Cavaleiros do Caos escrita por Neko D Lully


Capítulo 11
X - Despedidas.


Notas iniciais do capítulo

Ok, era para eu ter terminado esse cap ontem, mas nem tive tempo de parar em casa ¬¬. Pelo menos conseguir comprar dois jogos que queria a muito tempo *-*. *pena que o terceiro que você comprou não funcionou* T-T, mas meus primos vão trocar ele para mim! *mas você só vai tê-lo no seu niver* -.-', vero T-T. Deixando isso de lado, ferias acabando, o triste momento de sair dessa minha capital tão amada e voltar para aquele fim de mundo que moro ¬¬, voltar para minha maldita escola -.-', voltar a sofrer minha tortura solitaria todos os dias de aula por não me dar bem com praticamente ninguém lá na sala T-T. *chega de drama* deixa eu sofrer T-T.

Aproveitem a fic!!



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Cavaleiros do Caos.

O dia seguinte chegou ainda mais rápido do que o esperado. Maria e Amy trocavam olhares preocupados de maneira disfarçada dos outros. Sabiam que logo teriam que se separar deles para que não corressem perigo, mas isso doía muito. Amy se abraçava a Sonic com força querendo aproveitar o máximo de tempo que tinha com ele. Maria já tentava fazer isso de uma maneira mais discreta, deixando que o garoto a abraçasse o momento que quisesse e toda vez que a beijava correspondia o beijo com a mesma intensidade ou até mesmo com desespero, sem se importar com as reclamações de Silver. Já tinham chegado na vila de Sonic, já que Maria preferiu os tele-transportar para não correr o risco de serem pegos por aquela criaturas sinistras.

 Agora, para atrasar a todos mais um pouco e finalmente chegar o momento de ir embora as duas sugeriram deixar esse dia para treinar e assim ficarem preparados quando fossem atacar. Era nesses momentos que Maria e Amy aproveitavam para brincar com Silver e assim recordar os velhos tempos que se divertiam no castelo. Tentavam da melhor maneira possível e da mais discreta que conseguiam aproveitar o tempo com seus amigos e ao mesmo tempo se despedir deles.

 Por causa de tudo o que faziam o tempo parecia voar e já se encontravam no meio da tarde. Silver e Blaze estavam sentados no galho de uma arvore olhando para toda a aldeia vendo como Maria praticamente se encontrava dormida no colo do moreno, que Silver ainda não confiava e Amy e Sonic corriam um atrás do outro em uma brincadeira infantil pelos campos. Era estranho ver tudo tão belo com tudo o que estava acontecendo e Silver tinha medo no que isso podia significar.

 - Algum problema Silver? – perguntou Blaze preocupada ouvindo pela milésima vez o garoto soltar um suspiro. Sabia que ele estava preocupado com alguma coisa, só esperava que ele não reclamasse novamente daquele mercenário, apesar de achar engraçado quando ele dava esses ataques de irmão mais velho super-protetor. Ele negou com a cabeça.

 - Só estou achando estranho o jeito que Amy e Maria estão agindo. – disse olhando novamente para as garotas. Amy agora se encontrava deitada na grama enquanto Sonic estava sentado a seu lado, ambos rindo sem parar, a garota exausta de tanto correr e o garoto sem nem uma gota de suor. Maria tinha praticamente dormido enquanto o mercenário acariciava seus cabelos que ele mesmo havia soltado. Ele era possessivo, conseguia perceber pelo abraço que ele dava a ela. – Maria não fazia brincadeiras como essas desde que tudo aconteceu. E Amy também não sorri dessa maneira a muito tempo, tenho medo que isso signifique uma despedida delas.

- Vocês têm um laço muito forte não é? – perguntou a garota a seu lado enquanto apenas assentia levemente, com um pequeno sorriso no rosto. Ainda se lembrava do primeiro dia que as viu. Andavam sempre juntas, só se separavam porque suas aulas eram diferentes umas das outras e ambas levavam a serio seus deveres.

Onze anos atrás

Caminhava tranquilamente pelos corredores do castelo, tinha acabado seu treino e agora tentava arrumar alguma coisa para fazer. Mas o castelo era cheio de restrições o tornando completamente monótono. Pensava que não encontraria nada que o entretece, já estava desistindo quando ouviu pequenas risadas ecoando pelo ar. Eram risadas femininas, jovens e animadas. A curiosidade tomou conta de seu corpo e agora estava seguindo aquele tão repetitivo e harmonioso que ecoava por aquele lugar monótono e quase sem vida.

 Acabou chegando perto de um janela que tinha sua cortina tampando até mesmo o banco que havia sido criado no marco da janela. As risadas vinham dali e como a curiosidade era muita, não pode evitar abrir as cortinas, revelando duas garotinhas que deviam ter seus cinco anos. Uma era bem pequena, com a pele pálida e os cabelos loiros chegando até o ombro, enquanto os olhos azuis como o céu pareciam reluzir de uma maneira um tanto especial. A outra era uma garota de curtos cabelos rosados, um pouco mais alto que a loira, os olhos esverdeados reluziam de uma maneira incrível, mas não mágica igual ao da outra, tinha a pele meio rosada e bela. Por causa do susto a loira deixara cair uma pequena caixinha pela janela que estava aberta e já começava a se lamentar quando a caixinha voltou e parou em suas mãos.

 Elas o miraram surpresas. Sabia que não era uma boa idéia mostrar essa sua habilidade para as outras pessoas, mas não podia deixar que as garotas perdessem sua diversão por sua culpa. Entregou a caixinha para a garota loira que o mirou de uma maneira interrogativa.

 - É um mago também? – perguntou ela, coisa que ele apenas negou percebendo o uso da palavra “também” o que devia significar que ela era uma maga. – Então como conseguiu trazer nossa caixinha de volta?

 - Consigo mover as coisas com a mente. É uma habilidade que tenho desde que tenho memória. – respondeu um pouco constrangido, passando a mão pelos curtos cabelos prateados, que eram motivo de piadas entre os órfãos que moravam no castelo, igual a ele. Eram acolhidos desde pequenos e levados para lá para serem treinados como cavaleiros e assim não ficar vagabundeando pelo reino.

 - Maria, ele é especial igual a nós! – exclamou a pequena de cabelos rosas saltando do banco e segurando seu braço. Por causa de ser mais velho, era um pouco maior que elas sendo que a cabeça da maior batinha em seu ombro. Ela lhe sorriu extensamente e logo voltou a falar. – Meu nome é Amy, e essa é minha irmã gêmea Maria. Quer ser nosso irmão mais velho?!

 Se surpreendeu um pouco com a pergunta. Nunca tivera irmãos, nem mesmo sonhava em ter um e agora aquela garota lhe oferecia ser irmão delas sendo que mal o havia conhecido. Sorriu com um ligeiro rubor no rosto e assentiu levemente. A garota de cabelos loiros então se levantou, sorrindo para ele e segurando sua outra mão.

 - Vamos brincar lá fora maninho. – disse ela o puxando ligeiramente igual a outra fazia. Passaram o dia inteiro brincando e no outro elas foram ver seu treinamento. De tanto que andavam juntos pareciam realmente irmãos, apesar de serem completamente diferentes na aparência e no jeito de agir. Nunca mais se separaram depois daquilo

Dias atuais.

Sorriu com a lembrança. Nunca poderia esquecer aquele dia. Maria e Amy havia lhe dado a família que nunca teve e seus dias no castelo nunca mais foram monótonos. Maria de vez em quando, ou seja, quase sempre acabava lhe acertando um de seus feitiços quando treinava e Amy ria sem parar do jeito que ficava e da histeria que aprontava. As duas eram suas irmãzinhas e não suportaria se separar delas.

 - Elas são a família que sempre sonhei ter. – falou em um sussurro mirando distraidamente o horizonte. As lembranças inundavam sua mente e agora não conseguia evitar a nostalgia que sentia. – Se alguma coisa acontecesse com elas não sei se conseguiria continuar vivendo.

 - Sei que é bastante preocupado com elas. – disse a garota segurando uma de suas mãos e lhe sorrindo levemente. Os olhos dela brilhavam de compreensão e ele sabia que tinha escolhido a pessoa certa para falar sobre isso. – Mas tem que pensar que elas também precisão viver. Não estou falando isso pelo o que esta acontecendo agora, mas sim pelo o que vai acontecer. Maria tem que escolher com quem ela vai ficar e se ela realmente confia naquele mercenário, apenas aceite e tente se dar bem com ele. Amy quer ficar com Sonic, e mesmo ela sendo uma princesa tenho certeza que vai conseguir isso e você também devia acreditar. Seja o que for que vá acontecer, seja com quem for que elas ficarem tenho certeza que elas não vão se esquecer de você.

 Sorriu ligeiramente para Blaze e retribuiu o aperto de mão. Fora incrível como em apenas algumas conversas foi surgindo uma forte amizade entre eles. Antes pensava que a garota não era confiável pelo bom manejo com as armas e o jeito sério que ela tinha, mas agora percebia o jeito carinhoso que ela tinha e tinha certeza que podia confiar nela.

 - Ei, pombinhos! – gritou uma voz feminina logo abaixo. Os dois se assustaram o coraram no mesmo instante, perdendo o equilíbrio e escorregando do galho que estavam sentados. Antes que pudessem tocar o chão Silver usou seus poderes para deixá-los suspenso no ar, a poucos centímetros do chão. O cavaleiro prateado mirou um pouco zangado a garota que tinha a sua frente, que não passava de Sally que tinha um sorriso divertido no rosto. – Vamos! Temos que nos preparar para a festa que vai ter hoje!

 Silver e Blaze se miraram confundidos, mas preferiram não comentar nada.

 Todos haviam se reunido em um dos bares que tinha na vila e agora a musica tocava alto, alguns dançavam, outros bebia, alguns conversavam alto, era uma verdadeira festa comemorando a volta de Sonic, já que fazia exatamente oito anos que ele tinha partido e não podiam perder a chance de se divertirem com o garoto. Risadas ecoavam para todos os lados junto com a musica, um pouco de diversão em tempos de tristeza era a melhor coisa para retomar as esperanças.

 - Me dá uma cerveja Valnilia! – pediu Sonic se sentando em uma das cadeiras que tinha no balcão do bar com um enorme sorriso no rosto. A mulher que atendia era uma bela mulher de trinta e poucos anos, com os olhos azulados, os cabelos longos castanhos e o corpo bem moldado, o sorriso maternal sempre no rosto e a disposição de atender a qualquer um com educação e gentileza. Sonic se virou na cadeira ficando de frente para a animação que tinha no centro do bar, sorrindo ainda mais. Só percebendo que o mercenário estava a seu lado depois de mirá-lo de relance. – Acho melhor você maneirar no álcool meu amigo, se não teremos que carregar você amanhã.

 - O bom de viver onde eu nasci é que você ganha uma enorme resistência a bebida. – respondeu ele bebendo mais um copo daquele liquido amarelado cheio de espuma encima que nem parecia se dissipar. Podia ser seu terceiro copo, mas se sentia mais que lúcido. Talvez apenas começasse a se sentir tonto quando chegasse na décima, mas não pretendia tomar isso tudo.

 Se virou também para ver a animação que acontecia no meio do salão, ao mesmo tempo que a bebida do garoto do seu lado chegava. Sua atenção estava mais focada na garota loira que dançava praticamente no meio do salão. Não se sentia muito conformado com os garotos que dançavam ao redor dela, mas agora não se preocupava muito, sabia que ela era só sua e trataria de mostrar isso. Mas algo lhe incomodava.

 - Sabe que se formos amanhã não tem mais como voltar. – comentou fazendo o cavaleiro azul que tinha do seu lado virar o rosto para vê-lo. – Tem certeza de que quer fazer isso?

 - Não tenho motivos para não fazer e você sabe disso. – respondeu o garoto voltando a olhar para o centro do bar, vendo como sua amada princesa dançava com um enorme sorriso no rosto. Ela era seu motivo para continuar lutando e não iria desistir no meio do caminho.

 - Hum... – murmurou o garoto. Sonic o mirou de canto de olho. Não sabia porque ele os estava ajudando, na verdade tinha uma ligeira idéia, mas queria saber o porque.

 - Por que continua conosco sendo que já podia ter se livrado disso? – perguntou o mirando um pouco curioso.

 - ... – como o garoto nada respondeu sabia que seria impossível tentar insistir.

 - Não precisa me responde se não quiser. – falou bebendo um pouco do liquido que tinha no copo em sua mão.

- Porque ela foi a única que viu bondade em mim, sendo que nem eu mesmo via... – respondeu para logo deixar seu copo no balcão atrás de si e se levantar, indo até a maga e sussurrando algo em seu ouvido. Sabia que ele tiraria a garota de lá e aproveitou a idéia para fazer a mesma coisa com Amy.

 Bebeu o ultimo conteúdo de seu copo e o deixou encima do balcão, se levantando e indo até a garota. Aproveitou que agora tocava uma musica lenta e a pegou pela cintura, passando os dois braços pela cintura da garota enquanto ela passava por seu pescoço. Sorriu divertido para ela e começou a mover seus corpos de um lado para o outro no ritmo da musica. Suas testas estavam coladas e parecia que não tinha mais ninguém no lugar alem deles.

 A garota fechou os olhos e sorriu levemente apreciando o momento. Não sabia quando teria isso de novo, ou se teria por isso devia apreciar aquilo mais do que nunca. Sentiu como os lábios do garoto se colocavam sobre os seus e não duvidou nem um pouco em retribuir o beijo com o mesmo amor que ele lhe brindava. Antes de ir, queria ouvir uma coisa, queria dizer uma coisa e era melhor tomar a frente antes que acabasse não tendo nada. Quando se separaram deitou sua cabeça no pescoço do garoto e respirou fundo aquele embriagante cheiro que ele possuía.

 - Te amo. – sussurrou o abraçando com um pouco mais de força o pescoço do garoto que fez a mesma coisa com sua cintura. Ele levou uma mão até suas costas e a acariciou levemente.

 - Também te amo. – sussurrou ele de volta. Agora não precisava de mais nada para poder ir, estava completamente saciada só com aquelas três palavras.

 Caminhavam pelos corredores da casa de Blaze, o local onde passaram a ficar. Ela ainda tinha em sua mente o som da musica tocando e a animação do lugar. Nunca em sua vida tinha ido em bailes, sempre fora obrigada a ficar no seu quarto porque os magos diziam que seu poder era muito perigoso e poderia sair de controle a qualquer hora. Agora finalmente havia experimentado o doce sabor de uma festa e tinha que admitir que ainda se encontrava embriagada pela sensação tão boa que essa transmitia.

 Sentiu como alguém segurava sua mão com delicadeza e a fazia girar envolta de si mesma com lentidão. Sabia quem era, não precisava abrir os olhos para adivinhar o dono dessas mãos grandes e um pouco ásperas, já as conhecia muito bem. Se deixou levar por ele, sentindo como a atraia em sua direção e passava uma mão por sua cintura, enquanto a outra permanecia segurando a sua. Ele colocou sua mão no próprio ombro e logo começaram a dançar com um ritmo lento só deles. Não precisava de musica, não precisava de mais nada.

Ela usava um pequeno vestido azul claro que Sally tinha emprestado. Ele chegava até seus joelhos e era um pouco rodado, as mangas eram curtas e ficavam alinhadas com a parte que tampava os seios, deixando os ombros e uma parte das costas completamente expostos. Para combinar usava uma delicada sapatilha meio branca e meio azul. Seus cabelos estavam com sua maior parte soltos, tendo apenas um pequeno pedaço que ficava do lado da cabeça puxado para trás e preso encima dos outros com uma delicada presilha. Aos olhos do garoto ela estava mais que bela.

 Em um momento sentiu a parede em suas costas e o frio da madeira a fez abrir os olhos e mirar aquela imensidão vermelha que tinha a sua frente. Passou a mão que estava no ombro do garoto para a nunca, se entrelaçando nos cabelos negros dele, sentindo aqueles fios macios e curtos deslizando por seus dedos um pouco abertos. Ele soltou sua outra mão permitindo fazer a mesma coisa, enquanto ele passava as duas mãos por sua cintura e a prensava um pouco mais contra a parede.

 Em poucos segundos seus lábios se juntaram em um apaixonado beijo que ambos aproveitavam. As mãos do garoto escorriam pelo corpo da garota, passando para as pernas, delineando a cintura, passando pelos ombros, descendo pelos braços, acariciando o rosto... Não importava onde, ele estava ali acariciando-a, enquanto ela bagunçava seus cabelos passando a mão por eles quase com desespero, descendo para o peito do garoto de vez em quando.

 Não sabiam quando tinham entrado em um quarto, que por sorte era do garoto, só sabiam que agora estavam deitados em uma cama distribuindo caricias um para o outro. O garoto desceu os beijos para o pescoço dela enquanto sentia o calo do quarto aumentar. Levou uma mão até o vestido da garota e estava preparado para tirá-lo quando sentiu como ela estremecia debaixo de si. Ela estava nervosa, sabia que ela tinha quase sido violada e por isso tinha medo dessas coisas, então não passariam daquilo por enquanto. Deixou-se cair do lado dela na cama sentindo como ela se acomodava em seu peito e o acariciava levemente.

 Por alguma razão se sentia um pouco nervoso com aquilo tudo, como se ela só estivesse deixando fazer tudo aquilo, deixando fazer suas vontades por causa de uma despedida, como se nunca mais fossem se ver depois. Ia apertar o abraço que tinha na cintura da garota quando de repente ela se levantou e se sentou na beirada da cama. Se sentou também e a mirou um pouco confuso.

 - Quero que me diga o que sente por mim. – falou ela de repente fazendo o garoto erguer uma sobrancelha sem entender.

 - E a que vem isso agora? – perguntou ele sem entender a reação da garota.

 - Só quero que me diga. – pediu ela, na verdade quase suplicou. Ele sabia que tinha algo por trás disso e tinha medo de descobrir.

 - Não sei se sou bom nisso. Nunca falei nada desse tipo. – confessou ele passando uma mão pela nuca enquanto olhava para outro lado. Mas ao ver o olhar suplicante da garota, só pôde suspirar e finalmente falar uma coisa que nunca havia falado em toda sua vida. – Te amo.

 Não teve muito tempo para pensar, sentiu logo como a garota o beijava e o empurrava ligeiramente na direção da cama. O beijo parecia ter algo a mais que amor e paixão, parecia ser um beijo de adeus.

 - Também te amo. – sussurrou ela enquanto colocava três dedos no rosto do garoto, um na testa, outro do lado do nariz e outro um pouco abaixo da boca. – E é por isso que tenho que fazer isso.

 - M-maria... – tentou falar ele, mas não pode continuar a frase, sentia como se algo se apagasse de sua mente e a garota que agora tinha na sua frente não existisse mais. Ela viu como os olhos dele ficavam meio opacos e com lágrimas nos olhos deu um ligeiro beijo no garoto que logo ficou inconsciente na cama.

 - Desculpe. – sussurrou ela enquanto as lágrimas se acumulavam em seus olhos. – Não posso deixar que algo aconteça a você. Espero que algum dia entenda.  

 Se levantou da cama e deu uma ultima olhada no garoto enquanto uma pequena lagrima escorria por seu rosto. Ficou de costas para ele e estalou os dedos mudando sua roupa para uma toda negra, composta de uma saia, uma blusa de mangas compridas, botas até o joelho e uma capa com capuz por cima de tudo. Agora só faltava os outros e pegar a Amy para poderem ir. Estalou novamente os dedos e logo se encontrava no quarto de Sonic onde Amy também estava.

 Ela estava sentada do lado dele na cama, sendo abraçada carinhosamente por ele. Ela usava apenas um leve vestido rosa de mangas cumpridas, os sapatos brancos delicados que tinha usado antes estavam no chão perto da cama. Os olhos das duas se encontraram por um instante e ambas sabia que era o momento. Amy se levantou, se separando de Sonic que mirava tudo confundido, sem compreender o que tudo aquilo podia significar.

 - O que esta acontecendo? – perguntou Se preparando para levantar, enquanto Amy permanecia de costas para ele com a cabeça baixa, enquanto Maria o mirava de maneira tristonha, coisa que por alguma razão o fez descobrir o que estava acontecendo. Alguma coisa nos olhos azuis da maga revelava o plano que tinham. – Não... Não podem fazer isso, sozinhas!!

 - As coisas mudaram Sonic. – sussurrou Maria se aproximando dele. O garoto hesitou, afastando dele que já começara a erguer o braço para encostar a mão em seu rosto. – Não podemos deixar que aquela coisa pegue você. Só nós duas podemos derrotá-lo sem que alguém morra.

 - Mas e vocês. Vão morrer se forem dessa maneira até lá! – exclamou ele voltando a ver Amy que continuava de costas para ele com os punhos fechados com força e a cabeça baixa. – Por que não podemos mais ir?! Amy é que tem o poder que ele quer! Tem que proteger ela e não nós!!

 - Não Sonic, Amy não tem mais o poder que ele quer. – falou docemente Maria enquanto colocava três dedos no rosto do garoto, da mesma maneira que tinha feito com Shadow. A lembrança do que fizera lhe doía o peito, sabia que se caso voltasse, ele não a recordaria, para ele seria mais uma estranha. Mas se morresse ele não sofreria por sua perda, nem mesmo iria atrás dela. Por um instante viu o garoto ficar confuso, ao mesmo tempo que resistia a absorção de memórias. – Pare de lutar. Não podemos deixar que se lembre de nós duas... E não quero que perca toda a memória.

 - Por que o poder não esta mais com Amy? Onde ele esta? – perguntou forçando a voz para que saísse de sua boca. Sentia suas lembranças, todos os momentos que tinha passado com as garotas desaparecendo de sua cabeça. Quando a viu sorrir, agora não passava de uma mancha negra em sua mente, quando a viu chorar, agora isso nem existia mais, quando se arriscou por ela, agora parecia que lutava por sua própria vida, quando a beijou pela primeira vez... Por que tinha que perder todos esses momentos preciosos?

 - Ele esta com você. Porque ela te ama, porque o coração dela esta com você. – respondeu a maga tirando as ultimas memórias que lhe restavam. Agora elas eram estranhas para ele. Não existiam em seu mundo, não mais. – Ainda não pode libertar esse poder, mas se caso ele te matar, esse poder vai sair de seu corpo e quem o pegar vai ser o próximo dono.

 O garoto caiu inconsciente na cama enquanto a maga se afastava e ia até a princesa, colocando uma mão em seu ombro como se fosse uma forma de consolo. A garota de cabelos rosados assentiu levemente levando a mão ao rosto, limpando as lágrimas que haviam escorrido pelo mesmo durante a conversa. A maga se afastou e estalou os dedos fazendo a roupa da garota mudar. Agora ela usava um vestido negro que chegava até um pouco abaixo do joelho, uma bota de cano curto, que chegava apenas a um pouco acima do tornozelo e uma capa de capuz também negro.

 - Vamos. – sussurrou a maga segurando a mão da princesa e a levando para fora. – Agora só falto o... – antes que pudessem terminar as duas ouviram um barulho que fez ambas virarem o rosto para o lado. Quase oculto pela escuridão estava um garoto um pouco alto, de corpo bem formado por causa do forte treino que teve desde criança e os cabelos prateados se destacando na escuridão. Os olhos dourados cintilavam em um redemoinho de sentimentos. Ele logo deu a volta e começou a andar com passos rápidos pelo mesmo caminho que tinha vindo. – Silver. Eu vou falar com ele, me espere do lado de fora da casa, temos que partir essa noite.

 Maria deixou Amy sozinha e foi atrás do garoto, correndo para poder alcançá-lo. Pode ver a silhueta dele andando pelas sombras dos corredores com velocidade, e só quando ele parou na frente de uma das portas que tinha ali é que conseguiu alcançá-lo e segurar o braço dele, para que assim ele voltasse a vê-la. Por um instante ficou paralisada com a dor que tinha naqueles olhos dourados, mas logo retomou a compostura e começou.

 - Silver, por favor, entenda o que esta acontecendo. – pediu quase de uma maneira suplicante. Os olhos do garoto se desviaram do seus, se fechando por um instante. – Não podemos deixar que eles peguem vocês. Usariam isso para fazer com que nos rendêssemos. Era importante que...

 - Que fugissem no meio da noite?! Que deixassem a todos para trás, preocupados, enquanto vocês se arriscam e correm o risco de nunca mais voltar?! – exclamou ele desconcertado, fazendo a maga se encolher um pouco. Sabia que ele seria o mais difícil de convencer. Todos os tempos que passaram juntos fez com que se tornassem uma família de irmãos e se separar agora era doloroso. – Não me importa o que vocês digam, eu vou com vocês!!

  Desconcertada Maria abriu a porta do quarto do garoto, seu cenho estava franzido e um de seus dedos apontava para dentro do quarto: - Esse é o motivo para você não vir com a gente! – exclamou Maria de volta apontando para a garota deitada na cama dele. Silver corou fortemente ao ver a silhueta de Blaze deitada comodamente em sua cama, com um espaço vazio ao lado dela. As lembranças da festa que teve horas antes e que talvez ainda estivesse acontecendo, vieram em sua mente enquanto seu coração palpitava desenfreado em seu peito. Não imaginava que aquilo iria acontecer. Pensava que era só amizade, mas agora...

 - Foi efeito do álcool. – disse desviando o olhar, de uma maneira que não pudesse ver Blaze nem Maria. Era uma desculpa esfarrapada, sabia disso, mas ainda não conseguia admitir a se mesmo o que tinha acontecido. Ainda não conseguia acreditar que tudo aquilo que sentia era verdade.

 - Você não bebeu nem uma gota de cerveja, ou vinha, ou seja lá o que for! Nem ela! – exclamou Maria acabando com a desculpa de seu “irmão”. Vira como eles dançavam na festa, vira que Silver não desgrudava da garota nem um instante, não importava que música fosse. E podia ver no rosto do garoto a culpabilidade que ele tinha pelo o que acontecera. Blaze usava apenas uma leve camisola branca que delineava muito bem seu corpo e seus cabelos, que sempre estavam presos em um rabo de cavalo, agora estavam soltos, caindo levemente sobre o rosto da garota. E duvidava que eles tinha se separado se quer uma vez, mesmo que fosse para se aprontar para dormir. Até mesmo Silver mostrava isso, usando apenas a calça de moletom da roupa que tinha no momento da festa. – Não negue. Ela é seu motivo para ficar.

 - Vocês duas são como minhas irmãs, não deixaria vocês na mão. – disse ele desviando o olhar e fechando levemente os olhos. As imagens do que acontecera vinham em sua mente e seu coração parecia se acelerar ainda mais. Todos os impulsos que teve, de beijá-la, de acariciá-la... Aquela pele tão quente, tão macia e suava... Por que tinha perdido o controle? Ela era sua amiga, confiava nela, desde que conversaram pela primeira vez percebera que podia confiar nela e acabava fazendo isso? Saíra do quarto exatamente por causa disso, porque não conseguia acreditar no que tinha feito, até que encontrara Maria e Amy e essa outra confusão acontecera.

 - Deixaria, se ela corresse perigo. – disse Maria levando uma mão até seu rosto e o fazendo se virar para encará-la. Sabia o que era isso, conhecia esse sentimento de negar aquilo que sentia, sabia ele devia estar confuso, mas não podia permitir que ele cometesse o erro de se arriscar e perdê-la sendo que nem havia aproveitado o que sentia ainda.

 - Não sei do que esta falando. – murmurou ele abaixando o olhar. Não queria admitir que agora existia algo acima de seu dever. Sempre fora apenas aquilo, sempre fora apenas proteger sua família e agora ela aparecia e tudo mudava. Não podia admitir aquilo.

 - Esta cometendo um grande erro, se continuar a negar dessa maneira o que sente vai acabar sofrendo depois. – falou a maga negando levemente com a cabeça. Não queria ver o garoto se culpando depois, não queria que ele ficasse perdido no mundo, pensando que nada valia a pena, como ela tinha ficado quando pedira para Shadow ir embora. Era a pior coisa que podia acontecer com alguém.

- Você saber disso melhor do que ninguém, não é? – perguntou ele com um pequeno sorriso no rosto parecendo ler os pensamentos da garota que o mirou com um pouco de tristeza.

 - Eu o perdi porque fui burra, porque deixei ele ir ao invés de contar a verdade pensando que o estaria protegendo, mas você ainda tem chance de ser feliz. – falou se separando dele e entrando no quarto, sentindo a mirada dele encima de seu ser a cada passo que dava para perto da garota deitada na cama

 -... – Ele não sabia o que responder. Sua garganta tinha se formado um nó quando ela tinha dito aquilo. Lembrara que ela tinha respondido sua pergunta quando percebera que aquele mercenário não estava presente. Não era possível que ela o tinha mandado embora aquele dia, era?

 - Não perca essa oportunidade. – sussurrou a garota colocando três dedos no rosto de Blaze, da mesma maneira que tinha feito com Shadow e Sonic. Seu rosto era tampado pelas sombras impedindo o garoto de ver o que ela sentia no momento. Até ouvir o que ela falara depois. – Aproveite enquanto eu e Amy não podemos mais.

 - Vocês não... – ele não pode completar a frase, logo Maria virou o rosto para vê-lo com os olhos cheios de lagrimas.

 - Eles não se lembram mais de nós. Shadow, Sonic... Blaze. Nenhum deles. – comentou ela com um sorriso triste no rosto e andando em sua direção novamente. Ele logo compreendeu o que ela queria, iria borrar suas memórias também e o pior, estava paralisado de mais para fazer alguma coisa. – Assim vai ser mais fácil se caso não voltarmos.

 - Mas e se ficarem vivas? – perguntou vendo como lágrimas começavam a sair dos olhos da garota. Não importava quantas vezes tentava parar aquilo, sempre acontecia quando via que um a um seus amigos a iam esquecendo.

 - Vocês viveram suas vidas normalmente, enquanto eu e Amy viveremos as nossas separadas de vocês. – respondeu dando ligeiramente de ombros. O garoto deu um passo para trás, mas acabara encostando as costas na parede do quarto.

 - “Vocês”? – perguntou ele enquanto a garota ficava a apenas alguns passos de distancia, levando a mão até seu rosto e colocando os três dedos, igual tinha feito com os outros.

 - É, Silver. Não podemos deixar você se machucar por nossa causa. – respondeu ela enquanto os olhos do garoto ficavam opacos e logo e caia encima de si, inconsciente. Sorriu levemente e com um pouco de dificuldade levou ele até a cama o deitando do lado de Blaze. Realmente formavam um casal bem bonito, só esperava que Silver finalmente aceitasse o que sentia. – Seja feliz mano.

 Olhava para o céu estralado enquanto esperava Maria chegar. Em sua mente repassava todos os momentos felizes que tinha passado com seus amigos, se eles não podiam se lembrar, ela lembraria por todos. Recordaria cada risada, cada alegria, cada momento que passaram juntos, cada sofrimento, tristeza, lagrima... Cuidaria para que nada fosse esquecido. Porém, se morresse tudo se perderia no tempo que mais ninguém saberia que aconteceu.

 - Pronta? – perguntou uma voz atrás de si. Se virou encontrando-se com Maria que já tinha o capuz colocado tampando uma parte de seu rosto. Amy assentiu levemente, mas a duvida agora lhe enchia o peito e não sabia mais se deveriam continuar com aquilo.

 - Tem certeza que o que estamos fazendo é certo, Maria? – perguntou enquanto colocava o capuz e as duas começavam a caminha pelos campos daquela vila tão amigável, e que esperavam que continuasse inteira e feliz como era.

 - Pense Amy, se Sonic fosse conosco aquela coisa iria tentar matá-lo e se conseguisse o poder dos deuses seria dele. Se Shadow fosse também, Valiant faria tudo para eliminá-lo e se livrar da única coisa que me protege e ele considera uma ameaça. Se Silver e Blaze fossem, os exércitos do cavaleiro negro iriam tentar de tudo para impedir a passagem deles, e do jeito que Silver é ele ia acabar enfrentando aquilo de cara para nos ajudar, provavelmente morreria com a quantidade que teria, junto com Blaze. – falou Maria olhando sempre para a frente, o caminho que deviam seguir. – Acho que se levarmos em conta isso tudo, estaríamos fazendo a coisa mais certa e lógica a se fazer para que ninguém sofresse depois.

 - Acho que tem razão. – comentou Amy abaixando levemente a cabeça.- E o que faremos para tentar eliminar aquela coisa? Ela não parecia ser nada fraca.

 - Você o vai atrair, enfeiticei seu arco e flecha para que machucasse até mesmo a criatura mais sombria da terra, logo depois eu usarei uma de minhas magias para selar essa coisa para sempre. – falou Maria mostrando o desenho que tinha em sua mão. Ao parecer ela tinha usado uma magia para que ferimentos em sua mão fossem abertos e formassem perfeitamente aquele desenho. Um pentagrama vermelho com uma espada o cruzando, levando consigo duas correntes. – Se caso nos separarmos e você parar com aquela coisa, é só tentar matá-lo com suas flechas, duvido que ele seja imortal e não se preocupe que com a quantidade de flechas, elas são mágicas e nunca vão acabar.

 - Acha mesmo que isso vai dar certo? – perguntou Amy um pouco preocupada. Maria levantou o olhar e logo segurou a mão da garota apertando com um pouco de força.

 - Seja como for estaremos juntas até o fim. Como sempre estivemos, gêmea. – disse com um pequeno sorriso no rosto, lembrando de quando eram mais novas e adoravam dizer que morreriam juntas como verdadeiras gêmeas.

 - Claro, gêmea. – respondeu Amy enquanto as duas desapareciam no meio da escuridão da noite indo até seu destino final.  


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Notas finais do capítulo

Ficou maior do que eu previa, mas bem. Compensar a outra que foi pequenininha -.-'. *essas suas carinhas tão enchendo o saco.* estou demonstrando o que estou sentindo u.u *aff* bom, não me matem por ter separado o grupo, guardem sua furia para mais para frente onde tudo acontece *e o sonic...* calada!!! O prazo não terminou ¬¬. *mas mesmo assim ganhei!* Aff. Bom, não sei como vou fazer o proximo cap, por isso vai demorar. Ele é cheio de lutas e provavelmente vai ficar enorme!! *claro, olha onde você quer fazer ele terminar ¬¬* agora foi você que fez a carinha ;3 *aff*

Bjsss e até o proximo cap!!



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