-É. Justin. Você quer que você e eu – apontei para nós dois meio confusa – nós...

 -Sim. Eu quero que você seja minha namorada...

C.A.C.E.T.A.D.A.

Ele ta de brinks com a minha face né? Jesus....o que eu faço

-Justin – respiro fundo e olho nos olhos dele – se isso for mais uma das suas apostas, brincadeiras o...-

-NÃO! Não é. – olhou nos meus olhos, sorriu e continuou – Eu nunca falei tão sério em toda a minha vida – sua mão percorreu o meu rosto e automaticamente fechei meus olhos

-Justin – minha voz falhava – eu...- peguei suas mãos que estavam em meu rosto e segurei-as – eu não posso - olhei para ele

O sorriso que tinha em sua face agora desmanchou, assim como uma onda desmancha um castelo de areia

-O que?

-Eu não posso. Não posso fazer isso – larguei suas mãos e olhei para Clara que brincava em um balanço

-Por que? Pensei que ainda gostava de mim – ele parecia confuso e desesperado

-Pensou errado. Você sabe que não consigo. Olha se você quiser continuar ver a Clara, eu não vou te proibir disso. Se quiser ser....- engoli a seco - meu amigo, você pode. Mas mais que isso... não

-Por favor...eu posso provar que eu amo você.

-Como? – virei o rosto e olhei para ele

-Eu não sei, me da um tempo. Eu vou provar pra você. Mas você tem que confiar em mim e me esperar. Você pode fazer isso?

-Eu não quero alimentar esperanças

-Mas eu quero que você me dê essa chance de provar pra você. Um mês. Me de um mês

Não sabia se isso era certo...não queria sair NOVAMENTE com o coração partido. Olhei para Clara e vi que por outro lado, ela merecia ser amada por um pai e uma mãe, mesmo que separados. Só que ainda acho que isso não vai dar certo...melhor dizer que não...melhor negar isso tudo e dizer que é um completo absurdo esse combinado

-Okay. Você tem um mês – PORRA, por que essa minha boca segue o contrário da minha mente... Borras

Ele sorriu, olhou para Clara depois pra mim e me abraçou. No inicio fiquei sem reação, mas depois, cedi ao abraço e o abracei também

-Justin, você tá me sufocando – ele riu fraco, se desculpou e me soltou

-Bom...Acho melhor eu ir então. Vou começar a pensar no que vou fazer – Então beijou minha bochecha e foi embora.

Fiquei mais um pouco no parque brincando com Clara e depois fui para casa almoçar

-Foi legal o parque? – minha mãe perguntou assim que entrei na cozinha

-Foi legal sim. Eu e a Clara nos divertimos muito – Clara sorriu

-Que bom – sorriu (n/a: KIBOOOOMMM...PANICO KKK ta parei...) – Agora vão lavar as mãos que o almoço está pronto

Lavei minhas mãos e fiz o mesmo com Clara. Depois voltamos para a cozinha e almoçamos

Durante o almoço, pensei que meu pai não comentaria nada sobre Justin. Mas ele falou

-Sarah, o que aquele garoto queria?

-Pai, o nome dele é Justin – disse calma – Você sabe disso

-Ah, mas é claro que eu sei quem ele é, mas se você faz questão..... Então me deixe corrigir a frase: O que o Justin  - disse com desgosto o nome dele – queria?

Bufei e disse:

-Nada. – Vi o olhar que meu pai lançou e me corrigi – Quer dizer, ele só queria uns negócios...

-Hum...que tipo de negócios?

-Ah, você sabe – dei de ombros

-Humm....sabe que eu não sei? Poderia me dizer?

-Pai! – o repreendi – Ele só queria umas anotações da Faculdade

-Ah..- fingiu compreender – Mas por que não me falou antes?

Não sabia o que falar. Não podia dizer a verdade. Ele ia me matar na hora se eu contasse o que está acontecendo entre Justin e eu

-Sarah. Sou seu pai. Sei quando está mentindo

-Pai. Não quero falar sobre isso

-Mas eu quero falar sobre isso

-Mas eu não quero – disse firme

-Will, aqui não é hora para falar sobre isso. Espere o almoço acabar e a Clara dormir. Depois conversamos – Minha mãe que até agora estava calada se manifestou

Eu e meu pai assentimos e terminamos de comer

Assim que terminamos, levei Clara para tomar banho e depois a botei para dormir. Em seguida respirei fundo, fechei a porta do quarto de Clara e desci.

Quando cheguei na sala, me sentei no sofá e meu pai sentou na mesinha em frente ao sofá com minha mãe

-Quer começar?

-Não pai. – cruzei os braços e afundei no sofá

-Okay. Então eu começo. Você vai me dizer a verdade, e somente e verdade. O que esse garoto queria falar com você?

-Já disse. Ele queria ver uns negócios sobre a faculdade

-Olha só. Isso já ta ficando ridículo. Nós dois sabemos que você está mentindo. Então por que não diz de uma vez?

Permanecemos em silêncio por uns minutos e depois, com a voz bem baixa, eu disse:

-Ele queria uma chance. Veio pedir perdão e quer ser mais participativo na vida da Clara

-Oi? Desculpa filha, acho que não ouvi direito – meu pai disse

-ELE QUERIA UMA CHANCE. VEIO PEDIR PERDÃO E QUER SER MAIS PARTICIPATIVO NA VIDA DA CLARA – falei alto o suficiente para ele ouvir e ficar estático.

-Filha....tem certeza que foi isso que ele disse? Que é isso que ele quer? – minha mãe disse meio nervosa

-Sim. Ele mesmo veio me procurar para isso.

Meu pai então pareceu que voltou a realidade e ficou de pé

-O QUE? E O QUE VOCÊ DISSE? ESPERO QUE TENHA DITO NÃO. OLHA AQUI, SE ELE ENCONSTAR UM DEDO EM VOCÊ EU.. – então eu o interrompi

-VOCÊ O QUE EM PAI? VAI FAZER O QUE? ELE SÓ VEIO CONCERTAR O ERRO QUE COMETEU. O QUE TEM DEMAIS? – agora eu também estava de pé em frente a ele

-O QUE TEM DE MAIS? O QUE TEM DE MAIS? O QUE TEM É QUE A DOIS ANOS ATRÁS VOCÊ SIMPLESMENTE CHORAVA POR ESSE CRAPULA, POR TUDO QUE ELE TE FEZ PASSAR E AGORA VOCÊ VAI PERDOAR ELE? – disse incrédulo

Meus olhos se encheram de lágrimas

-O QUE VOCÊ QUER EM FILHA? SOFRER DE NOVO? FAZER A GENTE SE MUDAR QUANDO VOCÊ ESTIVER DE CORAÇÃO PARTIDO NOVAMENTE?

-WILL! BASTA! – minha mãe disse se ponto ao meu lado e me abraçando de lado – JÁ CHEGA. ISSO JÁ FOI LONGE DEMAIS

-LONGE DEMAIS? EU QUERER PROTEGER MINHA FILHA É IR LONGE DEMAIS?  SARAH....- respirou fundo – EU TE PROIBO, OUVIU BEM? P-R-O-I-B-O DE VER/CHEGAR PERTO/ CONVERSAR/ OU QUALQUER COISA DO TIPO, COM ELE, ENTENDEU? TE PROIBO DE FALAR COM ELE OUTRA VEZ

-O QUE? – disse incrédula – VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO. SOU MAIOR DE IDADE POSSO FALAR E CONVERSAR COM QUEM EU QUISER

-ENQUANTO ESTIVER SOB MEU TETO, NÃO. MINHA CASA, MINHAS REGRAS

Olhei séria pra ele e depois corri para meu quarto

Não acredito que ele tinha feito isso. Quer dizer, eu sei que o Justin errou e tudo....mas o que custa dar uma segunda chance? Sei que eu posso me arrepender, mas quem sabe o que pode acontecer...

Pensei naquelas palavras que não saiam de minha cabeça de jeito nenhum

“Minha casa, minhas regras”

Depois de ficar o resto do dia deitada em minha cama chorando, vi que já estava noite então, levantei decidida a fazer algo. Algo que eu nunca, jamais, pensaria em fazer.

“Minha casa, minhas regras”

Peguei uma folha e comecei a escrever tudo que vinha a tona e depois peguei uma mala e botei tudo o que precisava nela.

“Minha casa, minhas regras”

Silenciosamente, abri a porta do quarto e percebi que estava tudo apagado.

“Minha casa, minhas regras”

Provavelmente meus pais já estavam dormindo. Então fui até o quarto de Clara e peguei as coisas dela também. Logo em seguida peguei-a no colo com cuidado para ela não acordar e desci as escadas.

“Minha casa, minhas regras”

Botei a carta grudada na geladeira com um imã e depois sai de casa.