Cavaleiros do Caos escrita por Neko D Lully


Capítulo 13
XII - Segunda chance.


Notas iniciais do capítulo

Ta não sei quantas vezes fiz essa porcaria de comentario inicial e meu comp deletou tudo o que tinha escrito, mas vou eu aqui de novo.
Penultimo cap da fic e finalmente a estou terminando e como não estou com paciencia de ficar escrevendo esse treco de novo vamos logo para a fic.



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Cavaleiros do Caos.

Começou a abrir lentamente os olhos. Se sentia leve, talvez leve de mais, mas no momento era confortante. Estava com um pouco de frio, sentia seu corpo inteiro como se estivesse exposto em uma forte ventania. Talvez ainda permanecesse de olhos fechados já que conseguia ouvir um leve choro, mas não via nada além de negro. Quem estaria chorando? Por que?Mas um minuto, porque estava de olhos fechados? O que tinha acontecido? Não conseguia se lembrar.

 Alguém então chamou seu nome. Quem o chamava? Essa voz era conhecida, mas não conseguia se lembrar de quem era. Terminou de abrir os olhos. Estava ajoelhado no chão, mas não parecia senti-lo, era como se ele não estivesse lá. Ergueu o olhar voltando a ouvir os soluços e os lamentos do choro que ainda não cessara. Se encontrou então com uma beça garota de cabelos rosados, trajando uma roupa completamente negra. Por um momento não a reconheceu e logo depois seu cérebro pareceu trazer de volta todas as memórias que tinha tido antes.

 - Amy. – falou com a voz parecendo ecoar por todo o lugar. Ela continuava a chorar, sem parecer ter percebido sua presença. Se levantou e foi até ela, preocupado, querendo saber o que tinha acontecido para ela estar daquela maneira. Não ouviu seus passos e pensara que talvez estivesse muito concentrado na princesa para poder ouvi-los. Se ajoelhou do lado dela. – Amy, por que esta chorando? O que aconteceu?

 Ao colocar a mão no ombro da garota suas pernas tremeram. Sua mão a havia atravessado, como se não fosse material. Se afastou rapidamente e olhou para si mesmo vendo como seu corpo estava meio azulado e transparente. Mas o que tinha acontecido? Por que estava desse jeito? Então algo passou em sua mente e com um calafrio se levantou e olhou para o fundo o abismo que tinha ali perto, arregalando os olhos com o que viu. Seu corpo estava lá em baixo, perfurado pelas estalagmites ao lado daquela criatura sombria que desaparecia lentamente. Se afastou rapidamente da beirada do abismo, se lembrando de seus últimos momentos.

 - Amy. – os dois se viraram para trás só para ver como Maria se aproximava com a cabeça abaixada, sem nenhuma emoção no rosto, mas os olhos mergulhados em uma profunda tristeza. Ela parou ao lado de Amy, colocando uma mão em seu ombro como para consolá-la. – Temos que ir Amy. Blaze esta muito machucada, precisamos tirá-la daqui.

 - Não quero ir. – falou Amy quase em um sussurro. A mirou com tristeza se sentindo culpado por isso que tinha acontecido. Ela estava daquela maneira por sua causa... – Não quero ir sem ele. Não sem ele...

 - Amy, sei que é difícil, mas Silver ainda tem uma chance de ser feliz, não podemos deixar que ele sofra o mesmo. – respondeu Maria apertando um pouco o mais o ombro de Amy, de uma maneira que parecia mais que estava se consolando ao invés de consolar a amiga. – Temos que ajudar Blaze.

 - Onde ele está, Maria? – perguntou Amy chamando a atenção dos dois que estavam ali, apesar de Sonic saber que ela não sabia que ele estava ali a vendo. Maria abaixou a cabeça parecendo entender a pergunta, mas não respondeu. – Onde ele está? Se Sonic veio ele também deve ter vindo, então cadê ele?

 - Morreu. – sussurrou a garota loira com um fio de voz. O silencio voltou a pairar o lugar e Sonic pode ver do lado da garota loira, pela primeira vez, o mercenário, da mesma maneira que se encontrava agora. O corpo azulado meio transparente, supôs que ele também podia atravessar as coisas. Por um momento seus olhos se encontraram e uma tristeza mutua tomou a ambos. – Mas Silver não precisa passar por isso que passamos agora. Temos que ajudá-lo.

 Amy assentiu de leve e se levantou andando ao lado de Maria para fora daquele lugar. Os dois garotos ficaram, apenas mirando como as duas iram embora apoiando uma na outra, tentando ajudar a outra a superar a dor que sentiam. Sonic abaixou a cabeça se sentindo culpado pelo sofrimento que causara a pobre princesa. Se sentia culpado e arrependido, e a vontade de ficar com ela, de voltar a vida para estar do lado dela tomou todo seu corpo.

 - Como isso aconteceu? – perguntou o mercenário sem deixar de mirar o lugar por onde as garotas tinham ido. E pela primeira vez desde que o conhecia Sonic pensou ter visto tristeza tomar o olhar vermelho do moreno. Suspirou, os dois estavam sentindo a mesma coisa.

 - Pensei que era a única maneira de derrotá-lo. No momento não me importei se ia junto ou não, mas agora... – sua voz morreu e suas mãos se fecharam em um forte punho. – Agora creio que fiz uma escolha errada. Não queria fazê-la sofrer dessa maneira, só queria que estivesse segura... Se pudesse ter uma nova chance queria poder mudar esse ultimo momento para assim poder ficar com ela. Uma chance para tê-la do meu lado para sempre.

 De repente uma das mãos do garoto começou a brilhar, um brilho amarelado e forte que chamou a atenção dos dois. Sonic ergueu a mão e a abriu vendo como a origem do brilho era uma pequena ampulheta que flutuava um pouco acima da palma de sua mão girando envolta de si mesma enquanto sua área logo adentro parecia parada. O mercenário se aproximou e algo cruzou sua mente.

 - Seria esse o poder que as garotas estavam tentando proteger? – perguntou enquanto o pequeno objeto continuava a brilhar e a girar em na mão do cavaleiro azul que não se encontrava menos surpreso. Na mente de Sonic tentava achar alguma explicação para aquilo, se lembrando só então das palavras de Maria.

 - Então é verdade. Esse poder passou para mim quando Amy disse que me amava. – falou quase em um sussurro e voltou a fechar a mão envolta da pequena ampulheta que por um instante pareceu parar de brilhar. – Mas porque só agora que ele apareceu?

 - Talvez o seu pedido. – sugeriu o mercenário pensativo. Sonic o mirou um pouco confuso. – Posso estar enganado, mas se esse poder tem a forma de uma ampulheta quer dizer que deve ter algo relacionado com o tempo, se é assim quando você pediu que queria mais uma chance para mudar o que tinha feito aqui você conseguiu liberar esse poder.

 - Quer dizer que posso andar pelo tempo? – perguntou Sonic ainda não acreditando muito naquilo. Shadow deu de ombros não tendo certeza nenhum do que estava dizendo, era apenas uma sugestão. Sonic pensou um pouso e pareceu que a idéia do mercenário era bem plausível. Bom, não tinha mais nada a perder, se conseguisse voltar no tempo poderia mudar esse final e assim ficar com Amy. Apertou com mais força o pequeno objeto. – Se é assim quero voltou para o momento que acordamos essa manhã. - Sonic voltou a abrir a mão e dessa vez a pequena ampulheta brilhava ainda mais do que antes. Por um momento Sonic estava apenas concentrado no pequeno objeto, mas logo voltou a ver o mercenário. – Não quer mudar seu destino também? Aposto que gostaria de estar do lado de Maira agora.

 - Desde quando me conhece tão bem? – perguntou divertido enquanto Sonic sorria extensamente para ele. Os dois deram as mãos, tampando assim a pequena ampulheta que brilhava mais e mais, girando cada vez mais rápido entra as duas mãos. – E dessa vez não vamos esquecer. Certo?

 - Claro. – respondeu Sonic. Ambos sorriram um para o outro e fecharam os olhos deixando que todo aquele poder percorressem por seus corpos fazendo com que os levassem de volta para o passado, um passado que estavam dispostos a mudar.

 Abriu os olhos de golpe, olhando para todos os lados enquanto o sol nem mesmo tinha nascido do lado de fora da casa onde estava hospedado. Sentia seu corpo completamente alterado como se tivesse tido um pesadelo. Levou uma mão a cabeça, parecia ter se esquecido de alguma coisa, mas o que era? Foi então que sentiu algo em sua mão e ao olhar viu uma pequena ampulheta de madeira com um vidro segurando a areia branca que tinha dentro. Presa a ela estava um delicado cordão de ouro que poderia colocar em volta do pescoço. Quase no mesmo instante as memórias voltaram e o que antes parecia um pesadelo agora era real.

 Saltou da cama e correu para pegar sua roupa, se arrumando o mais rápido que conseguia. Colocou a sinta que continha a bainha da espada onde a mesma se encontrava e correu para fora do quarto, entrando em outro logo em seguida um pouco mais a frente no corredor da casa onde estavam. Abriu a porta do quarto e se encontrou com o mercenário já praticamente pronto, apenas colocando as duas espadas no lugar e as ajeitando para que ficassem bem posicionadas. Ele logo virou o rosto em sua direção e sorriu de leve.

 - Pensei que não tinha lembrado. – falou já se dirigindo para a porta. Sonic retribuiu o sorriso e suspirou um tanto aliviado, mas não tinham tempo a perder. – Já estava começando a achar que teria que ir no seu quarto te acordar, da mesma maneira que você fez comigo da outra vez.

 - Não poderia esquecer de uma coisas dessas. Mas é melhor nos apressarmos em acordar Silver e fazer com que se lembre das garotas antes que não possamos mudar nada. – apressou já se dirigindo para o quarto do garoto.

 - Posso acordá-lo? – perguntou Shadow com um pequeno sorriso malévolo no rosto. Sonic suspirou um pouco cansado, mas logo assentiu com a cabeça, sabendo que não podia impedir aquilo de todo jeito.

 - Mas não arrume muita confusão e seja mais rápido do que antes. – falou para logo seu rosto tomar uma expressão séria e preocupada. – Cada minuto que perdemos aqui e menos um que temos chances de conseguir impedir o que aconteceu antes.

 - Pode ficar calmo. Aquilo não vai se repetir. – garantiu o mercenário levando uma mão ao cabo de uma de suas espadas e a apertando com força. Garantiria que as coisas fossem diferentes, dessa vez a vida não os deixaria.

 - Vocês tem certeza do que estão fazendo? – perguntou a garota de cabelos lilases olhando para o enorme exercito daquelas criaturas negras que tinha rodeado o castelo quase caindo aos pedaços. Tinham passado tão rápido pelas Terras Esquecidas que mal vira alguma coisa, os dois garotos estavam com pressa e não quiseram parar para nada, nem mesmo quando um pequeno homem chamou o mercenário eles pararam. Tudo o que o mesmo fez foi gritar “não tenho tempo” e continuado a correr. Estava um pouco cansada, mas ainda se sentia meio desconfortável pela pressa dos dois garotos. – Por que parecem ter tanta pressa?

 - Não temos tempo para explicar. – falou Sonic voltando a se abaixar se escondendo na pedra que tinha perto do castelo que haviam chegado e que usavam de esconderijo. Haviam chegado a pouco tempo e agora esperavam a hora certa para atacar. – Pedimos apenas que façam o seguinte. Silver vai cuidar do brutamontes que esta na porta enquanto Blaze distrai aquelas criaturas. Shadow vai cuidar do mago que no momento esta atacando Maria, e eu vou atrás da Amy que deve estar enfrentando agora a criatura que fez tudo isso.

 - Um minuto, como vocês sabem de tudo isso? Onde cada uma está e contra quem estão lutando? – perguntou Silver confuso mirando um pouco desconfiado o mercenário que continuava a analisar ao exercito que tinha do outro lado. Sonic apenas negou com a cabeça.

 - Já disse que não temos tempo para explicar. Se você derrotar aquele cara e Shadow derrotar o mago aquela coisa que agora Amy esta lutando vai estar fraca o suficiente para eu poder derrotá-la. – respondeu Sonic se lembrando de quando aquela coisas havia sugado toda a energia que tinha dentro dos dois. Respirou fundo e levou uma mão até o cabo de sua espada. – Não importa como Silver, você tem que matá-lo, mas me faça um favor e não morra. Nem você Blaze. Dessa vez tudo vai ser diferente.

 - Dessa vez? Do que vocês estão falando? – quis saber Silver, mas os dois garotos apenas se miraram um pouco depois Shadow assentiu com a cabeça e se levantou junto com Sonic.

 - Fiquem bem. – disse por ultimo Sonic para logo desaparecerem. Silver e Blaze se levantaram de golpe e olharam para o exercito. Tudo o que se via era como duas fileiras daquelas criaturas desapareciam e logo depois a porta de entrada do castelo era destruída. Os dois que ficaram se entreolharam um pouco impressionados.

 - O que acha que eles estão escondendo? – perguntou Blaze para logo saltar usando suas chamas para queimar mais algumas das criaturas que estavam ali. Silver soltou um leve “tsk” com a boca e logo saltou para a batalha usando seus poderes para abrir espaço entre as criaturas negras e avançar na direção do enorme cavaleiro negro. Saltou quando estava bem perto dele e cortou o ar com sua espada tentando atingir a cabeça do homem que colocou sua espada igualmente grande na frente impedindo o ataque e logo depois o empurrando para trás, fazendo com que ficasse bem perto de Blaze.

 - Seja o que for é melhor eles não ocasionarem nenhum problema. – falou e logo voltou a se lançar para frente tentando atacar novamente aquele enorme homem que esperava com um sorriso no rosto.

  Corriam por aqueles corredores de pedra negra virando de corredor em corredor até o momento que pararam em uma encruzilhada. Um forte estrondo fora ouvido em um enquanto o outro se mantinham em um completo silencio. Os dois garotos se miraram e um pequeno sorriso surgiu no rosto de cada um.

 - Nos separamos aqui. – falou o mercenário já retirando suas duas espadas da bainha. Sonic assentiu e retirou sua própria espada. – Não morra dessa vez.

 - Nem você. – os dois ergueram as mãos e bateram um braço no outro como uma despedida temporária, logo em seguida cada um tomou seu rumo, correndo por corredores diferentes e paralelos. O mercenário corria o mais rápido que conseguia, passando pelos corredores como um fleche até o momento que parou de escutar os estrondos. Uma luz começou a surgir a sua frente e como uma raio passou por fazendo um corte pelo ar obrigando o mago se separar da pequena garota que já estava quase desmaiada.

 A segurou com cuidado para que as espadas que segurava não a machucassem e mirou o mago que agora estava a poucos metros dele. Sua fúria agora preenchia seu peito, só o pensamento que ele a havia encostado já era o suficiente para lhe fazer sentir um enorme ódio. O estado que ela estava não ajudava muita coisa, toda machucada, sangrando e quase desmaiando por estar tão fraca. Ela abriu os olhos e o mirou, e por um momento esqueceu tudo o que estava acontecendo e se deixou perder naquela imensidão azul.

 - Mas... Como... – ela tentou dizer, tudo o que se limitou a fazer foi sorrir e colocá-la delicadamente no chão a encostando na parede para que assim pudesse descansar. Acariciou de leve seu rosto e voltou a se levantar, se colocando na frente dela e girando as espadas em sua mão, procurando a posição certa para segurá-las para a luta. – Não! Vá embora enquanto ainda tem tempo! Não vai conseguir vencê-lo!

Sorriu de leve e dobrou um pouco os joelhos, encurvou um pouco o corpo, e afastou uma perna para trás. Não cometeria o mesmo erro duas vezes, dessa vez quem perderia a vida seria o mago, não ele. O mago a sua frente então riu divertido e invocou duas espadas quase iguais as suas.

 - Acha mesmo que pode me derrotar? – perguntou o mago, mas nem se deu ao trabalho de responder. Segurou com mais força os cabos das espadas e esperou. O momento certo, repetia em sua mente. O mago voltou a rir. – Como queira. Quando terminar de te matar pegarei a pequena para mim e não vai ter mais ninguém no meu caminho.

 Os dois então se lançaram um na direção do outro, com as espadas preparadas para o ataca. Mas diferente da outra vez o mercenário finco a ponta de uma das espadas em um dos sucos das pedras no chão e se apoiou nela, impulsionando os dois pés para frente e empurrando o mercenário que cambaleou por falta de equilíbrio, mas não caiu. O mercenário então tocou o chão, tirou sua espada do espaço entre as pedras e deu a volta no mago, indo para suas costas e acertando o cabo de sua espada na nuca do mesmo.

 O mago caiu no chão a seus pés e não perdeu tempo em colocar um pé encima de suas costas. Mas o mago aproveitara aquilo para dar uma rasteira em seu pé de apoio e fazer com que caísse ao chão também. Rapidamente colocou as mãos para trás e se impulsionou para cima e para trás fazendo assim com que ficasse de pé novamente. O mago também se levantou e voltou a se lançar na direção do mercenário, erguendo uma das espadas para tentar atingir a cabeça do mercenário, mas o mesmo inclinou o corpo para trás, afastando alguns passos, mas calculou mau e a pesada raspou em seu rosto, bem perto do olho esquerdo fazendo um pequeno corte que ia um pouco acima das sobrancelhas até a maça do rosto.

 Soltou uma pequena maldição e cortou o ar em um arco lateral tentando acertar a cintura do mago a sua frente, mas o mesmo defendeu com a espada e logo tentou atingir novamente sua cabeça, mas dessa vez colocara a espada na frente interceptando o ataque. Ficaram alguns instantes nessa disputa de força até que finalmente o mercenário deu um chute no estomago do mago, empurrando-o para trás e em seguida, fincara as duas espadas em seu estomago, fazendo o mesmo desaparecer. Mas dessa vez não cairia nessa trapaça.

 No mesmo instante deslizou os pés desviando das espadas que logo foram em sua direção. Se colocou novamente atrás do mago e posicionou uma de suas espadas no pescoço do mago que logo deixou suas espadas caírem. Sorriu vitorioso. Outra de suas espadas estava encostada nas costas do mago, não havia como ele escapar agora, principalmente estando desconcentrado.

 - Ganhei dessa vez. – murmurou e antes que o mago pudesse dizer qualquer coisa cortou-lhe a cabeça e deixou seu corpo cair inerte no chão. Suspirou, seu trabalho tinha sido feito e agora podia aproveitar o resto de sua vida. Olhou para frente se encontrando com aqueles dois olhos azuis reluzindo no lugar tão escuro, e agora não estava mais sozinho...

 Pulou o corpo do mago e caminhou na direção da garota, sem se preocupar com mais nada, mas um barulho estranho ecoou pelo lugar. Se virou sem compreender e logo se encontrou com uma enorme nuvem negra saindo do mago e se acumulando no teto. Recuou alguns passos ainda olhando aquela enorme nuvem que parecia estar se aproximando em sua direção. Colocou os braços na frente do rosto tentando se proteger quando viu que aquela coisa estava muito perto, mas por mais que esperasse a única coisa que sentiu foi uma enorme energia tomar seu corpo.

 Tirou os braços da frente do rosto, mas então seu corpo ficou pesado o obrigando a se ajoelhar no chão. Alguma coisa passava por seu corpo, como se fosse lava, junto com sua corrente sanguínea se espalhando por cada canto, se acumulando em cada célula sua. Parecia estar sendo sufocado, ao mesmo tempo que parecia estar ficando mais forte. Suas mãos faiscaram e sua cabeça latejou de dor. O que estava acontecendo?

 - M-mas que d-diabos... – murmurou olhando para as próprias mãos, que ainda faiscavam como se pudessem criar sua própria eletricidade. Maria correu até onde estava se colocando a seu lado, com a mão em suas costas para lhe dar um ligeiro apoio.

 - O poder de Valiant. – respondeu ela colocando as mãos encima das suas, fazendo com que a eletricidade que tinha nas mesmas passasse para as delas, mas não pareciam machucá-la. – Você o matou, então por direito o poder dele é seu. Mas seu corpo não esta acostumando então pode levar alguns instantes até tudo isso parar.

Arfou, esperava que não demorasse muito para que aquilo terminasse porque era insuportável. Os braços dela então passaram por seu pescoço e seus lábios se juntaram em um profundo beijo. E por um instante já não tinha mais dor, tudo havia desaparecido e só se concentrava com o maravilhoso sabor dos lábios dela. Não saberia como ficar longe daquilo e nunca mais queria ficar. Passou as mãos pela cintura dela e a aproximou mais de si, querendo ficar assim, apenas assim.

 Uma enorme quantidade de energia escapou dos corpos de ambos e se direcionaram ao teto, passando das grossas pedras e indo até o céu, sendo ainda mais iluminada que a outra que também fazia o mesmo.

 Já podia ver a luz logo a frente, logo poderia dar um fim nisso tudo e esperava que os outros já tivessem derrotado seus oponentes. Apertou com mais força o cabo da espada e se lançou para frente cortando a mão da criatura que segurava Amy pelo pescoço. Tão rápido como chegou pegou a garota nos braços e se afastou daquela criatura. Percebeu que ela estava machucada, da mesma maneira que antes, mas precisava manter a calma.

 Colocou a garota em um canto afastado do lugar e se virou para ver a enorme criatura que tinha a frente. Como antes, havia lhe cortado a mão e Amy já o devia ter enfraquecido com suas flechas. Sem os outros dois para lhe dar poder teria uma grande chance de ganhar e sem perder a vida tentando. Logo sentiu como a garota em seus braços se mexia ligeiramente fazendo sua atenção voltar-se para ela. Seus olhos verdes se arregalaram de surpresa ao vê-lo.

 - Sonic? Mas como? Maria fez você perder a memória! – exclamou a garota fazendo-o sorrir. Levou uma mão até o rosto dela e o acariciou de leve tirando alguns fios de cabelo de seu rosto. Por fim, deu um pequeno beijo em sua testa e se separou dela, levantando-se e segurando com mais força o cabo da espada. Era hora de começar.

 - Fique aqui, darei um jeito em tudo. – falou sorrindo docemente para ela. Deu um passo para frente, mas algo o impediu de dar outro. A mão da garota havia segurado a sua e não permitia que continuasse andando. Sorriu tristemente para ela e voltou a se abaixar. – Não se preocupe. Te prometi que ficaria vivo e vou ficar.

 A garota negou algumas vezes com a cabeça, com as lágrimas já aparecendo em seus olhos. Tudo o que pode fazer foi sorrir para ela e lhe dar um doce beijo nos lábios, soltando assim sua mão e se afastando para assim poder lutar. Colocou-se a alguns metros na frente da criatura e a mirou diretamente nos olhos, segurando a espada com as duas mãos, afastando um pouco as pernas e dobrando os joelhos. A criatura sorriu, mas logo esse sorriso sumiu. Seus olhos pousaram no pescoço do garoto, o lugar que tinha pendurado um pequeno cordão com uma ampulheta presa no mesmo.

 - Me dê esse poder garoto, assim deixarei os dois irem. – falou a criatura e Sonic apenas se manteve na posição, esperando o momento certo para atacar. A criatura pareceu franzir o cenho. – Se não vai me entregar por bem, então que seja por mal!

 Ela então ergueu uma das enormes mãos e a direcionou para Sonic, o mesmo saltou para o lado, desviando rapidamente do ataque que provavelmente seria mortal. Não demorou muito para que outro viesse em sua direção e novamente desviou, saltando para outro lugar. Então, logo depois de encostar os pés no chão novamente, se impulsionou na direção da criatura, já com a espada erguida para acertá-la, mas então a criatura ergueu a mão e o acertou de surpresa o levando ao chão. Ficou preso, deitado no chão com a única mão daquela criatura sobre seu corpo. Gemeu de dor e tentou se libertar, mas era um enorme peso sobre si.

 A criatura então arrancou o pequeno cordão de seu pescoço e o ergueu do chão. Com toda a facilidade que conseguia o mandou par ao abismo que tinha ali. Por um instante se viu repetindo o mesmo de antes, caindo naquele abismo com varias estalagmites lhe esperando logo ao fundo. Fechou os olhos com força sentindo que tinha falhado.

 - SONIC!!!

 Talvez tivesse sido novamente aquele grito que tivesse despertado a determinação em seu interior. Com toda a velocidade que conseguiu reunir naquele momento segurou algumas pedras que tinham nas paredes do abismo, faltando apenas alguns metros para atingir ao fundo. Seu ombro deu um estalo e uma forte dor subiu por seu corpo, mas esperava que tivesse forças para continuar lutando. Começou a subir as paredes do abismo, tomando o máximo de cuidado para não cair.

 - O poder dos deuses finalmente é meu! – ouviu exclamarem logo a cima. Apressou um pouco a subida e logo conseguiu alcançar a beirada subindo na mesma e pegando sua espada que tinha caído a alguns metros dali.

 - Não se eu puder evitar. – falou com a respiração afobada. Os ombros lhe doíam, mas nada que não pudesse suportar. Se impulsionou para frente e cortou a ultima mão da criatura pegando logo em seguida o cordão com a ampulheta. A criatura soltou um guinchado de dor.

 - Era para você ter morrido! – gritou tentando acertá-lo com seus braços agora sem nenhuma mão. Sonic se esquivou rápido e se colocou um pouco abaixo do peito da criatura.

 - Sou mais difícil de matar do que parece. – falou para logo se impulsionar para cima acertando o estomago da criatura com sua cabeça e o empurrando para trás na direção do abismo que estava antes. Os dois caíram, mas dessa vez, se segurou na beirada do mesmo enquanto a criatura era perfurada pelas estalagmites e morria com um doloroso grito.

 Suspirou aliviado e subiu novamente, suspirando logo que se sentiu seguro sentado naquele chão. Olhou para o lado então e se encontrou com aqueles dois preciosos olhos verdes que se encontravam cristalinos e cheios de felicidade. Sorriu e se levantou, colocando sua espada na bainha, e foi até ela parando a seu lado e se ajoelhando ao lado dela. Em poucos instantes ela já tinha saltado em seus braços e o abraçando com força.

 - Não sabe quando tive medo. Pensei que te perderia. – falou ela enquanto as lágrimas já escorriam por seu rosto. Sonic acariciou seus cabelos rosados e sorriu de leve.

 - Te disse que viveria. – respondeu divertido recebendo em troca mais alguns soluços e um abraço ainda mais forte. Passos foram ouvidos no silencio que se formou chamando a atenção dos dois. Caminhando para perto deles estava o mercenário que tinha um pequeno sorriso no rosto. – Vejo que conseguiu.

 - Você também. – disse o moreno lhe sorrindo. Amy ficou confusa, os dois garotos pareciam agora bons amigos, mas não podia ser isso em um período de tempo tão curto, não é? Sonic se levantou e logo a carregou, mesmo com o ombro machucado ele conseguia fazer aquilo com facilidade. – Aquelas criaturas sumiram, Silver esta um pouco machucado, mas Maria já esta cuidando disso. Tudo voltara ao normal agora.

 - Quer dizer que você é a nova rainha Amy. – falou para a garota em seus braços que se aconchegou mais contra ele e logo sorriu. Seus olhos verdes adquiriram um brilho estranho, bem diferente do que ela já tinha tido alguma vez.

 - Não tenho certeza se vou conseguir fazer isso sozinha. – murmurou passando os braços envolta do pescoço do garoto que a carregava, fazendo o mesmo corar ligeiramente. – Poderia me ajudar com isso Sonic?

 O garoto sorriu ainda um pouco corado e selou seus lábios com o dela aceitando o pedido. Não podia estar mais feliz do que estava agora. Tinha tudo o que queria e ainda mais. Se ser rei e ter todas aquelas responsabilidades em seus ombros era o preço a se pagar para tê-la a seu lado o aceitaria sempre com um sorriso no rosto.

 - E quem diria. O cavaleiro errante acabou virando rei. – murmurou o mercenário ao lado. Sonic se separou e riu levemente só para depois o mirar divertido.

 - E você? O que pensa em fazer agora que tudo terminou? – perguntou. Sabia o destino de todos os outros. Amy viraria a rainha de todo o reino, ele ficaria a seu lado como rei, Maria seria a maga do castelo, Silver o chefe da guarda e Blaze tomaria o lugar do pai dela com a patrulha secreta. Mas o mercenário ainda não demonstrara o que ia fazer. Um pequeno sorriso surgiu no rosto do moreno.

 - Vou com vocês. Preciso aprender como controlar isso. – suas mãos então começaram a ser envolvidas por pequenos raios que estalavam, fazendo os dois presentes ficarem surpresos. – Ao parecer aquele mago me deixou um ótimo presente depois de morrer no final das contas. É uma maneira de ficar mais próximos de Maria.

 - Agora podem me responder porque vocês dois parecem ser tão amigos? Não pode ser que tenham ficado tão próximos desde que saímos. – falou a garota e os dois se entreolharam, com pequenos sorrisos cúmplices no rosto. Isso era uma coisa que tinha ficado apenas na memória. Um futuro que não acontecera porque tiveram uma segunda chance.

 E não a iriam desperdiçar.                       


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Notas finais do capítulo

To cansada, acho que não vou colocar nada aqui não.
Bye e bjsss