Todos, no laboratório, se surpreenderam com a decisão dele.

Cada um, à sua maneira se despediu e ele se emocionava cada vez que um CSI vinha falar com ele. Mas estava feliz, seu coração, agora aliviado, tinha sofrido demais.

Cath estava um tanto chateada, mas radiante pela coragem que viu nele, depois de tanta amargura. Ele tinha que fazer aquilo. Ela soube, antes mesmo da decisão dele.

Grissom tentou falar com Sara uma dezenas de vezes, mas não conseguiu. Estava sem comunicação.

Ele fez contato com um intermediário da pesquisa em que ela estava, através do escritório da expedição em terra na cidade de San Jose.

Viajavam pelas encostas das matas da América Central, em exuberantes florestas tropicais úmidas. Acampavam no meio dessas matas e seguiam com suas pesquisas, se deslocando pelo mar. Descobriu que dali há dois dias iriam estar em terra firme para abastecerem o navio e renovar as vacinas na Província de Puntaneras.

O navio ficaria atracado no porto e, enquanto ele estivesse sendo higienizado, ficariam em uma pousada muito simpática.

Grissom pesquisou tanto que acabou dormindo em frente ao computador.

Partiria na manhã seguinte, conseguiu um quarto na mesma pousada. Ia fazer uma surpresa para ela.

Ele esperava sinceramente que ela o aceitasse, esse era o receio dele, estava arriscando, mas era a felicidade deles que estava em jogo.

Ela não tinha deixado de amá -lo, ele sabia, ela tinha tomado uma decisão pelos dois, em vista das circunstâncias. Mesmo convencido, estava apreensivo.

….....................

Sentado no restaurante da pousada, já havia olhado para o relógio centenas de vezes, o horário da chegada dos hóspedes da expedição se aproximava. Seu coração parecia querer saltar pela boca, suas mãos suavam e sua cabeça parecia pesada.

Então ele a viu ! E levou um susto !

Ela chegou com os demais, num total de quinze pessoas, ele contou. Ao lado dela um homem, aparentemente na casa dos quarenta anos, abraçado à sua cintura e ela ria de alguma coisa que ele dissera.

Depois ele falou com a recepção, as chaves dos quartos foram distribuídas e ele viu o homem beijar sua face.

Ele respirava com dificuldade, não conseguiria descrever a dor que se apossou dele. Sentiu o ciúme tomar conta de todo o seu ser.

Naquele momento descobriu que um homem seria capaz de matar, de tão cego que estava. Precisava se controlar.

Aquilo era uma brincadeira ?

Se sim, era de muito mau gosto. Fechou os olhos e apertou seus punhos com tanta força que sentiu que se quebrariam a qualquer momento.

“Por que Sara ? Eu te amo tanto, sei o que fiz com você, sei que errei, sei que não tenho sido o que você gostaria que eu fosse, mas não faça isso comigo ! Estou aqui disposto a qualquer coisa pra ficar do seu lado.”

Eles subiram as escadas e ele seguiu atrás deles, ele viu com atenção, cada um ir para seu quarto, ela colocou a chave na porta que ficava no final do corredor, com o homem ao seu lado. Ele fechou os olhos mais uma vez, para afastar o que estava por vir, depois abriu devagar. Então o homem tocou o alto de sua cabeça e entrou no quarto em frente ao dela. Ele suspirou aliviado. Será que ela estava com ele ? Parecia feliz !

Ele estacou no corredor, enquanto ela abria a seu quarto. Viu suas feições se transformarem, o sorriso desapareceu e ela parecia, agora, muito triste. Entrou.

Ele caminhou e parou bem em frente a porta fechada. Levantou a mão para bater, mas parou no meio do caminho. Tocou a maçaneta e girou bem devagar. Ela não havia trancado. Ele abriu lentamente ….