PDV Slash

-Vamos gente, já está tudo pronto? – Izzy perguntava.

-Sim, só falta o Axl descer. – esclareci.

-Já to aqui! – ele disse da escada, em seguida, nós todos saímos de casa.

-Ok, vamos rever... – Axl começou a falar e todos fizemos careta, nós já tinha “revisto” umas mil vezes.

-Mano, tenho certeza de que já está tudo no carro, vamos logo! – Amy pediu.

-Mas Amy... – ele tentou dizer e eu me meti.

-Ela tem razão, nós vamos acabar nos atrasando.

-Certo, certo. – murmurou contrariado e entrou na limusine, em menos de meia hora, chegamos ao tribunal.

Hoje seria a audiência da guarda dos gêmeos, estávamos todos nervosos.

Ficamos dentro de uma sala por quase uma hora, até a Sarah chegar e nos mandar entrar. Em partes, foi tudo rápido, demos nosso depoimento individuais e a assistente social mostrou a fita de áudio que ela tinha gravada do Natal, contamos tudo. Depois de quase três horas, a juíza se retirou e anunciou um intervalo de meia hora.

Quando o tempo passou, voltamos pra sala e ela falou.

-Já tomei minha decisão e os júris também, por fim, ficou decidido que a guarda dos gêmeos Rose ficará com o pai. – anunciou e todos sorrimos.

-Não! – Venetia gritou – Eles são um bando de irresponsáveis que mal sabem cuidar de si próprios.

-Protesto meritíssima. – Sarah disse.

-Protesto aceito, senhora Everly, tenha modos! Eu já tomei minha decisão e não vou mudá-la. Foi devidamente comprovado que os senhores Rose, Hudson, McKagan, Isbell e Addler mais a senhorita Bailey tem sim condições financeiras e psicológicas para cuidar e educar as duas crianças.

-Mas eles vão viajar agora pelo mundo! – Venetia voltou a se meter.

-Se a senhora falar sem permissão mais uma vez, terei que lhe retirar da sala. E eu estou ciente de que daqui a duas semanas eles vão entrar em turnê, assim como fiquei ciente das condições, que são ótimas. A guarda irá para o senhor Rose, por ser o pai. E os avós poderão ver os dois menores sempre que quiserem, mas terão que avisar ao pai antes. Caso encerrado. – bateu no martelinho e nós nos abraçamos, peguei a Malu no colo e lhe dei um beijinho na testa.

Saímos comemorando do tribunal e decidimos almoçar em um restaurante. Fomos todos pra um que tinha perto do centro e nos sentamos, conversando animadamente. A nossa única preocupação a partir de hoje seria a turnê.

Chamamos o Allan pra comemorar e ficamos conversando a tarde inteira, só saímos quando estava anoitecendo.

PDV Izzy

Fiquei muito feliz com o resultado do caso, agora nada mais impediria nossa felicidade. Reparei que Duff e Amy conversavam animadamente sobre algum assunto, mas devido ao barulho, não escutei a conversa.

-Oh, não! O Matheus fez o numero dois! – Steven fez drama e eu revirei os olhos.

-Me dá ele aqui. – pedi e peguei o Matheus e a bolsa dele, indo para o banheiro. Vi uma bancada e coloquei Matheus em cima do protetor de bebês, trocando-lhe a frauda em alguns minutos. Voltei pra mesa e Malu estava chorando com fome, mas ao que parece, Axl jpá tinha providenciado tudo.

Fim PDV Izzy

O tempo passou e as coisas foram se acalmando, uma semana antes de começar a turnê, eles estavam completamente atarefados,  procurando mil e um profissionais que ainda não tinham contratado...

PDV Duff

-Como assim você desistiu? Não! Só falta uma semana! Isso não estava no contrato! Não! Quer saber? Foda-se! Hey, não desliga! Porra! – Slash gritava no telefone enquanto eu e Malu olhávamos pra ele.

-O que foi? – perguntei e ele bufou, jogando o celular no sofá.

-A babá desistiu!

-Como assim a babá desistiu? – me espantei.

-Isso mesmo, vamos ter que arranjar outra pessoa. – falou, antes de se jogar no sofá também.

-Porra. – murmurei enquanto a Malu brincava com um elefantinho de borracha.

-Eu vou dar uma volta. – Slash se levantou.

-Tá. – falei e me levantei também, indo em direção ao quarto do Axl, encontrei-o lá, conversando com a Amy.

-Más noticias. – anunciei e eles me olharam, assim que viu Amy, Malu se esticou para ir com ela, que a pegou no colo, eu me sentei na poltrona.

-O que aconteceu? – Axl perguntou.

-A Carmem acabou de falar com o Slash e disse que não vem mais trabalhar na turnê. – falei e os dois me olharam assustados.

-A cozinheira? – Axl perguntou.

-Não, essa é a Débora, a Carmem é a babá. – falei.

-Puta merda! E o que ela disse? Cadê ela? – ele se levantou.

-E eu lá sei onde a mulher está? Ela só ligou pra Slash e disse. – expliquei.

-E onde está o Slash?

-Foi dar uma volta, provavelmente atrás de uma nova babá. – ou de uma prostituta. Completei mentalmente.

-Sei. – falou sarcástico.

-E o Allan também ligou, duas dançarinas e back vocais desistiram, ele está procurando outras. Um de nossos motoristas ficou doente e um dos empresários comunicou que está quase desistindo do patrocínio.- falei e ele bufou.

-Eu sei, ok? Mas o que você quer que eu faça?

-Nada, estou apenas comunicando. – dei de ombros e sai do quarto.

PDV Slash

Sai pelas ruas de Los Angeles sem rumo, se nós não entramos em turnê logo eu vou enlouquecer! Estacionei na frente do Rainbow e entrei ali, me sentando no balcão.

-Jack Daniel’s – falei e a moça me deu um copo, o movimento estava fraco.

-Slash, não é? – perguntou e eu assenti, pensando na possibilidade de ser outra pessoa, que não tivesse tantos problemas.

-Sim.

-Me desculpe pela minha irmã. – falou e eu franzi o cenho, será que meu organismo está tão podre que com uma dose eu já fico bêbado?

-Como? Acho que você me confundiu com alguém. – falei e ela riu incrédula.

-Impossível, minha irmã é a Carmem, ela disse que ia lhe ligar, imagino que já fez isso, não?

-Oh, sim! A babá! – falei amargurado.

-É, ela conheceu um cara e se mudou pro Canadá ontem a noite. – suspirou.

-Me diz uma coisa. – eu tive uma súbita ideia – Você sabe de mais alguém que aceitaria ser babá em turnê? – perguntei e ela riu.

-Sinceramente? Só a minha irmã mesmo! – falou e eu fechei a cara.

-Nem é tão ruim assim!

-Eles são gêmeos e são bebês. –falou e eu fiz careta.

-Sim, mas são dois anjinhos! – a não ser quando me acordam de madrugada com fome. Completei mentalmente.

-Olha, eu não sei de ninguém não, mas se souber, peço pra te procurar. – falou e antes que ela saísse, eu perguntei.

-Você não gosta de crianças? – perguntei esperançoso.

-Sem chance, estou feliz em meu trabalho, sem ter que limpar merda de bebê. – falou.

-Nem é tão ruim assim! – tentei persuadir.

-Olha, a outra garota, que pega o turno depois de mim, é jovem e não tem nada a perder. Tenta com ela, ok? – falou e eu assenti.

-Mas ei, qual o seu nome mesmo? – perguntei, mudando meu tom de voz.

-Claudia.

-Claudia – repeti – bonito nome – sorri – que horas termina seu turno?

-Nem vem garanhão, não vou transar com você. – falou e eu me fingi ofendido.

-Quem falou em transar? Eu queria saber o horário da próxima moça. – fiz minha melhor cara inocente, mas ela não se deixou enganar.

-Daqui a 20 minutos. – olhou no relógio.

-Ótimo, vou te esperar – falei e quando ela ia abrir a boca – pra você me apresentar a ela. – falei e ela revirou os olhos e saiu, eu ri sozinho, com mais um pouco de persuasão, essa seria minha.

Depois de 15 minutos, a jovem que eu imaginava ser a outra balconista, entrou no bar. Tinha mais ou menos a minha altura, caucasiana, cabelos negros e com as pontas tingidas de vermelho, com mais ou menos uns 20 anos. Vestia uma calça de couro preta, camisa com o logo do Rainbow e all star, ela foi direto para o balcão.

Vi Claudia se aproximar a trocar algumas palavras com ela, apontando para mim. Poucos minutos depois, ela estava na minha frente.

-Sou Melissa, Claudia me falou que você tinha uma proposta interessante pra mim, mas vou logo avisando, se for pra sexo, eu...

-Não tem nada a ver. – adiantei e notei que ela relaxou um pouco.

-Se não é sexo, do que se trata? – perguntou.

-Sente-se. – falei e ela continuou em pé.

-Estou bem. – ih, já vi que é teimosa.

-Eu já disse que não quero sexo com você, é mais sério que isso. Por favor, sente-se! – tornei a pedir e ela se sentou na minha frente.

-Por favor, seja direto. – pediu e eu sorri.

-Certo Melissa, você gostaria de ser babá? – perguntei e ela franziu o cenho.

-Sua? – perguntou e eu gargalhei.

-Não, não minha babá, quero dizer, a menos que você queira. – dei um sorriso safado e ela revirou os olhos – Na verdade, é babá dos meus sobrinhos.

-Eu não sou babá. – falou.

-Olha, deixa eu te explicar a situação. – falei antes que ela resolvesse se levantar – A babá, que por acaso é irmã da sua colega ali. – apontei para a Claudia – Resolveu dá no pé e semana que vem nós vamos entrar em turnê, por isso, estamos quase desesperados a procura de uma. Nós também não sabíamos cuidar de bebê, mas aos poucos, fomos aprendendo, garanto que seremos pacientes e te ajudaremos.

-Turnê? – arqueou uma sobrancelha.

-Sim, vamos entrar em turnê. Mas não se preocupe, tudo será pago por nós, comida, estadia, até roupa se você quiser, fora o seu salário. Você não vai se preocupar com nada, apenas com os bebês. – expliquei.

-Quantos são? – ela parecia mais interessada e eu me animei.

-Dois, um casal. Vão fazer quatro meses e são dois anjinhos.

-E eu vou cuidar sozinha dos dois? – perguntou preocupada.

-Não, na verdade, você vai mais ajudar a gente no dia a dia e nos ensaios e shows, tem a irmã do Axl, ela toma conta e você ajuda no necessário. – falei.

-Olha Slash, vou confessar que gostei da ideia de sair daqui...

-Fora que você vai conhecer o mundo e ainda vai ganhar um bom salário!

-Certo, mas eu tenho que pensar, até quando posso te dar uma resposta? – perguntou.

-Precisa pensar? – fiz careta, se ela não aceitasse, como iríamos arranjar outra?

-É que eu moro com duas amigas e queria saber se elas iriam se virar bem sem mim, não posso deixá-las desse jeito. – explicou.

-Ok, mas você vai ter que me dar uma resposta concreta até amanhã. – falei.

-Tudo bem.

-Aqui o meu numero, se você aceitar, nós conversamos sobre o salário e você conhece os gêmeos. – lhe estendi um papel que tinha acabado de rabiscar meu numero.

-Te ligo amanhã. – falou e saiu, ela tinha que trabalhar.

Dois minutos depois vi Claudia sair do balcão e sorri safado, me levantando e a seguindo.

PDV Izzy

-Então, não se esqueça, eles comem 4 vezes por dia, mas se ficarem latindo muito, pode dar um pedaço de carne, mas não muito. – avisei para Odir, nosso jardineiro que também tomaria conta de meus cachorros.

-Certo, pode deixar comigo senhor Stradlin. – falou e eu sorri, dando um tapa em seu ombro e voltando a entrar em casa.

Eu também já tinha dado ordens ao caseiro e tudo mais, então subi. Passei pelo Duff e o quarto estava vazio.

Passei pelo do Matheus e também estava vazio, passei pelo da Amy e a cena se repetia, quando cheguei ao da Malu, escutei uma discussão interessante.

-Eu sinceramente não te entendo! – Duff falava.

-E eu por acaso pedir pra entender, Michael? Saí daqui que eu to arrumando a Malu!

-Não! Eu não vou sair daqui enquanto você não me explicar o que está acontecendo!

Não é que eu seja fofoqueiro, mas a briga deles dois me intrigava e queria saber no que ia dar, ok?

-Sério que você não sabe? – A voz de Amy era puro cinismo.

-Ainda é por causa da Susan? Sinceramente, você já deveria ter esquecido!

-Não é por causa de vagabunda nenhuma! Se você não sabe, problema é seu!

-Não! Você não vai sair assim! Olha, eu já te pedir desculpas! Te dei um colar e tudo mais, o que você quer?

-Eu não quero nada! Foda-se o colar, quer ele de volta?

-Não! Eu te dei! Agora, é sério, me desculpa pela cena que você viu, por favor!

Ok, agora eu estou mais perdido ainda, do que eles estavam falando? Cena? Colar? Susan?

-Duff, eu só não quero ser mais uma pra você! Na verdade, eu ficaria feliz se você nem me notasse!

-Amy, você não é mais uma pra mim!

-Sério? Então o seu modo de mostrar que gosta de mim é transando com outra?

Nossa!! Gostar dela? Eles tiveram um caso?

-Você não vai esquecer daquilo, né?

-Claro que não! Isso não é o tipo de cena que você tira rápido da cabeça!

-Ao menos me dar uma chance pra tentar concertar as coisas?

-E o que você iria fazer? – ela estava desconfiada.

-Só diz que me dá!

Alguns segundos de silencio e então:

-Uma, só uma. E se...

-Muito obrigado! Te juro que não vou te decepcionar dessa vez!

-É bom mesmo!

Escutei um silencio e abri a porta silenciosamente, Malu e Matheus estavam no berço enquanto os dois se agarravam, sorri e falei:

-Vocês tem sorte de não ter sido o Axl a ver isso. Ou contam pro pessoal o que ta rolando entre vocês, ou sejam mais discretos e não se agarrem na frente dos bebês! – falei rindo e fechei a porta.

PDV Amy

É melhor a gente descer. – falei e ele sorriu, me dando um selinho.

-Ok, desce na frente com a Malu, eu e o garotão aqui já vamos. – falou e eu sorri, pegando a Malu do berço e descendo, Steven estava jogando Nintendo Wii.

Sentei-me no tapete com a Malu e ela começou a brincar com alguns brinquedinhos que tinham ali, de repente, o telefone tocou e eu apenas estiquei meu braço.

-Alô. – falei.

-É da casa do Senhor Rose? – uma mulher perguntou.

-Sim, quem gostaria?

-Só liguei pra confirmar a consulta com o doutor Bruno amanhã pela manhã. – falou.

-Ah, sim. Obrigada, nós estaremos aí pela manhã. – falei.

-Tudo, boa tarde.

-Boa tarde. – falei e desliguei.

-Quem era? – Sie perguntou.

-Do consultório do doutor Bruno. – falei.

-E quem diabos é doutor Bruno? – Stie perguntou, sem desgrudar os olhos da tela.

-O pediatra. – lembrei-o.

-Ah ta, vai o Slash, o Izzy e o Axl, né?

-Isso mesmo. – falei.

-Hum, e eu vou fazer o que mesmo? – perguntou e eu revirei os olhos.

-Vai comigo no estúdio, falar com o Allan.

-Ah, e o Duff?

-Vai ficar em casa, falando com a cozinheira e a empregada. – falei.

-Ah. – murmurou e Duff desceu com o Matheus.

-O Slash ligou, ele acha que achou uma nova babá. – falou e eu arregalei os olhos.

-Tão rápido assim?

-Pelo visto, ela é jovem e dará a resposta amanhã.

-Que ela não seja uma prostituta. – murmurei.

-To com fome! – Stie falou, se jogando no sofá. Matheus estava distraído com um brinquedo que piscava e Malu continuava babando no elefantinho.

PDV Slash

Como era de se esperar, Claudia não resistiu aos meus encantos. Quando eu estava voltando pra casa, meu celular tocou.

-Alô? – o numero era desconhecido.

-Slash, sou eu, Melissa.

-Ah, sim, foi rápido! O que você decidiu? – perguntei interessado.

-Eu aceito. – falou e eu sorri.

-Que ótimo! Quando você poderá ir lá em casa? Pra conhecer todos e nós acertamos os últimos detalhes?

-Na hora que você quiser, eu pedi demissão do Rainbow.

-Que tal a tarde? Tenho a impressão de que alguns compromissos de manhã... – comentei, eu só não lembrava o que é.

-Tudo bem, umas 4 horas?

-Perfeito, anota o endereço... – passei nosso endereço e ela prometeu aparecer amanhã, liguei pro Duff e avisei. Um tempinho depois, cheguei em casa.

-Boa noite pessoas lindas. – falei bem humorado, mas ao entrar na cozinha, vi Stie apenas com um shorts – Ou não. – fiz careta.

-E aí? Conseguiu a nova babá? – perguntou sorrindo.

-Sim, ela vem aqui amanhã à tarde. – falei na hora que o Axl entrava na cozinha.

-Ela é confiável? – perguntou.

-Me parece ser uma boa garota. – fui sincero.

-Ótimo, mas você sabe que aparência não é nada.

-Eu sei, eu sei, mas foi o melhor que eu consegui. – falei abrindo a geladeira e tirando um pedaço de torta de lá.

-Hoje é a sua vez de ficar com a Malu. – Stie disse para o Axl.

-Eu sei, já estou subindo pra colocar ela pra dormir. – falou e saiu. Ontem a noite eu e Amy ficamos com os bebês, hoje é a vez do Axl e do Duff e amanhã é o Stie e o Izzy.

Terminei de comer minha torta e fui pro meu quarto, a Claudia tinha me deixado cansado. Tomei um banho e me joguei na cama.

PDV Izzy (no outro dia)

Acordei com o sol entrando no meu quarto e olhei pro relógio, eram 7 horas da manhã, me espreguicei e fui pro banheiro, fiz minha higiene pessoal e tomei um rápido banho, a manhã estava fria.

Passei pelo quarto do Slash e vi que ele ainda estava dormindo.

-Slash. – cutuquei-o levemente, quem disse que ele sequer se mexeu?

-Slash! Nós vamos levar os gêmeos pro médico! – falei e ele murmurou alguma coisa.

-Nada disso! Levanta logo antes que eu venho com um balde d’água! – ameacei e ele levantou sonolento, me xingando de nomes que eu não fiz questão de entender.

Passei pelo quarto do Axl e a cama estava vazia, ele devia estar no banheiro. Desci e comecei a fazer o café.

Alguns minutos depois, Amy aparece na minha frente.

-Café? Que quero café! – falou com cara de faminta.

-Só um momento. Os gêmeos já acordaram? – perguntei.

-Sim, o Duff e o Axl estão arrumando os dois. – falou.

-Que bom, pois nós temos que sair daqui 8 e meia no máximo. – falei e ela assentiu.

O café ficou pronto e logo todos desceram, comemos, nos arrumamos e saímos no carro do Axl.

Quando nós três chegamos ao escritório, a maioria das mães ali presentes nos olharam estranho,acho que a Amy devia ter vindo junto...

Axl falou com a recepcionista e ela nos mandou sentar e aguardar.

-Izzy. – Slash me chamou – Por que a gente está aqui mesmo? – perguntou e eu revirei os olhos.

-Por que bebês precisam ir todo mês no pediatra! – falei.

-Mas os gêmeos nunca foram em nenhum pediatra! – falou e eu fiz careta.

-Erro nosso, mas isso não nos impede de trazê-los agora.

-Mas eles estão saudáveis! – falou um pouco mais alto.

-Shh! Eu sei que eles estão saudáveis e pra eles continuarem assim, vamos trazê-los regularmente aqui. – conclui e ele fez careta.

-Eu não gosto de médicos!

-Mas veio porque quis! – sem perceber, nós começávamos a discutir.

-Izzy! Slash! – Axl chamou nossa atenção – É a nossa vez – falou e nós entramos no consultório, com Slash e Axl levando os gêmeos.

O médico era novo e parecia ser bem simpático, fez algumas perguntas de rotina e nos repreendeu ao saber que era a primeira vez que trazíamos os dois ao médico.

-Certo – o médico disse, depois de examinar os dois – o peso e a altura dos dois estão normais e saudáveis, pelo que me disseram, a alimentação também é em horários pontuais. Parabéns! Mas antes de vocês irem, quero marcar as vacinas e dar algumas recomendações...

Pelo canto do olho, vi que Slash ficou pálido ao ouvi a palavra vacina, prendi o riso.

-...E bom, é isso senhores! Espero vê-los no próximo mês! – falou e nós nos levantamos.

PDV Axl

Ao sairmos do médico, fomos direto pra casa, já que Matheus estava um pouco enjoadinho. Quando entramos em casa, vimos apenas Duff, Amy e Stie ainda não tinham chegado do estúdio. Fiz uma leve massagem abdominal no Matheus e ele logo caiu no sono, deixei-o no berço e fui pra sala.

-Axl, o que você quer comer? – Izzy perguntou e eu dei de ombros.

-Quais as opções? – perguntei me sentando.

-O Slash quer ir pra algum restaurante, o Duff prefere esperar a Amy pra pedir pra ela fazer alguma comida, eu particularmente, gosto das duas. – ele falou e eu refleti por um momento.

-É, vamos esperar pela Amy. – falei, ligando a TV enquanto Duff brincava com a Malu. Uns 20 minutos depois, Amy e Steven chegaram.

-Oi gente. – os dois falaram, Amy se sentou ao meu lado.

-Oi Amyzinha linda! – Duff falou e Amy franziu o cenho, eu e Slash rimos.

-O que você quer Madonna? – perguntou desconfiada.

-Nada! – se fez de ofendido – Será que eu não posso ser gentil com minha chefe de cozinha favorita? – riu sacana e nós reviramos os olhos.

-Ah não! Vocês querem que eu faça o almoço de novo? – resmungou.

-Isso mesmo! – nós respondemos e ela bufou.

-Só me exploram nessa casa! – falou enquanto se levantava.

-Você sabe que a gente te ama! – Slash tentou amaciá-la, mas acabou ganhando um tapa na nuca enquanto ela ia pra cozinha.

PDV Amy

Depois de fazer o almoço e mandar eles se virarem pra lavar a louça, subi para o meu quarto, mas parei no meio do caminho ao escutar o choro que vinha do quarto do Matheus.

-Own, meu bebezinho ta se sentindo sozinho, é? – entrei no quarto, ele estava chorando tanto que tinha ficado vermelho – Bando de tios desnaturados que você tem, né? Esqueceram até de ligar a babá eletrônica! – fiquei conversando com ele enquanto via sua frauda, para minha maior tristeza, ela estava suja.

-Vem pequeno, a titia vai te dar um banhinho bem gostoso! – falei e ele parou de chorar, mas ainda me olhava com o bercinho tremendo.

Deixei a banheira enchendo enquanto o limpava, assim que ele estava com a bundinha limpa, coloquei-o lá dentro.

Lhe dei um banho refrescante enquanto ele brincava com o patinho de borracha, quando o tirei de lá, lhe enxuguei e coloquei apenas uma frauda, a  tarde estava calorenta. Penteei seus cabelinhos loiros e o coloquei no berço, mas assim que ele se viu lá dentro, fez biquinho e começou  a chorar.

-Ok Teteu, eu entendi que você não gosta de ficar aí! – falei, pegando-o no colo novamente.

Levei-o para a varanda e ele se distraiu bastante com os passarinhos e as nuvens que passavam. Só percebi que estávamos ali há tempos quando Stie me chamou e disse que era pra eu descer com o Matheus.

Quando cheguei a sala, vi uma garota que devia ter mais ou menos a minha idade, calça jeans, blusa do AC/DC, cabelos negros até os ombros com as pontas tingidas de vermelho e olhos azul piscina. Assim que Slash me viu, falou.

-Amy, essa é a Melissa, e Melissa, esses são Amy e Matheus. – ela se levantou.

-Prazer Amy. – falou, sua voz era doce.

-Prazer Melissa – sorri e ela retribuiu.

-Olá Matheus! Ela sorriu pra ele, que a encarou com curiosidade e alguns segundos depois, também sorriu, ela só faltou derreter.

-Bom, já que estão todos aqui, podemos começar. – Slash disse – Como eu já falei, essa é Melissa e ela gostou da ideia de ser babá, apesar de não ter muita experiência no assunto.

-Mas ela sabe o básico? – Axl perguntou, olhando pra ela.

-Sim, minha amiga tinha um filho pequeno e eu morei com ela por duas semanas, sei como é mais ou menos a rotina e sei o básico, mas confesso que não é muita coisa. – falou.

-Mas está disposta a aprender? – Izzy perguntou.

-Sim. – falou com firmeza e eu sorri.

-Que ótimo, mas antes de lhe contratar, quero passar todas as condições, pra não ter arrependimento depois. – Axl disse e ela assentiu.

-Claro.

-A primeira, como você deve saber, vai entrar em turnê com a gente, está de acordo?

-Sim.

-Mesmo ciente de que vamos sair do estado, do país, viajar de madrugada, pegar aviões e vários ônibus?

-Sim.

-E você não vai poder vestir qualquer roupa. – ela franziu o cenho.

-A minha roupa não está boa?

-Essa está, mas vai ser bom você não sair com mini shorts, mini saias e mini blusas ou vestidos. Tanto por causa dos fotógrafos, quanto por causa da avó materna dos bebês e até mesmo para a sua própria segurança, já que você vai passar esses meses vivendo com 5 caras solteiros. – Slash falou e ela corou levemente.

-Compreendo, podem deixar que eu não tenho roupas assim.

-Ótimo, espero que você esteja ciente de que pode ser fotografada a qualquer momento, e nem sempre isso é bom! – Duff disse.

-Estou ciente.

-E você também vai ter que lhe dar com a avó dos bebês, que não gosta de ninguém do “nosso lado”. – Stie fez aspas com as mãos.

-Sei lhe dar com gente assim.

-E a parte mais importante, você vai ter que ter total paciência com os meus filhos, pois eles são apenas dois bebês. – Axl disse, completamente sério.

-Sim senhor, eu sei que acordam de madrugada, alguns choram muito e essas coisas. – falou olhando nos olhos do meu irmão.

-E outra, sem senhor pra cima da gente, ok? Apenas Axl, Slash, Duff, Izzy, Stie ou Amy. – Slash disse.

-Ok.

-Se você está de acordo com tudo, nós podemos assinar o contrato. – Axl disse e ela assentiu.

-Sim.

-Ótimo, esse é o seu salário. – lhe mostrou o contrato e ela arregalou os olhos levemente – Alguma objeção?

-Não, eu concordo com tudo aqui. – falou.

-Então, pode assinar. – ela assinou o papel e Axl fez o mesmo.

-Parabéns Missa, a partir de hoje, você faz parte da família! – Stie se levantou e a abraçou, ela ficou sem graça.

-Ah, obrigada.

-Não liga pro Stie, aos poucos, você vai ver que ele é espontâneo e fala a primeira coisa que lhe vem na cabeça. – Izzy disse.

-Uhum.

-Então Melissa, quando você quer começar? – Axl perguntou.

-Tanto faz, eu estou livre.

-A turnê é daqui a 3 dias, depois eu lhe passo a lista de lugares que vamos. Mas eu acho melhor você vim antes, pois vai ser bom pra você, pros gêmeos e pra gente nos acostumarmos logo. – Axl disse.

-Claro, se você quiser, eu posso vim aqui amanhã ou até mesmo ficar agora com eles. – ela sorriu.

-Se você não se incomodar...

-Tudo bem.

-Então Melissa, posso te chamar de Missa? – Stie perguntou.

-Como se você não já tivesse chamado! – Duff revirou os olhos.

-Pode, na verdade, eu até prefiro que me chamem assim. – ela esclareceu.

-Olha, Talvez o Matheus queira ir com você. – falei e lhe estendi o Matheus, ela o pegou no colo delicadamente e sorriu pra ele, Matheus sorriu de volta.

-Pelo visto você não vai ter problemas com ele. – falei e todos riram, Matheus sorria pra quase todo mundo que via pela frente, era menino de tudo.

-Que bom! – ela começou a conversar e fazer umas caretas engraçadas pro Matheus. Eu os deixei ali e fui pro jardim, me sentei num banco mais afastado e comecei a observar os passarinhos, como já estava começando a anoitecer, eles estavam se arrumando para dormir.

-Oi – tomei um susto com a voz, mas logo que a reconheci, relaxei – Desculpe, não queria assustar.

-Tudo bem, eu que estava distraída mesmo. – sorri.

-Pensando em quem? – perguntou e eu ri.

-Não é em “quem”, Duff. E em “que”. E eu estou pensando na vida, na minha vida. – suspirei.

-Pensamentos bons ou ruins?

-Depende do ponto de vista, eu estava pensando no meu passado. – esclareci.

-Você tinha alguém em Lafayette? – perguntou meio ciumento e eu ri.

-Não do jeito que você está pensando, mais eu tinha alguns amigos.

-E aqui?

-Eu tenho amigos também. – enrolei um pouco.

-Não é disso que eu to falando. Você gosta de alguém? – perguntou direto, eu sorri e resolvi ser direta também.

-Fora você? – perguntei e ele riu.

-É, fora eu. – falou sorrindo, eu fingi pensar e ele franziu o cenho.

-Claro que não seu bobo! – lhe roubei um selinho, o que só fez aumentar o sorriso dele.

-Que bom, pois eu só tenho olhos pra você! – falou se aproximando e me dando mais um beijo, dessa vez nós aprofundamos o ato.

Agarrei seus cabelos enquanto ele passava o braço por minha cintura, ficamos assim, até faltar o ar.

-O que você acha de namorar comigo? – perguntou e eu arregalei levemente os olhos.

-Ta falando sério?

-Mais do que isso impossível. – falou e eu sorri.

-Eu aceito! – lhe dei mais um beijo que também foi aprofundado.

-E o que você acha de contar pro seu irmão? – falou ainda sem ar, eu ri.

-Acho que ele te mataria! – nós gargalhamos.

PDV Izzy

Depois que Amy saiu e Duff foi atrás dela, Axl disse que ia conversar com eles, mas fui mais rápido e disse que a Malu estava com fome, que era pra ele esquentar uma mamadeira.

-Mas ela nem ta chorando! – falou e eu revirei os olhos.

-Mas já faz três horas que ela comeu, vai esperar a tua filha chorar de fome? – perguntei e ele negou com a cabeça.

-Tá, eu to indo. – falou e foi pra cozinha.

-Eu vou tocar bateria. – Stie avisou, saindo da sala também.

-E eu preciso ir ao banheiro! – Slash me passou a Malu e ficamos na sala: Eu, Malu, Matheus e Melissa, que brincava com o Matheus.

Olhei pra Malu no meu colo e vi que ela estava me olhando com cara de sempre, ou seja, parecia entediada!

Peguei um brinquedinho que pisca e fala e dei pra ela, sabe o que ela fez? Colocou na boca e começou a babar!

-Malu! Não é pra babar no brinquedo! – tentei avisar, puxando levemente o brinquedo de sua boquinha, ela me olhou de cara feia e começou a resmungar na linguagem de bebês.

-Ta bom, não ta mais aqui quem falou! – murmurei e ouvi uma risada, olhei pro lado e era a Melissa.

-Você não deve dar esses brinquedos pra quando o bebê estiver “entediado” e sim, quando ele estiver agitado, por que vai distraí-lo, assim, o bebê apenas põe na boca mesmo. – explicou.

-E como eu faço pra ela ficar agitada? – perguntei, a Malu era sempre um poço de calma.

-Se eu fosse você, não ia querer um bebê agitado. – avisou e eu ri.

-Eu sei, não estou reclamando.

-Aqui a mamadeira! – Axl chegou à sala.

-Demorou ein? – fingi reclamar enquanto passava a Malu pra ele.

-A culpa não é minha se não tinha leite pronto!

-Fez o do Matheus? – perguntei.

-Sim, está em cima do balcão. – falou e eu assenti.

Fui na cozinha e peguei a mamadeira.

-Você quer tentar? – perguntei à Melissa.

-Claro – falou e eu dei a mamadeira pra ela.

-Eu vou subir. – avisei e sai dali, quando cheguei em meu quarto, olhei de relance pela janela e vi os dois pombinhos se beijando numa região mais afastada, eu revirei os olhos, era bom eles contarem logo pro Axl, ou vão ter que aprender a correr bem rápido!

Peguei uma aspirina que tinha em meu armário e tomei sem água mesmo, deitando na minha cama em seguida, eu estava sem dormir direito há um tempo, tudo por causa da turnê.

Mas agora eu finalmente encontro a terra dos sonhos...