia por ser uma imbecil. Mas eu não poderia ficar ali, sentada na tampa da privada do banheiro feminino pra sempre, por mais que fosse a minha vontade ficar escondida. Não chorei nem um terço do que gostaria, não gritei nem uma palavra do que sempre tive vontade, mas eu tinha que ir. 

Sai do boxe e coloquei minha mochila sobre a pia, fitando-me no espelho. Aquele sorriso confiante não durou nem um dia, aquela Emily corajosa fazia parte apenas da minha imaginação, e refletida no espelho estava apenas a face da verdadeira Emily. A perdedora. Meu rosto estava inchado e lavado pelas lagrimas, minhas bochechas vermelhas e com algumas marcas de dedos. Nada demais, não é mesmo? Apenas teria que ignorar a vontade de chorar mais uma vez e voltar para a sala, como se nada tivesse acontecido... Joguei um pouco de água no rosto para disfarçar o inchaço, mas as marcas de dedos continuavam lá. Peguei a mochila e fui para sala, andando normalmente... De cabeça baixa, me arrastando como se nada nunca houvesse acontecido. 



---



Suportei... Suportei um dia inteiro novamente, com aquela vontade absurda de sair correndo e chorando por ser uma tola. Como eu pude achar que conseguiria enfrentá-los cara a cara? Como pude ser tão idiota? Agora, muito diferente de manhã cedo, não andava confiante e com os cabelos esvoaçantes; sim, meus cabelos estavam balançando ao vento, mas por estar correndo desengonçada para casa, com medo deles parecerem e acabassem comigo.

Cheguei em casa o mais rápido que pude. Era ridículo, uma garota de quase 17 anos fugindo de seus colegas de classe como se tivesse apenas oito anos. Mas eles não eram meus colegas de classe, eram o meu inferno, e diferente das crianças eu esperava para chorar em casa, e eu finalmente tinha chegado a minha e poderia desabar. E foi o que fiz. Assim que fechei a porta e coloquei a mochila sobre o sofá, chorei e soltei um grito preso há muito tempo. Eu não sabia como conseguia reprimir aquela dor por tanto tempo, e deixá-la sair apenas quando estava sozinha em casa, não sabia.

Chorei compulsivamente por ser uma inútil. “Se você não acreditar em si mesmo, ninguém vai fazer isso por você.” Foi o que Consuelo disse, mas do que adiantou eu confiar? Ou pelo menos ter uma ilusão de confiança? Nada! Eu apenas me decepcionei mais comigo mesma, e não há decepção pior do que essa. Você espera apenas algo de si mesmo e não consegue realizar, tornando-se apenas um inútil. Era isso que eu estava sentindo novamente, que era apenas uma inútil, fraca e imprestável. Não conseguia fazer nada nem por mim mesma, nada! Aquela maldita dor tomava conta de mim novamente. A vergonha pela humilhação, a vergonha por ser quem eu era. 

Eu estava desesperada, não aguentava mais sentir aquilo. Ser colocada pra baixo e ser pisada ainda mais, sem ter nenhuma chance de levantar e não ter ninguém para me ajudar. Eu nunca verdadeiramente tive alguém, estava sempre sozinha. E não suportava mais aquilo.

Fui, ainda chorando muito, para a cozinha em busca de qualquer coisa que pudesse machucar. A morte parece a solução mais simples pra tudo, a solução mais fácil para um imbecil inútil. Suicídio... E dentro da gaveta da cozinha eu tinha a solução pra isso, uma tesoura grande e bem afiada. Peguei-a e sentei-me no piso branco. Eu queria apenas me livrar da dor, não aguentava mais, já havia hesitado muitas vezes e aquilo precisa acabar. Puxei a manga da blusa e abri a tesoura, colocando o fio da lamina rente ao pulso sobre uma veia azulada que saltava. Chorava muito ainda e o nó na garganta me impedia de gritar qualquer coisa, fechei os olhos e o fiz... Mas eu continuava sendo uma medrosa, não havia conseguido cortar aonde queria, mas o tinha feito um pouco mais abaixo. Um corte largo e um pouco profundo estava aberto alguns centímetros abaixo do meu pulso, o sangue começou a sair lendo e grosseiramente, formando gotas em cima do corte que começaram a escorrer vagarosamente. Apertei o braço para que o sangue escorresse mais rápido. Doía, mas nada comparado ao que eu sentia por dentro, mas ironicamente havia me aliviado. Fiz mais dois cortes seguidos abaixo daquele e coloquei a tesoura suja de sangue no chão. Meu braço ardia, o sangue escorria farto pelos cortes e pingava no piso branco. Eu havia falhado novamente. Mas, naquela dor física eu encontrei um alivio. Coloquei as costas da mão na boca e chorei com mais força, olhando os cortes no antebraço. Eu havia me entregado a automutilação. Tirei a mão da boca e passei sobre os cortes, sujando-a de vermelho. Encostei a cabeça na parede, havia finalmente parado de chorar e minha respiração havia voltado ao normal. O cheiro metálico do sangue impregnava minhas narinas, mas eu finalmente consegui respirar aliviada. A dor persistia, o sentimento de inutilidade também, mas... Agora, estava marcado nos meus braços e assinado de vermelho no chão que eu era uma fracassada, mas... pelo menos eu conseguia respirar aliviada novamente.


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Notas finais do capítulo

Yo, minna!!
Bem, como disse anteriormente, eu fiquei desmotivada a escrever fanfics e ate entrar no site, mas estou tentando voltar. Eu adoro escrever e acho que perdi a pratica esse tempo sem postar nada, gomen se ficou ruim. Tentarei postar mais caps durante as férias. Enfim... Espero que tenham gostado e não abandonem minha fic, sim?
Ate o proximo.
Bjos!!



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