Os olhos verde esmeralda se abriram quando o som irritante do despertador encheu o quarto. Sakura sorriu ao ver a hora, 7:00, não estava atrasada, como de costume. Se levantou preguiçosamente e foi tomar banho. Durante o banho pensou sobre sua vida, estava fazendo 16 anos hoje e teria uma festa perfeita que fora preparada por sua melhor amiga Tomoyo, “bom, quase perfeita” ela pensou quando um jovem moreno de olhos âmbar passou por sua mente, “ai, ai, ai, como estou com saudades dele” Sakura suspirou e saiu do banho. A jovem agora tinha um corpo de se dar inveja, seus seios haviam crescido e ficado um pouco acima da media, o que acompanhava o quadril, sua cintura havia afinado bastante, mas não era nada muito exagerado, ela simplesmente tinha o corpo perfeito, um que se assemelhava bastante com o de sua mãe, seus cabelos continuavam curtos, o que dava um ar de inocência a garota.

— Bom dia, papai – ela falou assim que desceu as escadas e o encontrou na cozinha – bom dia, mamãe – ela disse sorridente para a nova foto de sua mãe.

— Bom dia, querida, e parabéns – seu pai falou indo em sua direção para a abraçar.

— Ai, brigadinha, pai – ela falou sendo abraçada.

— Seu café esta na mesa – ele falou a largando e voltando a cozinha.

— Obrigada pela comida – ela disse já na mesa e começou a comer.

Assim que terminou foi a porta da frente colocar os sapatos, se despediu de seu pai e pegou sua bicicleta.

Touya havia conseguido um emprego em Tókio e vinha visitá-los todo mês, Kero havia ido morar com Yue, que ainda estava na cidade disfarçado de Yukito, Sakura ia visitá-los sempre que podia, o que Kero amava, pois ela sempre levava doces.

A garota chegou a escola que ainda estava um pouco vazia por conta do horário e foi guardar sua bicicleta quando ouviu uma voz ao longe.

— Sakura! – ela se virou e se deparou com Tomoyo correndo em sua direção com um sorriso no rosto – ah, Sakura, parabéns! – a garota abraçou a prima que retribuiu com um sorriso.

— Obrigada, Tomy – ela disse feliz – e então, como andam os preparativos para a festa? Espero que não esteja dando muito trabalho – Sakura falou receosa.

— É claro que não esta dando trabalho, Saki, é um enorme prazer preparar a sua festa – Tomoyo respondeu revirando os olhos divertida e ela foram conversando sobre a festa que aconteceria a noite até chegar na sala de aula.

— Parabéns, Sakura – gritou Naoko quando as duas amigas entraram na sala. Todos foram para cima de Sakura para lhe desejar felicidades.

— Feliz aniversario, Sakura – Rika falou sorrindo timidamente.

— Ai, ai, ai, brigada meninas – Sakura agradeceu a todas.

— Ei, Sakura, feliz aniversario – disse Yamazaki e ela agradeceu – ei, você sabia que no Egito antigo eles penduravam todos os aniversariantes em árvores de cabeça para baixo, eles acreditavam que a idade da pessoa passava para sua cabeça as fazendo ficar mais inteligente – ele falou e Sakura olhou para ele com interesse.

— Uau, isso é meio estranho, mas acho que faz sentido – ela falou pensativa.

— É mentira – Chirahu falou puxando a orelha de Yamzaki e Sakura se surpreendeu – não acredito que você ainda cai nas mentiras dele, Sakura – ela falou balançando a cabeça - mas isso não importa hoje, parabéns, Sakura! – ela falou indo a abraçar sorridente.

— Ai gente, brigada! Vocês são o máximo! – Sakura falou feliz e todos começaram a conversar já que ainda tinham tempo antes da aula começar.

— Ei, Sakura, que roupa você vai usar na sua festa? – perguntou Chirahu curiosa e a garota corou um pouco.

— Na verdade, eu ainda não sei, Tomoyo disse que vai ser surpresa – ela falou timidamente e a amiga concordou com a cabeça.

— Isso é bem a cara dela – Naoko disse e todos riram, mas Tomoyo tinha os olhos brilhando de excitação.

— Ela vai ficar tão linda com o vestido que eu fiz – ela falou como se com ela mesma e todos voltaram a rir. Eles continuaram conversando animadamente até que o sinal tocou e o professor entrou na sala.

— Bom dia, classe – disse Keiko, o professor de história.

— Bom dia, professor – disse todos da sala.

— Bom, hoje teremos um novo aluno, ele veio da Inglaterra, eu fui informado que ele já morou aqui em Tomoeda, mas teve que voltar para sua cidade outra vez – ele disse isso e Sakura e Tomoyo se entreolhara “será ele mesmo?” as duas se perguntavam – bom, recebam de volta, Eriol Hiiragisawa, pode entrar Eriol – o professor avisou e um garoto de cabelos pretos azulados e olhos cinzas entrou na sala.

— É bom estar de volta – Eriol disse olhando pela sala sorrindo e seus olhos pararam em Tomoyo e ele a olhou intensamente, o que a fez corar e ele sorrir mais.

— Pode sentar-se... – o professor falou olhando pela sala – ao lado de Tomoyo – Eriol assentiu e foi se sentar no lugar indicado.

— Oi, Eriol – Tomoyo falou quando ele sentou ao seu lado ela.

— Oi, Tomy, é bom ver você novamente – ele disse e se sentou no lugar – vejo que você ficou mais bonita que antes, não achei que fosse possível – ela falou em seu tom de galanteador e a garota corou.

— Obrigada, Eriol, você também esta muito bem – ela falou corando ainda mais e o garoto sorriu. Eriol tinha crescido bastante, se tornando bem alto, seu corpo se tornou definido e bonito, nada muito extravagante, mas os músculos estavam presentes, seu cabelo tinha escurecido se tornando quase pretos e azuis escuros apenas no sol, os antigos óculos ainda estavam presentes, lhe dando o ar de maturidade de sempre e sua face continuava tranqüila como antes.

A aula ocorreu normalmente, tudo o que o professor Keiko falava, Tomoyo prestava atenção e anotava caprichosamente em seu caderno, já Sakura estava totalmente alheia a aula, ela só havia prestado atenção nos primeiros 5 minutos de aula e sua mente tinha saído totalmente do assunto, ela olhava para a janela distraidamente e pensava em um certo jovem de olhos cor âmbar. Eriol havia voltado da Inglaterra, porque Shaoran não podia voltar por ela? “Ai, ai, ai, seria tão perfeito” pensava sonhadora, Sakura imaginava ele voltando e ela indo para seus braços... Ela suspirou “estou ficando louca” suspirou novamente “mas realmente seria incrível” ela deu um sorriso.

— Ah, finalmente acabou – Naoko disse se levantando assim que o sinal tocou – ei, Eriol, que bom que voltou – ela falou indo abraçá-lo.

— É bom estar aqui novamente, eu senti muita saudade daqui – ele disse sorrindo e olhou para Tomoyo que nem notou, pois estava olhando sua amiga que não havia mexido nem um músculo desde do inicio das aulas.

— Sakura, esta tudo bem? – Tomoyo perguntou para Sakura que acordou de seu “transe” e a olhou confusa. Eriol se despediu de seus antigos amigos e foi até as duas meninas.

— Ah, eu – Sakura fez uma breve pausa, pensando – eu só estava pensando na minha festa, e estou ansiosa para ver minha roupa – ela disse e sorriu vendo os olhos da amiga brilharem.

— Ah, Sakura. Não tem com que se preocupar, você vai ficar deslumbrante com a roupa que eu fiz – Tomoyo disse com um sorriso maior que a cara e um olhar sonhador.

— É verdade, hoje é seu aniversario, Sakura. Meus parabéns! – Eriol disse beijando a mão da menina que corou.

— Ai, obrigada, Eriol. E pelo jeito você não mudou nada – ela disse rindo e o garoto a acompanhou.

...

Não muito longe dali, Shaoran dormia tranquilamente em seu quarto temporário até que ouviu leves batidas na porta. Ele abriu os olhos lentamente e se levantou para abrir a porta, se surpreendeu ao dar de cara com Sonomi parada a sua frente.

— Bom dia, Shaoran – ela falou calmamente.

— Ahn, bom dia, senhora Daidouji – ele falou e se deu conta que não estava apresentável, ele estava apenas com uma calça de moletom e com o peito desnudo – eu, ahn, sinto muito pelas minhas vestes – o garoto disse sem graça e a mulher riu.

— Não se preocupe, Shaoran, eu sei que estava dormindo e não queria incomodar, mas – ela fez uma pausa – bom, eu soube que você chegou hoje e gostaria que tomássemos café da manha juntos, você se importa?

— Ahn, é claro que não, senhora Daidouji, será uma honra – ele falou e a mulher sorriu.

— Então troque-se e eu estarei esperando lá em baixo – ela falou e foi fechando a porta até que se lembrou de algo – e não precisa me chamar de senhora Daidouji, chame-me apenas de Sonomi – ela falou sorrindo e ele concordou.

Assim que a mãe de Tomoyo saiu, Shaoran foi trocar de roupa rapidamente. Colocou uma calça jeans e uma camisa verde e preta. Assim que chegou lá em baixo viu Sonomi sentada em uma poltrona, que quando o viu levantou olhando em sua direção, o analisando e então sorriu, parecendo aprovar o garoto.

— Venha, vamos, para a sala de jantar, a mesa já esta posta – a mulher falou saindo logo apos com o garoto em seu encalço.

Eles chegaram em uma grande sala que tinha uma enorme mesa de jantar de madeira, também haviam quadros e algumas esculturas pequenas e uma grande cômoda, feita da mesma madeira da mesa, que haviam louças finas e taças de vidro. Em cima da grande mesa havia vários doces e salgados, haviam também pães e uns quatro tipos de suco, além de uma grande tigela com todo tipo de fruta.

— Uau! Isso aqui é lindo! – Shaoran exclamou impressionado.

— Obrigada – disse Sonomi se sentando na cabeceira da mesa – não tenha vergonha, sente-se aqui do meu lado – a mulher falou e ele foi sentar-se a mesa como ela havia dito – pode comer o que quiser – ela falou e se serviu de uma torrada.

Eles começaram a comer e um silencio incomodo reinou. Shaoran sentiu-se desconfortável enquanto comia, então pigarreou chamando a atenção da mulher.

— Eu, ahn – Shaoran ficou sem graça – ahn, obrigada por me deixar ficar aqui, senh... Sonomi – ele corou e abaixou a cabeça ao falar e Sonomi suspirou.

— Sabe, Shaoran, você não me parece um garoto ruim – a mulher começou cautelosa – mas é que, sabe, eu não ficarei muito segura do que estou fazendo se não souber exatamente quais são suas intenções com Sakura – ela falou segura e o garoto arregalou os olhos e corou.

— E-eu, eu gosto muito dela – Shaoran disse sem graça e a mulher continuou olhando o garoto pacientemente – bom, eu... Eu amo ela e... E pretendo ter algo maior com ela, como casar, ou algo assim, se ela aceitar é claro – ele corou com a intensidade do olhar da mulher, era como se ela tentasse ler seus pensamentos.

— Entendo – Sonomi falou depois de um tempo o olhando, tomando um gole de seu chá – sabe, Shaoran, suas intenções com a minha Sakura me parecem puras – ela parou para tomar outro gole de chá – mas eu quero que entenda que, se machucá-la, eu mandarei caçarem você e decapitá-lo – ela falou calmamente, não como se fizesse uma ameaça de morte, mas como se dissesse que ela o aprovava, e isso assustou o garoto que arregalou os olhos – mas acho que não vou precisar me preocupar com isso, não é, Shaoran? – Sonomi sorriu e o garoto engoliu seco e concordou com ela – sabe, eu gosto muito de você, Shaoran. Então por que não me conta um pouco de sua vida na China? – ela perguntou e o moreno relaxou um pouco.

Shaoran contou sobre a China e como era morar lá e a mulher ouvia atentamente. No final, os dois já conversavam casualmente, como se fossem velhos amigos, ele contava coisas da sua louca família e ela contava coisas de seu trabalho. Quando os dois terminaram o café da manhã, o que durou quase 1 hora por causa das conversas, Sonomi teve que ir para o trabalho e Shaoran foi dar uma volta no jardim. Ele não sabia que horas era, mas devia ser umas 11 horas quando muitas pessoas chegaram a casa de Tomoyo com mesas, cadeiras e muitos apetrechos para festa e começaram a arrumar o que ele sabia que seria a festa de sua amada Sakura.