Edward viu o rosto da irma ficando vermelho devido a vergonha conforme o tempo passava e ela se dava conta do momento que tinha acabado de interromper. Isabella já tinha tentado se afastar dele pelo menos umas três vezes,mais seus dedos firmemente cravados na cintura dela a tinham impedido.

Depois de mais um olhar fulminante de sua parte,a baixinha finalmente pareceu ter entendido que devia sair dali,e deixou o recinto sem dizer uma palavra. Assim que voltaram a ficar sozinho,ele sentiu um pouco da tensão no corpo da esposa evaporar

-Está tudo bem,Bella-ele disse,tentando manter a voz calma,quando os olhos cor de chocolate voltaram a se fixar em seu rosto

-Não está Edward. Uma estranha entra aqui como se fosse a dona da casa,e nós não sabemos o quanto ela viu. Nada esta bem-ela se levantou do colo dele e se afastou,tentando organizar os cabelos que pareciam bem mais revoltos que o normal. Edward continuou na mesma posição,o cenho franzido,tentando entender o que tinha causado aquela súbita mudança de humor em Isabella. Ela não podia estar com ciúmes de Alice,podia?

- Você não sabe quem era a mulher que entrou aqui,Bella?-ele perguntou,enquanto se levantava,a camisa ainda aberta,os olhos fizos na expressão confusa da garota a sua frente

-Por que eu deveria?-ela cruzou os braços em frente ao corpo,tentando parecer zangada com ele,enquanto recuava a medida que sentia que Edward ficava mais próximo. Ele só voltou a falar quando seu corpo já estava a poucos centímetros do dela,cujas costas estavam imprensadas na parede, Edward manteve o tom bem sério enquanto murmurava:

-Quem sabe isso evitasse que você sentisse ciúmes da minha irmã caçula?

-Ela é sua..sua irmã,Edward?-a garota não parecia estar acreditando no que ouvia,e seu rosto corava de uma maneira encantadora. Edward não conseguiu evitar o sorriso que surgiu em seu rosto ao olhar pra ela.

-Sim Bella,e está noiva do meu melhor amigo,se você me permite dizer. Alice só entrou daquele jeito porque provavelmente  pensou que ia me encontrar bebendo e tocando piano..sozinho. Não duvido nem um pouco que ela tenha preparado um longo discurso sobre responsabilidade matrimonial.

-Ok,agora eu me sinto realmente idiota. Mais  eu não fazia ideia de que você tinha irmãos,e ai eu pensei...

-Mesmo que eu tivesse uma amante,e acredite eu não tenho,não seria muito inteligente deixar que ela viesse até aqui não é?

-Pelo modo como você agiu desde o dia em que eu cheguei aqui,não parecia muito interessado no que eu sentia.-a sinceridade da garota o assustou,mais ao mesmo tempo o deixou feliz. No mundo em que ele vivia,as pessoas não costumavam ser tão sinceras como Isabella

-Me desculpe Bella,mais é que eu venho vivendo sozinho por tanto tempo que já não sei como lidar com as pessoas. Eu não sei mais como demonstrar que me importo com o que as pessoas sentem

-Não é possível Edward-ela se aproximou  e o tocou no rosto delicadamente,quase como se quisesse decorar cada um dos traços dele-sua esposa morreu faz apenas alguns anos,e você tem a sua família,não tem?

-Você não entende Bella-ele respirou fundo e fechou os olhos por alguns segundos,como se lidasse com lembranças dolorosas.-no tempo em que eu vivi com Tanya,estava apenas me enganando. Nós éramos como dois completos estranhos que viviam na mesma casa. Ela nunca se importou comigo,e nem eu com ela,apesar de ter tentado. Eu sempre fui solitário,e acho que nada é capaz de mudar isso

Bella sabia que falar da ex esposa não era uma coisa nada fácil para Edward,mais ela sentia que Tanya era o principal motivo para que ele vivesse preso dentro de si mesmo. Se queria ajuda-lo,ela precisava faze-lo confiar nela o bastante para se abrir,deixa-la entender as coisas da maneira como elas realmente eram

-Se você não a amava,porque se casou com ela?

-Eu era jovem Bella. Inconsequente,meio louco pra dizer a verdade. Tanya era uma mulher bonita,ambiciosa,e o sexo não era ruim. Resolvi me casar com ela porque acreditei que um dia poderia amá-la. Eu devia ter previsto que aquele casamento não podia acabar bem. Eu tenho certeza de que há lago errado comigo. Tudo o que eu toco acaba sendo corrompido..eu faço as pessoas sofrerem Bella. Eu não sou bom, pelo menos não mais. É por isso que eu não posso deixar que você se aproxime demais.. por incrível que pareça,eu me importo com você. Não quero magoá-la

-Pare Edward-a garota tentou imprimir um tom de autoridade na voz,o que pareceu funcionar já que o marido se calou- porque você faz isso consigo mesmo? Eu entendi o que você esta tentando fazer,e pode ter certeza de que isso não vai funcionar comigo. Eu não vou me afastar,não importa o que você diga sobre seu passado,sua personalidade,ou seja lá o que for. Eu quero ficar com você,mesmo que não entenda o porque disso,e se me quiser longe,você já sabe que vai ter que me dizer. Com todas as letras,olhando dentro dos meus olhos. Do contrário,eu vou ficar aqui,e vou ajudar você a se reencontrar. Entendeu?

Ele não a respondeu. Sabia que se começasse a falar,acabaria contando tudo á ela,e apesar de todo aquele discurso,o passado que ele escondia iria afastá-la. Ninguém era capaz de conviver com um homem como ele,não se soubesse de tudo. Ele não tinha marado a esposa,mais a culpa que carregava nas costas era muito maior que a de um assassino. Isabella parecia ser a única pessoa que não o temia,pelo menos não tanto quanto os outros,e ele não queria perde-la. Não tão cedo.

Puxou-a pra perto até que seus lábios se encontrassem e a beijou quase com desespero,como se apenas o toque dos lábios dela fosse capaz de apagar as memórias sombrias que o atormentavam. Ela o correspondeu na mesma intensidade,como se sentisse que Edward precisava daquele beijo pra se acalmar,pelo menos um pouco.

Se separaram somente quando ambos estavam ofegantes,e ela sorriu pra ele,ainda sem se afastar. E ao ver aquele sorriso,ele sentiu que seu mundo voltava lentamente aos eixos. Depois de anos,ele conseguia visualizar um futuro  para si mesmo,um futuro em que não estava solitário. Um futuro em que ele amava,e era correspondido. Isabella tinha lhe devolvido algo que ele acreditou ter perdido desde aquela maldita noite : sua esperança