In The Dark Beside You escrita por JotaBe


Capítulo 8
Último Recurso (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Parte dois! E eu estava certa, o nyah realmente estava de sacanagem pelo numero de links que eu coloquei! Como podem notar, esse capitulo tem uma lista extensiva de musicas! Claro, afinal de contas, é uma festa! Não é mesmo? E eu também acrescentei algumas fotos, para ajudar a imaginação de vocês florirem! Espero que gostem. Boa leitura.



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Allison Pov

A festa não corria nada bem, todos os olhares estavam em mim. Eu podia sentir. Os comentários que rolavam pela festa, eventualmente chegavam a mim. Eu ignorava Sam a todo custo.
Elizabeth havia me dado um ultimato, dizendo que as coisas desabaram logo depois que nós perdemos o contato - nós realmente éramos muito próximas, eu estraguei tudo – e pediu para que eu os acompanhasse para uma festa particular que ocorreria mais tarde, em suas palavras, queria que as coisas voltassem a ser como eram antes. A esse ponto, era difícil decifrar com o que eu realmente me importava. Aparentemente a resposta para essa pergunta é: mais nada.
Fui manipulada e usada, pelas meninas e pelos meninos, minha fama simplesmente se espalhou sem que eu tivesse uma única pessoa que me defendesse. Sempre fui uma garota de aparências, eu não conseguia não me importar com o que pensavam de mim. Eu queria que gostassem de mim, um dos meus maiores defeitos, que me levou a fazer muitas coisas das quais não queria fazer. Esse mundo me transformou, fez com que eu me tornasse igual a todos eles. Eu trai minhas melhores amigas, menti sobre coisas inúteis e brinquei com o sentimento dos outros. Até que cheguei a um ponto onde não havia me sobrado absolutamente mais nada. Eu tentava inutilmente concertar minha imagem e restaurar minha honra, mas não importava o que eu fazia, eu simplesmente nunca seria boa o suficiente para nenhum deles.
Eu observava todos os rostos no salão, um ódio involuntário foi crescendo dentro de mim. Tudo que eles sabiam fazer era julgar.
– Vamos ficar parados aqui a noite toda? Só observando? – Josh reclamou – Por favor, lembre-se porque me convidou – ele se aproximou de meu rosto, passando os lábios de leve em minha orelha. Tentei empurrá-lo, mas ele me segurou com força.
– Eu o convidei apenas para não cruzar aquele portão sozinha. Você já pode me deixar em paz agora – tentei parecer firme no que dizia.
Ele deu um suspiro frustrado.
– Qual é Allison, quem você está querendo enganar? – ele me olhou diretamente nos olhos – O que você realmente está fazendo aqui?
Entrei em seu jogo e fiquei a centímetros de seu rosto, sentindo sua respiração. Meus feitos do passado – infelizmente – me deram um diploma e uma pós-graduação nas artes da sedução. Com ‘’artes da sedução’’ eu quero dizer a mais pura e repulsiva sacanagem. É o tipo de coisa que requere pratica e muita repetição. A ressaca moral, o ardente arrependimento e o ódio para com si mesmo vêm de brinde. São tão permanentes quanto às habilidades adquiridas. Em outras palavras? Eu era uma puta recém formada.
– Você lembra como éramos ótimos juntos? – sussurrei descendo minha mão por sua coxa. Ele sorriu visivelmente alterado – Você lembra como era divertido? – ele procurava por minha boca, mas eu não o permitia chegar tão perto – Até que você destruiu toda inocência que havia em mim, me humilhando publicamente ao dizer que eu só servia para te foder. Assim como Amber – eu disse com acidez.
Ele soltou uma gargalhada.
– Para alguém tão inocente você parecia saber perfeitamente o que fazia.
– E você não podia se contentar com uma única garota – afirmei amargurada.
– Qual é a graça? – ele sorriu.
Revirei meus olhos.
– Você sabia onde havia se metido Allison. Não venha me dizer agora que realmente achava que aquilo era amor. Me poupe! Você viu exatamente como as coisas funcionavam e quis fazer parte disso tudo mesmo assim.
– Erro meu, admito. Só que agora Josh, eu sou tão desprezível quanto vocês. Meu nome rola solto pelas ruas, logo atrás dos seus. Amber, Elizabeth, Tom... Você vê, eu achava que não havia me restado mais nada. Agora eu vejo que restou, meu lugar é aqui, com vocês quatro como sempre foi. O estrago que vocês fizeram em mim é irreversível.
– Estou feliz que finalmente tenha visto isso.
– Isso não é irmandade Josh. Eu só aprendi a aceitar que agora eu faço parte da escória dessa sociedade. Me tornei tudo o que disse que jamais seria. Ninguém mais vai me aceitar dessa maneira, entende? Apenas meus semelhantes são capazes de me acolher.
– E por que agora? – ele perguntou – Porque não antes? Alguém partiu seu coração? – ele disse rindo com escárnio.
Eu mantinha meus olhos fixados em Sam que estava do outro lado do salão. Ele estava dançando com uma japonesa, incrivelmente bonita. Ele sorria, tinha ela colada em seu corpo. Parecia se divertir.
Virei mais um copo de uísque, sentindo queimar minha garganta e aquecer meu corpo.
– Eu não tenho mais nada restante para partir Josh.
Ele sorriu e levantou o copo para um brinde.
– Eu sabia que a teríamos de volta Al.
Uma menina de provavelmente uns quinze anos se aproximou, era morena e tinha o cabelo incrivelmente danificado por química. Usava aparelhos, estava numa fase um pouco desengonçada da adolescência.
– O que você está fazendo aqui? – me perguntou com raiva – Você realmente é tudo o que dizem. Não tem o mínimo de vergonha na cara.
Olhei pra ela transtornada – O que?
– Você não ouviu? – ela perguntou cínica – Você é a nova prostituta do colégio.
– Quem é você? – eu já estava prestes a explodir.
– Mas é claro que você não me conhece. Você só me conheceria se eu tivesse tendências bissexuais ou um pênis.
– O que? – gritei – Eu sou uma lésbica agora? Vocês não têm absolutamente mais nada para inventar?
Josh ria alto.
– Escuta aqui... Mocinha. Eu não... – respirei fundo e tentei manter a calma – Quer saber? Sim, você está certa, além de puta eu sou bissexual. E você é exatamente meu tipo de garota, porque não me acompanha até o banheiro? – insinuei.
Ela me olhou assustada e saiu do salão, praticamente correndo. Josh ria cada vez mais.
– Isso é inacreditável – suspirei.
– Hey Al – ele me olhou malicioso – Eu tenho um pênis, o que acha de me acompanhar até o banheiro?
– Cale a boca – o empurrei. Eu tive que rir para tirar a tensão.
Aquilo chegava a ser tão patético, que tudo que me restava era rir. Eu era tão importante para essas pessoas, muitas delas das quais eu nem fazia idéia de quem eram. O passatempo deles era simplesmente espalhar coisas sobre mim, porque se eles não conseguiam fazer seus próprios nomes, tinham que sujar os dos outros.
A banda já havia se retirado e o palco estava vazio, a não ser pelo DJ no canto esquerdo. Uma idéia ótima passou pela minha cabeça. Sorri comigo mesma, coloquei meu copo na mesa e me levantei.
– Oh, oh. O que vai fazer? – Josh perguntou assustado.
– Eles querem uma puta? Terão uma puta.
– Allison, você bebeu demais. Volte aqui – ele se levantou também.
– Ou você me acompanha, ou você fica aqui e assiste Josh.
Ele respirou fundo.
– Tudo bem. Você sabe o que faz. Não é problema meu. Se divirta.
Soltei uma gargalhada. Eu não acreditava que iria fazer aquilo, mas eu precisava tirar do meu sistema. Eu queria me livrar do que todos diziam, as coisas que eu ouvia eram como uma bola de neve, cada vez maiores que me perseguiam. Eu já estava cansada de correr. Subi no palco e fiz um pedido especial ao DJ.
Música 3
Olhei lá de cima para todos eles. Quem eram essas pessoas? Que diferença fazem na minha vida? Daqui alguns anos eu provavelmente nunca mais as veriam. Eles gostavam de manter os olhos em mim? Eles gostavam de sussurrar meu nome junto com segredos sujos? Agora eu os daria um motivo. Um verdadeiro motivo para falarem de mim por semanas. Comecei a dançar, livre e sensualmente, luzes foram colocadas sobre mim. Todos pararam de dançar para olhar para a louca no palco. Aos poucos meninos e -surpreendentemente – algumas meninas, começaram a rodear o palco me incentivando. Comecei a deslizar o zíper do meu vestido para baixo. Eu sorria involuntariamente, aquilo era minha liberdade finalmente falando por si mesma. Pela primeira vez, não dei a mínima para o que iriam pensar. Agora sim a festa havia começado. Agora sim eu me divertia. E por sorte, eu estava com uma das minhas melhores lingeries.

Dean Pov

Olivia estava sentada em silêncio, na beira da piscina enquanto eu lutava para achar palavras para explicar o que havia acontecido. O silêncio já durava mais de quinze minutos, eu estava sendo sufocado por ele. As palavras que Xavier haviam a dito borbulhavam em minha mente. E se ela se sentisse do mesmo jeito?
Olhei para Olivia a fim de analisá-la melhor, eu nunca a tinha visto tão sofisticada. Ela não parecia mais uma menina, parecia uma mulher. Seu cabelo estava solto e natural, todo ondulado, não havia muitos vestígios de maquiagem. Toda aquela aparência sombria havia desaparecido. Sim ela ainda era indecifrável, mas de uma maneira angelical e nada intimidadora, agora ela parecia frágil e vulnerável. Eu não sabia o que era aquilo que sentia por ela, mas de uma coisa eu tinha certeza, eu não podia perdê-la.
Ela já estava mais calma, não parecia estar com raiva. Olhava fixamente para a água, sem nem ao menos piscar. Eu tinha medo do que poderia estar passando em sua cabeça. Sentei-me a seu lado e quebrei o silencio.
– Você está linda.
Ela me fitou sem expressão.
– Porque não me contou que vinha com Amber? – ela perguntou incisiva.
– Eu só a convidei porque não queria vir sozinho – senti uma pontada de culpa por mentir para ela mais uma vez – Foi há dias atrás, eu nem queria ir com ela.
Ela riu.
– Engraçado, que agora eu não consigo acreditar em uma única palavra que você diz.
Ela se levantou.
– Olivia, por favor – pedi com fervor – Eu já te disse que sou péssimo com isso tudo.
– Não sou eu quem vai te ensinar Dean – ela disse com acidez – Você mentiu pra mim.
– Eu já disse! Não foi minha intenção, eu nem lembrava de ter convidado...
– Não! – ela me interrompeu – Você quebrou sua promessa Dean.
Olhei pra ela confuso.
– Porque não me contou que sua mãe está morta? - sua voz era cortante.
– É por isso que está brava? – perguntei transtornado.
– Eu compartilhei com você Dean, a história mais excruciante da minha vida. E você mentiu pra mim.
– Qual é a importância disso tudo? Qual diferença vai fazer na sua vida de saber se minha mãe está viva ou morta? Por que você precisa saber tão urgentemente cada detalhe de minha vida? – gritei.
Música 4
– Por que eu queria te conhecer! – ela gritou de volta – Mas aparentemente você é especial demais para isso não é Dean? Especial demais para deixar as pessoas fazerem parte da sua vida.
Controlei minha respiração, eu nem sabia como a discussão havia começado. Notei que era um costume quando estava com ela. Tudo podia estar bem e em apenas alguns segundos nós discutíamos sem nem saber o por que. Eu só queria saber com o que nós dois lutávamos, com tanta força.
– E nem me venha falar sobre como eu quero saber cada detalhe de sua vida! Você quem começou isso tudo Dean! Você me perseguiu por semanas, desesperado para saber qualquer coisa que fosse sobre mim!
– Eu comecei? Comecei o que Olivia? – perguntei irritado.
– Quer saber de uma coisa? Eu estava muito melhor antes de te conhecer.
Percebi o quanto isso não tinha sentido algum, toda essa discussão inutil só adiava cada vez mais para que eu dissesse o que realmente sentia por ela. Tentei respirar fundo e aos poucos fui conseguindo controlar minha raiva, senti palavras se acumularem dentro de mim, desesperadas para sair, mas eu tinha medo de que assim que as dissesse, choraria. Pois eu nunca as havia dito em voz alta.
Eu não ia dar continuidade a isso, se Olivia não queria ser a madura da conversa, eu seria por nós dois.
– Não Olivia. Você não estava melhor. Sabe como eu sei disso? Porque eu também não estava. Esconda o quanto quiser de mim e de você mesma, mas nós dois sabemos o quanto as coisas mudaram desde o dia em que eu cruzei o portão daquela maldita escola! – eu tentava controlar minha voz, que tremia.
Ela me olhava assustada.
– Você me mudou ta legal? – dei de ombros – Sam percebeu, meu pai percebeu e finalmente eu percebi. E eu sei que mudei algo em você também Olivia. Você pode continuar agindo igual uma criança mimada o quanto quiser! Eu estou aqui, completamente vulnerável a partir de agora. Não diga que eu não deixo você fazer parte de minha vida!
Devagar, me aproximei dela e olhei em seus olhos, da maneira mais intensa que pude. Mantive minha voz aos sussurros.
– Eu não consigo falar sobre ela. Eu nunca consegui. Nunca falei dela pra ninguém. Ela era a coisa mais importante na minha vida e eu ainda não consigo aceitar que ela nunca mais vai estar aqui. – lágrimas escorriam pelo meu rosto, fechei meus olhos tentando controlá-las, mas era tarde demais - Eu não quero aceitar. Eu acordo todos os dias, com uma esperança ridícula de que tudo que aconteceu foi um sonho ruim e que assim que eu descer as escadas eu vou ver ela lá em baixo, me esperando. Mas ela nunca está lá. E cada dia que passa isso me destrói um pouco. Ela era minha melhor amiga. Eu me sinto... Completamente no escuro sem ela. Com medo e sozinho.
Meus pulmões lutavam por ar. Eu finalmente havia dito tudo àquilo que segurei por meses, tudo aquilo que eu renegava em dizer até para mim mesmo. Eu finalmente me sentia leve, minha mente estava limpa. Olhei para Olivia, que também chorava.
– Idiota – murmurei.
Ela sorriu dentre as lagrimas.
– Você não está sozinho.
Ambas nossas respirações estavam alteradas, seu cheiro inebriante me invadiu por inteiro, quanto mais próxima ela ficava, mais minha visão se embaralhava. Fechei meus olhos, comecei a sentir choques elétricos pelo meu corpo, em todos os lugares que sua mão tocava, ela subiu sua mão pela minha nuca e a prendeu em meu cabelo. Aos poucos encostou seus lábios nos meus. Juntei toda força que me restava e a puxei para mais perto pela cintura, colando-a junto ao meu corpo, fazendo com que tivéssemos a sensação de sermos um só. Deixei que a vontade incontrolável de tê-la tomasse conta de mim. Eu a tinha em meus braços, a beijava, e ainda sim era surreal. Seus lábios derretiam nos meus, por alguns segundos, não sabia se sobreviveria. Soltei-a, para recuperarmos o fôlego, meu corpo todo formigava, eu estava fisicamente dormente, incapacitado. Era como se seu beijo fosse um paralisante.
Ela sorriu e apoiou sua testa na minha.
– Exatamente do jeito que eu imaginava – ela disse aos sussurros.
– O que mais você costumava imaginar? – perguntei malicioso.
– Idiota.
Eu ri. Quando planejava em beija - lá mais uma vez, seu celular começou a tocar. Ela deu um suspiro frustrado e atendeu.
– O que? – ela perguntou – Mãe, mais devagar. Eu não estou conseguindo te entender. Mãe se acalme. Eu chego ai em cinco minutos.
Ela me olhou, tudo que eu conseguia enxergar em sua expressão era pânico.
– Eu... Eu tenho que ir – ela estava pálida.
– Olive – segurei-a pelo braço – O que aconteceu? Eu posso te levar.
– Dean, não. Isso é algo que eu preciso fazer sozinha. Eu pego um taxi. Fique aqui. Por favor – ela começou a andar em direção ao portão.
– Me ligue quando chegar – gritei.
Observei-a partir, correndo em direção ao taxi. Minha mente estava funcionando muito devagar, eu não fazia idéia do que estava acontecendo. Eu só a queria de volta. Rezei para que tudo estivesse bem, mas eu sabia que isso não era o suficiente.



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Notas finais do capítulo

Respirem fundo! O capitulo ainda não temrminou! Estamos por pouco! Próxima Parte! Rápido >>>>
PS: Não esqueçam do review! Detalhado. Eu também queria pedir, do fundo de minha alma para as minhas leitoras mais antigas, que se acharem que inthedark mereça, fazer uma recomendação. Seria muito importante pra mim.



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